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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

Contrário

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RAPIDINHA

As afirmações de Ursula von der "Liar" têm a mesma credibilidade que a sua tese de doutoramento ou as "qualificações" que aparecem no seu CV.

Familiaridade ou amiguismo é tudo nepotismo

Obviamente que me estou a referir à familiaridade e amiguismo na política. Muito se tem falado ultimamente das relações familiares existentes no actual Governo e nos cargos que têm uma relação directa com o Governo que, de facto, são demasiados para passar entre os pingos da chuva (e ainda por cima não tem chovido).

 

Podem usar as desculpas que quiserem para justificar a situação, mas a verdade é que isto não é normal. O mais cómico é ver que aqueles que defendem a ideia de que os familiares de políticos não podem ver as suas carreiras políticas impedidas de progredir, só porque são filhos, pais, irmãos, cunhados, primos de outro político (já no poleiro), são os mesmíssimos que defendem que a política é pouco atraente e muito mal paga, sobretudo para os mais competentes. Eu fico a pensar por que razão estas pessoas, competentíssimas, não vão progredir para outro lado.

 

Importa salientar que o problema dos laços familiares e amiguismo não são exclusivos do Partido Socialista. É, pois, um problema transversal a quase todos os partidos, principalmente os chamados partidos de poder. E quanto mais poder mais nepotismo. Esta situação já se viu noutros Governos, nomeadamente do PSD. Talvez agora a situação esteja um pouco mais exacerbada, mas o problema é o mesmo de sempre.

 

Andar por aí a dizer que o actual Governo é uma festa de família ou que o Conselho de Ministros parece a ceia de Natal, como fez Rui Rio, não é mais do que cuspir para o ar e tentar desviar as atenções do foco principal.

 

Para mim, tanto faz se o Conselho de Ministros é uma ceia de Natal ou um jantar de colegas da faculdade. É a mesma coisa. A verdade é que os partidos continuam a manter os seus círculos fechados e as suas redes de interesse e de poder, onde só os que estão atrelados é que chegam ao desempenho de funções políticas. Se é o filho, a mulher, o colega da faculdade ou a professora, vai tudo desaguar no mesmo - nepotismo.

Rui Rio saiu do armário e ninguém deu conta

Numa entrevista à Antena 1, Rui Rio disse que “o principal objectivo do PSD para as próximas eleições legislativas é afastar o BE e o PCP do poder”.

 

Desde logo, importa salientar o facto de o líder do PSD assumir, clara e inequivocamente, que o principal objectivo do seu partido não é vencer as eleições, mas sim impedir que BE e PCP possam participar numa nova solução de Governo. Bom, toda a gente já percebeu que o PSD não tem a mínima chance de vencer as próximas Legislativas, contudo, creio que um líder nunca abdica de ter esse objectivo como algo primordial.

 

Não seria suposto Rio apontar todas as baterias ao actual Governo? Que para quem já não se lembra é composto apenas por um partido – o PS. Não seria suposto Rui Rio apontar como objectivo principal derrotar o PS e vencer as eleições?

 

Não. Rui Rio acha que não. O foco principal de Rui Rio é o BE e o PCP. E, assim como quem não queria dizer mas dizendo, com todas as letras, Rio apontou a possibilidade de um Governo formado pelo chamado “bloco central” (PS + PSD).

 

Ora, ora, ora. Rui Rio saiu do armário e deixou a nu, a verdade mais despida de todas, que é o seu desejo de formar um Governo de bloco central com o PS.

 

A razão pela qual ninguém deu grande importância às declarações de Rui Rio dever-se-á ao facto de toda a gente estar cansada de saber ao que vem o líder do PSD. É que mesmo tendo estado este tempo todo dentro do armário, o putativo suplente parceiro de Governo do PS tem estado em permanentes e eufóricos exercícios de aquecimento, pelo que era suposto que a qualquer momento as portas do armário se escancarassem.

João Miguel Tavares e o "ímpeto reformista" de Cavaco

João Miguel Tavares é um daqueles comentadores que está constantemente a contradizer-se e, ainda assim, consegue manter as várias posições que ocupa como suposto especialista no métier. Até Marcelo o convidou para mestre-de-cerimónias do 10 de Junho.

