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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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RAPIDINHA

Diz o gajo que proibiu o exercício da actividade política a vários partidos da oposição e que cancelou a realização de eleições no seu país.

Branquinho regressa... sujinho sujinho!

É verdade. Passou praticamente despercebido nos meios de comunicação social, mas a verdade é que Agostinho Branquinho regressou à actividade política nacional. A maioria das pessoas não se lembra de quem se trata, aliás é a fraca memória característica dos portugueses que permite que gente como esta continue a circular pelos corredores do poder.

Também é verdade que esta figura não tem nenhum feito especial que avive a memória das pessoas, mas tem um episódio muito peculiar ocorrido há não muito tempo atrás e que define o seu carácter com uma limpidez que não deixa dúvidas a ninguém.

Recordando... Agostinho Branquinho é um ex-deputado da Assembleia da República, eleito pelo PSD, pelo círculo do Porto. O episódio peculiar a que me referi anteriormente, tem a ver com a sua intervenção numa comissão de ética do parlamento sobre a liberdade de imprensa e o caso Face Oculta. Foi ele quem perguntou incessantemente e com extremo entusiasmo: "O que é que é a Ongoing?". Já na altura, pareceu-me que um deputado que vai a uma comissão de ética parlamentar defender questões relacionadas com os meios de comunicação social e não sabe o que é, ou melhor, "o que é que é" a Ongoing, não estava à altura das responsabilidades que lhe haviam sido confiadas. E, o próprio Branquinho, acabou por reconhecer isso mesmo poucos meses depois, renunciando ao cargo de deputado.

Porque renunciou Branquinho?

Ora, porque razão havia de ser? Em nome do interesse nacional, pois claro. Perdão, em nome do interesse pessoal, é que às vezes fico confuso com tantos interesses.

E para onde foi Branquinho?

Foi para o Brasil, ocupar um importante cargo na administração de um grande grupo de média. Como se chama esse grupo? Chama-se Ongoing.

Branquinho está de regresso, agora para assumir a pasta da secretaria de estado da solidariedade e da segurança social. É impressionante! Um indivíduo que há bem pouco tempo renunciou à nobre função de deputado, eleito pelo povo, aceitando a proposta de uma empresa que lhe era totalmente desconhecida e, em sua opinião, desprovida de ética, volta a ocupar um cargo público e com funções governativas. 

Impõe-se a pergunta: O "que é que é" a ética para o primeiro ministro e para o senhor Branquinho?

Branquinho está de volta, mas regressa sujinho sujinho!

Machete é a manchete do dia

A grande novidade da remodelação no governo é Rui Machete. Trata-se de mais uma pessoa honesta, íntegra e muito digna de ser empossada como Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.

À semelhança de outra remodelação efectuada por Passos Coelho, há não muito tempo, tembém este senhor passou pelo BPN e, curiosamente, também ele se esqueceu de referir essa parte no seu currículo. O BPN tem este efeito nas pessoas que por lá passaram, isto é, elas nunca mais se irão lembrar do que por lá fizeram, ouviram e viram. Digamos que o BPN é uma espécie de espaço alienígena, onde quem lá entrar ou mantiver algum tipo de relação "especial" rapidamente se esquecerá de tudo. Se bem se lembram, também Cavaco Silva engrossou a sua conta bancária e património recorrendo a "laços especiais" com este banco, mas também ele não se lembrava de nada, a não ser que tinha sido a Maria (NUNCA ELE) a contactar com o banco e por isso, estou seguro de que também a Maria não se lembrará de nada. O próprio dinheiro, que não tem memória, também tem tendência a desaparecer, sendo certo que ninguém deverá ter acendido a lareira com ele.

Eu acredito cada vez mais nisto! Sim, é verdade! Os extraterrestes existem, estão cá na Terra e o BPN é o seu centro de experiências alienígenas. Daí a justiça portuguesa ter tantas dificuldades em apurar, julgar e punir os responsáveis. Estes seres abstractos estão desprovidos de personalidade jurídica e são inimputáveis, tais como todos aqueles que com eles contactaram, porque não estavam conscientes dos seus actos.

