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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

Contrário

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RAPIDINHA

Diz o gajo que proibiu o exercício da actividade política a vários partidos da oposição e que cancelou a realização de eleições no seu país.

Doentes sem tratamento? “É um problema do hospital”, diz o ministro.

Desde que o novo governo tomou posse e, principalmente, desde que Paulo Macedo e os neoliberalistas deixaram o poder que acreditei que alguns sectores fundamentais, como é o caso da saúde, iriam sofrer uma revolução positiva para os utentes do Serviço Nacional de Saúde.

 

É um facto que o actual Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, já encetou algumas medidas nesse sentido, mas ainda muito pouco, algo que me tem deixado um pouco apreensivo e até mesmo descrente em relação às mudanças que urge fazer no sector.

 

Entretanto, a propósito da notícia que dava conta que alguns doentes com Esclerose Múltipla estão neste momento privados do tratamento necessário, e que o Estado tem a obrigação de garantir, o ministro da tutela referiu que esses casos referem-se a alguns hospitais onde existem parcerias público-privadas, e que é da responsabilidade desses hospitais manter o tratamento adequado aos doentes com EM, algo que advém das condições contratuais.

 

Eu até aceito que o ministro diga que é da responsabilidade dos referidos hospitais, mas assusta-me quando alguém interpela o ministro da saúde sobre a falta de tratamento aos doentes com Esclerose Múltipla (e podia ser outra doença qualquer) e ele responde: “Isso é da responsabilidade dos hospitais…”, “… que está no contrato…”. É deveras preocupante.

 

Ainda que a responsabilidade caiba na totalidade aos hospitais, por via do que foi estabelecido contratualmente com o Estado, o ministro da tutela nunca poderá sacudir a água do capote, como se um contrato invalidasse a existência do verdadeiro problema, isto é, os doentes estarem sem tratamento adequado.

 

Como referi, há mesmo muito a mudar no Serviço Nacional de Saúde e, principalmente, nas parcerias público-privadas que, ao que parece, não servem os interesses dos cidadãos. Serão este ministro e este governo capazes de concretizar essas mudanças?

Teodora, a culpa é do sonoro

Teodora Cardoso é a presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP). Poderíamos ficar já por aqui e perguntar: Para que serve o Conselho de Finanças Públicas? Para nada. É apenas mais um organismo para alimentar mais umas quantas sanguessugas do Estado. Serve também para fazer politiquice. E é aqui que vamos estacionar e contemplar o brilhantismo de Teodora Cardoso, enquanto ilustre politiqueira e maestrina na arte de coordenar e subordinar-se a manobras de maquiavelismo político.

 

Actualmente, trava uma acesa disputa pela liderança do campeonato da jarretice política com Medina Carreira. Não consigo adivinhar quem vencerá este mano-a-mano. Eles estão mesmo bem um para o outro. Afirmam-se como alguém que não segue ideologias políticas, ambos se autodeterminam como guardiões da chave do sucesso económico para o país, mas até agora nenhum deles ousou concretizar.

 

Durante os quatro anos de governação de Passos e Portas, Teodora foi uma autêntica fiadora das suas políticas, um fortim do neoliberalismo. Tudo corria bem no país das maravilhas em que vivia Teodora. Ela dava pulinhos a cada subida de impostos, rodava a saia sempre que ouvia falar de cortes e até soltou uns gaudiosos traques a cada aprovação do Orçamento do Estado, rivalizando com as girândolas domingueiras da Maria e do Aníbal, à lareira.

 

E eis que de repente tudo mudou no país das maravilhas de Teodora. Tudo se tornou escuro como breu. Os subsídios retiraram-lhe o sono. Previsões optimistas também não são do seu agrado, porque segundo a própria dão mau resultado. O Orçamento do Estado já não a entusiasma. Faltam medidas concretas. Há um risco elevado de incumprimento. Agora tudo é incerto, tudo vai desmoronar. Mas, atenção! Lembremo-nos que estas súbitas alterações de pensamento não têm qualquer relação com a mudança de Governo. Até porque como já foi referido, Teodora Cardoso não tem ideologia política. A sua ideologia é a da racionalidade económica (palavras da própria), algo que a dupla Passos/Portas praticava com elevada proficiência.

 

Teodora passou de personagem do cinema mudo para estrela do cinema sonoro. As posições concordantes com as políticas de Passos e Portas foram mera coincidência… Não vou agora ironizar com as tomadas de posição da xô dona Teodora. E digo mais, eu até acredito quando ela diz que não possui ideologia política. Passos e Portas também não sabem o que isso é. E como ela os segue cegamente, é muito natural que esteja a dizer a verdade.

