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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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RAPIDINHA

COMO SE FOSSE NORMAL. Uma UE promotora da corrupção, da fuga de capitais e da lavagem de dinheiro. Uma UE ao serviço das elites, dos grandes grupos económicos, dos oligarcas e das máfias. Viva o "belo jardim" que é a União Europeia!

Passos Coelho e a "social-democracia"

Passos Coelho vai apresentar a sua recandidatura à liderança do PSD, durante a próxima semana. Antes que seja tarde, antes que apareça um peixe maior, Passos Coelho quer desde já apresentar-se como o principal candidato à liderança do seu partido, se é que vai aparecer mais algum... Já sabemos que os partidos da direita apresentam esta peculiaridade de se unir em torno de um só candidato. É a democracia que tanto presam.

 

Entretanto já se sabe qual o mote da nova campanha de Passos Coelho, nada mais nada menos que um efusivo "Social Democracia Sempre!". Ora bem, o partido que Passos lidera chama-se PSD (Partido Social Democrata) que, já por aqui referi, não entendo o porquê de classificar um partido desta natureza, um partido de direita, como "Social-Democrata". É bem certo que, por vezes, os lobos têm de vestir a pele do cordeiro para poder imiscuir-se entre eles e apanha-los desprevenidos, mas há limite para tudo.

 

Em política, a estratégia do engodo resulta quase sempre. A última a que pudemos assistir foi a de Marcelo Rebelo de Sousa (outro "social-democrata"), que quase me fazia acreditar que tem uma tatuagem do Che Guevara no seu braço esquerdo. Passos Coelho não aprecia o estilo de Marcelo mas, perante tais evidências, já tratou de lhe seguir as pisadas. 

 

O PSD é tudo menos um partido "social-democrata" e Passos Coelho, bem como a maioria dos seus comparsas (ou deverei chamar "camaradas"?) são tudo menos defensores da social-democracia. Toda a gente deveria saber que a social-democracia é uma ideologia política de esquerda e que o seu grande inspirador foi Karl Marx, esse "demónio" que assombra os "direitolas" até aos dias de hoje. Escusam de vir com as teorias de uma ou mais interpretações de social-democracia, isso é pura manipulação de conceitos.

 

O PSD de Passos Coelho defende uma "Social Democracia Sempre!". Qualquer dia, substituem a seta que simboliza o partido pelas farfalhudas barbas de Karl Marx, querem ver?!

 

Resumindo, a estratégia de Passos será a mesma de Marcelo que, na verdade, foi sempre a estratégia do PSD, ou seja, confundir as pessoas sendo uma coisa mas parecendo outra, desde logo, a começar pela alteração que produziram no nome do seu partido. Por agora, a receita parece garantir bons resultados, e a receita é "ser-se de direita, falar como se fosse de esquerda e, assim, garantir o centro".

 

Aliás, a técnica do disfarce acompanha os partidos de direita da política portuguesa desde a sua génese. Logo, mas mesmo logo após o 25 de Abril, muitos se apressaram a tentar parecer o contrário daquilo que tinham sido até então: fascistas. Trataram logo de criar partidos autodenominados como democratas, mais tarde, passaram a defender acerrimamente a social-democracia e, quiçá um dia destes, se apresentem como os grandes defensores do socialismo, nem que para isso tenham que passar pelo estágio de comunismo. Que notável metamorfose a destes marmanjos! Só não consigo compreender como são tantos os que continuam a embarcar.

Calma, o NIB continua lá...

Tenho visto tantas notícias sobre o "fim do NIB", tantos comentários e tanta confusão à volta de um assunto tão simples, que sinto-me na obrigação de escrever algo.

 

A União Europeia determinou (há dois anos) a uniformização do uso do IBAN (International Bank Account Number) quer para as transferência internacionais, quer para as nacionais, onde até agora (pelo menos em Portugal) ainda vigorava o NIB (Número de Identificação Bancária).

 

Então o que muda a partir de amanhã? O IBAN passa a ser o único código usado nas transferências bancárias, sejam elas nacionais ou internacionais. Mas o que realmente importa esclarecer é que o código IBAN em Portugal é igual ao código NIB precedido pelo código do país, no caso português, o código é o PT50. Até agora usava-se o código NIB que é composto por 21 algarismos. A partir de amanhã usa-se o mesmo código, com os mesmos 21 algarismos precedidos de PT50.