O inegável e absolutamente coincidente é o facto desta invasão alienígena ter acontecido sobretudo com ministros, ex-ministros, secretários de estado, ex-secretários de estado, todos (ou quase todos) gente do PSD e alguns deles muito próximos de Cavaco Silva. Gente essa que agora regressa ao governo pelas mão do mesmo senhor. Mas, como referi, é tudo coincidência. Esta gente é toda ela muito séria e honesta, mais honestos que eles não há, nem que nasçam duas vezes.

Esmiuçando Cavaco...

O país soube oficialmente, na passada sexta-feira, que as negociações que tinham em vista alcançar um acordo tripartidário proposto por Cavaco Silva haviam resultado naquilo que todos já sabiam, ou seja, nada. Saliente-se o facto da comunicação oficial ao país ter sido feita por António José Seguro e não pelo Presidente da República. Cavaco Silva optou por se dirigir aos portugueses, por quem nutre uma especial solidariedade, apenas 48 horas depois, mas não foi por maldade foi apenas devido ao jet lag (descompensação horária) causado pela viagem às Selvagens. 11 dias depois da proposta imbecil que havia lançado sobre os partidos da coligação e o PS, Cavaco Silva provou uma vez mais aquilo que pretendia com toda esta palhaçada: arrastar o PS para o pântano e tentar reabilitar a sua imagem pessoal.

Vejamos, Cavaco Silva trouxe para a discussão política, propositadamente, o tema “eleições antecipadas” porque sabia que dessa forma estava a aguçar o apetite de António José Seguro, produto político pré-fabricado tal como Passos Coelho e muitos outros que Cavaco bem conhece. Cavaco sabia que Seguro correria desenfreado atrás da cenoura e, apesar disso não trazer nada de bom para os portugueses, muito pelo contrário, seria óptimo para aliviar o peso sobre ele próprio e sobre o seu protegido governo. É claro que Seguro correspondeu ao esperado, demonstrando uma vez mais porque razão está onde está.

Continuemos a examinar o seu discurso. Cavaco diz que apresentou aos partidos “a solução” para o problema em que o país se encontra. Disse mesmo que era “indubitavelmente” a solução que “melhor serve o interesse nacional”. Pelos vistos, os 3 partidos que “representam 90% dos deputados na AR” discordam do senhor presidente. Eu pergunto: como pode um Presidente da República, na posse de todas as faculdades mentais, congratular-se com a forma como os partidos se esforçaram para um consenso e um compromisso de salvação nacional? Qual consenso? Qual compromisso?

Mais incongruências de Cavaco? Vamos lá! Cavaco, que raramente tem dúvidas e que nunca se engana, sempre disse que com ele não haverá eleições antecipadas. Desde que o governo fosse maioritário? Não senhor! Este governo já o era e, ao que parece, não era condição suficiente para Cavaco Silva. No entanto, não resistiu em trazer o tema eleições para a fogueira, pela razão anteriormente exposta. Cavaco diz também que um governo de iniciativa presidencial NUNCA, mas... o que é e o que tem sido este governo, senão um governo de sua iniciativa? OK, eu aceito não lhe chamar “iniciativa presidencial” até porque eu não considero esta figura um verdadeiro Presidente da República, mas é indubitavelmente um governo de iniciativa e de continuidade cavaquista.

Cavaco disse também que o actual governo nunca deixou de se manter em funções... mas qual governo? O anterior ao pedido de demissão de Paulo Portas ou aquele que Passos Coelho lhe apresentou e que ele recusou? Pior ainda, até ao momento (e já se passaram muitos dias) nada disse sobre a proposta de remodelação de Passos Coelho. Que figurinha estranha esta!

Resumindo a palhaçada, Cavaco “voltou à casa partida”, mantendo o “tal” governo actual e refere que este lhe apresentou garantias adicionais. Quais? Terá Passos Coelho prometido que agora não haverão mais pedidos de demissão de ministros?

Mas o mais espectacular no meio de toda esta trapalhada e que ainda não ouvi ninguém referir é o seguinte: Cavaco, homem de convicções, diz que um acordo entre as 3 maiores forças políticas reforçaria a capacidade negocial de Portugal junto das instituições internacionais, atenuando os pesados sacrifícios exigidos aos portugueses. Disse também que isso asseguraria o êxito do programa de assistência financeira e o regresso aos mercados em condições mais favoráveis. CONTUDO, para Cavaco Silva, um governo com tamanha capacidade negocial e com colossal apoio parlamentar (cerca de 90%) só teria condições para se manter em funções até Julho do próximo ano, altura em que ele próprio daria início ao processo de eleições antecipadas. MAS, como o compromisso alargado não foi possível, Cavaco decide confirmar o seu apoio à “maioria menor” não apenas até Julho do próximo ano (altura em que supostamente terminará o programa de assistência), mas até ao final da legislatura.

