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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

Contrário

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RAPIDINHA

Diz o gajo que proibiu o exercício da actividade política a vários partidos da oposição e que cancelou a realização de eleições no seu país.

Já que ninguém defende o Robles, defendo eu

Porque toda a gente tem direito a defesa e, acima de tudo, porque não podemos ser todos Marques Mendes ou Joões Miguéis Tavares, decidi assumir o papel de defensor de Ricardo Robles.

 

Com o seu malfadado investimento imobiliário, Ricardo Robles prestou um grande serviço ao país. Robles demonstrou categoricamente que a Direita não serve para governar. Que a Direita no Governo só serve para delapidar o património público e para fazer grandes negócios a favor dos privados, pois claro. Note-se que neste negócio, o privado é o próprio Ricardo Robles (e a sua irmã).

 

Ricardo Robles adquiriu o imóvel em 2014 por cerca de 350 mil euros. Dizem alguns papagaios da Direita, muito escandalizados, que foi um negócio ruinoso para o Estado Português. Um tal de João Miguel Tavares até disse que estaria disposto a oferecer 500 mil euros. Eu fico a pensar nas possíveis razões pelas quais não avançou. O imóvel foi vendido em hasta pública e qualquer cidadão era livre de fazer a sua oferta, aliás, como sempre acontece nestas situações. Estaria João Miguel Tavares à espera que o Ministério da Solidariedade e da Segurança Social lhe enviasse uma listagem de todos os imóveis que o ministro de então decidiu vender a troco de umas patacas? Se calhar estava.

 

Pois bem. O que realmente me incomoda nesta trapalhada “roblesca” é o facto de ninguém ter notado o essencial. Reparem, há quem note que foi um mau negócio para o Estado, mas ninguém consegue enxergar que o culpado desse mau negócio foi o Governo de então. E este é apenas um de muitos casos semelhantes que aconteceram naquela altura. A privatização dos CTT ou da TAP são outros dois casos gritantes, só que de outra natureza.

 

Portanto, em 2014 quem governava o país era o Governo de Passos Coelho (PSD/CDS) e o ministro responsável por este negócio foi Russo da Mota Soares (CDS). Reparem bem. Ricardo Robles, um cidadão que, a título privado, adquiriu ao Estado português um imóvel por cerca de 350 mil euros. Que de seguida contraiu um empréstimo de cerca de 600 mil euros no banco público, para fazer obras de reabilitação. E que cerca de 3, 4 anos depois tem a possibilidade de realizar mais-valias na ordem dos 5 milhões de euros.

 

Parece-me que não resta qualquer dúvida que a Direita não serve mesmo para gerir a coisa pública. Se servisse, não teria vendido o imóvel, teria sim feito as obras de requalificação necessárias (que o Robles foi capaz de fazer), e encaixaria uma mais-valia muito superior à que encaixou com a venda a Ricardo Robles. Se o tivessem feito, só estariam a zelar pelo interesse público. Não é isso que os governantes devem fazer? E, finalmente, ao fim de tantos anos a defender o capitalismo e a economia de mercado, estariam a usar a sua brilhante ideologia em favor do interesse público, aquele que é de todos e não apenas de alguns. Mas não, a Direita só defende a teoria dos mercados capitalistas se os beneficiários forem uma meia-dúzia de privilegiados privados. A Direita no poder só serve para facilitar os negócios dos privados. Está claro.

 

Não me venham com histórias de que o Estado não pode ser um agente económico, que não pode entrar nos negócios imobiliários, até porque ao desfazer-se do seu património imobiliário já o está a fazer, já está a ser parte activa no negócio. E, certamente que nenhum português ficaria insatisfeito, caso tivesse sido o Estado a realizar um negócio desta grandeza e a aplicar as mais-valias num hospital, na rede de cuidados continuados ou num lar.

 

Mesmo que o Governo Passista, do qual Mota Soares foi ministro da Segurança Social, acreditasse piamente nas suas teorias neoliberais, e que do fundo dos seus puros corações acreditassem que o Estado não deve assumir este tipo de negócios, deviam, pelo menos, ter exigido um valor de licitação mínima muito mais elevado, já que na altura aquela zona da cidade já se encontrava bastante valorizada. Qualquer governante minimamente inteligente, competente, sério e com sentido de missão de serviço público teria vendido o imóvel em hasta pública por muito mais. Só o João Miguel Tavares estava pronto para avançar com 500 mil paus.

