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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

Contrário

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RAPIDINHA

Diz o gajo que proibiu o exercício da actividade política a vários partidos da oposição e que cancelou a realização de eleições no seu país.

O Seguro morreu de velho?

Há um ditado popular que diz que “o seguro morreu de velho”, mas o Seguro do PS morreu de velho ou de novo? Ou será que ainda não morreu?

 

Depois dos resultados verificados nas eleições europeias, António Costa decidiu avançar para a liderança do Partido Socialista, mas será este o momento certo? Note-se que António José Seguro liderou o PS a uma vitória categórica nas eleições autárquicas há não muito tempo e, também agora nestas eleições europeias, ainda que por uma margem pequena. Convém também não esquecer que não é tarefa fácil para nenhum líder socialista conquistar o eleitorado, depois das campanhas e perseguições anti-socialistas dos últimos anos.

 

Outra situação curiosa prende-se com o facto de o PS ter ganho estas eleições e a coligação PSD/CDS ter perdido de forma estrondosa, mas o líder que tentam derrubar é o do partido vencedor. É bom também salientar que em 28 países da UE, os socialistas apenas conseguiram um resultado melhor que em Portugal, em apenas 2 países, tendo-se verificado inúmeras derrotas (Espanha é um excelente exemplo). Mesmo assim, em Portugal prefere-se atacar os socialistas que, repito, venceram as eleições, do que enfatizar aquilo que realmente deveria ser posto a nu – a magnificente derrota da Direita. Vejam só como eles andam caladinhos!

 

Ora, é aqui que reside o ponto essencial desta discussão. Se estas eleições europeias servem para se perceber se o PS está ou não em condições de ser governo, também deveriam servir (e de uma forma muito mais vincada) para se perceber que a actual coligação não tem condições de governabilidade. Ou será que os resultados das europeias apenas têm leituras para um dos lados? Acho impressionante que depois de tantos protestos contra esta coligação e, após a histórica derrota no passado Domingo, ninguém queira tocar neste ponto, preferindo o incompreensível ataque ao Partido Socialista.

 

Mais impressionante é ver gente com tanta responsabilidade dentro do próprio Partido Socialista a agir da mesma forma. Parecem mais interessados em dividir o partido, uma vez mais, do que salientar o óbvio, isto é, que a coligação que governa Portugal não tem condições para continuar.

 

Reparem bem, no Domingo à noite Seguro exigiu a demissão do governo e logo no dia seguinte é confrontado com a sua própria saída, por alguns notáveis do seu próprio partido.

 

Este é o problema do PS, a falta de foco no essencial e na realidade. E a realidade é uma só, neste momento as pessoas já não suportam a coligação que está no poder, mas também não querem que o PS seja o único partido a governar. As pessoas querem um PS forte nas convicções de Esquerda e, sinceramente, esse não me parece ser um problema que se resolva apenas com a mudança de líder. O PS pode e deve preparar-se para ser uma verdadeira alternativa de Esquerda, fiel à matriz socialista, mas deverá ter em conta que, muito provavelmente não conseguirá obter uma maioria parlamentar, pelo que terá de começar a apresentar os possíveis cenários de governação. Resumindo, a questão é muito simples: Com quem se vai coligar o PS? Seja Costa ou Seguro a liderar. É isso que as pessoas querem saber.

O PS é o farol da Direita (PSD/CDS)

A Direita portuguesa confina-se aos partidos que constituem a actual coligação do governo de Portugal – o PSD e o CDS. Tal como tenho vindo a salientar em vários dos meus anteriores textos, a Direita em Portugal vive "SEMPRE" em função do Partido Socialista. Quando o PS está no poder fazem-lhe oposição, quando o PS está na oposição fazem-lhe oposição, nas campanhas eleitorais só falam do PS e mesmo depois de apurados os resultados eleitorais voltam a só falar no PS, independentemente dos resultados.

 

Este Domingo à noite, os resultados das eleições europeias foram bastante esclarecedores, os partidos da Direita sofreram uma estrondosa derrota, penso que a maior derrota eleitoral de sempre. Note-se que os partidos da coligação (PSD/CDS) não chegaram sequer a atingir os 30% dos votos. Os restantes votos foram conquistados pelos restantes partidos, que são maioritariamente de Esquerda, ou seja, a Esquerda em Portugal teve mais do dobro dos votos da Direita. Mas as gentes da Direita, como sempre, tentam dissimular as evidências refugiando-se apenas num argumento. E qual é o seu argumento? Pois claro, o mesmo de sempre. Não, não é o Tony Carreira. É o Partido Socialista. As gentes do PSD e CDS vêm logo vociferar que o PS, apesar de ter vencido perdeu, sim, é isso que tentam dizer... É um facto que se compararmos "apenas" os resultados do PS face à coligação, constatamos que a vitória socialista não é muito expressiva. Contudo, foi uma vitória clara do PS sobre a coligação que, parece esquecer-se que concorreu copulada.