 

O quê?!?!

 

Alguém faz o favor de me explicar este ponto, por favor? Um governo com o apoio de 90% do parlamento só tem condições para se manter até Julho de 2014, mas um governo com menor apoio deve durar até ao fim da legislatura?

Apenas mais duas notas finais sobre o malfadado discurso de ontem. A primeira em relação ao facto da necessidade deste governo aprovar o Orçamento de Estado (OE) para que este entre em vigor logo em Janeiro de 2014. Seria bom que alguém lembrasse Cavaco Silva que, o anterior OE padeceu de inconstitucionalidade e que ele próprio não pediu a fiscalização preventiva, atrasando a implementação do mesmo.

A segunda e última nota vai para mais uma afirmação muito curiosa, em que diz que “em democracia, existem sempre soluções para as crises políticas”. O problema é que Portugal não vive em Democracia desde 2011, situação que este senhor contribuiu e muito para que isso tivesse acontecido, pois nessa altura não estava interessado em consensos e compromissos de salvação nacional.

Eu não conheço nada mais democrático do que a realização de eleições livres, especialmente quando o quadro político-governativo se revela incapaz e incompetente de prosseguir com o seu trabalho. 

Qual o melhor programa de lavagem de um partido e/ou de um político?

A quente ou a frio?

 

Os partidos e os políticos são como a roupa que usámos, é necessário lavar de vez em quando. A questão essencial, no caso dos partidos, é saber qual o melhor programa de lavagem a executar para que a lavagem resulte, sem deixar manchas, sem encolher ou causar outros danos.

No caso da roupa, a situação é bastante mais simples, a menos que seja uma daquelas nódoas impossíveis, senão basta ler as instruções de lavagem na etiqueta e já está.

Já em relação aos políticos a coisa é sempre mais complicada, porque na maioria dos casos estes não possuem etiqueta, e os que inicialmente a tinham já se desfizeram dela.

A sujidade na política portuguesa é de tal forma grande que, é possível que não exista programa capaz de a eliminar.

A imundice política alcançou proporções impensáveis nos últimos tempos, então os partidos, nomeadamente os do governo, não sabendo mais o que fazer para pelo menos aparentar alguma brancura foram até Belém. Consta que por lá habita alguém que é mestre em limpezas. Os partidos entraram em Belém quase irreconhecíveis pela sujidade que os envolve. Perguntaram ao mestre de limpezas: “Imaculado mestre, necessitamos de vós para nos limpar”, ao que o mestre retorquiu: “Que nódoas tão grandes meus queridos, como pôde isso acontecer?”, perguntou-lhes. “Sabe mestre, ele empurrou-me e eu estatelei-me no chão e fiquei neste estado” respondeu um deles com olhar cabisbaixo. “Então, e tu que o empurráste como ficáste tão imundo?” perguntou o mestre. “Mestre, quando ele estava no chão envolto de porcaria puxou-me e eu também caí no chiqueiro”, disse o outro.

O mestre de limpezas viu-se perante um cenário impossível de limpar. Foi então que ambos os partidos coligados pela sujidade sugeriram: “olhe mestre, e se nós repartirmos a sujidade consigo?! Dividida por 3 vai parecer menos sujo. Que lhe parece?”. O mestre foi peremptório e disse: “amigos, apesar da minha boa vontade, não poderei aceder a esse vosso pedido, pois estou tão ou mais sujo que vós. Olhai bem para mim e vede”. “Mas mestre...” diz um deles, “...ouvimos dizer que vossa alteza tem aqui um programa de lavagem especial que limpa tudo”. “É verdade!” retorquiu o mestre e acrescentou, “mas para poder lavar sem danificar é necessário ler as nossas etiquetas e...”. “Mestre, nós não temos etiqueta”, interromperam os dois partidos em uníssono, “...mas o nosso querido e amado mestre tem...”. Agastado com a conversa, o mestre replicou: “eu tenho, mas também ela está coberta de nódoas muito feias”.