 

Tal como referi no início, Ricardo Robles merece ser defendido porque o serviço que acabou por prestar ao país é muito maior que qualquer falta de coerência política. Robles conseguiu demonstrar a incapacidade e, sobretudo, a perfídia que os políticos de Direita costumam ter quando estão no exercício de funções públicas.

Diálogo real no Centro de Saúde

Hoje, pelas 11h00 assisti ao seguinte diálogo num Centro de Saúde:

 

Utente: Preciso de uma consulta.

Funcionário: Ui! Hoje é impossível…

Utente: Mas… eu preciso mesmo de uma consulta…

Funcionário: Hoje já não vai dar. Está tudo cheio. Há médicos de férias e os que estão ao serviço já têm o dia todo ocupado.

Utente: Então… mas são só 11h00, o serviço está a funcionar até às 20h00 e já me diz que não tenho consulta para hoje?

Funcionário: Pois… como disse, há médicos de férias e para hoje o dia já está cheio… Volte cá amanhã, mas venha bem cedo. Esteja cá logo às 8h00 senão corre o risco de não ter consulta.

 

É apenas mais um episódio que revela o estado em que está o SNS. Pelo que se pode depreender da conversa supracitada, o problema acontece porque “há médicos de férias”. Importa referir que não é inteiramente verdade, já que isto acontece em qualquer altura do ano.

 

Contudo, mesmo que fosse pelo facto de haver médicos de férias, impõe-se questionar quem gere as férias dos médicos. Os médicos, tal como qualquer outra pessoa, têm direito às férias. Ninguém contrariará essa evidência, contudo, o atendimento nos serviços de saúde não podem ficar comprometidos devido a esse factor. A saúde não mete férias, pelo que o nível de atendimento tem de estar sempre assegurado.

 

E depois ainda pedem às pessoas para não se deslocarem às urgências hospitalares. E ainda ameaçam não atendê-las ou reencaminhá-las para os Centros de Saúde, onde, como se constata facilmente, não são atendidas em tempo útil.

 

Eu, que tenho uma estranha tendência para a diplomacia, ao escutar aquela conversa no Centro de Saúde, intrometi-me e sugeri à utente que entrasse em diálogo com a doença que a apoquentava, pedindo-lhe que lhe desse uma trégua, pelo menos até às 8h00 do dia seguinte, altura em que ela já estará em condições de saber se vai ser atendida ou não.

Bom mesmo era 40 graus e tudo a arder

Dizem por aí que este ano não há Verão e que este mês de Julho foi um dos mais frios dos últimos anos. Queixam-se que as temperaturas tardam em subir e que o Verão já não é o que era. Só falta mesmo queixarem-se que há poucos incêndios e mosquitos, já agora.

 

Pois bem, eu não sei em que país é que essas pessoas vivem, pois o Portugal onde vivo tem-me oferecido um Verão bastante bom, muito agradável para quem está de férias ou a trabalhar. Há cerca de uma semana atravessei o país, desde o extremo sul até ao norte. Pude testemunhar um belo Verão em todo o país. Nalgumas regiões, mais a sul, as temperaturas estavam até um pouco exageradas para o meu gosto. De resto, o que vi foi um Verão a bombar por todo o lado. É certo que as temperaturas não estão a bater ferros como noutras alturas, mas a verdade é que o tempo que se fez e faz sentir é um tempo verdadeiramente veranil.

 

Mesmo a norte, onde o tempo tem estado mais farrusco, tem-se verificado boas condições para belíssimos dias de praia, onde a temperatura do ar é bastante agradável e a da água não lhe fica atrás.

 

Portanto, o Verão está por cá há várias semanas e em boa forma, mas parece que muitos ainda não deram pela sua chegada. Quer-me parecer que essas pessoas não gostam do Verão, gostam é de calor tórrido e tudo a arder. E quando isso acontecer serão os primeiros a queixarem-se, pois claro.

Robles e a Direita

Disse-se por aí que Ricardo Robles, vereador da Câmara Municipal de Lisboa, havia lucrado milhões com a venda de um prédio em Alfama. Afinal, parece que a venda nunca aconteceu e, até agora, Ricardo Robles só teve gastos com o referido prédio. Mas, também é verdade que o prédio esteve mesmo à venda e que, a acontecer, proporcionaria um lucro de milhões a Ricardo Robles. E isso é mais do que suficiente para que se possa dizer que Ricardo Robles agiu contrariamente àquilo que sempre defendeu, isto é, a não especulação imobiliária.