 

Vejamos o seguinte exemplo:

 

NIB: 1234 1234 01234567890 12

IBAN: PT50 1234 1234 01234567890 12

 

É apenas isto. Não há razão para tanta discussão. Além disso, tanto quanto se sabe, os bancos não podem cobrar nenhuma taxa por esta alteração. Portanto, é só colocar o PT50 no início, o resto é tudo igual, isto é, PT50 + NIB.

 

O NIB continua lá...

 

 

O meu rating à União Europeia? Abaixo de lixo

Já se anda por aí a dizer à boca cheia que Portugal poderá ser alvo de um novo resgate. Parece que o OE apresentado nas instituições europeias não é suficientemente credível (por ser de um governo de esquerda e por defender os interesses das pessoas). Então, parece que funciona assim: um governo de um Estado-membro apresenta um Orçamento na União Europeia que, por sua vez, decide torcer o nariz para que, logo de seguida, as agências de rating resolvam classificar esse Estado-membro como “lixo” e, por esta razão, o Banco Central Europeu deixe de aceitar os títulos de dívida pública portuguesa o que, consequentemente deixa os bancos portugueses sem financiamento.

 

O BCE verga-se, assim, perante aquilo que as instituições de rating decidem. Parece que são quatro as agências de rating diante das quais o BCE adora compadecer-se. Neste momento, das quatro agências “amigas” do BCE apenas uma ainda não classificou Portugal como lixo, mas também ela (a DBRS) já ameaçou que está quase, quase a atirar Portugal para o caixote do lixo. Portanto, é assim que funciona: uma bola de neve; se os governos dos Estados-membro da União Europeia se vergarem àquilo que os “donos” da Europa quiserem, tudo bem. Caso contrário, os “donos” torcem o nariz e fazem-no em voz muito alta, para que a notícia chegue depressa às amigas agências de rating, para que estas atirem os governos desses países para o lixo e, de seguida, o BCE se recuse a financiar o(s) país(es) em questão.

 

Mas que absurdo é este? Se há regras dentro da UE a cumprir, por que razão ficam os Estados-membro dependentes daquilo que dizem as agências de rating? Por que não é a própria UE, nomeadamente o BCE a tomar essas decisões, independentemente daquilo que as referidas agências ditem? Agências de rating que nem sequer são europeias… Que raio de União Económica e Monetária é esta? Não me venham com conversas de economistas da treta, dizendo que é assim que funcionam os mercados, porque os mercados que eu conheci e estudei nas minhas aulas de Economia não sofriam desta contaminação.

 

A verdade é uma só: o sonho europeu está corrompido pelas viciadas leis dos “tais” mercados capitalistas. E isso só acontece porque a Europa está despojada de verdadeiros líderes, de verdadeiros europeus. Temos um conjunto de instituições fictícias, lideradas por gente vendida que brinca com a vida de milhões de europeus ao sabor daquilo que algumas mocinhas “iluminadas” do MIT decidem.

 

E se repararem, só os governos de esquerda são perseguidos pelos mercados capitalistas. Os governos de direita, que governam para o capital e não para as pessoas, que destroem o que é público em benefício de alguns privados, que embarcam nas teorias sórdidas dos actuais mercados de capitais, puramente especulativos, esses não são perseguidos, são apenas subjugados.

 

Estou farto desta Europa, ou melhor, estou farto destas pessoas que têm liderado as instituições europeias nas últimas décadas. Mas estou ainda mais farto dos partidos da direita portuguesa (PSD e CDS) que, juntamente com alguma comunicação social estão a instigar o medo nos portugueses, ao invés de os unir em torno daquilo que deve ser o verdadeiro "interesse nacional", com que a direita costuma encher tanto a boca. 

 

A direita (PSD/CDS) parece que não ficou satisfeita com o mal que fez nos últimos quatro anos e deseja perpetuar as malfeitorias. A verdade é que parte do mal pode ser revertido, e é isso que este governo está a tentar fazer.

 

Aparecer agora, no momento em que Portugal negoceia a aprovação do OE e melhores condições de vida para os portugueses, com discursos alarmistas sobre aquilo que as agências de rating podem ou não dizer de Portugal revela uma tremenda falta de carácter, mas principalmente, total falta de patriotismo e amor-próprio.

Ai Jesus, e u é?