O mestre pôs-se a pensar... Pensou! Pensou! Pensou! Até que, finalmente, o mestre de limpezas apresenta uma sugestão: “Já sei, vou chamar outro partido e vocês repartem a sujidade com ele. Mesmo que isso não aparente maior limpeza no vosso caso, seguramente significará maior sujidade para ele e assim não haverá termo de comparação. Que vos parece?”. Eles responderam: “Brilhante, mestre!”.

Desde então, os 3 partidos têm participado no programa de lavagem concebido pelo mestre de limpezas. Este programa tem uma duração de vários dias (e noites) e consiste numa intransigente e impetuosa esfrega mútua até que a sujidade se dissipe ou, na pior das hipóteses, que se homogeneíze entre todas as partes envolvidas.

Entretanto, considerando que a intensidade da esfrega pode resultar numa majestosa e excrementosa ejaculação, o mestre de limpezas decidiu refugiar-se a mil kilómetros de distância, numa tentativa desesperada de não ser atingido e engolido pela porcaria que ele próprio criou.

Em breve, teremos o resultado deste programa de lavagem. Parece que estou a ver os 3 partidos e o mestre de limpezas de mãos dadas, anunciando ao país que “branco mais branco não há”, apesar de aos nossos olhos não poderem estar mais sujos.

Eu acredito que toda esta porcaria só poderá ser removida num programa de lavagem manual, ao estilo das lavadeiras do rio, com muito sabão, águas correntes e muita porrada contra as pedras. Só as mãos do povo humilde e honesto terão o poder para eliminar tamanhas nódoas.

 

Povo que lavas no rio

Que talhas com o teu machado

As tábuas do meu caixão.

Pode haver quem te defenda

Quem compre o teu chão sagrado

Mas a tua vida não.

 

 

Outra vez o BPN!

O BPN é um poço sem fundo, tal como a inoperância da justiça ou a corrupção dos políticos. Esta semana ficámos a saber que o Estado Português que, vendeu o BPN ao banco BIC (banco luso-angolano liderado, não por acaso, por um antigo ministro de Cavaco Silva, Mira Amaral) está agora em dívida para com este banco.

Segundo foi noticiado, o actual governo, perdão, actual não porque neste momento não temos nenhum governo... então será melhor "chamar os bois pelos nomes", o governo de Passos Coelho e em particular o seu ex-ministro das finanças Vítor Gaspar bem como a actual ministra da mesma pasta, Maria Luis Albuquerque que, na altura da venda era secretária de estado, celelebraram um contrato de venda do BPN ao BIC pela módica jóia de 40 milhões de euros, ficando o Estado Português (nós, portanto) comprometido em assumir todas as despesas relacionadas com as acções judiciais entrepostas por clientes e fornecedores ao BPN. A primeira factura já foi apresentada e consta que o seu valor é de 100 milhões de euros, sendo que o valor total poderá ascender a 600 milhões de euros.

Neste momento, impõe-se fazer pelo menos duas perguntas. A primeira: Quão imbecil, corrupto e incompetente tem que ser um governante para celebrar um contrato nestes termos? A segunda: Porque razão só agora se tomou conhecimento desta cláusula contratual? Eu tinha para mim que os excelentíssimos senhores deputados da Assembleia da República haviam tomado conhecimento do contrato assinado entre o Estado Português e o BIC... mas, pelas reacções de alguns, também eles foram apanhados de surpresa, o que para mim é ainda mais surpreendente!

Não posso deixar de recordar algumas das tão famosas declarações da actual ministra da justiça que, desde há muito tempo vem afirmando que a impunidade em Portugal acabou, que agora a justiça é a doer e ai daquele que prevaricar, pois os tempos de perversão acabaram. Nem de propósito, a mesma ministra, reiterou tudo isto na passada semana no seu discurso na Assembleia da República. 

O BPN não é caso único de corrupção e impunidade em Portugal, mas é aquele que melhor ilustra o carácter das pessoas que governaram e continuam a governar este país.

É também importante lembrar algumas declarações do Primeiro-ministro Passos Coelho que, há não muito tempo atrás dizia: "não se pode permitir que os responsáveis pelos maus resultados da economia portuguesa continuem a andar de espinha direita", "é importante punir civil e criminalmente quem não cumpre", "não podemos permitir que se fixem objectivos e que depois não se cumpram", etc.

