Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

RAPIDINHA

Diz o gajo que proibiu o exercício da actividade política a vários partidos da oposição e que cancelou a realização de eleições no seu país.

Relatório minoritário ou bomba atómica?

No passado Sábado, o jornal Expresso publicou uma notícia que dava conta da existência de um relatório sobre Tancos que era “arrasador para o ministro e para os militares”. Contudo, pouco depois da publicação da “notícia”, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) informou que o Centro de Informações e Segurança Militar (CISMIL) não produziu qualquer relatório sobre o assunto.

 

Na sequência do desmentido, o jornal Expresso voltou à carga reiterando que o relatório existe e é verdadeiro. Ontem, no Jornal da Noite da SIC, Pedro Santos Guerreiro (director do Expresso) voltou a afirmar que o relatório existe e é verdadeiro. Reparem que ele até tinha um exemplar em cima da mesa. Era um daqueles classificadores de plástico com o importante pormenor de ter a capa transparente, para que pudéssemos verificar que, logo na primeira página, estava escrito “Relatório Tancos”. Só pode ser verdadeiro.

 

Pedro Santos Guerreiro disse ainda que “o relatório foi feito entre 6 e 22 de Julho” e fez questão de sublinhar que “foi feito a seguir ao desaparecimento do armamento em Tancos”, não fosse alguém pensar que o relatório havia sido feito antes do desaparecimento. Disse também que “o relatório tem 63 páginas” e, apesar de não ter sido suficientemente minucioso (sabemos que o tempo em televisão é precioso) deu para perceber que o relatório terá sido escrito no tipo de letra Arial, tamanho 12, espaçamento 1,5 e alinhamento à esquerda. Esta do alinhamento à esquerda é que não tenho bem a certeza…

 

Mas, o senhor Pedro Santos Guerreiro esqueceu-se de esclarecer um pequeníssimo detalhe: Quem fez o relatório? Quem assinou o relatório? Não tem que revelar as fontes para responder a estas questões.

 

A jornalista Clara de Sousa ainda colocou a pergunta, mas o senhor director do Expresso fez orelhas moucas e prosseguiu com a matéria estudada. Ora, insistindo em não revelar qual a entidade que produziu e assinou o dito relatório, o jornal Expresso assume toda a responsabilidade na execução e divulgação do mesmo. O que significará dizer que o relatório é um embuste, bem como o jornal que o publica. Será assim que desejam ser considerados?

 

Pedro Santos Guerreiro disse ainda que, já na próxima edição do jornal (próxima Sexta-feira, à boca das urnas) serão publicadas mais informações sobre o assunto. Crê-se, no entanto, que a partir da próxima Segunda-feira o assunto passe a figurar apenas nas notas de rodapé.

 

Só para terminar, será que só eu é que ouvi o Pedro Santos Guerreiro dizer que “há armamento nuclear a circular não se sabe onde”. Armamento nuclear? Portugal tem (ou tinha) armamento nuclear, senhor director do Expresso?

 

Este relatório minoritário do jornal Expresso promete ser uma autêntica bomba atómica... à portuguesa.

Maria Almadense Cascalense de Braga

Maria Luís Albuquerque é natural de Braga, reside em Cascais e é candidata à Presidência da Assembleia Municipal de Almada. Quando tomei conhecimento destes factos lembrei-me logo do Zé Brasileiro Português de Braga. Maria Luís Albuquerque ainda se arroga conhecer melhor os problemas de Almada do que as pessoas que lá vivem. E para ajudar ainda mais à festa, a sua principal promessa é baixar os impostos no concelho. Parece que é a sua especialidade... Vá, não se riam que o assunto é sério.

 

Maria Almadense Cascalense de Braga

Swaps na sacola e a baía aos pés

Vendeste o que pudeste, compraste quem és

Tua pedantice é um fenómeno das marés

Maria Almadense Cascalense de Braga

Não largas as calças do aluno preferido

Que te mantém à tona, é mesmo um querido

Na "Riviera Portuguesa" e outras avenidas

Comeis caviar, não há noites perdidas

Com a algibeira cheia de massa salarial

Paga pelo povo ou pela Arrow Global?