Há vários meses que aqui escrevi que não acredito num Sporting candidato a vencer qualquer competição na corrente época. É certo que ainda se mantém na liderança do campeonato, mas por quanto tempo mais?

 

O Sporting já está fora da Taça de Portugal, acaba de saltar fora da Taça da Liga e recuso-me a acreditar que vá muito mais longe na Liga Europa. De facto, e tal como Jesus sempre disse, a prioridade é o campeonato. Eu diria que, neste momento, não é a prioridade é a única competição com que ainda podem... sonhar.

 

Aqui fica a minha cantiga, em honra à malta sportinguista:

 

Ai Bruno, ai Bruno do verde carvalho,

Se sabedes novas, falai seu bandalho.

                                                     Ai Jesus, e u é?                                                   

 

Ai Bruno, ai Bruno do verde leão,

Se sabedes se o Sporting vai ser campeão?

Ai Jesus, e u é?

 

Se sabedes novas, falai seu bandalho,

Aquel que mente, aquel grande pirralho?

Ai Jesus, e u é?

 

Se sabedes se o Sporting vai ser campeão,

Aquel que mentiu, aquel aldrabão?

Ai Jesus, e u é?

 

- Vós me chamasteis piralho e bandalho

E eu bem vos digo que nem um pataco valho.

Ai Jesus, e u é?

 

- Vós me preguntades polo vosso campeão

E eu bem vos digo que este é o ano do leão.

Ai Jesus, e u é?

 

- E eu bem vos digo que nem um pataco valho,

Pareço novo mas tenho cabelo grisalho.

Ai Jesus, e u é?

 

- E eu bem vos digo que este é o ano do leão

Q’inda antes do fim da época será campeão.

Ai Jesus, e u é?

Afinal Cavaco ainda não tinha feito tudo, tudo, tudo...

Cavaco Silva vetou a lei aprovada por larga maioria parlamentar, referente à adopção por parte de casais do mesmo sexo, bem como a lei que revogava as alterações à lei da interrupção voluntária da gravidez (IVG).

 

Comecemos por admitir que se trata de temas fracturantes da sociedade portuguesa, mas não são os únicos, muitos outros assuntos dividem o país e não se pode estar sempre a referendar um determinado assunto quando este suscita dúvidas. É à Assembleia da República que compete legislar, é para isso que os deputados servem, quer se goste quer não.

 

Mas foquemo-nos na decisão do veto presidencial. Por que razão Cavaco decide vetar duas leis que obtiveram largo consenso na Assembleia da República, sendo que o veto presidencial nada mudará. Apenas impedirá que a lei entre em vigor imediatamente. Ou seja, a decisão sobre estes dois temas voltará à Assembleia da República e voltará a ser oficializada, desta feita, sem que o Presidente da República possa fazer o que quer que seja para impedir que entre em vigor. Então, por que razão decidiu Cavaco vetar? Ele, que já em 2007 havia promulgado o diploma que despenalizava a interrupção voluntária da gravidez, mesmo tendo demonstrado muitas reservas em relação ao assunto. Mais, também em 2010 promulgou a lei que aprovava o casamento entre pessoas do mesmo sexo, justificando-se que “não via efeitos práticos em vetar a lei” já que “as forças políticas que aprovaram o diploma na Assembleia da República voltariam a votar da mesma forma”, mesmo não concordando com o seu teor. Então, por que carga de água vetou agora? Só há uma justificação, por pura mesquinhez. Cavaco Silva é o cúmulo da imbecilidade política, mesmo estando de saída (e pela porta pequena), não perde estas últimas oportunidades para vincar uma vez mais a sua essência. Veta por vingança política, veta porque nunca teve nenhum respeito pelo que os outros pensam e veta porque nunca deixou de ser um bacoco retrógrado na cadeira do poder. Cavaco confunde a sua opinião pessoal com o exercício das funções presidenciais.

 

Cavaco Silva nem por ele próprio tem respeito, já que ao proceder desta forma, apenas demonstra a pouca ou nenhuma dignidade que tem no desempenho das suas funções. E, brevemente, será obrigado a promulgar o que agora vetou.

 

Outra questão muito importante é o “timing” do anúncio do veto presidencial. Por que razão só comunicou a sua decisão hoje, dia imediatamente seguinte às eleições presidenciais? Será que se o tivesse feito antes traria desconforto e perda de votos para algum candidato?

