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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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RAPIDINHA

Diz o gajo que proibiu o exercício da actividade política a vários partidos da oposição e que cancelou a realização de eleições no seu país.

Além da mudança de calendário, o que muda realmente?

Anda tudo em pulgas para deixar o ano de 2020 para trás, como se já soubessem o que lhes reserva o ano de 2021. Há exactamente um ano também havia muita gente ansiosa por entrar em 2020, ano que agora nem sequer pretendem ver no espelho retrovisor.

Claro que o ano de 2020 foi um ano estranho, por causa da pandemia, mas esta também estará connosco em 2021, pelo menos em grande parte do novo ano que temos à porta. E convém também lembrar que existem muitos outros problemas para além da pandemia. Às vezes até parece que se não tivéssemos a pandemia viveríamos num paraíso. E não me venham com essa história de que “éramos felizes e não sabíamos”, porque a maioria de nós já vivia – e continuará a viver - com muitas dificuldades.

Mas, como referi, se atentarmos apenas na questão pandémica, ela continuará em 2021, mesmo com a esperança que a vacinação trouxe neste final de ano.

O que eu realmente não percebo é a razão pela qual tanta gente se enche de uma esperança vinda não de onde, só porque há uma mudança de ano, como se isso representasse nascer de novo, num novo e perfeito mundo.

A única alteração que eu noto ao meu redor, com a mudança de ano, é o calendário que costumo ter em cima da secretária. E isso, apenas porque aprecio as modas antigas.

António Costa vai fazer de conta que não é com ele?

No momento em que está a ser equacionado o plano de reestruturação da TAP, já com milhares de despedimentos anunciados bem como a redução salarial de vários trabalhadores, fica-se agora a saber que alguns privilegiados verão os seus vencimentos aumentados. Ramiro Ferreira (CEO interino) dobrou o seu salário para o valor de 35 mil euros mensais, Alexandra Vieira Reis passará de 14 mil euros mensais para os 25 mil e, claro, o senhor presidente do conselho de administração, o “PSD” Miguel Frasquilho, plantado na TAP por um governo PS, passará dos actuais 12 mil euros mensais para 13,5 mil euros. Continua-se sem saber se Miguel Frasquilho já tem conta bancária em seu nome, ou se ainda recebe os seus honorários nas contas bancárias dos familiares a quem deve dinheiro.

Já agora, e porque me referi ao CEO interino, convém lembrar que no final de Setembro, o governo anunciou que havia contratado uma empresa estrangeira, especializada no recrutamento de gestores de topo. Imagino que essa empresa deve estar a cobrar uma pipa de massa e relembro ainda que o governo anunciou que a mesma tinha 45 dias para apresentar um “CEO dos bons”. Já se passou o dobro do tempo e a TAP continua com o CEO interino aos comandos, mas a partir de agora, a auferir o dobro da remuneração, porque o indivíduo não é parvo.

No início deste ano, ainda antes da pandemia chegar a Portugal – talvez por essa razão os nossos governantes pensem que já esquecemos – a TAP procedia à atribuição de prémios a uma minoria de trabalhadores, isto depois de a empresa ter apresentado prejuízos na ordem dos 100 milhões de euros. Por essa altura, Pedro Nuno Santos (ministro das Infra-estruturas e da Habitação) disse que “é uma falta de respeito para com a esmagadora maioria dos trabalhadores da TAP e para com os portugueses”. Acrescentou dizendo que “a atribuição dos prémios era inaceitável”.

O que tem o governo a dizer, agora, sobre mais uma aberração na TAP? Vai continuar a alegar que a gestão da empresa não lhe diz respeito? Mesmo com mais de 70% do capital da empresa? E o que tem a dizer o representante do Estado na TAP, o presidente do conselho de administração, Miguel Frasquilho? Vai dizer o mesmo que disse no início deste ano, aquando da imoral atribuição de prémios, altura em que alegou não saber de nada? Será que ele só soube que vai ser aumentado pelos jornais?

É escandaloso o que se está a passar na TAP, pelo menos desde a sua privatização em 2015, incluindo o próprio processo de privatização. E agora, em cima da tomada de decisão de um processo de reestruturação que vai custar milhares de milhões ao erário público, e do qual a maioria dos portugueses tem muitas dúvidas sobre se deve ou não avançar, somos confrontados com indecorosos aumentos salariais numa empresa à beira da falência e a despedir milhares de trabalhadores.

