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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

RAPIDINHA

Diz o gajo que proibiu o exercício da actividade política a vários partidos da oposição e que cancelou a realização de eleições no seu país.

Porque não se demitirá Costa?

António Costa disse, numa entrevista à revista Visão, que não se demitirá caso volte a acontecer uma tragédia dos incêndios. Esta afirmação parece ter deixado, os do costume, a estrebuchar convulsivamente.

 

Independentemente das responsabilidades que se podem imputar aos responsáveis políticos, a declaração proferida por António Costa parece-me óbvia, aceitável e, até mesmo, um acto de prevenção face à problemática dos incêndios.

 

Porquê? Porque se António Costa cai na fatalidade de admitir que se demitiria, caso se verificasse uma nova catástrofe, aqueles que agora o atacam – os do costume – seriam os primeiros na fila dos incendiários, assim que a temperatura começasse a subir. Como Costa já afirmou que não se demitirá há menos um motivo para pegar fogo à floresta.

 

Cabras e ovelhas não podem ser "bode expiatório"

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Finalmente descobriu-se a solução para uma prevenção muito mais eficaz contra os incêndios. Em Portugal, o projecto do Governo passa pela implementação de “cabras sapadoras”, já em Espanha, optou-se antes pelo recrutamento de “ovelhas-bombeiro”. Apesar das muitas críticas, nomeadamente em Portugal, contra a implementação de “cabras sapadoras”, parece-me que a ideia é, de facto, excelente e só peca por tardia. Se durante anos e anos tivemos cabrões incendiários a proliferar por todo o país, chegou a hora de apostar nas "cabras sapadoras" e, eventualmente, nas "ovelhas-bombeiro".

 

Parece-me também que a solução portuguesa é a mais adequada, já que as cabras são animais mais ágeis e versáteis, com capacidade para desbravar todo o tipo de terreno. Além disso, sempre ouvi dizer que “ovelhas não são para mato”. Provavelmente, o facto de o ministro ser Cabrita não terá sido alheio à preferência.

 

Vejamos, faz todo sentido recorrer ao precioso auxílio dos animais para a execução dessa árdua tarefa que é limpar a floresta. As matas ficam limpas e os animaizinhos com o bucho cheio. Perfeito.

 

Se eu mandasse, iria mais além nesta brilhante ideia e recrutaria de imediato a Ovelha Choné para o Comando Nacional da Protecção Civil.

 

Mas, muita atenção, caso esta nova situação não apresente os resultados esperados, não podem usar as cabras e as ovelhas como "bode expiatório".

 

No privado é que é bom

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A eterna predilecção dos partidos de direita (PSD e CDS) pelo fomento do ensino privado, em detrimento do ensino público tem, de facto, várias razões. Umas são puramente ideológicas, porém, outras são de uma requintada e ostensiva ganância.

 

Segundo consta, muitos dos milhões de euros que o Estado Português entregou a colégios privados do grupo GPS serviram para pagar férias de luxo, viagens e cruzeiros, carros topo de gama, jantares que custaram milhares de euros, garrafas de vinho na ordem das centenas de euros, mobiliário, telemóveis, entre outras mordomias.

 

Ora, convém lembrar a posição que Passos Coelho e a sua direita tiveram quando, em 2016, o actual governo anunciou que não iria renovar os contratos de associação assumidos pelo governo de Passos e Portas, a partir deste ano (2018). Passos Coelho e a sua direita disseram, num tom muito incomodado e preocupado, que “o actual governo não podia acabar com este tipo de contratos com instituições privadas e que os mesmos eram de uma extrema importância”. Está visto que sim. Se é que ainda restavam quaisquer dúvidas.

 

E que ninguém pense que isto acontece apenas no grupo GPS.

E que ninguém pense que isto acontece apenas na educação.

 

Viva a iniciativa privada sustentada pelo Estado.

 

Aos cuidados do Sr. Ministro da Saúde

O ministro da saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que “é evidente que existe má gestão na saúde”. Trata-se, pois, de uma grande lapalissada, mas quando dita pela pessoa que tem como função e responsabilidade máxima de gerir a saúde em Portugal, a coisa ganha contornos para lá do absolutamente ridículo.