Os prevaricadores continuam sem ser responsabilizados e, o próprio Passos Coelho que FALHOU nos objectivos de redução da dívida e do défice continua a andar por aí, de espinha direita.

O maior embuste político!

Nas últimas semanas temos assistido ao que se pode classificar como o maior embuste político, desde o 25 de Abril de 1974.

Tudo começou com a demissão do ex-ministro da Finanças Vítor Gaspar, seguindo-se o pedido de demissão de Paulo Portas e toda a palhaçada protagonizada por Cavaco Silva - o Presidente de 20% dos portugueses.

Todas as repugnantes movimentações políticas orquestradas a partir de Belém, não passam da maior encenação a que o povo português já assistiu, sendo que muitos ainda não tomaram consciência disso.

A VERDADE é que, a demissão de Vítor Gaspar, o pedido de demissão de Paulo Portas e todas as manobras presidenciais foram previamente pensadas e preparadas pela tríade fascista que lídera o contexto político nacional. 

Toda a gente já percebeu que Portugal não escapará a um segundo resgate, que representará mais austeridade em cima do povo português, algo que esta tríade manhosa já sabia há muito tempo. E sabia porque, primeiro, nada fizeram para que isso não acontecesse, segundo, porque não passam de gentalha amestrada pela troika, cujo único objectivo é subjugar a nação a interesses desconhecidos, tudo isto em nome do interesse nacional.

Ora, sabendo de tudo isto e sabendo também que o Partido Socialista se mantém de pedra e cal na frente das sondagens, Cavaco Silva, Passos Coelho e Paulo Portas, numa última tentativa de salvaguardar as suas posições de poder resolveram encenar todo este imbróglio político, com o único objectivo de comprometer o PS com toda a desgraça nacional e com o segundo resgate que está cada vez mais próximo.

Senão vejamos, o PS tem agora duas opções: aceitar o repto presidencial e comprometer-se com tudo aquilo que este governo fizer, o que significaria cair de podre juntamente com a coligação e, portanto, culpas repartidas. A outra opção é dizer NÃO, sabendo que serão acusados por muitos de nada fazerem em nome do "interesse nacional" e de se preocuparem apenas com resultados eleitorais. Não há, de facto, outra explicação para a actuação da tríade Cavaco-Coelho-Portas. Tendo levado o país para um buraco tão profundo e, principalmente, sabendo que vem aí mais austeridade, as suas únicas preocupações não são para com o povo português, mas sim para com o Partido Socialista. A única inquietação destes três é tentar impedir que o PS regresse ao poder. E enquanto o circo se desenrola, o país afunda-se cada vez mais.

Tudo isto ficou bem claro no discurso que o inválido de Belém fez ao país. Naquele discurso em que Cavaco dissolveu parcialmente a Assembleia da República, marginalizando logo à partida o PCP, o BE e os Verdes. E porquê? Porque o único objectivo é arrastar o PS para o lodo em que estão mergulhados.

Assunção Esteves - a reformada.

Depois das últimas declarações polémicas proferidas pela Presidente da AR, não posso terminar a semana sem fazer aqui um breve comentário. Na verdade, há já algum tempo que tenho alertado para os defeitos de personalidade desta pessoa, mas desta vez foi a gota de água.

Assunção Esteves não aguentou a pressão das dificuldades dos últimos tempos e, bem de acordo com o seu jeito tirano de ser, descambou por completo apelidando de carrascos algumas pessoas que protestavam ontem, nas galerias da Assembleia da República. A Presidente da Assembleia da República, segunda figura do Estado, comparou a atitude de dezenas de manifestantes à opressão nazi, exercida sobre o povo francês no decorrer da 2.ª guerra mundial. Mas, eu acredito que ela nem sequer sabe o que disse, pois estou seguro de que essa senhora inculta, labrega, com tiques feministas e safistas apenas se limita a decorar algumas frases bonitas proferidas por alguém cujo legado literário é sobejamente conhecido, na esperança de se fazer parecer culta e bem formada. Neste caso concreto, a pessoa citada é Simone de Beauvoir. Aliás, Assunção Esteves apenas decorou uma única citação, pois não é a primeira nem segunda vez que usa esta mesma frase em contextos distintos.

