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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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RAPIDINHA

Para os lambe-cus de Washington, quando a Al-Qaeda ataca a soldo dos falcões da guerra no Pentágono e na CIA, isso não se enquadra na definição de ataques terroristas. Quando Washington diz que a Al-Qaeda é uma organização terrorista que tem que ser eliminada a qualquer custo, os lambe-cus chamam-lhe terroristas (sem aspas), mas quando Washington usa, financia e arma a Al-Qaeda para perpetrar derrubes de governos e instalar o caos, os prostituídos da comunicação social já preferem chamar-lhes "rebeldes" que estão a lutar pela democracia. QUE BANDO DE FdP!

Viva o 1 de Abril

Há 46 anos que Portugal celebra fervorosamente o dia 1 de Abril. Estranhamente fá-lo sempre 24 dias depois.

São já 46 as Sessões Solenes do 1 de Abril, em que os filhos e netos do fascismo nos presenteiam com os seus habituais pomposos discursos sobre a Liberdade.

A ideia de uma Superliga Europeia é legal?

Eu fico estupefacto com tanta indignação acerca da ideia que 12 clubes de futebol europeus tiveram sobre criar uma Superliga Europeia de clubes. Fico muito admirado porque é demasiado óbvio que esta ideia não tem condições para avançar. A ideia também me repugna, a questão é que eu nunca a considerei como algo possível de se fazer, porque no meu entender não é legal.

Como é possível pensar-se que alguns clubes – por mais ricos e poderosos que sejam – podem organizar uma competição de futebol sem a autorização e o envolvimento da UEFA?

Que eu saiba, até para se realizar um encontro particular de âmbito amigável é necessária a autorização da UEFA e/ou da FIFA. Como pode ser possível pensar-se que alguém possa organizar uma competição “oficial”, à margem destes dois organismos? Seria o equivalente a uma situação em que os principais grupos económicos decidissem criar, entre eles, uma nova entidade fiscal que lhes fosse mais vantajosa e que deixassem de obedecer às regras das Finanças do Estados.

Há leões e leões

Mais uma arbitragem escandalosa a favorecer o Sporting e a comunicação social pouco ou nada falou sobre o assunto. E quando falou foi para passar a mão pela cabeça do árbitro e do VAR, ou seja, para normalizar uma arbitragem vergonhosa. São já inúmeras as vezes que o Sporting foi beneficiado esta época. Por exemplo, no jogo da primeira volta em Alvalade, precisamente contra o Farense. Só os leões de Faro já tiveram que contribuir por duas vezes para o peditório dos outros leões.

No jogo da passada sexta-feira, aos 21 minutos, quando o resultado ainda estava em branco, Abner é atropelado por Coates na área do Sporting. O árbitro e o VAR mandaram seguir com a festa.

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Aos 43 minutos, nova falta para grande penalidade na área do Sporting. Desta feita, falta de Nuno Mendes sobre Tomás Tavares. Nuno Mendes toca de forma consistente no pé de apoio de Tomás Tavares e nem sequer chega a tocar na bola. Mais um penálti claro que ficou por assinalar.

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Para coroar a brilhante arbitragem, Hugo Miguel concedeu apenas três minutos de tempo extra, não fosse o diabo tecê-las. Três minutinhos apenas, quando era mais do que exigido que fossem concedidos pelo menos seis minutos de descontos. Foram seis as substituições (todas na segunda parte), mais uma eternidade de tempo para analisar o lance do golo anulado ao Farense, mais a eternidade de tempo que os jogadores do Sporting perderam com sucessivos atrasos na reposição da bola em jogo - o chamado antijogo. Mas isso seria apenas se fosse ao contrário.

E para que não restasse nenhuma dúvida sobre a intenção do senhor árbitro relativamente à subtracção do tempo de compensação, ele decidiu terminar o jogo ainda antes de esgotar os três minutinhos concedidos por ele próprio.

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Pedro Marques Lopes e outros ecos

O Partido Socialista precisa urgentemente de olhar para si próprio. Eu penso que isto podia acontecer noutro partido qualquer… no PSD, em qualquer partido de poder. Mas não aconteceu. Lamento. Isto aconteceu ao Partido Socialista.

O PS, como os outros partidos, tem responsabilidades perante os cidadãos. Não pode ser tão fácil enganar o João, o Pedro, o António, a Cristina ou seja quem for, como é enganar um partido como ele [Sócrates] enganou durante tanto tempo. Não pode ser tão fácil.