 

Mas, a questão deve ir mais fundo, não foram só o PS e a coligação que concorreram às eleições, foram muitos mais os partidos candidatos. E os resultados devem ser analisados no global. E quem tiver a decência de o fazer, facilmente constatará que esta coligação está putrefacta e reduzida a menos de um terço da votação. Mas para tirar essa conclusão é preciso ser-se honesto, ao contrário dos líderes da Direita, ou o ministro da economia ou até mesmo Santana Lopes. Este último veio logo dizer que ficou surpreendido com o facto do PS ter vencido por pouca diferença. Bem, pelo menos deixou claro que ele próprio está consciente do desastre que tem sido esta coligação PSD/CDS e, por essa razão, estava a contar com uma coça maior. Pires de Lima foi mais longe e disse que a coligação pode vencer as eleições legislativas de 2015. Reparem bem, depois de duas valentes pauladas no lombo (eleições autárquicas e europeias), os senhores da coligação "mais que morta", ainda têm a lata de afirmar que podem vencer as eleições em 2015.

 

E porquê? Acho que não me vou cansar de repetir isto. Porque os partidinhos da Direita PSD e CDS) apenas têm olhos para o PS. E como não ficaram muito longe na votação, acham que podem até vencê-los nas próximas eleições. MAS... estão a esquecer-se de um facto muitíssimo importante. É que, mesmo admitindo o cenário idílico de vencerem as próximas eleições legislativas, isso só seria possível com uma votação reduzidíssima (à volta dos 30%) que, mesmo coligados, nunca teriam a hipótese de formar um governo maioritário, tal como acontece agora. Isso está completamente fora de hipótese!

 

Então por que carga de água a coligação deseja vencer as próximas eleições? Sabendo que nunca terá hipóteses de obter mais votos que a Esquerda...

 

A resposta é simples e óbvia. É óbvia porque é a mesma de sempre. A coligação está disposta a vencer as próximas eleições com minoria para, logo de seguida, convidar o PS para formar o chamado "bloco central da governação" (PS + PSD/CDS). Resumindo, o PS é sempre o farol da Direita. É caso para perguntar o que seria da Direita em Portugal se o PS não existisse? Eu acho que se um dia destes outro partido qualquer vencer as eleições, seja a CDU, o MPT ou outro qualquer, a Direita não se incomodará com isso, o importante para eles é que o PS não fique muito longe, porque o PS é o seu único farol.

 

A minha preocupação reside em saber o que pensa o PS sobre este hipotético cenário. É que este cenário irá provavelmente colocar-se no caminho do PS, não pela patética hipotética vitória minoritária da Direita mas pela mais que provável vitória minoritária do PS. O que vai fazer o PS? Coligar-se com a Direita?

 

Seria bom que o PS começasse a esclarecer este ponto, pois é de extrema importância para esclarecer os eleitores e para que estes possam decidir o seu sentido de voto. Para mim, os eleitores têm demonstrado que ainda confiam no PS para assumir a governação, mas com muitas reservas. Portanto, se os eleitores souberem que o PS estará disponível para governar com PSD e eventualmente o CDS, provavelmente não votarão nos socialistas. Muito provavelmente não!

 

É que existem muitas alternativas a estes 3 partidos? Existem pois, isso viu-se ontem, com o resultado da CDU e, em especial, de Marinho PinTo. E existem outros "Marinhos Pintos" por aí, acreditem!

Ricardo Salgado tem um espírito santinho

Segundo as informações que têm vindo a público, o Banco Espírito Santo (BES) está à beira da bancarrota. Aliás, na sua vertente de investimentos, pode-se dizer que o banco está praticamente falido. O que ainda mantém vivas as esperanças de recuperação é o facto de ser um dos bancos portugueses com mais depósitos de particulares, ou seja, uma vez mais se comprova que são as pessoas que sustentam a banca e não o contrário.

 

Mas, atenção! Se eu tivesse dinheiro depositado no BES eu trataria de o retirar rapidamente, porque as últimas notícias não auguram nada de bom, até mesmo alguns comunicados oficiais da própria instituição indiciam que o pior pode acontecer. Estranho, não é?

 

É, de facto, muito estranho. Mas o que é tremendamente esquisito, é o facto dos responsáveis das instituições bancárias nunca estarem conscientes daquilo que se passa dentro dos seus bancos. O senhor Ricardo Salgado, visto por muitos como um poderoso e competente homem da banca, parece desconhecer alguns factos extremamente relevantes e que explicam a débil situação financeira da instituição. O senhor todo poderoso do BES afirmou que não sabe como desapareceram mil milhões de euros dos cofres do seu banco. Chegou mesmo a atirar as culpas para cima de um contabilista. Alguém, no seu perfeito juízo, acredita que o senhor Ricardo Salgado não sabe o que se passa nas contas do seu banco?

 

Vá lá! Façam um esforço para acreditar no homem, afinal ele é um grande benfeitor da nação, é um filantropo do melhor que há por aqui. Se não fosse a sua imensa bondade o que seria de nós? Uns miseráveis é o que seríamos... Acreditem neste bom homem que tem como único pecado ter depositado a sua confiança num contabilista sacana, esse sim, é um biltre da pior espécie. Ricardo Salgado é um santo! Deu-lhe um emprego com responsabilidade e o gajo faz-lhe isto nas costas?! Patife!