 

 

Factos e pérolas dos discursos do 25 de Abril

Hoje, dia 25 de Abril, comemora-se os 42 anos da Liberdade. Nas habituais cerimónias de comemoração na Assembleia da República, assistiu-se aos discursos da praxe por parte dos partidos representados, do Presidente da Assembleia da República e do Presidente da República.

 

Não pretendo escalpelizar os diversos discursos, nem sequer me vou alongar com considerações individuais, já que quase todos demonstraram uma visão mais ou menos adequada à realidade. Contudo, não posso deixar de salientar alguns factos e até mesmo algumas pérolas proferidas por algumas individualidades.

 

Primeiro facto, o evidente distanciamento em relação à União Europeia, revelado principalmente pelos partidos de Esquerda, mas também pelo próprio Presidente da República. O que não é de estranhar, tendo em conta a indiferença com que as instituições europeias têm tratado os seus cidadãos, nomeadamente os mais desfavorecidos. Tal como Catarina Martins já havia dito, a União Europeia é hoje um projecto contrário aos direitos humanos. É um facto.

 

Segundo facto a salientar, a presença dos capitães de Abril na Assembleia da República e o eterno reconhecimento ao papel fundamental que tiveram na conquista da liberdade.

 

Agora as pérolas. A primeira pérola saiu da boca de Nuno Magalhães (CDS), quando disse que o seu partido foi o que mais contribuiu para a integração de Portugal na Europa. Portanto, ficamos a saber que afinal o CDS não só já deitou fora a ideia de referendar a continuidade de Portugal na União Europeia, como tem contribuído, e muito, para a inclusão de Portugal no seio da mesma. Anedótico.

 

Mais anedótico foi ouvir da boca de Paula Teixeira da Cruz (PPD/PSD), que o seu partido está seriamente preocupado com uma suposta falta de liberdade nas instituições sindicais. Ele há coisas de que nem o diabo se lembraria…

 

Nota de rodapé: Para quando o fim das enfadonhas saudações efectuadas no início de cada discurso, onde são salientadas diversas individualidades? Principalmente no dia de hoje, onde se comemora a Liberdade e a Igualdade, seria bonito deixar de lado estes rococós protocolares e, de uma vez por todas, dirigirem-se aos cidadãos de forma equitativa. Bastaria dizer: “Exmas Senhoras e Exmos Senhores…”, ou então, “Portugueses…” e estariam todos incluídos. Não sei, é só uma sugestão.

E é isto sempre que morre um grande artista

Sempre que morre uma superestrela da música assiste-se a uma onda de consternação à escala planetária. Os facebooks e twitters despejam lágrimas de pesar e a comunicação social (que tem responsabilidades acrescidas) desdobra-se em prantos e elogios póstumos.

 

E o que tenho eu contra todo este aparato? Quase nada, excepto o facto de não perceber a razão pela qual a comunicação social, em especial as rádios, que já há muito tempo abdicaram de falar e passar a música dos grandes artistas do nosso tempo, vêm agora bradar aos céus que desapareceu mais um grande artista, como se realmente se importassem com isso (não me refiro à perda do ser humano em questão, mas à perda do artista).

 

Há muito que as principais rádios ignoram a existência e o legado dos grandes artistas. A título de exemplo, desde o início de 2015 até à presente data, artistas como Bob Dylan, Mark Knopfler, Ringo Starr, Brian Wilson, James Taylor, Neil Young, Prince, David Gilmour (os próprios Pink Floyd lançaram o seu último capítulo há não muito tempo, em 2014), Keith Richards, David Bowie, Elton John, Iggy Pop, entre outros verdadeiros grandes artistas, lançaram novas canções. Alguém se recorda de ter ouvido estes nomes nas rádios? Alguém me sabe dizer em que estação se pode ouvir as novas canções destes grandes heróis da música? Pois… quer-me parecer que é uma tarefa quase hercúlea. E já agora, alguém tem ouvido falar por aí de Leonard Cohen, Nick Cave, Van Morrison, Patti Smith e Paul McCartney (só para acrescentar mais alguns)?