 

No seu último artigo de opinião, Tavares solta ruidosos hosanas ao recém-criado Movimento 5.7, que no passado Sábado apresentou o seu manifesto. A figura de proa é Miguel Morgado que, segundo Tavares, é o melhor valor do PSD depois de Cavaco, de quem sente muitas saudades. Tavares “admira genuinamente” o percurso de Morgado. E porquê? Porque o conhece bem, provavelmente até são amigos, e porque alega que o deputado do PSD “quer alguma coisa para o país”.

 

Portanto, o mesmo Tavares que passa a vida a criticar a lista de amigos de António Costa é o mesmo que considera que o seu amigo Miguel Morgado é o melhor político português da actualidade. Se João Miguel Tavares fosse Primeiro-ministro (o diabo seja surdo), não tenho dúvidas que convidaria o seu amigo Miguel Morgado para uma pasta, ou seja, faria aquilo que tanto critica em António Costa.

 

Tavares gosta bastante dele (de Morgado) apenas pela amizade, até porque não se conhece nada de relevante no percurso político de Miguel Morgado. Pior ainda, este movimento agora criado não apresenta nenhuma ideia nova para o país, apenas a habitual retórica. Eu diria até que não há nenhuma diferença entre o Movimento 5.7 e o Aliança de Santana Lopes que, por acaso, só por mero acaso, João Miguel Tavares não aprecia.

 

Mas onde raio é que isto vai desaguar no Cavaco? Simples. Tavares escreveu, com aquela grande lata que o caracteriza, que os governos de Cavaco Silva tiveram um “ímpeto reformista”. Ora, eu fiz um pequeno esforço de memória e tenho que admitir que Tavares tem razão neste ponto. “Ímpeto reformista” é, de facto, uma expressão bastante reveladora daquilo que foi a governação cavaquista e daquilo que foi e é Cavaco Silva, desde logo, porque Cavaco é o maior coleccionador de reformas. Cavaco também foi o grande reformador da Função Pública e o Primeiro-ministro a quem milhares de funcionários do Estado, nomeadamente professores aposentados precocemente devem as suas voluptuosas reformas. Digam lá se Cavaco não tinha um verdadeiro ímpeto reformista.

 

Poderia ainda salientar a especial vocação de Cavaco em “mandar para a reforma” o sector agrícola, as pescas, o sector da metalurgia e metalomecânica, a ferrovia, o sector têxtil e do calçado, etc. 

 

E nem vou perder tempo a escrever sobre a especial "vocação reformista" de Cavaco para reformar o sistema financeiro, dando azo ao aparecimento de ilustres instituições como o BPN, etc.

 

Enfim, João Miguel Tavares é conhecido por ser um menino que decorou bem o catecismo, mas a ansiedade de ver um amigo seu chegar ao poder e receber um convite está a deixá-lo num estado frenético.

A desgraça une, mas também expõe

A tragédia em Moçambique é um daqueles problemas que não deixa ninguém indiferente. O país, mais concretamente a região da Beira, atravessa uma enorme catástrofe humanitária causada pela passagem do ciclone Idai.

 

Não há dúvida de que aquelas pessoas necessitam de ajuda urgentemente, e já tomámos conhecimento que vários países, entre os quais Portugal, já enviaram ajuda para Moçambique e disponibilizaram-se para enviar mais (no caso de Portugal), se mais for necessário. Tudo certo até aqui. Considero que a ajuda internacional é um dever maior, que advém da solidariedade entre os povos e que deve chegar rapidamente a quem precisa.

 

Considero também que a ajuda já providenciada pelo Estado Português e a que se seguirá é representativa de todos os portugueses, afinal, nós é que somos o Estado. E, na minha modesta opinião, deve ser o Estado a assumir esse papel e a administrar a ajuda.

 

Contudo, como é costume, já se multiplicaram as iniciativas de solidariedade para com as populações afectadas, em forma de recolha de donativos. Por cá, praticamente todas as instituições estão envolvidas, desde os meios de comunicação social, aos bombeiros, bancos, cadeias de supermercados, artistas, Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais, etc.

 

Bom, eu não tenho nada contra a recolha de donativos, mas quando vejo isso a acontecer de forma desenfreada, sem o mínimo de coordenação entre as mais diversas entidades fico de pé atrás. Veja-se, por exemplo, o que aconteceu a muitos dos donativos recolhidos por entidades privadas, aquando da desgraça de Pedrógão Grande.