 

Por último, resta-me referir que ainda ontem Cavaco dizia que tinha feito tudo, tudo, tudo… mas ainda faltava este pequeno grão de areia na engrenagem, este pequeno resquício de lodo. Será assim que Cavaco será recordado, um pequeno resquício de matéria lodosa.

 

P.S. Cavaco ainda terá a oportunidade de enviar o Orçamento de Estado para fiscalização preventiva, mas também isso será irrelevante. A ver vamos…

 

 

Presidenciais: venceu o candidato mais martelado

Uma vez mais, o grande vencedor das eleições foi o candidato invisível, que se chama abstenção. Mais de 51% dos eleitores não votaram.

 

Se repararmos na “classificação” final, facilmente constatamos que tem mais votos quem tem mais tempo de antena na comunicação social. Como tenho sempre vindo a referir, é a comunicação social que elege os candidatos que, por sua vez, controlam esses mesmos órgãos, directa ou indirectamente. Olhando para a lista de 10 candidatos identificamos, logo à partida, duas metades: os candidatos das máquinas partidárias (que controlam a comunicação social) que ficaram nos primeiros 5 lugares e os chamados “underdogs” que ocuparam a segunda metade da tabela.

 

Olhando para a primeira metade. Quem ficou em primeiro e destacado lugar? Marcelo Rebelo de Sousa, pois claro. E porquê? Porque, apesar de se dizer por aí que fez uma campanha sóbria, contida nos gastos, com pouco marketing, etc., a verdade é que a campanha de Marcelo começou há muitos anos atrás, tendo tempo de antena que chegasse e sobrasse em todas as televisões e em horário nobre. Marcelo era, de longe, o candidato com maior notoriedade e, só por esse motivo é que venceu. Em segundo aparece Sampaio da Nóvoa que até há alguns meses era um total desconhecido da maioria dos portugueses. Então como se explica que apareça em segundo lugar? Fácil. A máquina partidária socialista ainda tem muito peso e, além disso, deve ter sido a candidatura que mais investiu em comunicação e marketing nos últimos meses, daí ter conseguido ficar em segundo lugar. Logo a seguir vem a Marisa Matias que, a seguir a Marcelo, era a candidata com mais notoriedade e que só não ficou à frente de Sampaio da Nóvoa pelas razões que acabei de referir. Em quarto lugar temos a Maria de Belém que, noutros tempos, apresentaria outro nível de notoriedade, mas que agora não tem esse reconhecimento público que a poderia levar a outro resultado, além disso, foi completamente ostracizada pelo seu partido. O seu quarto lugar não é surpreendente, a percentagem de votos sim. Em quinto temos Edgar Silva, um completo desconhecido dos portugueses que o Partido Comunista decidiu lançar para o campo de batalha. Sendo desconhecido e comunista, é lógico que não teria grande destaque na comunicação social. Portanto, o quinto lugar não surpreende e, tal como acontece com Maria de Belém, o que surpreende é a percentagem baixa de votos amealhados.

 

Olhando agora para a segunda metade: os “underdogs”. Então, quem haveria de vencer a segunda metade da tabela? Claro que só poderia ser o candidato Vitorino Silva (Tino de Rans), de longe o candidato mais conhecido dos eleitores. E depois temos uma ordem perfeita daquilo que é uma votação de acordo com o tempo que uma cara aparece nos canais de televisão e outros meios de comunicação social, mas sobretudo nas televisões. Paulo de Morais (o segundo "underdog"), que ficou um pouco conhecido com as suas denúncias contra a corrupção, depois vem Henrique Neto que, sendo pouco conhecido, foi deputado muitos anos e que dificilmente ficaria atrás de Jorge Sequeira e Cândido Ferreira. Até entre estes dois últimos se consegue ver a importância do aparecer ou não aparecer nas TVs. Como é sabido, Cândido Ferreira recusou participar na maioria dos debates e convenhamos, foi o candidato com menor tempo de antena.

 

Portanto, não haja dúvida que é o “tempo de antena” que elege um candidato. É normal que assim seja, desde que os candidatos consigam vencer pela sua qualidade dentro desse tempo de antena e não pela quantidade de tempo que lhes é dada, ou seja, o que não é normal é que uns tenham mais tempo que outros.

 

Em suma, vencerá sempre o candidato mais martelado na comunicação social.