Porque os partidos têm que ser um sítio onde nós temos que confiar nos processos de escolha, porque senão ficamos completamente expostos. Porque nós, no fundo, não conhecemos aquelas pessoas. Mas confiamos que os partidos escolhem pessoas que são, pelo menos, honestas. E isso não aconteceu.

Estas foram algumas das afirmações que o comentador Pedro Marques Lopes proferiu no último programa Eixo do Mal, a propósito da última entrevista de José Sócrates (à TVI) e das reacções de alguns elementos do Partido Socialista.

E o que me leva vir aqui salientá-las não é nenhum tipo de prurido para com o comentador Pedro Marques Lopes, mas antes o facto de serem muitas as vozes que ecoam pelos mais diversos órgãos de comunicação social a corroborar as mesmas ideias, sobretudo aqueles que realcei nos primeiros três parágrafos deste texto. Vejamos:

O Partido Socialista precisa urgentemente de olhar para si próprio”. O próprio Pedro Marques Lopes fartou-se (e bem) de defender o princípio da presunção de inocência. Ora, se ainda não houve nenhuma condenação, por que razão deve o Partido Socialista olhar urgentemente para si próprio? Ou então, por que razão deve fazê-lo só agora? Para quem acha que as posições políticas, neste caso concreto (parece que é mesmo só neste), não necessitam de um desfecho judicial, então, o PS já deveria ter tirado as devidas ilações há muito tempo. E, se bem me lembro, o PS já o fez. O que mais deveria fazer o PS? Não me digam que estão à espera que políticos desonestos dêem um passo em frente e assumam que o são?

Pedro Marques Lopes também disse que isto poderia acontecer a qualquer partido do poder, como o PSD, mas não aconteceu”, disse ele. Não aconteceu? Ai isso é que aconteceu. Assim, de repente, vem-me logo à memória nomes como Oliveira e Costa (PSD), Arlindo de Carvalho (PSD), Duarte Lima (PSD), Isaltino Morais (PSD) e tantos outros que ficaram por condenar e por levar a julgamento.

Ou seja, fica-se com a sensação de que há quem só esteja interessado em atrelar aquilo a que eles próprios apelidam de “tralha socrática” para o lamaçal. No entanto, são os mesmos que nunca falaram nos mesmos termos em relação à “tralha cavaquista” que, por sinal, constituíram uma teia muitíssimo maior e muitíssimo mais penalizadora para o Estado.

Pedro Marques Lopes ainda aproveitou para surpreender todas as crianças de sete anos, ao dizer que “os partidos têm que ser um sítio onde nós temos que confiar nos processos de escolha, porque senão ficamos completamente expostos”. Parece-me que o senhor Pedro Marques Lopes é que expôs toda a sua “ingenuidade”, sobretudo quando acrescentou que “confiamos que os partidos escolhem pessoas que são, pelo menos, honestas”.

Bem, eu poderia usar os mesmos quatro nomes que referi acima para demonstrar o nível de confiança que os processos de escolha dos partidos – sobretudo os do poder - nos merecem.

Pedro Marques Lopes e todos aqueles que o ecoam deveriam frequentar as universidades de Verão e as escolas de quadros de alguns partidos, só para terem a noção do quão honesta tem que ser uma pessoa para fazer parte da nata de um partido de poder. Alguns têm mesmo que nascer duas vezes.

É este tipo de “ingenuidade” movida a hipocrisia que jamais deve ser desprezada, porque é ela que normaliza a desonestidade dos políticos (a maioria deles).

País pequeno, decisões míopes

A terceira fase do desconfinamento avança na próxima segunda-feira, mas não de maneira igual para todos. Há quatro concelhos que recuam até às condições da primeira fase, seis permanecem com as condições da segunda fase e 13 ficam sob vigilância, até nova avaliação da situação pandémica.

Mas será que faz sentido desconfinar a diferentes velocidades num país tão pequeno como Portugal? Vejamos, as restrições que os concelhos com maior incidência enfrentam são: o fecho das esplanadas, restaurantes e lojas com vendas apenas ao postigo e fecho dos ginásios e museus, etc. Estas restrições, por si só, de pouco ou nada valeriam, já que as pessoas poderiam sempre deslocar-se para este tipo de locais nos concelhos vizinhos. Contudo, entrará também em vigor a proibição de circulação entre concelhos, que restringe a circulação de pessoas que habitam nos concelhos de maior incidência. Ainda assim, será que isso valerá de muito?