 

(chega de devaneios)

 

O próprio Ricardo Salgado foi uma das vozes mais críticas aquando dos escândalos financeiros do BPN e do BPP. Agora que tem a casa a arder, age da mesma forma que agiram Oliveira e Costa, Dias Loureiro, Rendeiro, etc. Ricardo Salgado tem um banco que se chama Espírito Santo e tem também um espírito muito santinho. Coitadinho, não sabia de nada, pois claro que não!

 

Eu gostaria de perguntar ao Ricardo Salgado  o que fez ao dinheiro que veio da troika, que os portugueses estão a pagar com sangue, suor e lágrimas. Gostaria também de perguntar ao Banco de Portugal o que está a fazer sobre esta situação. Se vai acobertá-la como fez anteriormente com outros bancos. E gostaria de perguntar ao governo português se vai continuar a pedir dinheiro à troika para injectar em bancos corruptos, sob a desculpa de que o povo anda a viver acima das suas possibilidades.

 

 

 

 

Dia de reflexão... para quê?

A campanha eleitoral para estas eleições europeias foram o reflexo do significado que as instituições europeias têm para os europeus. Já todos sabíamos o interesse que estas eleições costumam despoletar nos eleitores, mas o que nunca se tinha visto foi a forma como os principais partidos políticos e seus candidatos estão completamente a borrifar-se para as instituições europeias.

 

Esta campanha eleitoral teve de tudo, menos do que seria suposto, ou seja, o esclarecimento dos eleitores sobre a importância das instituições europeias e quais as ideias e projectos que cada partido idealiza para uma verdadeira União Europeia. Com esta campanha, os políticos demonstraram não ter nenhum projecto para a Europa e, acima de tudo, demonstraram a sua absoluta descrença nas instituições europeias.

 

Aquilo que mais uma vez se evidenciou foi a corrida desenfreada aos tachos. Numa altura em que as pessoas acreditam cada vez menos nos políticos e instituições, é quando se vê mais políticos e pseudo-políticos a tentar agarrar um tachito, que neste caso é um tachão. Recordemos a postura de alguns dos principais agentes políticos durante esta campanha para as eleições europeias.

 

- Rangel e Melo (Aliança Portugal), gastaram todo o seu tempo de campanha a falar do PS, de Seguro, Assis e Sócrates. Não apresentaram uma única ideia concreta para a Europa. Tentaram a todo o custo fazer com que os eleitores se esquecessem que são eles que estão no poder, em Portugal há mais de 3 anos e na Europa há 5 anos. O seu comportamento é sempre o mesmo: oposição ao PS, mesmo quando estão no poder. Não se cansam de atacar Sócrates e percebe-se bem porquê. Primeiro porque foi assim que chegaram ao poder e segundo, porque foi pela mão de José Sócrates que o PS conseguiu a sua única maioria absoluta. É por isto e só isto, meus caros. É o medo de José Sócrates no seu estado mais puro. Ainda hoje, Nuno Melo afirmou que “o país tem muito medo de Sócrates”, mas a verdade é que são os partidos deste governo que se borram de medo de José Sócrates. Esta gente é useira e vezeira em recorrer aos mais diversos subterfúgios para dissimular as suas próprias emoções e convicções, ora dizem "os portugueses...", ora dizem "o país...", ora dizem "o interesse nacional...", é sempre assim, quando pretendem referir-se a eles próprios.

 

- No último dia de campanha, Rangel foi ao fundo do baú recuperar uma afirmação de... quem será? Pois claro, José Sócrates. O antigo primeiro-ministro terá dito: "As dívidas dos países não são para se pagar, são para se gerir". Obviamente que se trata de uma declaração que deve ser contextualizada e interpretada com bom-senso e inteligência. É claro que as dívidas dos países não são para se liquidar definitivamente, isso é impossível de se fazer. Nem os EUA, um país com uma economia que  se revela como o pináculo do capitalismo, salda a sua dívida. Nem nunca o fará, porque isso é impossível e seria estúpido tentar fazê-lo. O que os governos inteligentes fazem é gerir a dívida, tal como afirmou Sócrates. Rangel e a coligação não pensam assim... e é ver a dívida portuguesa a subir, subir e subir!

 

- Nuno Melo afirmou esta semana, com toda a insolência e insuficiência intelectual que o caracterizam, que independentemente do resultado das eleições de Domingo, na segunda-feira seguinte Passos Coelho continuará a ser primeiro-ministro. Reparem, isto é o pico da arrogância do fascismo. Arrogar-se do poder perante os eleitores! Isto é o fascimo no seu estado mais puro, afirmar aos eleitores que independentemente do que escolham, quem continuará a mandar serão os mesmos – eles próprios. A Aliança Portugal fartou-se de afirmar que o resultados destas eleições europeias não devem ter nenhuma leitura interna, contudo, não fizeram outra coisa senão falar no governo de José Sócrates...

 

- O próprio Passos Coelho veio a público (pouquíssimas vezes) atacar o anterior governo de José Sócrates. Portanto, o resultado destas eleições não devem implicar nenhuma leitura interna, mas o governo que antecedeu o actual deve ser culpabilizado também nestas eleições... enfim, esta é a lógica da direita portuguesa.