Eu nunca tive dúvidas sobre o carácter desta personagem, aquela que se reformou aos 42 anos com uma reforma de €7.255,00 por ter trabalhado apenas 10 anos como juíza conselheira no Tribunal Constitucional. Agora percebe-se que foram 10 anos muito desgastantes e aquela cabecinha já não tem sustentabilidade. À semelhança do outro reformado que está em Belém, esta fulana abdicou de receber o salário de Presidente da Assembleia da República. Porquê? Porque o salário é "apenas" de €5.219,15, mas ainda assim, a somar à reforma de mais de 7 mil euros mensais acresce um valor (também ele mensal) de €2.133,00 de ajudas de custo, além de outras benesses oferecidas pelos "carrascos".

Só para salientar, temos dois reformados a ocupar os dois mais altos cargos da nação. Será esta a reforma do Estado de que tanto se fala? Reformados ao serviço do Estado?!

O povo português é mesmo muito paciente, mas um dia destes a paciência acaba-se!

Termino com uma citação de Simone de Beauvoir: "Não se nasce mulher: torna-se". Esteves, ainda estás a tempo.

Ainda sobre Cavaco...

Tenho que admitir que Cavaco Silva acabou por surpreender (mas não muito) na declaração que fez ao país. Também é verdade que acabou por citar a maioria das frases que previ, no entanto, "aparentemente" não aceitou a proposta de governação apresentada pelo Primeiro-ministro. Digo "aparentemente" porque, neste momento, ainda ninguém sabe o que realmente vai acontecer.

 

No essencial, até agora, Cavaco Silva fez aquilo que dele se pode esperar: NADA!

O entediante Cavaco...

Há tanto de mau para dizer sobre este indivíduo, mas hoje vou apenas fazer uma pequena referência.

 

Cavaco Silva falará hoje às 20:30. E o que vai este tipo dizer aos portugueses, após um eterno e comprometedor período de silêncio? Vai dizer aquilo que toda a gente sabe, desde o momento em que os partidos da coligação lhe entregaram a proposta governativa. Isto é, vai limitar-se a comer a palha que lhe deram, no meio de mais um discurso fastidioso, repleto de ruminantes frases do tipo:

 

"...temos de dar um sinal de estabilidade aos mercados..."

"...o cenário de eleições antecipadas seria o pior para Portugal..."

"... se dissolvesse a AR, Portugal incorreria num segundo resgate financeiro..."

"...a proposta apresentada pelos partidos da coligação garante a estabilidade governativa..."

 

e mais cómica de todas,

 

"...a partir de agora vou estar muito atento..."

 

Enfim, vai pronunciar-se tarde e a más horas, como é hábito. Não vai dizer nada que Portugal e mundo já não saibam. Portanto, vai cumprir na perfeição com aquilo que todos esperam dele, ou seja, nada.

Paulo Portas - o n.º 2

 

A obsessão pelo n.º 2, a capacidade inata para ser 2.º, a dualidade de critérios ou a dupla personalidade.

 

Paulo Portas nasceu para ser 2.º, de facto, ele é o filho Portas n.º 2 e, parecendo que não, já estava a ser traçado o seu destino à nascença – a irrevogável apetência para ser o n.º 2.

 

Mas vamos centrar-nos na sua vida profissional e política. Como todos sabem, Paulo Portas é o líder do CDS-PP... Como? Eu disse líder? Isso quer dizer que é o n.º 1 do partido. Então, onde está a apetência para ser n.º 2?!

 

Calma! Eu passo a explicar, ele é de facto o líder do seu partido, mas importa salientar que o CDS-PP não é um partido qualquer, o CDS-PP é a “última” facção do PSD. Já agora, aproveito a deixa para relembrar que o “Paulinho das feiras” começou a sua militância política no PSD. Mas isso são outros quinhentos, voltemos ao raciocínio anterior sobre a sua posição de “líder” do seu partido. Será que isso significa ser n.º 1 de alguma coisa? Eu acho que não e esclareço porquê. O CDS-PP é a “última” facção do PSD... mas o que quero eu dizer com isto? Muito simples, todos os partidos têm pelo menos duas facções. E, o que significa ter duas ou mais facções? Segundo os próprios partidos significa pluraridade, mas também pode querer dizer que dentro dos partidos há quem conspire e maquine contra os seus camaradas, uma espécie de dissidência política dentro de portas (lá está, a palavra “portas” outra vez). Tudo faz sentido, portanto! Clarificando ainda mais, o CDS-PP é um partido composto por indivíduos que nunca conseguiriam chegar aos primeiros lugares do PSD, nem sequer aos segundos lugares, objectivo manifestamente evidenciado por Paulo Portas (ser segundo). Enquanto membros de uma facção pouco significativa dentro do PSD, estes indivíduos nunca chegariam a lado nenhum, logo há que criar um “novo” partido, através do qual possam encabeçar listas na esperança de chegar ao poder, coisa que se veio a verificar por duas vezes com Paulo Portas. Ora, cá está mais uma prova do que afirmei inicialmente, ou seja, o Paulo Portas tem um fetiche com o n.º 2.