 

Ó meus amigos, o que há de tão espantoso nisto? Um político que revela hipocrisia. Um político que defende uma coisa e faz outra. Isto é novidade para alguém?

 

Engraçada, muito engraçada mesmo, foi a reacção dos políticos da Direita. O PSD chegou mesmo a pedir a demissão de Ricardo Robles e exige saber se o Presidente da Câmara de Lisboa, bem como Catarina Martins, mantêm a confiança política no vereador. Na verdade, a Direita acaba de lançar para o debate público aquilo que eu sempre defendi, isto é, a ideia de que cada político que não actue escrupulosamente de acordo com aquilo que propagandeia deve ser excluído da vida política. Estão a ver o aconteceria se assim fosse, não estão?

 

Mas o mais cómico, aquilo que realmente fez desopilar milhões de fígados, foi o discurso colérico dos políticos de Direita que, sobre este caso, disseram mais ou menos o seguinte:

 

“O quê? O Robles afinal não é honesto? O Robles também mente no seu discurso político? O Robles é um especulador imobiliário? O Robles é como nós.”.

 

A Direita, no fundo, não tem nada contra a atitude de Ricardo Robles. No máximo tem inveja. Aliás, a Direita defende acerrimamente este tipo de comportamento, só não aceita que seja praticado por alguém que não pertença às suas fileiras. Se é para especular e ser desonesto então tem que se filiar no PSD ou no CDS. Agora, se é para pertencer ao Bloco de Esquerda, vá lá, sejam “honradinhos” se faz favor.

Atenção à taxa de ciática

Na noite passada, a Unidade Nacional de Trânsito da GNR terá levado a cabo uma acção de fiscalização relativa à condução sob o efeito da dor ciática. Consta que a esmagadora maioria dos condutores fiscalizados apresentou uma elevada taxa de ciática.

 

O Comando Nacional terá informado que a maioria dos condutores saía das respectivas viaturas com uma marcha muito cambaleante, como se estivessem bêbados. Mas não, após a realização do teste do balão ciático confirmou-se que a maioria estava mesmo com problemas nos nervos ciáticos, que dificultavam a correcta articulação dos membros inferiores, mesmo que todos se apresentassem muito bem-dispostos e a rir-se.

 

A GNR terá já em marcha um plano de sensibilização para mitigar este inesperado e abrupto crescimento da taxa de ciática nos condutores.

 

Entretanto, também a Prevenção Rodoviária Portuguesa estará a preparar um plano pedagógico destinado a eliminar este novo problema que promete intensificar-se e dificultar a segurança rodoviária. Diz-se que até já há um slogan para esta nova campanha da PRP: “Se conduzir, não abuse do seu nervo ciático”.

 

Quem também não quer ficar de fora da solução para este novo problema é a associação dos Ciáticos Anónimos, que tudo farão para que todos os elementos da comunidade mantenham a sobriedade do nervo, apelando desde já à constante abstinência de sobrecarga do mesmo.

Sporting contrata craque ao… Sporting

O Sporting acaba de contratar aquele que foi considerado o melhor jogador da Primeira Liga da época passada, Bruno Fernandes, que jogava no… Sporting.

 

Recorde-se que Bruno Fernandes havia assinado um contrato de 5 temporadas há cerca de um ano com o clube de Alvalade. Após as agressões em Alcochete, o jogador rescindiu unilateralmente com o clube. Agora, com Sousa Cintra no comando, o jogador decidiu “regressar” ao clube recusando aumento salarial, apesar de se dizer por aí que o seu salário duplicou.

 

Bruno Fernandes fez questão de salientar que teve inúmeras propostas de outros clubes, sendo que vários estariam “disponíveis para pagar a cláusula de 100 milhões de euros” que vigorava no anterior contrato. Bruno disse ainda que o “clube achou que o valor oferecido não era suficiente”. Entretanto, Bruno e o Sporting assinaram um novo contrato, também de 5 anos, com uma cláusula de rescisão, imagine-se, de 100 milhões de euros, o mesmo valor que vários clubes queriam pagar por Bruno Fernandes e que o Sporting achou insuficiente.