 

- Portas foi outro que foi de empurrão na disparatada estratégia caça-votos "Sócrates é o culpado de tudo o que de mau existe e há-de vir". Portas quase não apareceu na campanha. Porquê? Terá estado submerso dentro de algum submarino? Terá estado preso nalgum gabinete a triturar fotocópias? Ou terá as mesmas razões de Passos Coelho para não aparecer? Talvez as 3 anteriores... Hoje, desesperado, disse sobre Sócrates (claro, que outro assunto tem esta gente?): "Ele é um génio e todos os outros, nas suas palavras, são imbecis. O problema foi os funcionários públicos e reformados que perderam o poder de compra e os impostos que subiram". Será que é Sócrates quem manda neste governo e ninguém sabe?! Portas ainda acusou o PS de “falta de pudor”. Bem, Portas a acusar alguém de falta de pudor... depois não quer que lhe chamem imbecil.

 

Mas outros factos estranhos aconteceram em outros quadrantes. Veja-se:

 

- Seguro aproveitou para apresentar um programa de governo... Já que está tão interessado em antecipar cenários para as legislativas, podia e devia começar por esclarecer se pretende formar governo em caso de vitória minoritária. E, acima de tudo, com quem pretende formar governo. Ou pelo menos, com quem não pretende fazê-lo.

 

- Guterres apareceu (não na campanha, mas durante o decorrer da mesma) a falar de presidenciais...

 

- Marcelo, apareceu em campanha da Aliança Portugal, mas não foi capaz de demonstrar apoio aos seus candidatos. Justificou a sua aparição como apoiante de Juncker para Presidente da Comissão Europeia (como se isso interessasse a alguém), quando na verdade estava apenas a lembrar ao seu eleitorado (e não só) que ainda não desistiu da ideia de se candidatar a Presidente da República. Terá sido porque António Guterres veio falar sobre o assunto?!

 

- Santana Lopes também tentou pôr-se em bicos de pés, mas ninguém lhe deu ouvidos...

 

- Ferreira Leite apareceu ao lado de Rangel (o seu protegido), mas foi um daqueles encontros tipo: 5 minutos para um cafezinho num sítio subterrâneo e não digas nada a ninguém.

 

- Lobo Xavier também resolveu aparecer. Alguém que tem estado afastado da política activa, decidiu que esta é altura de aparecer porque, repare bem, porque Sócrates foi almoçar com a caravana socialista no Chiado. Aqui está mais um brilhante exemplo de nobreza política, alguém que tem andado entretido a fazer comentário político e desinteressado da vida política activa, repentinamente, decide voltar à ribalta da política. Não porque a dívida pública aumentou, ou porque o desemprego não baixa, ou porque os impostos continuam a subir, ou porque a pobreza aumentou em Portugal. Não!!! Quem é que liga para estas coisas? Agora, o Sócrates foi almoçar com o Assis e o Seguro ao Chiado? Ai então vão ter que levar com o lobo mau!

 

- Cavaco Silva não abriu o bico para dizer nada sobre as eleições europeias, nem mesmo no facebook que ele tanto gosta. Aquele a quem chamam de Presidente da República não se dignou dirigir uma palavra aos eleitores portugueses sobre a importância da participação nas eleições europeias.

 

E foi assim...

 

Antevê-se para Domingo à noite:

 

- Uma vitória do PS;

- Uma esmagadora vitória dos partidos de Esquerda sobre os da Direita;

- Uma grande vitória da CDU, que deverá duplicar a votação e o número de deputados eleitos;

- A possibilidade de eleição de Marinho Pinto, pelo MPT. A acontecer, será um feito histórico e um sinal de que a Democracia ainda não está definitivamente asfixiada;

- Uma enorme derrota da Direita portuguesa, desta coligação putrefacta que, na minha opinião, deveria ter um resquício de dignidade e saber retirar as devidas ilações. Mas isso não vai acontecer porque dignidade é uma qualidade que esta gente não tem e porque em Belém mora o pai da podridão e da imoralidade política, o invertebrado-mor que acoberta as suas vermes criaturas.

A escolha de Marcelo...

Marcelo Rebelo de Sousa entrou na campanha eleitoral na passada terça-feira em Coimbra. E fê-lo porquê? Para apoiar a candidatura da Aliança Portugal? Não, longe disso. Fê-lo para apoiar o senhor Jean-Claude Juncker para ser o "primeiro-ministro da Europa", disse ele.

 

Eu fiquei surpreendido. Não pelo facto de Marcelo estar-se nas tintas para a coligação, mas pela simples razão de Marcelo considerar que o Presidente da Comissão Europeia é alguém com poder para decidir o que quer que seja. Desde quando é que o Presidente da Comissão Europeia tem poder de decisão? Chamá-lo de "primeiro-ministro da Europa" é atribuir demasiado poder a quem não tem.