 

Ainda sobre as facções dos partidos e, considerando a postura do CDS-PP nos últimos 39 anos, eu diria que o CDS-PP não é a segunda, nem a terceira facção do PSD, o CDS-PP é a última facção, ou melhor, a (putre)facção do PSD que, já de si, tem pouco ou nada de sano.

 

Voltando à obsessão pelo n.º 2. Paulo Portas foi co-fundador do jornal O Independente, juntamente com Miguel Esteves Cardoso e, tenho para mim que também aí o Paulinho era o n.º 2, pois nessa altura o MEC assumia uma maior popularidade. Poderia começar a questionar o facto de nessa altura, ambos terem assumido uma atitude ofensiva (e bem) às políticas do então Primeiro-Ministro Cavaco Silva e até mesmo à sua pessoa, algo que hoje insiste em contrariar, mas fica apenas o registo de mais uma dualidade latente na personalidade desviada deste ilustre político-jornalista-jurista português.

 

No período 2002/2005 formou a coligação governativa... Com quem? Ah... deixem-me pensar... Ah pois! Claro! Com o PSD. Coligação pós-eleitoral, pois claro, à boa maneira dos politiqueiros que se servem desta nobre nação e das inúmeras lacunas que a Lei (por eles elaborada) lhes oferece. E, para não me desviar muito do tema principal deste texto, queria apenas partilhar uma recordação que corrobora a minha teoria de dualidade e dupla personalidade do Paulinho. A campanha eleitoral para as legislativas de 2002 foi manifestamente rica em ataques e contra-ataques violentos entre Paulo Portas e Durão Barroso (o fugitivo) que, até ao último dia de campanha trocaram acusações gravíssimas e até mesmo insultos, sempre demonstrando que nunca se coligariam para governar. A verdade é que no dia seguinte às eleições, ambos trocavam beijos e abraços e anunciavam a formação de um governo de coligação. Paulo Portas conseguia uma vez mais atingir o seu objectivo máximo, ser o n.º 2 de qualquer coisa. Como todos se lembram (ou não), Durão Barroso abandonou a função de chefe do governo, desprezando o juramento que havia feito sobre a Constituição (o que quer que isso represente), rumando à liderança da Comissão Europeia, onde até hoje tem desempenhado de forma exemplar o seu papel de Bonifrate. Santana Lopes (outro ilustre politiqueiro) substitui Durão Barroso e, desta forma, assegura a continuidade do sonho do Paulinho, seguir como n.º 2.

 

Em 2005, dá-se a realização de novas eleições legislativas, pois como qualquer pessoa inteligente adivinhava, aquele governo em que Paulinho era o segundo, não poderia durar até ao fim da legislatura. Paulo Portas é esmagado nas urnas e demite-se da liderança do seu partido, mais partido que nunca. Mas... volta 2 anos depois (lá está o 2 outra vez). É verdade! Bastaram apenas 2 anos para “lavar” a sua imagem dentro do seu partido (se é que alguém naquele partido sabe o que significa lavar, ou, se calhar até sabem o que é lavar outras coisas), que o recebeu de braços abertos e o confirmou como líder pela segunda vez. Mas, já sabemos que ser líder do CDS-PP não significa ser o n.º 1 de nada.

 

Nas legislativas de 2009, o CDS-PP consegue chegar aos “2 dígitos” (em termos percentuais) nos resultados eleitorais. . Para quem não se lembra, eu recordo aqui a primeira frase proferida por Paulo Portas na noite das eleições, após o conhecimento dos resultados: “Foi desta vez, 2 dígitos”. Foram palavras dele, não estou a inventar nada. Paulo Portas é um obcecado pelo n.º 2 e não esconde esse facto, apesar do fingimento.

