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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

Se o Benfica tivesse ganho…

Se o Benfica tivesse ganho, hoje não haveria nenhuma outra notícia. As páginas de jornais encher-se-iam de vermelho, com títulos garrafais alusivos ao título, ao penta. Os telejornais despenderiam, pelo menos, a primeira meia hora a falar do clássico da Luz. Também a comunicação social na Internet estaria empanturrada de vivas, hossanas e exultação vermelha.

 

Só a título de exemplo, o Primeiro Jornal da SIC, que costuma abrir os noticiários com as vitórias do Benfica, hoje só falou do assunto mais de uma hora depois da abertura das notícias (às 14h07), sendo que até falaram primeiro da vitória do Sporting em Belém. É apenas um mísero exemplo.

 

Mas como o Benfica perdeu, em casa, frente ao Porto e, provavelmente perdeu também o sonho de conquistar o penta, já não há notícia. O assunto perde importância, o campeonato é uma coisa menor e o futebol deixa de merecer o interesse dos meios de comunicação social. Há por aí presidentes de clubes que são criticados, pela própria comunicação social, por não conseguirem separar as águas entre o que é ser presidente e o que é ser adepto. Contudo, é a própria comunicação social que nunca despe a camisola de adepto.

 

As vitórias do FC Porto são um balde de água fria na fervorosa parcialidade da comunicação social e um valente soco no estômago do jornalismo meia-tigela que prolifera em cada esquina.

 

É sobretudo por isto que as vitórias do FC Porto me dão um prazer especial.

Uma Graça na Padaria

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Uma Graça na Padaria é a história de um humorista português que foi pioneiro a aventurar-se na arte de fazer pão. A vida de padeiro não é nada fácil, pois obriga a madrugar e isso não é para todos. Já a vida de humorista é bastante mais fácil, principalmente em Portugal, que é um país rico em fontes de inspiração. Está provado que em Portugal só não é humorista quem não quer.

 

O humorista/padeiro de que vos falo é José Diogo Quintela, uma espécie de Michael Landon das padarias. O homem notabilizou-se como humorista no grupo Gato Fedorento, muito na sombra do Ricardo Araújo Pereira (RAP), é certo, mas também não é fácil fugir à sombra do RAP, devido à sua estatura, pois claro, só à estatura.

 

Há vários anos que José Diogo Quintela estava condenado ao esquecimento, parecendo estar definitivamente entregue às carcaças, papos-secos e bolos-rei. Mas um humorista, mesmo sendo pioneiro na arte de fazer pão, nunca perde “o bichinho”. Ora, com o passar do tempo a saudade foi levedando e o Quintela voltou a dar um arzinho da sua graça, num desenxabido anúncio a uma marca de óculos, cujas lojas ficam sempre “à direita”.

 

Insatisfeito com o pouco sucesso do pequeno filme comercial, Quintela decidiu fazer uma piada que causasse verdadeiro impacto, uma que o voltasse a catapultar para a linha da frente do humorismo nacional. Então, decidiu fazer humor com o caso das crianças com cancro que, segundo foi noticiado, têm recebido tratamentos nos corredores da ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto. Quintela, na qualidade de colunista desse jornal referência que é o Correio da Manhã, escreveu uma crítica, num tom irónico e sarcástico, sobre as tais condições inapropriadas do serviço de pediatria do referido hospital.

 

Aparentemente, não há nada de errado em querer fazer humor com uma situação que envolva doença e crianças. Pode até ser eficaz, enquanto chamada de atenção e, na melhor das hipóteses até pode ajudar a suavizar um assunto que, quase sempre se torna demasiado pesado, principalmente para os envolvidos.