As pessoas não estarão proibidas de ir para as escolas nem para os seus empregos, quer seja dentro ou fora dos concelhos com maior incidência.

Sinceramente não me parece que estas medidas sejam as mais eficazes na contenção dos contágios, especialmente quando os concelhos visados nem sequer são os de maior densidade populacional. É muito fácil de antever que a terceira fase do desconfinamento – aquela que vai avançar já na segunda-feira – vai acarretar uma muito maior propagação dos contágios do que aquela que poderia acontecer nos concelhos agora “castigados”, caso não recuassem no desconfinamento.

Aquilo que quero dizer é que as medidas de contenção da pandemia têm que ser avaliadas numa perspectiva global. Pensar que medidas avulsas – sobretudo quando incidem apenas em concelhos de baixa densidade populacional – vão trazer algum benefício é pura miopia.

Seria muito mais eficaz não avançar, para já e em todo o território nacional, com a abertura dos restaurantes, com a permissão da realização de casamentos e baptizados e, principalmente, com a retoma do ensino presencial para os alunos do ensino secundário e ensino superior. Os alunos do ensino secundário e do ensino superior poderiam perfeitamente manter o ensino à distância ou, pelo menos, a esmagadora maioria deles poderia continuar numa espécie de ensino misto, evitando ao máximo as deslocações para os estabelecimentos de ensino, os períodos de refeições e outras aglomerações.

Isto é o mesmo que estar a enviar os autotanques e os Canadair para sítios onde existem pequenas fogueiras, ao mesmo tempo que se libertam os pirómanos na floresta densa e seca.

António Costa não tem que se pronunciar sobre Sócrates

Ao contrário do que muita gente anda por aí a dizer, António Costa não tem que se pronunciar sobre as decisões do juiz Ivo Rosa, aquelas que constam no despacho de pronúncia. Não só não tem que se pronunciar, como não deve fazê-lo. Não cabe a António Costa que, apesar de ser líder do Partido Socialista, é também Primeiro-ministro e, como tal, não deve pronunciar-se sobre decisões judiciais.

Uma vez mais devo recordar que um despacho de pronúncia não é uma sentença. As pessoas continuam a falar como se as decisões de Ivo Rosa fossem uma setença, como se José Sócrates tivesse sido julgado. E mesmo que aquilo que foi decidido pelo juiz Ivo Rosa há uma semana fosse uma sentença, não creio que coubesse ao Primeiro-ministro vir comentá-la.

A própria Ana Gomes veio dizer que o silêncio de António Costa sobre as decisões de Ivo Rosa é ensurdecedor. Pois não creio que tenha razão. Aliás, António Costa pronunciou-se sobre este assunto há muito tempo, ainda nem sequer era Primeiro-ministro e, talvez por essa razão tenha dito algo sobre o assunto. António Costa disse, na altura, que isto é um caso que cabe à justiça e não à política. E disse bem. Um político com responsabilidades como as de António Costa não deve pronunciar-se sobre casos judiciais, principalmente aqueles que ainda nem sequer foram a julgamento. Querer que António Costa se pronuncie sobre este ou qualquer processo judicial é querer que ele use o peso político que tem um Primeiro-ministro para interferir ou influenciar decisões judiciais.

Não obstante, há um reparo a fazer a António Costa que, apesar de ter optado por manter o silêncio (e bem), não deixou de mandar um dos seus “cães de fila” – que só por acaso vai a eleições em breve - dizer aquilo que ele pensa.

Compreende-se que o Partido Socialista não queira sair prejudicado com as acusações feitas a um seu antigo líder, agora, ver alguns elementos do PS querer retirar dividendos eleitorais através de ataques a José Sócrates quando este se encontra na situação que todos conhecemos é um bocado… canalhice.

A semelhança e a diferença entre José Sócrates e Carlos Alexandre

Carlos Alexandre foi o juiz responsável pela fase de inquérito da Operação Marquês. Muito à custa da postura justicialista com que conduziu todo o processo, Carlos Alexandre granjeou, junto dos mais ingénuos e crédulos, um capital de honestidade, isenção e simpatia sem precedentes.