 

Mas quando morre alguém realmente “grande” (Michael Jackson, BB King, David Bowie e, agora, o Prince), querem logo tomar parte dessa onda emotiva, exponenciada pelo reflexo facebookiano a que todos adoram associar-se e, se possível, protagonizar um momento especial (ainda que oco) que permita amealhar mais uns likes. Assistimos a uma espécie de reminiscência mecânica, cujo único objectivo é mesmo só tomar parte do que é moda. Porque na verdade é isso que esta gente faz, nada mais nada menos que transformar a morte de uma grande personalidade num momento mediático que possa trazer audiência e likes, muitos likes.

 

Dizem eles: “Morreu o artista, fica o legado”, como se estivessem realmente interessados em perpetuar esse legado. Como se informassem os seus ouvintes ou passassem as excelentes músicas (as antigas, mas sobretudo as novas) que os verdadeiros artistas como os que acabei de referir vão lançando. Tretas! Eles gostam é dos Jay-Zs, dos Drakes, das Beyoncés, das Rihannas, dos Kanye Wests, das Adélias e outras cenas assim tipo… ya meu tás a ver?!

 

Os grandes génios que ainda vivem e, felizmente nos vão presenteando com música de verdade, já há muito que receberam a certidão de óbito por parte das principais rádios e outros meios de comunicação social. Por isso, não me venham com essa fingida devoção. Derramar lágrimas de crocodilo pelo desaparecimento de alguém de quem já nem se lembram que existe? Não sejam hipócritas.

 

Pior ainda é aparecer agora uma qualquer marca de telecomunicações ou de cerveja, a inundar os canais de TV e as rádios ao som de “Purple Rain”, aproveitando a onda do momento para facturar mais algum.

 

Tenham vergonha!

A Paixão do Jesus

Bruno Paixão foi o árbitro escolhido para apitar o jogo entre o Moreirense e o Sporting, no passado Sábado. Sei que já lá vão dois dias, mas como a jornada só termina hoje com a realização dos jogos entre o Braga e Tondela e entre o Benfica e o Vitória de Setúbal, ainda estou dentro do prazo aceitável para me pronunciar sobre o jogo dos leões.

 

E o que tenho eu a dizer sobre esse jogo? Na verdade, não tenho muito para dizer, apenas quero salientar que se tratou de mais um jogo em que os três pontos foram oferecidos ao Sporting.

 

Na antevisão do jogo, Jorge Jesus disse: “Bruno Paixão é um dos árbitros de que eu gosto.”, “Bruno Paixão é um bom árbitro… Temos confiança total…”.

 

E não é que Jesus tinha todas as razões para estar tão confiante e tão “apaixonado” com a nomeação de Vítor Pereira? Curiosamente, Jorge Jesus acabou por ser expulso, já no último quarto de hora da partida, mas os três pontos, esses já estavam no bolso. O Sporting venceu com um golo irregular de Slimani, que a maioria da comunicação social fez questão de ignorar, preferindo aludir a um segundo golo apontado pelo Sporting (também esse em fora de jogo, mas devidamente sancionado) deixando a ideia que esse golo teria sido legal. Ou seja, passar a ideia de que são penalizados, quando na verdade são fortemente favorecidos.

 

Enfim, continuamos a assistir a uma comovente protecção por parte da comunicação ao Sporting e às habituais patéticas declarações dos dirigentes leoninos, que insistem em fazer figuras de parvo. Mas que eles têm um jeitinho especial para isso, lá isso têm…

“Apropriação indevida” significa roubar?

Na minha terra um ladrão é um ladrão. E um ladrão é alguém que rouba e age de má-fé. Não consigo entender a razão pela qual se tornou habitual recorrer-se a eufemismos para classificar as atitudes de uma certa casta de criminosos.

 

O mais gritante e recente caso tem como protagonista Duarte Lima que, segundo consta foi acusado pelo Ministério Público de “abuso de confiança” e “apropriação indevida” de mais de cinco milhões de euros que pertenciam a Rosalina Ribeiro. Como é do conhecimento público, Rosalina Ribeiro foi assassinada no Brasil (em 2009) na mesma altura em que Duarte Lima se encontrava no país e, curiosamente, nos mesmos lugares onde a vítima viveu as suas últimas horas. Mas isso são contas de outro rosário, já que o julgamento desse crime ocorrerá no Tribunal de Saquarema, no Brasil.

 

Por cá, Duarte Lima terá de enfrentar novamente a Justiça pelos crimes de que é agora acusado, ainda que beneficiando desta subtileza semântica. Como o ex-líder da bancada parlamentar do PPD/PSD (que suportava o governo de Cavaco Silva), parte com a vantagem de ser apenas alguém que se “apropriou indevidamente” de algo que não lhe pertencia, não me admira nada que até venha a sair incólume desta acusação.