É mais do que exigido que o senhor Primeiro-ministro, António Costa, se digne sair do covil onde se costuma enfiar em momentos como este. Estará ele à espera que, uma vez mais, seja o ministro Pedro Nuno Santos a queimar as asas? Se calhar é isso que pretende, esturricá-lo aos poucochinhos.

Um século = 20 anos

Depois dos fanáticos que festejaram a mudança de século e respectiva entrada no novo milénio a 1 de Janeiro de 2000, apareceu uma infindável série de precipitados a fazer aqueles tão célebres balanços da década, isto no final do ano 2019. Agora, temos os que consideram que um século tem apenas 20 anos.

Na sequência da última reunião que a malta da escola primária fez no Dubai, resultou a eleição dos melhores do século. Em concurso estiveram várias categorias, de entre as quais se destacam “o melhor a fazer balões de pastilha elástica”, “o campeão a fazer xixi mais longe” e, claro, “o jogador de futebol do século, entre 2001 e 2020”.

Claro que a nossa sempre criteriosa comunicação social só destacou uma das categorias. Qual foi? Qual foi? Acertou. Obviamente foi a categoria de “jogador de futebol do século, entre os anos 2001 e 2020”. Contudo, a nossa sempre criteriosa, competente e nada falaciosa comunicação social esqueceu-se desse pormenor (2001-2020) e tratou de proceder ao destaque desta notícia de jardim-de-infância, atribuindo-lhe majestosas parangonas. Bem à moda portuguesa.

A comunicação social sabe que a maioria dos portugueses só lê os títulos das notícias, pelo que as parangonas foram escolhidas criteriosamente, para que ninguém ficasse com dúvidas.

Este assunto também foi notícia em Espanha, mas com muito menor destaque e intensidade. Já o resto da Europa praticamente ignorou a magnífica distinção. Aquilo é malta que já frequenta o ensino secundário, já não perdem tempo com estes infantilismos.

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- Notícias ao minuto - 

 

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- Jornal Record -

 

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- Jornal O Jogo -

 

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- RTP -

 

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- Jornal de Notícias -

 

A vaca da Cristina

Ora, consta que no decorrer de um programa apresentado por Cristina Ferreira, no passado Sábado à noite, uma vaca andou à solta pelo estúdio, situação que gerou algum pânico nos presentes e na própria vaquinha.

Eu não vi o acontecimento. Não costumo ver este tipo de programas e, por essa razão, tenho duas questões a colocar sobre o assunto.

Alguém acredita que a vaquinha não foi propositadamente atiçada? Todos sabemos que a TVI tem andado a perder para a SIC. E o desespero em pessoas desequilibradas pode levar a comportamentos inesperados.

A outra questão é ainda mais óbvia. Então, não é costume haver uma vaca tresloucada à solta em todos os programas da Cristina?

O irresponsável Presidente Marcelo

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ontem à noite numa entrevista à TVI apelou aos portugueses para que “não estraguem [no Natal] o que se está a fazer e os números que temos tido”, como se os actuais números da pandemia fossem animadores.

E, logo de seguida, não se coibiu de informar o país acerca do corridinho que vai fazer nos dias da quadra natalícia. Ele é almoços em restaurantes com pessoas que vêm do Brasil, é jantares com outros familiares e ainda mais uns almoços e jantares que poderão decorrer até ao dia 26 de Dezembro, altura em que o próprio Pai Natal já está na Lapónia a mudar os cascos às renas.

Portanto, entre os dias 23 e 26 de Dezembro, Marcelo não vai fazer outra coisa que não seja confraternizar “à mesa” com familiares e amigos. No total, estaremos a falar de dezenas de pessoas que vão estar juntas e desprotegidas. É este o exemplo que Marcelo dá aos portugueses, escudando-se no facto de não estarem mais de cinco pessoas à mesa, mesmo no almoço que pretende realizar com a presença de dez pessoas, desta feita, distribuindo-as por duas mesas de cinco, porque é assim que se engana o vírus. Toda a gente sabe que o vírus só se propaga em mesas com mais de cinco pessoas. Em mesas até cinco pessoas o vírus fica desorientado, e por muitos perdigotos que uns atirem para cima dos outros, não haverá qualquer risco, porque o vírus fica confuso e perde eficácia.