De Cascais a Almada é um salto de pardal

Maria que te divides em quantas puderes

Que conheces Almada melhor que os eleitores

Mas o povo até do Cristo-Rei enxerga o mar profundo

Maria Almadense Cascalense de Braga

Cascalense do mundo

(Em breve vai ao fundo)

 

(Inspirado no "Zé Brasileiro Português de Braga" de António Sala e Vasco de Lima Couto)

Tony, uma jóia de moço

Tony Carreira está acusado de 11 crimes de usurpação e contrafacção. O Ministério Público acusou o cantor de plagiar 11 músicas, com a ajuda do seu colaborador de longa data Ricardo Landum, que também está acusado dos mesmos crimes mas, ao que parece, apenas em 9 temas. A dupla maravilha apropriou-se de canções de outros artistas e publicaram-nas como se fossem suas.

 

Como se sabe, a queixa partiu da editora Companhia Nacional de Música já em 2012, mas o Ministério Público só agora produziu a acusação. Saliente-se que este assunto é do conhecimento público há cerca de 10 anos, altura em que todos puderam tomar conhecimento das fontes de inspiração de Tony e Landum. Não se percebe porque demorou tanto tempo a produzir a acusação.

 

Qualquer pessoa cujas capacidades auditivas não estejam comprometidas percebe facilmente que as canções visadas são casos flagrantes de plágio. Nalguns casos, nem se deram ao trabalho de alterar a letra.

 

Entretanto, o Tony, que é uma jóia de moço, tem-se desdobrado em entrevistas televisivas, na esperança de limpar a sua imagem. Tony alega que estão a tentar denegrir a sua imagem e aponta que quem tem uma atitude destas “não tem um bom íntimo”, “não é de boa índole”. Curiosas afirmações vindas de alguém que construiu uma carreira à custa da apropriação do alheio. Vá, chega de paninhos quentes, “apropriação do alheio”, “usurpação”, “utilização indevida” são expressões para os advogados usarem, o que aqui se fala é de roubo! Sim, o Tony e o Landum roubaram à grande e acumularam riqueza em cima desses roubos. Considere-se ainda que, Ricardo Landum, há não muito tempo atrás processou um cantor brasileiro, chamado Gusttavo Lima. Ricardo Landum acusou Gusttavo Lima de este lhe ter usurpado um tema que compôs para outra pérola da música portuguesa, de seu nome Leandro. Trata-se da canção “Que Mal Te Fiz Eu”, que o cantor brasileiro terá usado sem autorização de Landum, que no exercício da defesa dos seus direitos, processou o cantor brasileiro. Consta que Landum terá sido indemnizado em algumas centenas de milhares de euros. Agora que estão a ser acusados de apropriação indevida de direitos que não lhes pertencem, reagem da forma que se vê, como se fossem vítimas. Resta saber se o tema que Landum diz ser de sua autoria é realmente seu. Cá para mim ainda viremos a descobrir que pertence a uns Pimpinela quaisquer.

 

Mais, eu duvido que alguma música do Tony Carreira e do seu compincha Landum sejam originais dos próprios. Talvez tenhamos mais novidades sobre estes dois e seus artistas afiliados num futuro próximo. Quem quiser divertir-se pode começar já por investigar os filhos do Tony. As Tentações é que conheciam bem o Tony, mas ninguém lhes deu ouvidos…

 

O Tony, que é uma jóia de moço, disse ainda, em sua defesa, que já resolveu o assunto em relação aos temas que suscitam dúvidas de pertencerem a outros artistas. Dúvidas? Mas quais dúvidas? Tony disse que chegou a acordo em 3 desses casos, mas não teve a coragem de explicar esses acordos e, pior que isso, não foi capaz de clarificar em que situação ficaram os restantes temas. Deixou cair a ideia que “os outros não se queixaram”. Isso quererá dizer que o Tony, provavelmente continua a utilizar esses temas como se fossem seus. Saberemos disso, entretanto.