 

Infelizmente, não foi isso que aconteceu. O texto do José Diogo Quintela até pode estar impregnado de ironia e sarcasmo, mas não pretende alertar para um problema, muito menos contribuir para a sua resolução. Trata-se, antes, de um texto politizado, ao serviço de uma desditosa facção que só pretende aproveitar-se de uma situação que é altamente desconfortante para as pessoas envolvidas. O padeiro Quintela, entre uma fornada e outra, encontrou tempo suficiente para fazer uma piada que fosse devidamente notada, num texto bem à Correio da Manhã, onde acusa os pais das crianças com cancro de se tratar de “paizinhos que se lamuriam das condições de tratamento dos filhos, mas provavelmente rejubilam com o défice de 0,9%”. Ora, esta afirmação demonstra bem a intenção por trás da ironia. Por que razão Quintela considera que os pais das crianças com cancro “provavelmente rejubilam com o défice de 0,9%”?

 

Não, isto não é humor. Não é ironia, muito menos sarcasmo. Isto é política servil e rastejante, sob o disfarce do humor de padaria.

 

Está visto que, enquanto o Ricardo Araújo Pereira não estiver disposto a repescar o Zé Diogo para os principais palcos do humor nacional, o padeiro Quintela terá que se contentar com uma pequena coluna no Correio da Manhã, onde tem um espaço bem à sua medida.

 

Não queria terminar sem antes endereçar um conselho às pessoas que se indignaram com a coluna de opinião do José Diogo Quintela. Podem mandá-lo apanhar na regueifa, à vossa inteira vontade, mas, no caso dele, isso nem sequer chega a ser um insulto.

 

Boa música para o fim-de-semana, ou para a vida...

Ao contrário do que muitos afirmam, continua a ser editada muito boa música. Infelizmente, as rádios permitem que o melhor lhes passe ao lado, as TVs já nem sequer passam música e a Internet está cheia de lixo.

 

Um bom exemplo daquilo que melhor se vai fazendo e que quase passa despercebido é o mais recente álbum de Johnny Cash, editado na passada semana (6 de Abril). O álbum chama-se "Forever Words" e reúne alguns poemas que eram desconhecidos do público, algumas letras e textos de cartas que Johnny Cash havia escrito e que agora ganham nova vida, através do especial contributo que alguns artistas conferiram à gravação deste álbum.

 

Na gravaçao deste álbum destacam-se artistas como Chris Cornell (que faleceu em 2017), Kris Kristofferson, Willie Nelson, John Mellencamp, Elvis Costello, entre outros. O melhor mesmo é ouvir. Para abrir o apetite, aqui fica uma das belas canções deste álbum. O tema chama-se "You Never Knew My Mind" e a interpretação pertence a Chris Cornell, numa das suas últimas gravações.

 

Álvaro Sobrinho quer mandar no Sporting

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Álvaro Sobrinho, dono da empresa Holdimo, que detém cerca de 30% da SAD do Sporting, parece estar muito empenhado em ser ele a escolher o novo presidente do Sporting.

 

Depois de ter falhado a compra da marca Olá, numa tentativa ousada de poder tomar o controlo do Fizz, Sobrinho coloca agora todo o seu empenho em controlar o Sporting. O empresário angolano tem o sonho de transformar a marca SCP numa das maiores marcas mundiais, bem à frente da “5àsec”.

Bruno de Cravalho ajuda Mark Zuckerberg

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Bruno de Carvalho é um génio, um visionário. Enquanto meio mundo, incluindo o próprio Mark Zuckerberg, tenta encontrar explicações para o facto de o Facebook poder ter contribuído para a eleição de alguns presidentes, Bruno de Carvalho, em menos de nada, consegue demonstrar ao mundo que o Facebook também pode ter um contributo eficaz na demissão de presidentes.

 

Bruno de Carvalho demonstrou ao mundo que o Facebook é, de facto, uma ferramenta verdadeiramente democrática.

 

Entretanto, Zuckerberg já terá contactado Bruno de Carvalho com o intuito de o contratar para a área de “novas ideias de negócio” do Facebook, caso ele saia da presidência do Sporting.