Agora, imaginemos que, por azar irresponsabilidade Marcelo até fica infectado, que autoridade terá perante os portugueses quando se vir forçado a renovar os estados de emergência e, eventualmente, a aumentar ainda mais as medidas restritivas?

Arbitragem “caseirona” mantém Sporting à tona

Não há muito mais a registar senão o facto de que, uma vez mais, o Sporting voltou a ser escandalosamente beneficiado pela arbitragem. Se as coisas continuarem assim, o Sporting poderá muito bem terminar o campeonato no terceiro lugar.

Apenas uma nota em relação ao comportamento da comunicação social, em geral, sempre muito incompetente e tendenciosa. Quando o Sporting alega que é prejudicado pela arbitragem, mesmo sem qualquer fundamento, a comunicação social não fala de outra coisa, dando espaço de destaque às ridículas declarações do presidente do Sporting. Mas quando o Sporting é escandalosamente beneficiado pelas arbitragens, nem uma palavra.

Cavaco nunca teve biliões

Cavaco Silva, aquele que nunca se engana e raramente tem dúvidas, o esteio da direita saudosista, o brilhante economista, o especialista em números, acusou o actual governo de estar a gerir mal o processo da TAP e que os “biliões” que estão a ser gastos com a transportadora aérea portuguesa teriam melhores resultados se tivessem outro destino.

Cavaco, o especialista em economia e finanças, mas que desconhece o que são acções de capital ou como funciona o mercado de valores mobiliários – foi o que ele disse aquando da compra e venda de acções da SLN -, agora, demonstra que também não faz a mínima ideia do que são biliões.

Cavaco foi Primeiro-ministro de Portugal durante dez anos, contudo, mesmo tendo recebido rios de dinheiro a fundo perdido vindos da CEE – e “fundo perdido” é a expressão que assenta como uma luva – nunca teve a oportunidade de saber o que são biliões porque, em boa verdade, ele nunca os teve… pelo menos no devido sítio.

A Taça da Vergonha

A Taça da Liga é uma vergonha para o futebol e para o desporto nacional. Esta competição já teve vários formatos, ao longo dos anos, e este ano apresenta nova forma de apurar os quatro finalistas. Contudo, há um traço comum a todos os formatos já experimentados, que é o facto de a Liga de Clubes fazer tudo, mas mesmo tudo, para dificultar a vida aos três grandes.

Não se percebe a razão pela qual a Liga de Clubes insiste em colocar adversários no caminho dos três grandes para a Final Four. Isto é inaceitável. Então, pretendem que se respeite uma competição onde os três grandes têm que defrontar outras equipas?

Neste novo formato, os três grandes (Porto, Benfica e Sporting) entraram directamente para os quartos-de-final da prova e a jogar em casa. Mas que brincadeira é esta? O facto de a Liga determinar que os grandes jogam em casa (frente a equipas teoricamente mais fracas) não apaga a injustiça que esta competição comporta para Porto, Benfica e Sporting, porque, ainda assim, vão ter que defrontar e vencer (ao que isto chegou) os seus adversários – esses empecilhos que a Liga de Clubes insiste em colocar-lhes no caminho.

Senhores da Liga de Clubes, se querem ter uma competição justa e respeitada tenham juízo nessas cabecinhas. De uma vez por todas, enviem os três grandes directamente para a Final Four. Os três grandes mais um, claro, porque senão não são four e é uma chatice. Ou então – é só uma ideia minha – façam uma Final Three, só com os três grandes a jogar entre eles.

Agora, insistir nessa ideia de colocar obstáculos no caminho dos grandes é que tem que acabar. Ou então, pelo menos, obriguem os clubes mais pequenos a jogar de olhos vendados e pés atados.

Sinceramente, não se compreende como é que Porto, Benfica e Sporting aceitam participar numa competição onde têm que defrontar adversários. Uma vergonha.

iMagina que foi tudo combinado

O superintendente-chefe Magina da Silva esteve reunido com Marcelo Rebelo de Sousa no passado Domingo. Dizem que esta reunião já estava agendada mas, se a mesma tinha o propósito de fazer o balanço da acção da PSP ao longo do ano de 2020, por que razão foi abordada a questão da reestruturação do SEF?