Aquilo que eu sei – e que toda a gente sabe ou deveria saber - sobre o Carlos Alexandre é que ele não é muito diferente de José Sócrates, já que o super-juiz também tem um amigo que lhe empresta dinheiro e que, por acaso, até é um magistrado do Ministério Público. É, portanto, a grande semelhança que posso retirar da comparação entre estas duas figuras.

Só que essa semelhança também encerra em si mesma uma substancial diferença. É que até ao momento, só o amigo que empresta dinheiro a Carlos Alexandre foi condenado por corrupção. Esse sim é “oficialmente corrupto”, porque há uma sentença que assim o determina.

Visão deturpada

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A revista Visão publicou hoje um artigo de opinião escrito por José Sócrates. Penso que não é necessário explicar a ninguém que um artigo de opinião reflecte a opinião pessoal de quem o redige.

Contudo, parece que a Visão não ficaria bem com a sua consciência se, no final do texto escrito por José Sócrates, não deixasse bem claro que a opinião de José Sócrates não vincula o posicionamento editorial da Visão.

Além de desnecessária e discriminatória, a atitude da Visão é absolutamente estapafúrdia. Desde logo, porque a Visão não tem o hábito de fazer essa chamada de atenção nos muitos artigos de opinião que publica, pelo que ao fazê-lo apenas neste, não só está a demarcar-se da opinião pessoal de José Sócrates – algo que não tinha necessidade de o dizer – mas, principalmente, está a assumir que tem estado editorialmente identificada com o conteúdo de todos os artigos de opinião em que não fez a mesma chamada de atenção.

Isto não é nada bonito e é muito pouco profissional.

No fundo, aquilo que a Visão está a dizer com a mensagem que colocou no final do artigo de opinião escrito por José Sócrates é o seguinte: “Não concordamos com nada daquilo que José Sócrates aqui escreveu. Temos até muito nojo e repulsa por aquilo que aqui foi escrito. Contudo, para garantir pageviews tivemos que o fazer”.

Despacho de pronúncia não é sentença

Desde a passada sexta-feira que inúmeros comentadores têm afirmado que a principal ilação a retirar do despacho de pronúncia, apresentado pelo juiz Ivo Rosa, é o facto de ter ficado provado que José Sócrates é (ou foi) corrupto. Saliente-se que muitos desses comentadores até são juristas e, no entanto, fartaram-se de dizer coisas do tipo: “Agora é oficial. Já não se trata apenas de opiniões pessoais ou da opinião pública. Agora está comprovado que José Sócrates é corrupto, porque o juiz assim o disse”.

Por conseguinte, sinto-me na obrigação de esclarecer os senhores comentadores, nomeadamente aqueles que possuem formação jurídica, que um despacho de pronúncia não é uma sentença e nem sequer tem o objectivo de evidenciar os factos que poderão ser relevantes para uma eventual condenação, mas antes os indícios considerados suficientes para levar o arguido a julgamento.

Se para os senhores comentadores não é necessário uma sentença judicial para que José Sócrates possa ser considerado “oficialmente corrupto”, se para eles basta que um juiz assim o entenda, então, tenho a dizer-lhes que têm andado muito distraídos, porque um outro juiz anda a afirmar isso mesmo há cerca de sete anos.

De salientar ainda que aqueles que tanto se regozijam com o facto de o juiz Ivo Rosa ter afirmado que Sócrates foi corrompido – tornando-o oficialmente corrupto – serem os mesmos que atacam o mesmo juiz, por este ter deixado cair as restantes acusações de corrupção. Portanto, para os senhores comentadores, o juiz Ivo Rosa é muito competente quando decide de acordo com as suas expectativas, já quando decepciona os seus mais arrebatados anseios, Ivo Rosa é um inapto.

O Benfica-Sporting da Operação Marquês

Tem sido absolutamente hilariante (ainda que previsível) constatar que aqueles que entoavam cânticos tribais de apoio ao juiz Carlos Alexandre e ao procurador Rosário Teixeira - por cada acusação inevidente e por cada ordem de prisão injustificada no âmbito da Operação Marquês – são os mesmos que agora estrebucham de ódio contra a decisão do juiz Ivo Rosa.

Muitos pensavam que esses tribalistas eram verdadeiros defensores da justiça e do Estado de Direito, mas agora ficou claro que eles só apreciam uma justiça que defenda as suas cores.

Por favor continuem, porque eu estou a divertir-me imenso.

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