 

Marcelo talvez tenha dito o que disse porque, lá no fundo, ele sabe que em Portugal o primeiro-ministro é um pau-mandado da Sra. Merkel e também sabe que o Presidente da Comissão Europeia, que actualmente também é um português e do seu partido, é um pau-mandado da Sra. Merkel. Então, partindo desse ponto de vista, classificar o Presidente da Comissão Europeia de "primeiro-ministro da Europa" é aceitável. Na verdade, pouco importa o título político que se enverga aqui ou em qualquer instituição europeia, são todos fantoches da Sra. Merkel.

 

Ou então, não foi nada disto que se passou. Talvez Marcelo tenha aparecido na campanha para as europeias, apenas para não ser acusado de se esconder. Afinal, são muitos os notáveis laranjinhas que se têm escondido. Marcelo terá escolhido não se esconder, porque na verdade ainda está de olho numa eventual candidatura presidencial. E se quer ter algum apoio partidário no futuro, o melhor é não se esconder, agora que as coisas não estão famosas para a sua família política. Há que aparecer nas horas más, para que possa colher os louros nas horas boas.

 

Marcelo está-se nas tintas para Rangel, Melo e até mesmo Juncker. Ele apareceu somente a pensar em si, para semear e depois colher. A escolha de Marcelo é... Marcelo.

A enxurrada do fim-de-semana!

As previsões meteorológicas apontam para a vinda da chuva. Ainda bem! Deixa chover, pois é preciso limpar a esterqueira produzida durante o fim-de-semana.

 

Na verdade, há já algum tempo que não tínhamos um fim-de-semana tão prolífico em bodeguices do intelecto. A soltura de conhecimento fez-se sentir um pouco por todo o país, mas também lá fora, do outro lado do mundo.

 

- O governo apresentou as medidas de estratégia para o crescimento, através do poliglotismo do secretário de estado adjunto do primeiro-ministro Carlos Moedas, ou deverei dizer Carlos Coins, ou ainda Carlos Pièces de Monnaie? O homem desdobrou-se em explicações em inglês e francês e, tenho a certeza que apesar de não se ter expressado em alemão (eventualmente não sabe), o senhor secretário de estado entende bem o idioma.

 

- Cavaco Silva aprendeu a dizer "bolo-rei" em mandarim;

 

- O governo anunciou a saída da troika;

 

- O governo anunciou que Portugal recuperou a soberania;

 

- Cavaco Silva aprendeu a dizer "BPN" em mandarim;

 

- Após seis séculos de dúvidas sobre a nacionalidade de Cristóvão Colombo, Jean-Claude Juncker veio a Portugal garantir que ele não só era português, como foi um dos portugueses mais prestigiados;

 

- António José Seguro apresentou o seu programa de governo;

 

- Cavaco Silva aprendeu a dizer "Quinta da Coelha" em mandarim;

 

- Rangel abriu a boca, mas não sei se foi para falar...,

 

- Portas também abriu, mas não sei se foi a boca...;

 

- Cavaco está de regresso.

 

 

Portanto, não falta porcaria para a chuva lavar. É deixá-la cair, é deixá-la lavar.

Dia-a-dia de campanha de Rangel e Melo

É verdadeiramente impressionante que os candidatos da coligação “Aliança Portugal” não tenham mais nada para apresentar aos portugueses, que não sejam estórias e novelas sobre o PS, Seguro, Assis, Sócrates e até Guterres, vejam bem! Já aqui me referi sobre a especial vocação destes dois partidos para serem oposição mesmo quando estão no poder. É genético. Rangel e Melo foram deputados do Parlamento Europeu nos últimos 5 anos e gostaram tanto que querem mais 5. Não querem usar nenhum argumento na capanha eleitoral que tenha a ver com os seus desempenhos nos últimos 5 anos. Será que não fizeram nada que mereça ser destacado? Também não querem apresentar nenhuma proposta concreta para o projecto europeu. O dia-a-dia de campanha da coligação é feito a falar do Partido Socialista, dos seus candidatos e, mais recentemente, de Sócrates.

 

Se tiver paciência, veja a seguir o dia-a-dia de campanha de Rangel e Melo.

 

Casa de Rangel

Rangel: Que sócrates são mulher (ou homem, dependendo do gosto)?

Mulher (ou homem, dependendo do gosto): São sócrates de te levantares meu querido. Já preparei o teu sócrates quente com os teus sais de sócrates preferidos.

Rangel: Querida(o), não te importas de separar a minha sócrates cor-de-laranja? Fica bem com esta camisa.

Mulher (ou homem, dependendo do gosto): Tá bem.

Enquanto toma o seu relaxante sócrates, Rangel aproveita para telefonar a Melo.

Rangel: Bom sócrates, amigo Melo! Preparado para mais uma jornada de sócrates eleitoral?

Melo: Olá meu caro! Bons sócrates o ouçam. Estou ansioso por sair para a rua e entregar sócrates, dar beijinhos e pedir muitos sócrates para podermos manter o nosso sócrates rendoso no Parlamento Europeu, por mais 5 sócrates.

Rangel: Então vá, tome um bom sócrates que já nos encontramos. Até sócrates!

Melo: Até sócrates!

Casa de Rangel – Rangel já se vestiu e está a tomar o pequeno-sócrates.

Rangel: Ó mulher (ou homem, dependendo do gosto)! Não puseste manteiga nas sócrates.