 

Tony disse também que não deve desculpas a ninguém. Está enganado. Se fosse um verdadeiro profissional (se fosse profissional não roubava canções), digamos antes, se fosse minimamente profissional, ou se tivesse o mínimo de respeito pelos outros artistas, pelos seus fãs e pelo público em geral, certamente sentir-se-ia no dever de pedir desculpas pelo sucedido. Dizer que foi ingenuidade ou inexperiência da sua parte não é mais do que tentar fazer passar a ideia do falso-inocente, algo típico neste tipo de personalidade. Na verdade, Tony tem conseguido levar a sua estratégia e fazer com que muitos acreditem na sua inocência, o que é incrível. Bom, não podemos ficar alheios às magníficas campanhas de limpeza de imagem que alguns canais de televisão, jornais e revistas tiveram há cerca de 10 anos (quando o caso rebentou), bem como agora. O Tony tem (sempre teve) via aberta nos meios de comunicação social e, como bem sabemos, em Portugal, basta aparecer na TV, de preferência num programa transmitido em alta definição, para que se consiga passar a ideia do bom rapazinho. E o Tony é isso mesmo. Um bom rapazinho que até dá uns trocos, de vez em quando, aos bombeiros da Pampilhosa, vejam só! Só ainda não deu para perceber a razão pela qual a comunicação social se prostra tanto para o Tony. Será ele o verdadeiro dono disto tudo?

 

O mais curioso é apreciar a quantidade de gente que, depois de tão claras evidências, ainda é capaz de o defender. Eu não conheço o Tony, mas caso conhecesse ou fosse amigo dele, jamais seria capaz de o defender neste caso, pois isso seria o mesmo que passar um atestado de incapacidade mental a mim próprio. De certa forma, até fico satisfeito que o Tony consiga engrupir tanta gente. É que quem se deixa ludibriar desta maneira, não merece outra coisa. O que me chateia é que o meu sentido de justiça fala sempre mais alto. Mas por que raio é que eu tenho esta mania de ser honesto? Já devia ter percebido que em Portugal isso não dá bom resultado...

 

Será assim tão difícil perceber que plágio é crime? Plagiar é roubar e roubar é crime. Certo? Imaginem só, vai um marmanjo na rua (um tipo qualquer, pode chamar-se António Manuel ou Francisco Manuel, escolham vocês) e mete a manápula na mala da dona Pimpinela, que passeia distraidamente pela praça, sacando-lhe a carteira cheia de notas (tinha acabado de levantar a reforma) e desata a fugir. Nisto, um polícia que estava ali por perto vai atrás do marmanjo para o deter e, eis que do nada, aparece um bando de pessoas a insultar o polícia, chamando-o de invejoso, frustrado, que não tem vida própria e coisa e tal, incitando-o a deixar o marmanjo em paz, porque o marmanjo é uma jóia de moço, ele até deixou uma moedinha na lata do pedinte que estava ali deitado no chão. Mas fugiu com o maço de notas. Estão a ver? É a mesma coisa.

 

Pois é… por certo, ainda vamos continuar a ver por aí muita gente a defender o Tony, com unhas e dentes, acusando todos os que o criticam de terem inveja dele. Hilariante! Quem poderá ter inveja de alguém que comete crimes? É preciso ser-se muito pequenino, que é como o Tony deverá estar a sentir-se agora.

 

Este país é mesmo um paraíso para os corruptos, sobretudo para os bem-sucedidos, sejam eles políticos, empresários, banqueiros ou cantores. Em certa medida, este caso serve também para demonstrar a razão pela qual as coisas em Portugal são como são. Que as pessoas tenham fraco gosto musical é aceitável, agora que defendam criminosos só porque esses lhes parecem fofinhos, já é algo que fica muito para lá do tolerável.

 

Ai destino, ai destino…

(para quem só entende carreirês: Zingarella, zingarella…)

Os doentes também estão em greve?

Os enfermeiros estão em greve desde a Segunda-feira passada até à próxima Sexta-feira. Assim está bem. Se é para fazer greve há que fazê-lo em grande, nunca menos de 5 dias seguidos. Esta greve tem algumas particularidades, entre as quais se pode destacar o azedume que existe entre a classe dos enfermeiros e a classe médica. Contudo, há um traço comum entre esta greve e as greves que os médicos costumam fazer - o facto de NUNCA uma greve destas duas classes profissionais englobar dias feriados e fins-de-semana. Isto é relevante, se considerarmos que uma das eternas queixas destas duas classes é o facto de trabalharem muitas horas, vários turnos, não terem feriados nem fins-de-semana.

 

A actual greve (em curso) tem uma outra singularidade que merece ser destacada. Desde Segunfa-feira que tenho ouvido vários enfermeiros afirmarem que "os serviços estão garantidos, que os blocos operatórios não estão fechados e que nenhum doente está sem acompanhamento". Estas afirmações têm sido reproduzidas diariamente para as câmeras de televisão, enquanto se pode ver a multidão de enfermeiros sorridentes, aos saltos e a entoar cânticos de claque e/ou caloirada.