 

O senhor ministro disse ainda que “a má gestão existe também noutras áreas”, como se isso amenizasse a falta de rigor na gestão da saúde. Ainda acrescentou que, “basta ir ao portal do SNS para ver que há hospitais com muito bom desempenho e outros com muito mau desempenho”. Achará o senhor ministro da saúde que a má gestão acontece apenas nos hospitais? Achará também que o facto de haver hospitais muito mal geridos é algo que escapa às suas próprias responsabilidades?

 

Mais considerações ao cuidado do senhor ministro da saúde. Sendo que um dos principais problemas do SNS é o endividamento, que leva à degradação da qualidade do serviço, estará o senhor ministro empenhado em passar a pente fino todos os contratos (altamente inflacionados e lesivos ao Estado) efectuados no SNS? Refiro-me, objectivamente, aos contratos que o SNS faz com laboratórios e grandes distribuidores farmacêuticos e, inevitavelmente, aos contratos de parcerias público-privadas.

 

Se o senhor ministro da saúde fizesse bem o trabalho que lhe compete, não haveria tanto endividamento nem falta de meios, já que o Estado tem vindo (há décadas) a despender muito mais do que deveria pelo nível de serviços e produtos que adquire. Mas, como o próprio Adalberto Fernandes afirma, a “má gestão é um problema transversal” e “no mundo civilizado a sustentabilidade é uma utopia”.

 

Rápidas melhoras ao senhor ministro e seu ministério.

Objecta Marcelo

Marcelo Rebelo de Sousa promulgou o novo diploma sobre o financiamento dos partidos, depois de ter vetado a primeira versão. Basicamente, o novo diploma serve para eliminar o limite ao financiamento privado dos partidos.

 

Numa primeira fase, Marcelo vetou o diploma e apelou aos partidos para que justificassem as alterações propostas. Os partidos satisfizeram uma ínfima parte das pretensões do Presidente da República, mantendo o essencial da questão, ou seja, a eliminação do limite ao financiamento privado.

 

À segunda tentativa, Marcelo deixa passar o diploma, promulgando-o, mas reiterando a sua objecção de fundo à alteração que elimina o limite ao financiamento dos partidos. Na defesa da sua mudança de atitude, Marcelo diz que não está na presidência para "impor os seus pontos de vista minoritários" esquecendo-se que, o primeiro diploma que ele vetou também tinha o apoio de uma larga maioria parlamentar.

 

No fundo, o que Marcelo pretende transmitir aos portugueses é que sempre que PS e PSD estiverem de acordo, ele não será um obstáculo. É o velho sonho do chamado "bloco central".

 

Muito bem senhor Presidente, objecte com muita força, para que a imoralidade que acaba de promulgar não afecte a sua própria moralidade.

 

 

Spring break dos enfermeiros

Os enfermeiros estão em greve, hoje e amanhã, e apresentaram uma série de exigências ao governo, entre as quais o descongelamento das carreiras. Ora, não há melhor remédio para o descongelamento do que rumar ao sol, ao quentinho.

 

Segundo o sindicato, muitos enfermeiros aproveitaram o facto de estes dias de greve coincidirem com uma Quinta e Sexta para tirar partido de um fim-de-semana prolongado. O sindicato dos enfermeiros adiantou também que, uma fatia de enfermeiros preferiu deslocar-se até Salou, outros preferiram Marina d’Or, sendo que a esmagadora maioria preferiu Punta Cana. Contudo, antes da partida, houve um procedimento que se estendeu a todos os que optaram por efectuar esta pausa primaveril, ou seja, todos, sem excepção, foram submetidos a uma triagem na qual lhes foi atribuída uma pulseira especial – a pulseira VIP para o Pacha.

 

Boas férias e aproveitem bem o “solinho”.

 

Ronaldo: rei dos recordes

Há muito que deixaram de surpreender as notícias sobre os recordes de Cristiano Ronaldo, contudo o último recorde anunciado pelo próprio merece ser destacado. Na passada Segunda-feira, no decorrer da Gala das Quinas de Ouro 2018, Ronaldo disse que o seu hábito de bater recordes também se manifesta fora do campo, salientando que teve 4 filhos em 3 meses.