 

Tal como referi, Rosalina Ribeiro foi assassinada em 2009, sendo que o dinheiro já se encontrava numa conta bancária de Duarte Lima na Suíça, desde 2001. É também do conhecimento público que Rosalina Ribeiro terá exigido a Duarte Lima a devolução do referido montante inúmeras vezes. E porquê? Porque era dinheiro que lhe pertencia. Duarte Lima nunca devolveu esse dinheiro. E porquê? Porque é um ladrão.

 

Recorde-se que Duarte Lima alegou que a transferência daquele montante para a sua conta bancária se deveu à cobrança de honorários, enquanto advogado da vítima. Ainda que isso fosse verdade, continuaria a ser um roubo monumental.

Abstenções ruidosas

Há abstenções que são mesmo muito ruidosas. A abstenção não é novidade para os portugueses, desde o eleitor comum que, não raras vezes, abdica do seu direito de voto até aos mais elevados políticos que, também muitas vezes exercem esse “direito” de se abster de votar determinadas matérias.

 

Abster é isso mesmo, é recusar exercer o direito de voto. É não querer votar a favor nem contra. É alhear-se da responsabilidade de que um indivíduo está incumbido. No que respeita aos eleitores que se abstêm, não tenho muito a dizer, apenas que não têm o direito de reclamar das políticas implementadas pelos cidadãos eleitos em sua representação, sobre os quais eles próprios se recusaram escolher. Já ao nível da Assembleia da República, considero uma tremenda irresponsabilidade que um deputado se esconda na abstenção de votar determinadas matérias. A Assembleia da República é a Casa da Democracia, por excelência, é o maior órgão legislativo e o que tem maior competência política.

 

Custa-me constatar, infelizmente com bastante frequência, que muitos deputados se abstêm de votar um vasto rol de matérias importantes, sendo que na maioria dos casos o fazem em rebanho, isto é, por bancada partidária.

 

Esta quarta-feira, a subcomissão de Ética votou um documento que defende que não há incompatibilidade entres as funções parlamentares de Maria Luís Albuquerque e o cargo de directora não executiva na empresa Arrow Global. Devemos ainda relembrar que tudo isto acontece poucos meses depois da ex-ministra ter deixado a pasta das Finanças. Portanto, o parecer dos deputados é que não há incompatibilidade, pelo menos para uma parte dos deputados chamados a pronunciar-se sobre o assunto. O parecer da subcomissão teve os votos favoráveis do PPD/PSD e do CDS, os votos contra do BE e do PCP e o PS, bem, o PS absteve-se. O PS não acha certo nem errado. Para o PS a ética goza de neutralidade e a promiscuidade não carece de condenação ou aprovação. Em política, esta atitude de ficar mudo e quedo no seu canto revela, quase sempre, um ruído ensurdecedor ou, como diz o povão, que o rabo está por aí trilhado em alguma esquina.

Oposição hiperactiva

Os últimos dias têm revelado um frenesim por parte dos partidos da oposição.

 

O PPD/PSD desafiou o governo a avançar com nova reforma na Segurança Social; a implementar medidas que visam a melhoria da qualificação dos portugueses (educação e formação); pediu esclarecimentos ao Ministro da Defesa por causa da demissão do CEME (Chefe do Estado Maior e do Exército); o PPD/PSD quer saber se o “banco mau” enunciado por António Costa vai onerar os contribuintes; quer o Ministro da Educação e o Secretário de Estado do Desporto a dar explicações sobre a demissão deste último; e, finalmente, apresentam medidas que visam a valorização do território…

 

O CDS também vive um momento de soltura política e também quer o Ministro da Educação no Parlamento para dar explicações sobre a demissão do Secretário de Estado; também quer que o “amigo” de António Costa vá ao Parlamento explicar-se; propõem um pacote de medidas para prover a natalidade e a família (sendo que não especificou qual o conceito de família a usar). Gosto particularmente da proposta de alargamento aos avós do direito de gozo da licença parental. Também achei piada à proposta que prevê estender o horário de funcionamento de creches e estabelecimentos pré-escolares para o período nocturno e fim-de-semana. Mas estas são apenas duas das muitas propostas que o CDS pretende apresentar, agora que se encontram na oposição. E a acrescentar a tudo isto, ainda propõe a criação de uma comissão parlamentar para avaliar a implementação de todas os projectos enunciados e ainda um “portal online” onde esteja toda a informação sobre estas políticas.