 

Ora, impõe-se perguntar se os doentes também estão em greve. Veja-se, mais de 80% dos enfermeiros então em greve, no entanto, os próprios referem que os serviços não estão em risco e que nenhum doente está sem acompanhamento de enfermagem. Bem, das duas uma, ou há excesso de enfermeiros no SNS ou então os doentes estão solidários com os enfermeiros e também estão em greve.

 

Afinal há outro traço comum entre as greves de enfermeiros e as greves dos médicos: ambos referem, SEMPRE, que os serviços e os cuidados aos doentes não estão postos em causa. Não vá alguém lembrar-se de acusá-los de imoralidade ou antiética...

Expliquem como se fôssemos muito Yupidos

Quase toda a gente já ouviu falar da “empresa” Yupido nos últimos dias. Mas o que se sabe até agora é deveras preocupante e levanta muitas outras questões. Para já sabe-se que a empresa foi constituída há cerca de dois anos, com um avultado capital social no valor de cerca de 243 milhões de euros. Sabe-se também que a empresa não tem funcionários, não tem vendas e, ainda assim, procedeu a um astronómico aumento de capital para 28,7 mil milhões de euros (cerca de 120 vezes mais do que o valor que constituiu a sociedade).

 

Consta que a empresa se dedica à prestação de serviços de consultoria para os negócios e gestão, tecnologia, design, marketing, contabilidade e auditoria, consultoria fiscal, serviços de informação, domiciliação de páginas e aplicações, programação, desenvolvimento de software, serviços administrativos, recrutamento e selecção de pessoal, formação, entre outras coisas, se for necessário também fazem barba e cortam cabelo e unhas, pelo meio ainda assam frangos e servem uns magníficos cafés.

 

Isto é, no mínimo, muito estranho. Portanto, uma empresa de ponta, que se propõe a fazer tudo, mas que em dois anos ainda não fez nada. E vale cerca de 29 mil milhões. Imaginem só quando começarem a trabalhar e a vender produtos e/ou serviços. Esta é a empresa que vai salvar o país.

 

Mas o que é realmente estranho é o facto de só agora, quase que por acaso, as autoridades terem decidido investigar o que está por detrás deste fenómeno. Veja-se, a empresa foi constituída em 2015, com um capital social de cerca de 243 milhões de euros, algo que por si só deveria ter chamado logo a atenção.

 

- A Conservatória do Registo Comercial não achou estranho o valor do capital social (inicial)? Não achou por bem comunicar à Autoridade Tributária e Aduaneira?

- Aquando do absurdo aumento de capital, a Conservatória do Registo Comercial voltou a considerar normal o procedimento?

 

Em ambas as situações, a AT não soube de nada? Achou normal uma empresa que se está a constituir ter este valor de capital social? Achou normal o aumento colossal do capital de uma empresa que, na prática, não tem actividade?

 

E o mais absurdo é que tudo isto foi publicado em Diário da República, que é só o jornal oficial da República Portuguesa. Acharam tudo normal? Nem sequer pensaram em averiguar (só por via das dúvidas)? Ou será que a República nem sequer dá conta daquilo que publica no seu jornal oficial?

 

Reparem, logo no momento inicial, ou seja, aquando da constituição da empresa, os proprietários (accionistas) tiveram que fazer prova do valor do capital social (243 milhões de euros). Tiveram que apresentar provas da existência de contas bancárias nesse valor. O Estado não achou estranho que, no momento da constituição da empresa, ou seja, na sua génese, tenha já um valor (em dinheiro) de 243 milhões de euros? O Estado não foi averiguar de onde apareceu esse dinheiro? Tão mau quanto tudo isto é pensar que o Estado nem sequer dá conta destas situações. Ou que não dispõe de mecanismos que desencadeiem uma pronta verificação dos factos.

 

Fica a sensação de que as instituições competentes fizeram tábua rasa sobre algo que levanta, logo à partida, inúmeras suspeitas.

 

Segundo consta, o aumento de capital foi feito por meio de entrada de bens que não são dinheiro, neste caso, parece que se deveu à incorporação de activos intangíveis. Os responsáveis da empresa informam que se trata de patentes, mas a verdade é que acabam por admitir que não existe, ainda, nenhuma patente registada. Portanto, não vejo como se possa atribuir valor a uma coisa que não existe.