 

Ano vem, ano vai e chegamos a 2011, altura em que se dão novas eleições legislativas (antecipadas, pelos motivos que todos sabemos). Nessa altura, assistiu-se ao mesmo filme de 2002, onde PSD e a sua (putre)facção CDS-PP concorrem às eleições separadamente, claro, trocando animosidades constantes durante a campanha, mas com o mesmo fim à vista – uma coligação pós-eleitoral (nunca assumida), onde o Paulinho possa tomar novamente o tão ambicionado lugar de n.º 2 no governo. Facto que veio a acontecer, com muita pena minha há que dizê-lo, pois não há nada mais triste do que ver um povo a dar em si mesmo como o sino da igreja.

 

Em tão pouco tempo, as pessoas esqueceram-se do caso Moderna, da empresa de sondagens Amostra, das 60 mil fotocópias, dos submarinos (caso Portucale), etc. etc. etc. Esta é a vantagem de ser n.º 2, as atenções caem sempre sobre a linha da frente e quem está por trás, salvo seja, sai protegido.

 

O importante é que o Paulinho das feiras consegue chegar uma vez mais a n.º 2 do governo. A sério? N.º 2 do governo? Esperem lá, desta vez ele não chegou a n.º 2 de coisa alguma. Vejamos, o primeiro foi Passos Coelho, o segundo Miguel Relvas e o terceiro Vítor Gaspar. Desta vez, a coligação pós-eleitoral colocou Paulo Portas em 4.º lugar na hierarquia do governo. Bom, considerando a minha teoria da obsessão pelo 2.º posto, poderia dizer que Paulo Portas preferiu ficar em 4.º lugar porque isso significa ser 2 vezes 2.º... Hmmm... mas não faz muito sentido. Terá feito na sua cabecinha diabolicamente perseverante?

 

Eu acho que, à semelhança da maioria dos portugueses, Paulo Portas sempre achou que era o n.º 2 do governo, desde a sua tomada de posse. Contudo, só no dia em que Vítor Gaspar se demitiu é que a comunicação social fez alarde de que Paulo Portas viria a assumir a posição n.º 2 do governo. Isto apanhou de surpresa toda a gente, incluindo o próprio Portas, razão pela qual decide apresentar a sua demissão no dia seguinte. Mas o que é isto? Andam a brincar com o Paulinho? Então só agora é que assume o seu lugar de sonho, aquele que ele mesmo considerava ter vindo a ocupar há mais de 2 anos?

 

Esta é a única razão plausível que justifica a atitude de Paulo Portas. Não venham agora dizer que foi por causa da nomeação da senhora professora do Passos Coelho para ministra das finanças. Isso não faz sentido. Até porque ela já fazia parte do governo, já tinha assumido um papel importante na destruição e degradação do património do Estado, tal como a venda da EDP aos chineses, onde o seu marido desempregado passou a assumir funções pouco tempo depois. Quais funções? Isso não importa. O mais importante é que passámos a ter menos um desempregado.

 

Mais ainda, o plano de ressuscitamento da coligação governativa apresentado ao Presidente da República comporta a continuidade da ministra das finanças e, o Paulinho parece não ter nada contra. Paulo Portas que havia apresentado um pedido de demissão irrevogável, apontando como principais razões a falta de confiança na nova ministra das finanças e a irresponsabilidade de Passos Coelho, volta atrás com a palavra, aceitando a continuidade da incompetente ministra e, claro está do irresponsável Passos Coelho. E porquê? Porque Paulo Portas, que na sua dualidade consciente é também o Paulinho das feiras, apenas está obcecado numa coisa – ser o n.º 2. E desta vez, não há volta a dar, ele será mesmo o n.º 2 do governo, pois fez questão de garantir por escrito o título de vice-primeiro-ministro e que todo o país testemunhasse esse facto durante dias (dias quentes, dias de alerta laranja) e onde obriga o mais que morto Presidente da República Cavaco Silva, a “homologar” a sua ambicionada posição – a segunda posição (não confundámos com o kama sutra, apesar das analogias que daí se poderiam retirar).

 

A partir deste momento, não será apanhado de surpresa pela comunicação social, a informar que não é o n.º 2, pois está mais do que claro que o é, com toda a desfaçatez e dualidade que assistem à sua personalidade.