 

Depois de quatro anos em que nada fizeram para reformar o sistema de Segurança Social, onde bateram todos os recordes no que respeita à oneração dos contribuintes como forma de tapar os enormes buracos da alta finança, depois de terem sobrecarregado as famílias portuguesas com um aumento colossal de impostos e cortes no rendimento, depois de terem derruído as esperanças dos jovens e das jovens famílias, levando muitos destes a emigrarem e, sobretudo, depois de aparentemente terem ultrapassado a fase do azedume pós constituição do actual governo, querem, agora que estão na oposição, propor que os outros façam aquilo que nunca se interessaram em fazer, sendo que algumas das propostas são um absurdo.

 

A oposição está agora na fase de hiperactividade que, apesar de ser preferível à do marasmo, não deixa de evidenciar um certo estado patológico.

Pode ser um contrato “à Sérgio Monteiro”?

O PPD/PSD informou que vai requerer o acesso ao contrato estabelecido entre o governo e Diogo Lacerda Machado que, supostamente está a representar os interesses do Estado Português em casos como o da TAP, entre outros.

 

O PPD/PSD desconfia que Diogo Lacerda Machado esteja a trabalhar sem vínculo contratual e exige a António Costa que este apresente o contrato de prestação de serviços. Já todos conhecemos bem as preocupações que o PPD/PSD tem com os trabalhadores precários, pelo que não resisto em perguntar-lhes se o contrato pode ser um daqueles “à Sérgio Monteiro”.

O fundo do FCP é um pouco mais acima

Foi o próprio Presidente do FCP, Pinto da Costa, quem afirmou que o clube “bateu no fundo”. Nessa altura, o FCP ainda não tinha perdido em Paços de Ferreira, algo que aparentemente colocou o FCP ainda mais fundo.

 

Não faltam analistas da bola, pensadores do futebol e outros especialistas da modalidade a aparecer com um amontoado de estatísticas que ajudam a corroborar a tese de que o FCP está mesmo no fundo do fundo. Mas será mesmo assim? Será que aquilo que se está a passar com o FCP é algo inédito no futebol português? É que estatísticas há para todos os gostos. Querem ver?

 

Dizem que o FCP está a fazer uma das piores épocas de sempre. Que não é normal o Porto estar tantos anos sem vencer. Que ainda faltam cinco jornadas para terminar o campeonato e o Porto já está a 12 pontos do líder.

 

Então recordemos alguns factos:

 

- Nos últimos 20 anos, o FCP venceu 13 campeonatos;

- Em 2002/2003 o FCP venceu o campeonato com 86 pontos, o Benfica foi segundo a 11 pontos e o Sporting terceiro a 17 pontos;

- Em 2005/2006, o Porto venceu o campeonato com 79 pontos, o Benfica ficou em terceiro a 12 pontos;

- 2006/2007: o Porto voltou a vencer;

- 2007/2008: o FCP venceu o campeonato com 69 pontos, o Sporting foi segundo a 14 pontos e o Benfica quarto a 17 pontos;

- 2008/2009: Porto primeiro, Benfica terceiro a 11 pontos;

- Entretanto, o FCP acabava de ganhar quatro campeonatos seguidos…

- 2010/2011: Porto volta a vencer com 84 pontos, o Benfica foi segundo a 11 pontos e o Sporting terceiro a, imagine-se, 36 pontos

- 2011/2012: o Porto venceu com 75 pontos e o Sporting foi quarto, com 16 pontos

- 2012/2013: o Porto venceu com 78 pontos e o Sporting foi sétimo, sim, sétimo a 36 pontos

 

E podíamos recuar mais uns anos até à década de 90… onde em 94/95 o Benfica foi terceiro a 15 pontos; 96/97 o Benfica foi terceiro a 27 pontos; 97/98 o Sporting foi quarto a 21 pontos e em 98/99 o Benfica voltou a ser terceiro a 14 pontos

 

Portanto, apesar de considerar normal que qualquer adepto do FCP não esteja satisfeito com o desempenho da equipa nestas três últimas temporadas, não me parece muito normal que a comunicação social e seus especialistas da bola caiam em cima do clube, como que se aquilo que está a acontecer ao FCP fosse inédito, ou o maior desaire desportivo a que o futebol português assistiu nos últimos anos.

 

Será que, finalmente, os incrédulos estão a reconhecer que o FCP é mesmo o mais forte clube português das últimas décadas? E por isso fingem não compreender este período de seca… Que estranha forma de reconhecer a grandeza de um clube.

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