Familiaridade ou amiguismo é tudo nepotismo
Obviamente que me estou a referir à familiaridade e amiguismo na política. Muito se tem falado ultimamente das relações familiares existentes no actual Governo e nos cargos que têm uma relação directa com o Governo que, de facto, são demasiados para passar entre os pingos da chuva (e ainda por cima não tem chovido).
Podem usar as desculpas que quiserem para justificar a situação, mas a verdade é que isto não é normal. O mais cómico é ver que aqueles que defendem a ideia de que os familiares de políticos não podem ver as suas carreiras políticas impedidas de progredir, só porque são filhos, pais, irmãos, cunhados, primos de outro político (já no poleiro), são os mesmíssimos que defendem que a política é pouco atraente e muito mal paga, sobretudo para os mais competentes. Eu fico a pensar por que razão estas pessoas, competentíssimas, não vão progredir para outro lado.
Importa salientar que o problema dos laços familiares e amiguismo não são exclusivos do Partido Socialista. É, pois, um problema transversal a quase todos os partidos, principalmente os chamados partidos de poder. E quanto mais poder mais nepotismo. Esta situação já se viu noutros Governos, nomeadamente do PSD. Talvez agora a situação esteja um pouco mais exacerbada, mas o problema é o mesmo de sempre.
Andar por aí a dizer que o actual Governo é uma festa de família ou que o Conselho de Ministros parece a ceia de Natal, como fez Rui Rio, não é mais do que cuspir para o ar e tentar desviar as atenções do foco principal.
Para mim, tanto faz se o Conselho de Ministros é uma ceia de Natal ou um jantar de colegas da faculdade. É a mesma coisa. A verdade é que os partidos continuam a manter os seus círculos fechados e as suas redes de interesse e de poder, onde só os que estão atrelados é que chegam ao desempenho de funções políticas. Se é o filho, a mulher, o colega da faculdade ou a professora, vai tudo desaguar no mesmo - nepotismo.