Já sabe em quem votar? Vote com tino…

Pois é… As eleições presidenciais são já no próximo Domingo, hoje termina a campanha eleitoral e você, já sabe em quem vai votar?

 

Eu vou tentar dar uma ajudinha. Depois dos últimos 10 anos de total degradação do mais alto cargo político da República Portuguesa, qualquer português estaria em condições de ser melhor presidente do que Cavaco Silva (Paulo Portas incluído). Cavaco Silva tem esse grande mérito (aliás, o único) de tornar presidenciável qualquer cidadão português. Depois dele, não há razões para que um cidadão tema fazer uma má escolha. Depois de 10 anos de Cavaco não há más escolhas.

 

Portanto, estas eleições são as mais fáceis de sempre. São aquelas que menores dores de cabeça e indecisão causam ao eleitor. Não obstante, há um candidato que se aproxima (e muito) da mesma visão que Cavaco Silva teve e tem do país. Esse candidato chama-se Marcelo Rebelo de Sousa. Cavaco e Marcelo são as duas faces da mesma moeda. São uma espécie de Palhaço Triste e Palhaço Alegre, os príncipes da tragédia e da comédia, mas as suas essências confundem-se.

 

Posto isto, caros concidadãos, não há razão para ter dúvidas. Vá votar sem sentimentos de culpa, mas vote com tino

O luto "subvencionado" de Maria de Belém

Maria de Belém foi a única candidata que não marcou presença no último debate televisivo da campanha para as presidenciais. Justificou a sua ausência com o falecimento de Almeida Santos. Os sentimentos das pessoas só a si dizem respeito, contudo, estando na última semana de campanha e sendo esta a última oportunidade para o debate frontal de ideias, não me parece que a decisão de Maria de Belém tenha sido a mais acertada.

 

Não seria pelo facto de participar num debate que Maria de Belém estaria a desrespeitar o seu camarada Almeida Santos, muito pelo contrário, se havia forma de o homenagear era participando activa e construtivamente no debate, coisa que Almeida Santos sempre fez. Maria de Belém já havia cancelado parte da agenda de campanha, esteve ontem presente no velório e hoje nas últimas cerimónias fúnebres, portanto, não há mesmo nenhuma justificação para não ter comparecido no debate televisivo de ontem à noite.

 

Mas, se calhar há um motivo especial que justifica a sua ausência. É que o Tribunal Constitucional acabou de declarar inconstitucional a suspensão de subvenções vitalícias a políticos. Alguns deputados apresentaram um pedido de inconstitucionalidade no referido tribunal, para que as subvenções vitalícias a políticos fossem repostas. De entre os nomes de deputados que assinaram o pedido de inconstitucionalidade está o nome de Maria de Belém. É um facto que a mesma já havia tentado evitar falar na campanha e que sabia de antemão que seria confrontada no debate televisivo. Por isso e só por isso Maria de Belém fugiu ao último debate televisivo, onde seria definitivamente cilindrada.

 

Maria de Belém começou por se afirmar como sendo “a candidata independente”, sendo depois “a candidata socialista” e, agora, passou também a ser “a candidata marcelista”, na medida em que também se apresenta uma especialista na arte do disfarce, tal como Marcelo. Como não gosto que me tomem por parvo, não votarei nem num nem noutro.

 

Tony Carreira comeu os franceses de cebolada

Tony Carreira foi condecorado pelo governo francês com o título de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras. Tony Carreira nunca havia recebido nenhuma distinção do género naquele país, nem mesmo em Portugal, o seu país. Tony Carreira, ao que parece, não ficou totalmente satisfeito com a condecoração dos franceses e apressou-se a criticar os governantes portugueses por nunca o terem distinguido e, furioso com o facto de ninguém ter dado importância ao facto dos franceses o reconhecerem, tratou de criar uma polémica (que o próprio deveria evitar) à volta desta situação, com a esperança que se falasse dele e do seu galardão em Portugal. Conseguiu. A comunicação social, que sempre esteve de mãos dadas com ele tratou de conferir a dose de enfase necessária. Portugal é mesmo um país muito peculiar em determinadas áreas, os farsolas são os grandes protegidos dos “média”. É assim em relação à música, à política, ao desporto, etc.