Mulher (ou homem, dependendo do gosto): Desculpa amor! Esqueci-me completamente, vou já pôr.

Rangel: Deixa estar, eu vou comer estes sócrates de chocolate que têm muito bom aspecto.

Mulher (ou homem, dependendo do gosto): Olha lá, não puseste a sócrates cor-de-laranja?

Rangel: Não, está muito gasta. Preferi esta sócrates às riscas.

Rangel aproveita para dar uma olhadela rápida pelos sócrates diários...

 

Casa de Melo – Melo telefona a Portas

Portas: Tou! Quem me sócrates a uma hora destas?

Melo: Sou eu Paulinho, muito bom sócrates!

Portas: Ah és tu franganote! Bons sócrates!

Melo: Só para lhe dizer que vou agora encontrar-me com o Rangel para a sócrates eleitoral. Algum sócrates para me dar?

Portas: Sim. Não te deixes levar por aquele meia-sócrates. Tu impõe-te! Pelo menos em frente às sócrates de televisão.

Melo: Fica descansado. Até sócrates!

Antes de sair de casa, Melo pára uns bons 20 minutos em frente ao sócrates. Contempla e diz para ele próprio: “Estou quase com tantas sócrates no cabelo como o Sócrates”. Saiu confiante.

 

Rangel também está a sair de casa. Dá dois sócrates e uma palmadinha nas sócrates da mulher (ou homem, dependendo do gosto) e sai todo fanfarrão.

 

Rangel e Melo, juntos na rua.

Rangel: Olha lá, isto hoje tá fraco. Há poucos sócrates na rua.

Melo: É verdade! A quem vamos oferecer as t-sócrates?

Rangel: Daqui a pouco, à hora do almoço, aproveitamos a presença das sócrates de televisão para lançar umas balelas, a ver se esta sócrates eleitoral ganha pica.

Melo: Boa! Mas que sócrates vamos atirar para os olhos dos portugueses? Já estou a ficar sócrates de tanto falar no Partido Socialista e no Seguro.

Rangel: És capaz de ter sócrates! Sei lá... podemos falar no antigo primeiro-sócrates António Guterres...

Melo: Já falámos sobre esse sócrates ontem...

Rangel e Melo (simultaneamente): Então e se falarmos do Sócrates!

(risada geral)

Melo: Como é que só nos lembramos do Sócrates agora? Rais sócrates a nossa sorte!

Rangel: Não faz mal, mais vale sócrates que nunca. Mas... que galga vamos enfiar?

Melo: Espera. Deixa-me fazer um sócrates rápido.

Portas: Tou! Quem me sócrates a uma hora destas?

Melo: Sou eu Paulinho, muito bom-sócrates para o almoço!

Portas: Ah és tu outra vez frangote!

Melo: Vamos agora dar uma sócrates de imprensa e decidimos falar sobre Sócrates. Podes ajudar na elaboração da galga?

Portas: Claro que sócrates! Vocês vão dizer que o despesismo com a construção dos 10 sócrates de futebol do sócrates2004 é culpa do Sócrates!

Melo: Parece-me uma boa sócrates, mas nessa altura não éramos nós que estávamos no governo?

Portas: Faz o que te mando! Ai o sócrates já...

Melo e Rangel atacam Sócrates na sócrates de imprensa. Ambos acusam Sócrates de ter enterrado milhões de sócrates nos estádios do sócrates2004. E ainda perguntaram: Quando é que Sócrates vai aparecer nesta sócrates eleitoral? Curiosamente, ainda não deram pela falta de Passos Coelho...

 

Ninguém lhes ligou, mas eles continuaram o seu dia a falar de Sócrates, do PS, de Seguro, de Assis, de Sócrates, de Guterres, de Sócrates e Etsócrates...

 

Ao final do dia, foram beber duas sócrates fresquinhas para comemorar o fecho de mais uma jornada de sócrates eleitoral. Despediram-se com um aperto de sócrates e foram para suas casas descansar.

 

Casa de Rangel

Rangel chega a casa, desaperta a sócrates às riscas, tira a roupa e veste o seu confortável sócrates às bolinhas. Dá um sócrates na testa da mulher (ou homem, dependendo do gosto), deita-se e adormece em segundos. Está mais sócrates que vivo. Será, com certeza, mais uma noite a sonhar com Sócrates e o PS, e Seguro, e Sócrates, e Assis, e Sócrates, e Guterres, e Sócrates.

 

Casa de Nuno Melo

Nuno Melo entra em casa e pára uns bons 30 minutos a olhar para o sócrates do hall de entrada. Admira com atenção as sócrates do seu cabelo, mas acha que tem poucas. Telefona a Portas e pergunta qual o produto que este usa para branquear os seus sócrates, para que possa testar o produto no seu cabelo.

Portas ordena-lhe que não durma e que passe a noite a pesquisar na Intersócrates, mais sócrates sobre Sócrates. Melo não pregou sócrates toda a noite, mas valeu a pena, pois descobriu que Sócrates terá, alegadamente, exercido mais de dois mandatos consecutivos como delegado de sócrates, no tempo em que frequentou a sócrates secundária Frei Heitor Pinto.