 

Confuso?

 

Descendente de Maomé ou primo da Chaka Khan?

O príncipe Aga Khan está em Lisboa para celebrar o Jubileu de Diamante. Karim Al Hussaini é o líder religioso dos muçulmanos ismaelitas e o detentor do título de Aga Khan.

 

Eu achava que ele era primo da Chaka Khan, mas há quem garanta que ele é o descendente directo do profeta Maomé, uma espécie de representante de Deus na Terra. Bem, eu não quero pôr à prova a fé de ninguém, mas custa-me acreditar que o representante de Deus seja um dos indivíduos mais ostentadores do mundo. É que eu sempre ouvi dizer que “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”. Se calhar sou eu que estou a fazer confusão entre aquilo que está escrito nos livros sagrados.

 

O príncipe Aga Khan é mesmo um indivíduo muito rico. Consta que até possui dois aviões e um helicóptero só para ele. Porém, o humilde príncipe alega em sua defesa que os aviões e o helicóptero não são demonstração de riqueza, mas sim algo muito necessário à sua missão na Terra, que é dedicar-se à filantropia, sobretudo à erradicação da pobreza.

 

Consta também que ele se tem dedicado muito euforicamente a essa sua nobre missão. Note-se que ele até foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, por Marcelo Rebelo de Sousa. De entre as suas muitas acções de generosidade para com o próximo podemos destacar a sua vasta colecção de carros de luxo, os seus portentosos iates, as suas inúmeras propriedades nas cidades mais caras do planeta e, vejam bem, até uma ilha privada o senhor possui.

 

Entretanto, posso ainda acrescentar que para um líder religioso muçulmano, o homem é muito querido no mundo ocidental. A sua intimidade com os líderes políticos do ocidente é algo que faz inveja a qualquer relação de concubinato. Ele são regabofes na ilha privada, ele são passeios de iate, mais umas quantas voltinhas ao mundo, um investimento combinado aqui e outro ali, mas tudo, claro está, ao serviço dessa nobre missão que é acabar com a pobreza e o amor ao próximo.

 

Que o Senhor me perdoe por ter pensado que este angélico príncipe pudesse ser o primo da Chaka Khan. É óbvio que ele só pode ser alguém muito próximo da divindade. Só espero que Marcelo, Costa e Ferro lhe saibam fazer a devida vénia.

Falta apenas um Fiat 500 para CR7 assinar pela Juve

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Cristiano Ronaldo está a um passinho de assinar pela Juventus. Parece que o clube italiano já lhe ofereceu 120 milhões de euros por 4 épocas. Consta ainda que CR7 também já tem uma casa à sua espera em Turim, uma mansão com cerca de 2000 metros quadrados, 8 quartos, não sei quantas piscinas, entre outros luxos.

 

Mas, afinal o que é que falta para que Ronaldo vá mesmo para a Juventus? O Contrário apurou que Ronaldo está apenas à espera que o clube de Turim se chegue à frente e lhe ofereça um Fiat 500.

 

Cristiano Ronaldo já veio dizer que sonha ter um Fiat 500 desde pequenino. Só ainda não comprou um porque não costuma andar com trocado no bolso.

O problema do Sporting chama-se megalomania

Há cerca de 5 anos, os sócios do Sporting elegeram Bruno de Carvalho para presidente do clube. Na altura falava-se em “ruptura com o passado” e que Bruno de Carvalho seria o homem que levaria o Sporting à conquista do título de campeão da Primeira Liga.

 

Passados 5 anos sem conquistar qualquer título da Primeira Liga e depois de muitas polémicas, o clube decide expulsar Bruno de Carvalho, alegando que este era o grande problema do clube. De facto, os últimos tempos demonstraram que Bruno de Carvalho não reunia condições para ser o “salvador”, se é que alguma vez reuniu.

 

Toda a gente pôde constatar a profunda crise em que o clube se enfiou e da qual ainda não saiu. Chegou-se mesmo a falar na falência do Sporting.

 

Eis que do nada, o Sporting já está a falar em ser campeão na próxima época. É isto. Invariavelmente, por esta altura do ano, lá vêm os responsáveis do Sporting encher a massa adepta com falsas esperanças, com promessas irrealistas.