 

Mas aquilo que mais me incomoda nem é esta desorganização na recolha de donativos, porque apesar de despoletar alguma desconfiança é também revelador de que o povo português, normalmente, une-se nos momentos mais difíceis, quer seja naqueles que nos afectam directamente ou naqueles que afectam outros povos. O povo português pode ter muitos defeitos, mas justiça lhe seja feita, sabe unir-se na desgraça e ser solidário. Aquilo que mais me chocou foi ver duas intervenções absolutamente inacreditáveis, provenientes de portugueses a residir em Moçambique, na região afectada pela intempérie.

 

Um deles falava para as câmaras de televisão, num tom autoritário, advertindo o Estado Português que é sua obrigação enviar ajuda imediata para todos os portugueses que vivem naquela região. Fê-lo dentro de um edifício cujas paredes e tecto não tinham caído. Estava relativamente bem vestido, nutrido e seguramente, não estava com os pés descalços a vaguear por entre lama, paus e pedras. Trata-se de alguém que decidiu, livremente, fazer a sua vida noutro país. Não tem direito a exigir o que quer que seja ao Estado Português, só tem que agradecer a ajuda providenciada.

 

O outro, um empresário que se dedica à criação de crocodilos. Bem, podia começar já por questionar o escopo do seu negócio, mas vou ignorar essa questão e tratá-lo como se fosse um qualquer outro empresário. O referido “criador de crocodilos” lamuriava-se num tom queixoso e quase tão exigente como o primeiro, sugerindo que o Estado Português tem o dever de o ajudar.

 

Quer-me parecer que estes portugueses ainda consideram que Moçambique é uma colónia portuguesa e, por essa razão, acham que podem fazer exigências à metrópole. Realmente, a desgraça une, mas também expõe comportamentos inacreditáveis.

 

Enquanto uns lutam pela sobrevivência, pelo acesso ao básico, outros choram pela perda dos negócios.

Adolfo Mesquita Nunes, definitivamente não é mulher de César

Adolfo Mesquita Nunes, ex-vice-presidente do CDS, aceitou o convite de Paula Amorim para ser administrador não-executivo da Galp. Aquele que é descrito por muitos (vá se lá saber porquê) como uma das mentes mais brilhantes da política portuguesa, não resistiu aos encantos da alta-roda do meio empresarial e, num repente, passou pela famosa porta giratória e lá foi todo contentito dar uma volta no carrossel.

 

Em sua defesa, Mesquita Nunes sustenta que aceitar o convite da Galp é “uma escolha a que tem direito” e que para demonstrar que não existe promiscuidade entre o poder político e os negócios, decidiu abandonar a direcção do CDS.

 

Que bonito! Como se assim já não houvesse qualquer promiscuidade. Como se Mesquita Nunes deixasse de fazer parte do partido e, acima de tudo, continuar a ser uma das figuras de proa. Note-se que a própria Assunção Cristas, líder do partido, pondera não ocupar o lugar deixado vago por Adolfo porque, na verdade, não é necessário. Porque, na realidade, Mesquita Nunes vai continuar a desempenhar, na prática, as mesmas funções que desempenhou até agora, dentro do partido.

 

Vejam bem. Mesquita Nunes manterá o cargo de Coordenador do Programa Eleitoral do CDS. Só a título de exemplo, qual serão as ideias programáticas que o CDS vai apresentar em matéria de Energia e Ambiente? E de que forma é que isto não choca de frente e com muito estrondo com a promiscuidade entre poder político e a defesa dos interesses privados?

 

Contudo, há aqui um pequeníssimo pormenor que me está a intrigar. Ora vejamos, o CDS não tem a mínima hipótese de ser partido de Governo nos próximos quatro anos, a menos que o próximo Governo não dure quatro anos. Portanto, estará a Galp da senhora Paula Amorim a fazer uma aposta de médio-longo prazo, ou será que esta contratação já é, por si só, um “pagamento em atraso”? Pode ser, não me surpreenderia nada...

 

Bom, sendo Adolfo Mesquita Nunes alguém sem qualquer tipo de experiência no sector energético, só se vislumbra que venha a desempenhar funções políticas na Galp.