 

Prevê-se que amanhã seja mais um dia extenuante de sócrates eleitoral para a coligação.

Rendeiro culpado

João Rendeiro foi considerado culpado pela insolvência do Banco Privado Português (BPP), tendo sido condenado pelo Tribunal de Comércio de Lisboa (TCL) a não poder exercer actividade comercial durante 8 anos.

 

Condenar um banqueiro em Portugal é coisa muito rara de se ver, pelo que esta decisão do TCL encerra em si mesma um brilhante case study para todos os estudiosos do Direito.

 

Mas... será adequado impedir Rendeiro de exercer actividades comerciais durante 8 anos? Eu acho que não. O homem certamente estaria a pensar investir o dinheiro que roubou na criação de emprego e riqueza para o país. Trata-se de um homem bom que merece ser ajudado a prosseguir os seus nobres objectivos e não ser impedido pelos tribunais. Mas que mania que os tribunais têm de impedir a nossa gente boa em concretizar os seus intentos. Ora é o Tribunal Constitucional, ora o Tribunal do Comércio, mas que implicância é esta com as melhores gentes do nosso país? Não vêem que se trata de gente predestinada?

 

Há por aí quem ache esta pena anedótica e que o homem deveria ser condenado a pena de prisão e a devolver o dinheiro subtraído, que nestes casos desaparece sempre para sítios que ninguém sabe onde fica. Mas eu é que deveria ser o juíz! Comigo a coisa fiava fino.

 

Se fosse eu o juíz a pena seria a doer. Eu era homem com coragem suficiente para mandar deportar este senhor para as Ilhas Caimão e condená-lo à vida boa até ao fim dos seus dias. Ali! Bem feito! Obrigá-lo a comer conch, ostras e lagosta todos os dias para lhe dar cabo do colesterol. E mais, mojitos a cada pôr-do-sol, enquanto uma bela nativa lhe massaja os pés doridos de uma vida de árduo trabalho.

 

Ou então, obrigá-lo a ficar por cá e a gastar um pouco do dinheiro roubado na construção de resorts privados no Algarve, para que ele, seus familiares e amigos tivessemm que suportar o nosso clima praiano. Tardes solarengas para o resto vida era o que eu lhe dava. Haveria de suplicar por dias nebulosos e com chuva, o bandalho. E, ai dele, que viesse com falsos arrependimentos, que eu obrigava-o logo a dar umas tacadas de golf. O estardalho haveria de se fartar de passear em prados verdejantes, sentindo o incómodo chilrear dos passarinhos e o coaxar das rãs. Comigo era assim! À bruta! Era para o derrear de vez, ai era, era!

 

Ou pior ainda, eu seria juiz para obrigá-lo a cumprir serviço público na presidência da república, sem salário presidencial, apenas com a mínima liberdade para auferir das suas suadas e modestas reformas. Obrigá-lo a respirar o ar bafiento do Palácio de Belém, pelo menos durante 10 anos, só para aprender a não meter a mão no dinheiro dos outros.

 

Comigo seria assim, sem dó nem piedade! Comigo estes rufias não sairiam a rir-se! Ai não, não!

 

Isto é que seria aplicar a lei com imparcialidade. Agora, proibir um homem honesto de desempenhar actividades comerciais? Não me venham com histórias...

O Comunismo é bom ou mau?

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A pergunta é pertinente, principalmente nos tempos que atravessamos. Nunca um governo português se mostrou tão empenhado em negociar, eu diria mesmo, em delapidar o nosso património em favor de alguns países em que a ideologia política dominante é o Comunismo.

Mas, afinal, o Comunismo é bom ou é mau? Antes de tentar responder à questão, seria importante salientar em que consiste o Comunismo, já que são muitas as pessoas em Portugal que não sabem o que é, ou que têm uma ideia completamente deturpada. E também são muitos aqueles que fingem que não sabem e que tudo fazem para confundir os seus fundamentos.

De um modo simplista, pode-se dizer que o Comunismo é uma ideologia política, social e económica que se baseia no princípio da igualdade, onde não existem classes sociais distintas e em que o Estado assume um papel preponderante na distribuição igualitária da riqueza. O Comunismo é a ideologia que se opõe ao Capitalismo. O objectivo principal da ideologia comunista é que o povo (que somos todos nós e não uma qualquer espécie de seres alienígenas como alguns tentam fazer crer) detenha o poder de decisão. Ou seja, o Comunismo encaixa-se com perfeição no conceito de Democracia. E, defendendo acerrimamente o princípio da igualdade entre todos, por que razão é o Comunismo tão hostilizado? Pode-se mesmo depreender que todos os que se opõem ao Comunismo, opõem-se ao princípio da igualdade e justiça social e, no entanto, é vê-los ganhar eleições em pleno regime democrático, mesmo havendo a percepção de que a maioria das pessoas desejaria viver numa comunidade igualitária. Estranho não é?

Bem, tudo isto que acabei de dizer pode padecer do facto de ser apenas teoria, um conjunto de generalidades que carecem de fundamentos empíricos (pelo menos em Portugal), mas a verdade é que o Comunismo é isto mesmo que acabei de referir, independentemente daquilo que alguns possam praticar em seu nome.