 

Ora, este tipo de aumento de capital deve ser objecto de um relatório elaborado por um revisor oficial de contas (ROC). O relatório deve descrever os bens, identificar os seus titulares, e avaliar os bens (indicando os critérios utilizados para a avaliação). Na elaboração do relatório, o ROC deve também verificar se os bens objecto da entrada estão em condições de poderem ser utilizados na realização de capital e se são facilmente transaccionáveis para a sociedade.

 

O ROC, de seu nome, António Alves da Silva que, segundo consta, é a quinta-essência dos ROCs. Realmente, para uma operação desta grandeza, só o melhor dos ROCs para oficializar a coisa. Mas, que competência tem um ROC, seja ele que for, para proceder à avaliação de uma “startup tecnológica”? Que conhecimento pode ter um ROC em áreas como as tecnologias de informação, design, marketing, serviços de informação, domiciliação de páginas e aplicações, programação, desenvolvimento de software, serviços administrativos, recrutamento e selecção de pessoal? Que competência tem para aferir o valor de um activo intangível (assumamos que são as tais patentes)? Quais os critérios que utilizou na avaliação?

 

Falta apenas salientar que dois dos grandes cérebros desta “empresa” (o Torcato e o Besugo) foram formados na “escola de quadros do CDS”. Não sei como é que o CDS deixou escapar tamanha inteligência, mas suponho que deva ter sido por uma razão maior.

 

A relevante irrelevância dos U2

Ninguém duvida da relevância dos U2. A banda irlandesa é, por tudo aquilo que já fez, uma das mais importantes na história do rock. Álbuns como “The Joshua Tree” ou “Achtung Baby” são dois poderosos marcos históricos do Rock And Roll. Tounées como ZooTv ou PopMart são também dois grandes exemplos de como a banda não se limitou a inovar em estúdio.

 

Porém, há vários anos (e vários álbuns) que os U2 puseram de parte o seu lado mais inovador, tendo estacionado num estádio frívolo de criatividade musical. Desde o lançamento do álbum Pop (1997) que a banda não consegue surpreender, pelo menos a mim.

 

Agora, 20 anos depois de Pop e mais 4 álbuns de originais, os U2 confirmaram que vão lançar um novo álbum de originais, ainda este ano, com o nome “Songs of Experience”. O anúncio do lançamento de um novo álbum com este nome já havia sido feito em 2014, na altura em que lançaram o álbum “Songs of Innocence”, mas agora é a valer e os U2 acabam de dar a conhecer o single de apresentação do novo álbum, chama-se “You’re The Best Thing About Me” e pode ouvi-lo aqui. A banda já havia apresentado o tema “The Blackout” e também já andava a tocar ao vivo um outro tema que se chama “The Little Things That Give You Away”, portanto, já são 3 as canções do novo álbum que se conhecem.

 

E o que posso dizer sobre a experiência destas 3 canções? Posso constatar que os U2 continuam estacionados no parque da criatividade limitada. Dá a sensação que os U2 estão a competir com os seus imitadores ou, pior que isso, parece que estão consecutivamente a copiar deles próprios. Desde o final da década de 90 que os U2 estão completamente viciados em canções demasiado redondas, em álbuns virados para as vendas, para os êxitos fáceis e para a conquista de um público menos exigente. Os álbuns deixaram de ser arriscados e a banda passou a fazer as coisas muito certinhas e previsíveis, com canções monótonas que se confundem com as dos artistas mais popularuchos da actualidade. Falta ousadia e profundidade aos U2.

 

Como referi logo no início, os U2 têm uma relevância inquestionável no mundo da música, mas isso deve-se, sobretudo, ao que fizeram no século passado. Aquilo que têm produzido desde 2000 é incomparável com o que fizeram até então. Há quase duas décadas que os U2 são uma banda irrelevante no que respeita à inovação, à irreverência, ao experimentalismo e audácia. Os U2 estão estacionados e, ao que parece, bem acomodados na sua magnificente poltrona de uma, cada vez mais, relevante irrelevância.

 

Isto é jornalismo?

O Jornal Económico publicou uma notícia que dá conta de uma sondagem realizada pela empresa Aximage, sobre a “alegada dependência da comunidade cigana a subsídios”. Note-se que a referida sondagem foi pedida pelo Correio da Manhã e pelo Jornal de Negócios.