 

Bom, não sigo a vida pessoal do Cristiano Ronaldo, mas estou em crer que foram 3 filhos e não 4. Mas se ele diz que foram quatro, quem sou eu para contrariar? Ainda assim, 4 filhos em 3 meses não é grande recorde, ó Cristiano. Conheço um casal que teve quatro no mesmo dia.

 

Entretanto, Ronaldo tem sido muito destacado nas notícias desportivas, pelo facto de estar outra vez na máxima forma e, sobretudo, porque tem marcado muitos golos este ano. Algumas notícias destacaram o facto de, ainda em Outubro do ano passado, altura em que Cristiano Ronaldo tinha marcado apenas 1 golo na liga espanhola e se encontrava a 12 de Messi, ter afirmado que “ainda terminaria a época como Pichichi (melhor marcador da liga espanhola”, chegando a apostar com os seus companheiros que isso iria acontecer. De facto, Ronaldo tem vindo a aumentar a sua eficácia na finalização e conseguiu encurtar a diferença para Messi, sendo que, neste momento, Messi continua a liderar a lista de melhor marcador da liga espanhola, mas apenas com 3 golos de vantagem.

 

Só que há um “pequeníssimo” pormenor ao qual ninguém deu importância. Em Outubro, quando Ronaldo fez a promessa de ser o melhor marcador da liga, o Real Madrid encontrava-se a 5 pontos de distância do líder Barcelona. Agora, depois de Ronaldo ter marcado tantos golos e encurtado a diferença para Messi, o Real Madrid encontra-se a 15 pontos do Barcelona, na terceira posição da liga espanhola e completamente arredado do título.

 

Que prazer pode ter Ronaldo em ser o “Pichichi”? Como pode estar tão satisfeito quando a sua equipa perdeu o triplo dos pontos de distância para o rival?

 

O futebol é um desporto colectivo e o seu principal interesse é a disputa entre as equipas e não os recordes pessoais. Mas há quem não consiga entender isso. Gostava de saber se os adeptos do Real Madrid estarão interessados em festejar o título de “Pichichi”, aquele que Ronaldo prometeu em Outubro, caso ele consiga.

 

Sarampo, vacinação e tanto por explicar

Mais um surto de sarampo e logo voltam as dúvidas sobre a propagação da doença. Recorde-se que a doença foi dada como erradicada em 2016. Curiosamente, muito pouco tempo depois começaram a surgir novos casos de pessoas infectadas em Portugal. E sempre que isso acontece há alarme e, principalmente, a insinuação de que a culpa é de quem não está vacinado e, por essa razão coloca em risco a imunidade de grupo, bem como uma insistente e quase coagente pressão para que todos se vacinem.

 

Mas, na verdade, há muitos anos que a imunidade de grupo não está posta em causa em Portugal. A esmagadora maioria das pessoas está vacinada contra a doença ou já teve a doença e, por isso, está imune (pelo menos, os que já tiveram a doença). Além disso, os dados de que dispomos dizem-nos que a taxa de cobertura vacinal é elevada (acima dos 95%), mais do que suficiente, segundo os especialistas.

 

Ontem, no Jornal da Noite da SIC houve um debate sobre esta “problemática”. Os convidados de Clara de Sousa foram a directora-geral da saúde, Graça Freitas, a médica e ex-ministra da saúde, Ana Jorge, o presidente do Instituto Ricardo Jorge (INSA), Fernando Almeida e o bastonário da ordem dos médicos, Miguel Guimarães.