 

Antigo presidente da Fundação “O Século” quer ser julgado por Carlos Alexandre

O ex-presidente da Fundação “O Século” foi constituído arguido. A principal acusação ao arguido é o facto de não ter justificado cerca de 10 mil euros, em despesas.

 

Nesse sentido, a defesa do anterior presidente da Fundação “O Século” já entregou no tribunal um pedido, para que seja Carlos Alexandre o juiz de instrução. Como é sabido, Carlos Alexandre não costuma dar muita importância à proveniência de maquia até ao valor de 10 mil patacas.

A agenda de Jaime Marta Soares

Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros e presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, anunciou que vai convocar uma assembleia geral da Liga dos Bombeiros para discutir a continuidade de Bruno de Carvalho à frente do Sporting. Entretanto, também confirmou a convocação de uma assembleia geral no Sporting, com o objectivo de discutir o novo dispositivo de combate a incêndios.

 

Pelo meio, ainda teve tempo para reunir com o Governo onde exigiu que se acabe com a polémica das ambulâncias bicolores (amarelo e vermelho), solicitando que de ora em diante sejam todas pintadas de verde.

 

Jaime Marta Soares é, como se vê, uma pessoa muito ocupada e é perfeitamente normal que às vezes se confunda e troque os papéis, pelo que não se deverá levar em consideração os rasgados elogios que proferiu à pessoa de Miguel Macedo, aquando da audiência em tribunal sobre o caso “vistos gold”. Afinal, há bem poucos meses, o mesmo Marta Soares era um fervoroso apoiante de Bruno de Carvalho e só lhe endereçava pomposos elogios, no entanto, voltou a trocar os papéis. Aliás, Marta Soares só chegou à presidência da AG do Sporting graças aos votos colhidos pela lista de Bruno de Carvalho, caso contrário nunca teria sido eleito. Agora, espeta-lhe a faca nas costas, mesmo não tendo qualquer legitimidade estatutária para agir desta maneira.

 

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A agenda de Marta Soares está um verdadeiro caos, mas cheira-me que ele ainda mantém um pequeno espaço reservado para mais qualquer coisinha, até porque, além da gravata verde que usa em Alvalade e a gravata vermelha que usa na Liga dos Bombeiros, Marta Soares tem ainda uma gravata laranja prontinha a laçar.

Toupeira fez penálti em Setúbal

No passado Sábado, o Benfica venceu o Vitória de Setúbal com um penálti assinalado já no período de descontos. Tratou-se de um lance à entrada da área, em que o árbitro Luís Godinho considerou que o jogador do Vitória, Luís Felipe, cometeu falta sobre Sálvio. Curioso o facto de um lance de características idênticas, mas na área contrária, não ter tido o mesmo julgamento por parte do árbitro.

 

Este lance que acabou por dar a vitória ao Benfica é daqueles que dão sempre muito que falar. É penálti! Não é penálti! Talvez, depende do critério do árbitro. Enfim, há opiniões para todos os gostos. Só não achei estranho que a comunicação social, em geral, não tenha dado muita importância a este lance.

 

Eu, que vi e revi o lance milhões de vezes, não consegui vislumbrar qualquer infracção cometida pelo jogador do Vitória de Setúbal, até que reparei num pormenor que poucos terão visto, mesmo após milhões de repetições. Esqueçam os braços, os eventuais empurrões, puxões, etc. Atentem no relvado e verão que, aquando da entrada de Sálvio na área, há uma toupeira dissimulada que sai do chão e derruba o jogador do Benfica. É penálti claríssimo!

 

Pode haver VAR e toda a tecnologia de ponta que existe no mundo, mas nunca deixarão de existir estes lances, que permitirão que alguns árbitros recorram apenas ao “intensímetro” encarnado, verde ou azul que levam no bolso.