 

Pois é. À mulher de César não basta ser séria, deve também parecer séria. Adolfo Mesquita Nunes, definitivamente não é mulher de César.

Carta aberta a Conan Osíris (You Are The One!)

Caro Conan Osíris,

 

Depois de ter lido a carta aberta que Roger Waters lhe enviou, pedindo-lhe que boicote o Festival Eurovisão da Canção, não resisto em lhe endereçar esta minha humilde missiva.

 

Permita-me que lhe diga, com toda a ênfase, que concordo com tudo aquilo que Roger Waters sustentou na carta que lhe remeteu, pelo que não teria qualquer dúvida em assinar por baixo não fosse um pequeno pormenor, o facto de Roger Waters lhe ter sugerido como forma de boicote, a não comparência no Festival.

 

O senhor Roger Waters tem razão quando defende que os artistas têm um grande poder para ajudar a mudar a situação difícil que o povo palestiniano enfrenta. A brutal opressão que o Estado israelita exerce sobre o povo palestiniano, bem como a usurpação do seu território é um brutal crime humanitário que tem de ser parado. E não duvido do impacto positivo que os artistas podem ter na resolução deste problema.

 

Não obstante, considero que a melhor forma de boicotar o Festival Eurovisão da Canção é mesmo lá, em Telavive. Considero que o melhor protesto pode e deve ser feito in loco, em directo, com todo o mundo a assistir. É claro que a Eurovisão vai usar todos os meios para tentar travar qualquer tipo de manifestação, principalmente estando o evento a decorrer em Israel. Contudo, não tenho dúvidas de que o Conan Osíris tem a habilidade e o talento necessários para conseguir marcar uma posição com aquele impacto que bem o caracteriza, isto, claro, se for sua intenção.

 

Sendo assim, caro Conan, está nas suas mãos querer ou não juntar a sua voz a este movimento pela paz e pelo amor, contra a opressão, subjugação e ódio. E, já agora, divirta-se e ganhe aquela merda.

 

Com os melhores cumprimentos,

Contrário

 

P.S. Permita-me esta oportunidade para dedicar uma das suas canções a Benjamin Netanyahu.

O perfil típico dos estudantes que marcharam pelo clima

Ontem, os estudantes faltaram às aulas para participar em inúmeras manifestações pelo clima. Os estudantes responsabilizaram os políticos pela insustentabilidade do planeta e mostraram-se indignados, sobretudo, com a falta de medidas que contribuam para um mundo melhor, mais sustentável.

 

Tudo isto é muito bonito, mas eu gostaria de saber o que cada um dos manifestantes está realmente disposto a fazer para contribuir com a sua pequena parte, para a tão desejada mudança de paradigma.

 

Toda a gente sabe que as crianças, adolescentes e jovens em idade escolar, na sua esmagadora maioria, cultivam o culto das marcas e praticam religiosamente inúmeras acções diárias contrárias àquilo que ontem defenderam.

 

O estudante típico começa o dia a tomar o seu pequeno-almoço composto por cereais daquela famosa marca que começa por “K” e/ou bebe o seu leitinho quente misturado com duas colheres de pó achocolatado daquela marca que começa por “N” ou “O”. Minto. O dia-a-dia destes meninos não começa com o pequeno-almoço, mas sim com a consulta do telemóvel que, normalmente é daquela empresa com nome de fruta. Pode ser um telemóvel de outra marca qualquer, o efeito poluidor destas marcas de topo é muito semelhante.

 

De seguida, a maioria dos estudantes saem de casa para ir às aulas, mas poucos optam por utilizar os transportes públicos para esse fim, a maioria é transportada confortavelmente pelos popós dos papás. Nalgumas destas viagens ocorre aquilo que eu vejo todos os dias - beatas, plásticos e afins atirados pela janela.

 

A maioria dos “putos” passa o dia a mascar pastilhas elásticas. A meio da manhã e da tarde devoram alguns snacks daquelas marcas de âmbito universal já referidas (batatas fritas, chocolates, biscoitos, etc.). Muitas vezes o almoço é feito naquela cadeia de restaurantes que tem um “M” amarelo muito grande à porta, em que a bebida mais consumida é um refrigerante gaseificado de cor acastanhada, daquela marca que também polui pouco.