 

Bem, no início do debate eu achava que estavam reunidas as condições mínimas para haver um bom esclarecimento sobre a inquietante questão que parece ser o sarampo e vacinação. A verdade é que me enganei. O debate não foi debate nenhum, foi uma reunião de velhos conhecidos a trocar uma série de afirmações profundamente contraditórias, mesmo quando eles (os quatro) achavam estar em total sintonia e, como não podia deixar de ser, apelando num tom quase intimidatório à vacinação de toda a população. E eu nem sequer vou entrar na discussão se se deve vacinar ou não, já que a esmagadora maioria da população está vacinada e/ou já teve a doença, pelo que a imunidade de grupo não está em causa. Ou será que está? Se sim, a comunidade científica e médica não têm falado verdade sobre os índices da imunidade de grupo, muito menos sobre a eficácia da vacinação e da sua função preventiva que, até há bem pouco tempo era de garantia total.

 

Passemos então às contradições. Comecemos por recordar aquilo que diziam as entidades da saúde, principalmente, o próprio ministro da saúde, aquando do primeiro surto que ocorreu no ano passado. Todos diziam que a “culpa” de o vírus voltar a estar activo e a propagar-se era da população não vacinada. E que o problema se resolvia com a vacinação desse grupo de pessoas.

 

Pois bem, no referido debate ficámos a saber que “vacinar, vacinar, vacinar” é a palavra de ordem, ao mesmo tempo que também se soube que, afinal, a imunidade de grupo não está em causa, já que está a um nível não inferior a 95%, sendo que o próprio presidente do Instituto Ricardo Jorge afirmou que ainda poderia estar um pouco mais baixa que não haveria qualquer problema. Mas é urgente vacinar.

 

Soubemos que 98% da população no norte do país, onde está a acontecer o maior surto de sarampo após a erradicação da doença, está vacinada. Mas a ordem é para vacinar já.

 

Houve quem argumentasse que uma dose da vacina pode não ser suficiente, algo que há uns meses atrás nem sequer era objecto de discussão, pelo que o melhor é repetir a vacinação, principalmente os profissionais de saúde. Contudo, sabe-se que uma grande parte dos infectados neste surto são precisamente os profissionais de saúde que, na esmagadora maioria dos casos tomaram as duas doses da vacina. Mas a palavra de ordem, mesmo para este grupo, continua a ser “vacinar, vacinar, vacinar”. Lá para o fim do debate até se chegou a falar numa terceira dose de vacinação, imagine-se.

 

Fernando Almeida, presidente do INSA disse, a dada altura, aquilo que a maioria dos portugueses sempre soube ou acreditou, que é o facto de que quem teve a doença está totalmente imune para o resto da vida. Contudo, Ana Jorge disse que já houve casos de pessoas (principalmente crianças) que tiveram a doença e mais tarde voltaram a tê-la, sendo que nesses casos, normalmente é fatal, lançando o alarme para o facto de que quem teve a doença não pode nem deve estar descansado. E qual a solução que aponta a senhora ex-ministra? “Vacinar, vacinar, vacinar” que, como se percebeu, não é solução.

 

Ana Jorge insistiu em criticar a postura dos pais que não querem vacinar os seus filhos. Mas os pais daqueles que agora estão infectados vacinaram os seus filhos. Então, em que ponto ficamos?

 

Graça Freitas, directora-geral da saúde, quando confrontada com o facto de a doença ter sido dada como erradicada há pouco tempo disse que não se pode impedir que o vírus circule, porque as fronteiras estão abertas e as pessoas circulam de país para país. Certo. Mas, então, um só indivíduo, vindo de fora do país, pode colocar em risco a imunidade de grupo que se encontra num elevado grau de eficácia (acima de 95%)? E onde a taxa de vacinação ronda os 98%?

 

Perante esta discussão estéril que, por onde quer que andasse, levava sempre à mesma conclusão, ou seja, que a vacinação não impede com total eficácia a manifestação da doença, os quatro ilustres convidados sustentavam reiteradamente que os vacinados que estão infectados (mesmo com todas as doses) têm a vantagem de ter sintomas mais ligeiros e de não apresentarem risco de contágio. Pois bem, se não apresentam risco de contágio por que razão há um surto? Querem que acreditemos que foi um único transmissor (aparentemente vindo de fora de Portugal) a contagiar todos os profissionais de saúde agora infectados? Se os profissionais infectados não contagiam…

 

No final a directora-geral da saúde insistiu na vacinação e não foi capaz de se ir embora sem antes semear o medo, afirmando que andam aí muitas bactérias e vírus. Portanto, “vacinar, vacinar, vacinar”. Mas, não será antes “revacinar, revacinar, revacinar”?