 

A mim bastou saber quem encomendou a sondagem para ficar logo de pé atrás. Ainda assim, dei o benefício da dúvida e li a notícia.

 

Comecemos pelo título, “Portugueses concordam com acusações de André Ventura a ciganos”. Será que a partir de uma sondagem, até mesmo daquelas que são sérias, se pode afirmar peremptoriamente que os portugueses concordam com isto ou com aquilo? Eu sou português e discordo daquilo que o figuro do PSD candidato à Câmara Municipal de Loures afirmou.

 

O corpo da notícia esclarece que a questão colocada aos inquiridos, afinal, não é a que vem descrita no lead da notícia. Ou seja, não é referido aos inquiridos a questão da subsidiodependência, mas sim “um suposto favorecimento a ciganos na atribuição de habitações sociais e ocupação de espaços públicos”. São coisas completamente diferentes.

 

Mais? Sim, há mais. A notícia informa que “a sondagem inclui pessoas de todos os partidos”. Isso quer dizer que no universo de inquiridos são militantes, nos mais de vinte partidos políticos que existem em Portugal? A Aximage solicitou a apresentação do cartão de militante aos inquiridos? Ou apenas perguntou a que partido “pertenciam” (como se as pessoas fossem pertença dos partidos) e fez confiança? Deve ter sido esta última opção, já que também vem descrito na notícia que se pediu aos inquiridos que respondessem “com toda a sinceridade”, isto porque se fosse para distorcer a realidade a pergunta seria feita de modo normal, isto é, sem apelar à sinceridade.

 

Por último, importa salientar que a amostra é de 597 eleitores. Significativo.

 

Estranho o facto de o Jornal Económico fazer destaque a esta sondagem, principalmente com um título "à Correio da Manhã". Por falar em Correio da Manhã, fui lá dar uma voltinha (já estava com saudades) e não vi nada sobre a referida sondagem. Mas não perdi a viagem, pois fiquei a saber que a Madonna tem andado a passear a cavalo, que uma mulher cortou a “picha” ao marido, que a princesa engravidou outra vez, o Pedro Dias tentou fugir da cadeia, que há um GNR porno e que houve menos água em Agosto. Portanto, valeu a pena, como sempre.

A Proposta

Desenganem-se os cinéfilos, pois não vou escrever sobre aquele filme com a Sandra Bullock. Contudo, esta história também tem drama, romance e até comédia.

 

O que está aqui em causa são as propostas que alguns clubes europeus terão feito por William Carvalho. Após o fecho do mercado de transferências, Bruno de Carvalho disse que não chegou a Alvalade nenhuma proposta por William Carvalho, que alguns clubes terão manifestado interesse por jogadores do Sporting, por todos os jogadores do Sporting, disse ele. No entanto, fez questão de deixar bem claro que não houve nenhuma proposta concreta por William Carvalho.

 

Entretanto, David Sullivan (dono do West Ham) fez saber que apresentou uma “proposta recorde” por William Carvalho, mas que o Sporting recusou. David Sullivan foi mais longe afirmando que pouco antes do fecho do mercado, o Sporting contactou o West Ham no sentido de aceitar a proposta que haviam recusado anteriormente, mas que já era tarde demais.

 

Afinal, quem é que está a mentir? Não deve ser Bruno de Carvalho, ele não parece ser desse tipo. Eu acredito em cada palavra que ele disse. Eu acredito que muitos clubes tenham andado a namorar todo o plantel do Sporting, até mesmo o Paulinho. Eu próprio, se fosse dono de um grande clube de futebol preferiria contratar o Paulinho em vez de William Carvalho. Já vi o Paulinho a participar em peladinhas nos treinos em Alcochete e não tenho dúvidas que é bem melhor que o William.

 

Ao que parece, o West Ham, entre muitos outros “gigantes” europeus prefeririam contratar o William. O problema foi o dote. Sim. Segundo consta, a família do noivo exigia um dote no valor de 40 milhões de euros, ou mais… Mas a família da noiva não estava disposta a oferecer mais do que 30 contos e um saco de bolas, algo que me parece bastante justo, mas o Sporting recusou.

 

Por agora, o menino de “ouro” terá de continuar em Alvalade, mas em Bollywood já se está a preparar a sequela.