Este tipo de reuniões ao Domingo fazem lembrar alguns exames de algumas faculdades.

Recordemo-nos que na passada Sexta-feira, Eduardo Cabrita (MAI) havia insinuado que Marcelo só se recandidatou à Presidência da República devido ao seu bom desempenho enquanto ministro. Ora, depois de tal afronta, Marcelo não poderia ficar mudo e quedo.

Então, eu imagino que Marcelo tenha chamado “à pressa” o director nacional da PSP, para que este lhe fizesse o favor de dar um tiro certeiro no ministro e arrumá-lo de vez para canto. E, à partida, até teria sido a melhor escolha, já que Magina da Silva é um atirador de elite. Só que desta vez, parece que o tiro foi no pé, pois ninguém entende a razão pela qual o director nacional da PSP resolve dirigir-se à comunicação social, em pleno Palácio de Belém, e proferir uma série de afirmações levianas sobre a putativa extinção do SEF e consequente fusão com a PSP. Até parecia que estava a recitar a palestra que acabara de ouvir do professor, na sala ao fundo do corredor. Chegou mesmo a dizer que a PSP acolheria com satisfação todos os “bons” profissionais do SEF. Só não ousou dizer o que faria com os maus profissionais da PSP.

Magina da Silva não se coibiu de tecer tais considerandos sobre uma matéria que não é da sua competência, porque sabia de antemão que o seu superior hierárquico – o Ministro da Administração Interna – está de tal forma fragilizado que não teria coragem para o demitir. Além disso, ter-se-á sentido especialmente confortado pelo amparo presidencial.

Mas podia ter sido pior. Magina da Silva poderia ter dito que o Palácio de Belém estava sob escuta (a mando do Governo) ou algo do género…

Porque é que o ministro Cabrita ainda não se demitiu? É óbvio…

Passaram-se nove meses após a morte do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk nas instalações do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), sem que nenhum político com responsabilidades directas no assunto tivesse actuado condignamente. Nem sequer se deram ao trabalho de transmitir uma mensagem de pesar à família e de colaborar com a trasladação do corpo para o seu país.

O Ministro da Administração Interna, o Primeiro-ministro e o Presidente da República estiveram nove meses sem dizer nada sobre o assunto. A senhora directora do SEF, que deveria ter-se demitido logo na altura em que os factos aconteceram, demorou 271 dias a apresentar a sua mais que exigida demissão. E só o fez para tentar evitar a demissão do MAI, Eduardo Cabrita.

Contudo, está mais do que visto que, passado tanto tempo, não há nada que possa salvar a pele a Eduardo Cabrita. O ministro fez, ontem, uma declaração ao país em que mais parecia a principal vítima de todo este imbróglio. No entanto, eu acho que o ministro até tinha a intenção de apresentar a sua demissão e só não o fez porque o Primeiro-ministro, António Costa, lhe terá pedido para não o fazer.

Reparem que não há ninguém que fique bem nesta fotografia, nem mesmo os restantes partidos políticos que também não deram muita importância a este caso, verdade seja dita. O próprio Presidente da República quase não falou sobre o assunto, mesmo na altura em que aconteceu a escandalosa morte de um cidadão estrangeiro às mãos do Estado português. Marcelo Rebelo de Sousa, que muito aprecia apresentar condolências, não foi capaz de o fazer neste caso, em que era exigido que o fizesse, dadas as circunstâncias dos acontecimentos.

Mas voltemos à demissão do ministro Cabrita. É óbvio que o ministro já se encontra demitido, nem sei se a sua vigência no cargo durará até à próxima Terça-feira, altura em que deverá apresentar-se na Assembleia da República para ser ouvido sobre o caso. Pois, como referi anteriormente, o próprio Eduardo Cabrita já se teria demitido, não fosse António Costa ter-lhe pedido para não o fazer. E porquê? Para que seja o próprio Primeiro-ministro a demiti-lo e, assim, fazer passar a imagem de que repôs a ordem no galinheiro, fazendo de conta que este hiato de nove meses não aconteceu.

Costa terá entendido que, se a demissão da directora do SEF não salva a pele do ministro, então a demissão voluntária do ministro, provavelmente também não limpará a imagem do Primeiro-ministro. 

Inacreditável. A pandemia não pode servir de desculpa para tanta abstracção e passividade, ao mais alto nível.

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