 

Parece-me óbvio que uma pessoa que nunca teve a doença e que não está vacinada incorra num maior risco, caso seja exposta ao vírus, mas esse grupo é muito reduzido em Portugal. Não obstante, as minhas dúvidas estão centradas no discurso dos profissionais e das autoridades da saúde. Resumindo, até agora apregoavam que só os não vacinados que nunca tinham tido a doença é que corriam riscos e bastava que se vacinassem para resolver o problema. Agora os já vacinados também devem revacinar-se e, para meu espanto, até aqueles que já tiveram a doença poderão ser aconselhados à vacinação, segundo as afirmações do bastonário da ordem dos médicos e da ex-ministra Ana Jorge, quando até agora estavam totalmente imunes. Esta mudança repentina de paradigma sobre algo que já não deveria suscitar qualquer dúvida levanta, no mínimo, algumas objecções.

 

Querem ver que, um destes dias, quando já toda a população tiver sido vacinada e revacinada vão querer vacinar também as árvores.

 

Estranhei o facto de ainda não se ter falado na possível mutação do vírus, algo que, eventualmente, poderia justificar a falta de eficácia da vacinação. Seria algo muito mais óbvio e compreensível.

 

E foi assim. Um grupo de supostos especialistas a falar de um assunto que aparentemente dominam, mas em constantes contradições. Num momento em que seria importante um verdadeiro e transparente esclarecimento da situação, tivemos aquilo que mais parecia um simpósio de delegados de propaganda médica.

 

EstupidaMente

A estação de televisão SIC tem um novo programa aos Domingos à noite, chama-se DivertidaMente. Este programa, que é apresentado por João Manzarra, é um concurso onde os participantes estão sujeitos a uma série de provas “divertidas”, perdão, estúpidas, com a particularidade de, supostamente, estarem hipnotizados.

 

Mais de quinze anos depois da célebre afirmação “firme e hirto como uma barra de ferro”, protagonizada pelo professor Alexandrino no programa Herman SIC, a estação de Carnaxide volta a recorrer às estúpidas e desesperadas tácticas para reconquistar audiências. Depois da impossibilidade de prosseguir com o programa “Supernnany” e do gigantesco flop que foi o programa “D’Improviso”, a SIC atira João Manzarra para os serões de Domingo à noite, com um programa que, se não fosse tão estúpido, seria um dos maiores insultos que um canal de televisão pode fazer aos seus telespectadores.

 

Reconheço que não vi o programa de estreia por completo, mas do pouco que vi, associado às insistentes e nauseantes imagens que vão passando durante toda a semana, deu para perceber do que se trata. Resumindo, temos um apresentador pago para fazer figura de estúpido, quatro “concorrentes” (ou, se preferirem, candidatos a actores canastrões) recrutados para fazerem de conta que estão estupidamente hipnotizados e ainda uns quantos convidados especiais que, por dívidas, gratidão ou obrigação lá aparecem para tentar conferir alguma credibilidade à coisa, o que também não deixa de ser estúpido. Falta ainda falar do hipnotizador. Trata-se de um indivíduo que aparenta ter nacionalidade estrangeira, já que fala um português com sotaque esquisito, mas dotado de uma singular e instantânea capacidade para hipnotizar qualquer um. Não consigo entender por que razão não convidaram o professor Alexandrino para o efeito. Se o objectivo é o entretenimento, o Alexandrino serviria muito melhor esse propósito. Mas, a SIC deve achar que o que vem de lá de fora é que é bom.

 

Para terminar, quão estúpido tem que ser um(a) director(a) de programas ou, em última instância, o director-executivo de um canal de televisão, para considerar que os telespectadores são também estúpidos ao ponto de querer consumir um programa de tão fraca qualidade?

 

Veremos quanto tempo vai durar. Se ainda não viu, aproveite, é hoje à noite. Mas não permaneça por muito tempo, pois há um elevado risco de estupidificação.

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