 

Ululante

A prisão de Lula da Silva volta a ser um dos assuntos que estão na ordem do dia. É óbvio que o Contrário não poderia ficar alheio. Lula da Silva está prestes a ser preso e, como todos se recordarão, tudo começou com a investigação liderada pelo famoso juiz Sérgio Moro.

 

Antes que me acusem de facciosismo, devo esclarecer que não pretendo defender o ex-Presidente Lula da Silva. O que eu gosto mesmo é de Justiça, mas daquela Justiça que não oferece dúvidas, aquela que é equitativa.

 

A forma persecutória como o juiz Sérgio Moro conduziu esta investigação faz-me crer que há aqui algo muito fétido. Além disso, quando vejo um juiz que procura constantemente os holofotes da fama fico logo de pé atrás. Por cá também temos esse tipo de juízes.

 

Quando um juiz inicia um interrogatório dizendo: “da minha parte não há qualquer desavença pessoal em relação ao senhor ex-Presidente” e “são as provas e a lei que vão definir o resultado do julgamento”, também fico de pé atrás. Qual a necessidade de um juiz fazer este tipo de afirmações? Alguém poderia pensar que a Justiça funcionasse de outra forma?

 

Quando vejo um juiz considerar que as delações premiadas constituem a melhor forma de se fazer investigação, fica mais do que claro a confiança que esse juiz deposita no sistema judiciário, onde ele próprio exerce a sua actividade. Com certeza que fico de pé atrás.

 

Quando um juiz se acha o ser mais justo e impoluto ao cimo da Terra e, na surdina saca ao Estado apoios financeiros, por via do auxilio-moradia a que não tem direito, alegando que é para compensar a falta de reajuste do seu vencimento, fico de pé atrás, claro que fico. Então senhor super-juiz? É assim que se faz justiça? Atalhando caminho? O caminho que você escolher?

 

Quando vejo um juiz que mente ao Fisco, declarando pelo seu imóvel um valor muito abaixo do valor real, só para fugir ao imposto, é óbvio que eu tenho que ficar com pelo menos um pé atrás.

 

Para terminar, não sei se a condenação de Lula é justa ou não, o que eu sei é que o processo de investigação liderado por Sérgio Moro é nebuloso por demais.

 

Não, não “moro” de amores por este tipo de juízes.

Quem quer casar com a operadora?

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Apritel é a associação que representa as operadoras Nos, Meo e Vodafone. Na verdade, eu nem sabia que existia uma associação que representa estas 3 grandes empresas, que fazem “muita concorrência” entre si.

 

Todos sabemos que estas 3 empresas apresentam o mesmo nível de serviços, basicamente, ao mesmo preço. E que bem que elas se entendem. Mais uma razão para eu achar que não faz sentido haver uma associação que as represente. Mas há. É a Apritel que, por acaso, até rima com cartel. Não se pode dizer que a escolha do nome é infeliz.

 

Entretanto, hoje, discutir-se-á na Assembleia da República algumas propostas que visam reduzir o período de fidelização, em vigor nestas empresas, de dois para um ano ou 6 meses. É óbvio que as propostas, apresentadas pelo PAN e pelo BE, correspondem às exigências dos consumidores. Contudo, a Apritel discorda (quem diria?), alegando que o período de fidelização de 24 meses favorece os clientes. Dizem que o período de fidelização mais longo permite diluir os custos de instalação do serviço, equipamentos, blá-blá-blá, blá-blá-blá.

 

Muito bem. No seguimento daquilo que defende a Apritel, que rima com cartel (não sei se já disse isto), eu tenho uma nova proposta, muito melhor do que as do PAN e do BE, e que vai mesmo ao encontro da lógica mercantilista destas 3 empresas. Ora, se quanto maior o período de fidelização, melhor para os clientes, porque permite a diluição de custos, eu proponho períodos de fidelização ad aeternum. Se calhar, a páginas tantas, as operadoras ainda passam a pagar aos clientes. Que tal? É o casamento perfeito.