 

O verdadeiro problema do Sporting chama-se megalomania. Essa mania de se agigantar, de querer dar um passo maior que a perna, de estabelecer objectivos para os quais não tem capacidade de concretização. O Sporting é um grande clube porque tem muitos sócios e adeptos. E também por um passado de sucesso muito, muito longínquo.

 

O Sporting das últimas décadas não tem sido um verdadeiro candidato ao título, excepto na cabeça dos sportinguistas. Nos últimos 30 anos, o Sporting foi campeão apenas duas vezes. Duas vezes em mais de 30 anos. Será assim muito difícil de enxergar a realidade?

 

E agora, precisamente agora, que o Sporting mais necessita de estabilidade e, acima de tudo, muito discernimento, lá vêm eles outra vez com a conversa de que são candidatos e que vão ser campeões.

2045 chapadas bem dadas e assunto encerrado

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Ainda sobre o episódio das agressões acometidas por um fiscal da STCP a uma jovem de 21 anos, na madrugada do dia de São João, no Porto.

A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) reconhece, agora, a gravidade do incidente, com a mesma facilidade com que se demarca do mesmo, delegando toda a responsabilidade na empresa de segurança 2045 e no funcionário em questão.

Recordemos o essencial dos factos. O fiscal (da empresa 2045) ao serviço da STCP agrediu violentamente uma jovem de 21 anos. A Polícia de Segurança Pública foi chamada ao local e, segundo testemunhas, nada fez, nem mesmo identificar a vítima. O auto da ocorrência só aconteceu 3 dias depois. 

E agora, para ajudar à festa, vem a STCP demarcar-se dos acontecimentos. Eu compreendo e certamente todas as pessoas de bem compreenderão que o principal culpado é o indivíduo que cometeu as agressões. Contudo, não nos podemos esquecer que esse indivíduo está ao serviço da STCP, a contactar directamente com os clientes da STCP, pelo que a empresa que, por sinal, até presta um serviço público não pode, em caso algum, esquivar-se às suas responsabilidades, escondendo-se no subterfúgio da subcontratação do serviço.

Portanto, o actual ponto da situação evidencia que todos falharam. Primeiro, o energúmeno da farda. Depois, as autoridades policiais. E agora, a própria STCP.

Espera-se que, pelo menos, a justiça funcione. Por mim, não vale a pena queimar muitas pestanas com isto. 2045 chapadas a distribuir por todos os envolvidos e a coisa ficava resolvida. A maior fatia (umas 2000) a cair no agressor, naturalmente, e o resto a repartir pela PSP e pela STCP.

Permitam-me ainda que faça uma referência a este tipo de “empresas de segurança” e aos “seguranças” que por elas são recrutados. Trata-se de empresas que não estão dotadas da capacidade para recrutar e formar seguranças, muito menos conferir-lhes qualquer tipo de autoridade. Depois, constata-se que os profissionais destas empresas são, na maioria dos casos, um conjunto de indivíduos que gostariam de fazer parte da tropa de elite, estão a ver, umas verdadeiras bestas de combate, como nos comandos, mas que são fofinhos demais para isso e, portanto, têm que abdicar do sonho. Na impossibilidade de serem comandos, gostariam de ser da polícia especial, tipo GOE, mas eles nem sequer conseguem passar nos testes psicotécnicos para agente base da PSP.

Ora, está-se mesmo a ver no que vai resultar meter um grupo de indivíduos frustrados, fardados com uns polos em malha piqué muito catitas e de calças à militar, daquelas com muitos bolsos, que em casos como este servem para acondicionar o alicate pica-bilhetes e o mapa das paragens e estações.

Um indivíduo nesta posição é uma autêntica bomba-relógio. Geralmente, não aguenta a pressão porque, apesar dos elevados anseios, não passa de um tiroliro que sofre do complexo do pirilau pequeno. E depois surpreendemo-nos quando não aguentam mais e descarregam em mocinhas de 1,60m e 55kg.

Seria muito importante que estes indivíduos percebessem que são recrutados para dar informações, organizar filas, entregar e receber documentação, atender telefones e, como não podia deixar de ser, ostentar o imponente mosquetão que serve para prender o molho de chaves. É para isto e não para se armarem em agentes de segurança. 

Está claro que este tipo de empresas necessita de mais regulação, ou então, desaparecer do mercado. Fica ao especial cuidado do Ministério da Administração Interna.

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