 

Ontem, naquelas manifestações, a maioria dos que nela tomaram parte vestiam calças de ganga (“jeans”), calçavam sapatilhas da marca das três barrinhas ou da asa e muitos, mas mesmo muitos apresentavam o cabelo pintado, provavelmente por um dos muitos produtos daquela marca começada por “L”.

 

Tudo isto para dizer que os estudantes, não todos mas a esmagadora maioria, são verdadeiros embaixadores das marcas que mais poluem e que mais agridem as mais diversas formas de vida do nosso planeta.

 

É muito bonito sair para a rua a gritar palavras de ordem, mas estarão eles realmente disponíveis para abdicar dos seus próprios rituais de poluição?

A mão que embala as bolas

O “sorteio” dos quartos-de-final da Liga dos Campeões determinou que os chamados “tubarões” defrontassem os menos cotados. A única equipa portuguesa em prova, o FC Porto, defrontará o Liverpool, com a primeira mão a disputar-se fora.

 

Os restantes embates são: Ajax – Juventus, Tottenham – Manchester City e Barcelona Manchester United.

 

Ou seja, as mãos que embalam as bolas do suposto sorteio decidiram que Juventus, City, Barcelona e Liverpool não se defrontassem nesta fase. Até me fez lembrar o sorteio dos quartos-de-final da Taça de Portugal, no qual as quatro equipas mais cotadas (as primeiras quatro classificadas da Super Liga) também tiveram a “sorte” de defrontar as outras quatro menos cotadas.

 

Outra curiosidade deste suposto sorteio da Liga dos Campeões é que ficou já decidido que Juventus e Barcelona só se podem defrontar na final, ou seja, o habitual desejo de ver Ronaldo e Messi no derradeiro embate da Champions.

 

Enfim, se ainda houver por aí alguém que acredite em transparência e justiça no futebol, faça favor…

O Brexit “assim” não tem solução

O Parlamento britânico está, há demasiado tempo, a viver uma situação de impasse em relação ao Brexit. Em 2016 apressaram-se a referendar a opção de abandonar a União Europeia, algo que se veio a confirmar com 51,9% dos votos a favor da saída. De facto, não foi uma diferença substancial entre o “leave” e o “remain”, mas as coisas são como são, por um voto se ganha, por um voto se perde.

 

Quase 3 anos após a escolha em referendo nota-se que a maioria dos britânicos, na realidade, não quer sair da União Europeia. Provavelmente nunca quiseram, a precipitação é que os levou a este imbróglio. Tudo isto se deve aos maus políticos, os de antes e os de agora, totalmente incompetentes para pôr a casa em ordem (Order!).

 

Então, porque é que o Brexit não tem solução? Por uma simples razão - os britânicos são demasiado arrogantes para voltar atrás numa decisão e reconhecer que se equivocaram quando puseram à consideração a hipótese de deixar a UE. Obviamente que para recuar na decisão é necessário um novo referendo, pois não me parece que uma decisão que foi referendada possa agora ser contrariada pelo poder político. Parece-me indiscutível que recuar na decisão, só por intermédio de um novo referendo, que eu acredito que, agora, teria um resultado bem diferente do primeiro.

 

Ora, neste momento, o Parlamento britânico não quer aceitar as condições de saída negociadas com Bruxelas, ao mesmo tempo que não quer uma saída sem acordo (no deal) e, ainda, não quer ouvir falar num segundo referendo ao Brexit.

 

Parece claro que aquilo que o Parlamento britânico realmente gostaria era que o tempo voltasse atrás e nunca ter levado a cabo a realização do primeiro referendo, muito menos ter considerado a hipótese de saída de UE. Mas como o tempo não volta atrás, está a vista de todos que com estes políticos o Brexit nunca terá solução.

 

Os meus parcos conhecimentos em política internacional dizem-me que a solução reside na queda do actual governo, em novas eleições e, consequentemente, num novo referendo ao Brexit.

 

A União Europeia espera? É claro que espera. Mas se fosse eu a mandar punha já uma pedra sobre o assunto e encerrava a discussão. Afinal, é o que todas as partes desejam mas não são capazes de admitir, muito menos concretizar. Além disso, aquilo que não tem solução solucionado está, não é verdade?

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