 

Tony Carreira ficou muito desapontado com o comportamento do embaixador de Portugal em França, por este não ter aceitado o seu pedido para que a cerimónia de condecoração decorresse na embaixada de Portugal em Paris. Devo dizer que o embaixador esteve muito bem na sua decisão. Trata-se de uma distinção conferida pelo governo francês, pelo que o “artista” tem feito em França, por que razão a cerimónia haveria de ocorrer na embaixada de Portugal? Isto nada tem a ver com Portugal e o povo português, tem a ver com a visão dos governantes franceses nesta matéria e a vida de um cidadão português em França, nada mais. É claro que a cerimónia não tinha que ser feita na embaixada de Portugal e o Tony Carreira sabe isso, porque não é estúpido.

 

Contudo, dá muito jeito a Tony Carreira criar, neste preciso momento, uma polémica à volta do seu nome, já que acaba de lançar um novo álbum e todos sabemos que estes mexericos ajudam a vender mais… Et comment!

 

Outro motivo que levou o Tony a manifestar-se foi esse estado de alma que tanto caracteriza o portuguesito. O portuguesito é, à semelhança do seu país, um indivíduo muito peculiar. Pode estar no topo do mundo, mas se não é reconhecido no bairro onde nasceu, se não tem uma rua com o seu nome ou uma estátua na praça da terrinha, continua a ser um pobre insatisfeito.

 

O Tony devia era estar caladinho, porque apesar da mega operação de lavagem da sua imagem há alguns anos atrás (levada a cabo pela comunicação social), aquando do seu desmascaramento enquanto “artista”, a verdade é que nada pode apagar aquilo que está gravado e registado para a posteridade: Tony Carreira é uma farsa. Um ladrãozeco de canções. São letras roubadas, algumas delas copiadas na íntegra, palavra por palavra, são melodias plagiadas e, às vezes, as duas coisas em simultâneo. Toda a gente se lembra disto e todos sabemos que isto é a verdade nua e crua da carreira de Tony Carreira. Por estas razões, Tony Carreira deveria estar quietinho no seu canto e deixar-se passar pelos pingos da chuva, tal como tem feito e, diga-se, não se tem saído nada mal. E mais, o melhor de tudo é que até conseguiu engrupir os franceses, esses eruditos da cultura.

 

Mas o Tony é bom rapaz e, lá no fundo, ele até merece uma condecoração do Estado Português. Eu proponho que lhe seja atribuído o título de Cavaleiro da Ordem da Arte de plagiar Letras e Melodias.

 

Parabéns Tony! Comeste-os de cebolada.

O povo continua estúpido

A uma semana das eleições presidenciais e mais uma sondagem que dá a vitória a Marcelo, logo à primeira volta. Aliás, o candidato laranja sobe nas hipotéticas intenções de voto e, o mais surpreendente, é que consegue vencer também numa eventual segunda volta com uma votação ainda maior, isto segundo a referida sondagem, pois claro.

 

Partindo do princípio que não se trata de uma sondagem encomendada, sou obrigado a concluir que o povo continua estúpido. Nem todo, felizmente. Por outro lado, a larga maioria continua aturdida nesse estado de estupidez permanente. É um facto.

 

Marcelo (afilhado sentimental e onomástico de Marcelo Caetano), um benjamim do Estado-Novo, um clone de Cavaco Silva, um "direitola" de primeira água está prestes a ser eleito Presidente da República, com os votos de gente que habitualmente vota contra tudo isto, mas que se deixa embebedar facilmente por aquilo que ouve na televisão.

 

Marcelo tem conseguido, com o patrocínio da comunicação social, convencer muita gente de que é alguém que ele não é, nunca foi, nem nunca será. Marcelo diz que não é o candidato da direita (e é só isso que ele é e representa), diz subliminarmente que é um homem de esquerda, que será o representante dos mais desfavorecidos e até diz que é "fixe", como Mário Soares. Vejam bem a cara de lata que é preciso ter, para que um afilhado do fascismo chegue ao ponto de tentar assemelhar-se a Mário Soares.

 

Ao que parece, Marcelo vai ser mesmo eleito. É pena, porque não merece ocupar aquele lugar que, ainda que seja mais simbólico do que outra coisa, deveria ser ocupado por alguém com mérito, capacidade e, acima de tudo, alguém honesto para com os seus concidadãos e para com a pátria. Marcelo é uma farsa. Cavaco também e foi eleito duas vezes, por isso, não haja dúvidas, o povo continua estúpido.

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