Mas o que é verdadeiramente estranho é a postura de alguns partidos políticos face ao Comunismo. Em Portugal, nomeadamente os partidos da direita (PSD-CDS), estão constantemente a rotular o Comunismo de "ideologia ultrapassada, retrógrada e utópica". Quando ouço os membros deste governo (e todos os outros que o antecederam, especialmente os de direita), seus deputados e restantes militantes partidários a referirem-se ao Comunismo como um bicho-papão, sustentando que se tivessem o poder levariam o país à ruína eu pergunto: Será que sabem o que é o Comunismo? Ou será apenas medo? Medo que o Comunismo leve à ruína, não o país, mas os interesses perpetuados pela ideologia Capitalista que serve e é servida pelos senhores do poder.

Mais, por que razão esses mesmos senhores, que não suportam sequer ouvir falar em Comunismo, estão sempre muito disponíveis para aceitar dinheiro proveniente dos seus regimes? Comunismo nem pensar! Dizem os amigos do Capitalismo... mas tudo o que possamos colher deles, isso já nos interessa! E até lhes vendem, a troco de meia dúzia de patacas e uns tachos, as maiores e melhores empresas públicas.

E é só olhar e ver mais uma comitiva de capitalistas a bandear-se em direcção ao maior regime comunista, em mais uma tentativa desesperada de delapidação do pouco que sobra do Estado português e, pelo meio, tentar fazer mais uma série de negociatas em nome próprio, procurando apanhar a maior quantidade de cobres aos senhores do Comunismo, que tanto dizem abominar. Tudo isto em nome de um interesse desprezível, em nome da pequena classe dominante a que pertencem e em desfavor do Estado português, da igualdade, justiça social e do povo português.

Resumindo, é esta gente que despreza o Comunismo e que tenta a qualquer custo impedir que esta ideologia possa alguma vez prosperar no nosso país que, simultaneamente, adora, venera e vive sequiosa dos seus frutos. Esta gente não suporta a ideia do Comunismo para todos, mas abraça com muita força os seus lucros, desde que sejam só para eles.

Segundo os senhores da direita, a resposta à pergunta inicial é óbvia: O Comunismo é muito bom, desde que não seja para todos!

 

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Cavaquinho do Chinês

Cavaco Silva viaja hoje para a China, acompanhado por uma comitiva de 100 empresários, três ministros + 1 e uma fadista. É assim que a notícia tem vindo a público na maioria dos órgãos de comunicação social.

 

Os ministros que o acompanham são: Crato (Educação), Pires de Lima (Economia) e Machete (Negócios Estrangeiros). Paulo Futre perguntaria: "E quem é esse + 1?" Esse + 1 é Paulo Portas que, apesar de já não ser Ministro dos Negócios Estrangeiros não perde uma oportunidade para andar de "cu tremido", é assim que na minha terra se diz daqueles que gostam muito de "laurear a pevide".

 

Mas eu gostaria de perguntar ao Sr. Cavaco Silva quem são os empresários que escolheu para mais um regalório pago pelo Zé Povinho. Constou-me que são os mesmos de sempre, os do PSI20 e mais alguns escolhidos a dedo. Qual o critério de escolha? Gostava também de saber se o objectivo é realizar acordos que permitam o aumento do investimento em Portugal, com criação real de emprego e riqueza no nosso país. Ou se esta comandita vai apenas vender casas de luxo aos chineses milionários (criminosos ou não) oferecendo "vistos gold" em troca, fazer negociatas para aumentar a riqueza de "meia-dúzia" de grandes empresários privados e, porventura, tentar privatizar mais alguma coisita do pouco que resta do Estado.

 

Gostaria ainda de desafiar o Sr. Cavaco Silva a apresentar os resultados desta viagem. É muito importante tornar claro que estas viagens (que muito pesam na carteira dos portugueses) são profícuas para o país. Caso contrário, o melhor é estar quietinho em Belém ou a escrever prefácios.

 

Sinceramente, não acredito que esta viagem vá trazer algo de bom para o país, tal como todas as anteriores não trouxeram. E quanto aos critérios do Sr. Cavaco, bem, isso é ainda mais fácil de perceber, basta ver o critério de escolha da fadista que o acompanha SEMPRE! Um Presidente da República isento, mesmo que tenha preferência pelo estilo musical Fado como melhor exemplo da cultura musical portuguesa, procuraria variar a sua escolha, dando também oportunidade a outros fadistas para o acompanhar. Mas Cavaco tem um "carinho especial" pela fadista Katia Guerreiro. Qual Mariza, Camané, Ana Moura ou outro fadista qualquer?! É a Katiazinha e mais nada! E porquê? Porque a Katiazinha foi sua mandatária para a juventude (o que quer que isso signifique). Porque a Katiazinha é muito amiguinha do senhor Cavaco. Etc.

 

Aquele a quem chamam de Presidente da República Portuguesa é, de facto, um monte de coisas, reformado do Banco de Portugal, professor reformado, político reformado, ex-accionista da SLN-BPN (com mais-valias), é também manager da fadista Katia Guerreiro, mas Presidente da República Portuguesa... isso é que ele não é.

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