Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

RAPIDINHA

COMO SE FOSSE NORMAL. Uma UE promotora da corrupção, da fuga de capitais e da lavagem de dinheiro. Uma UE ao serviço das elites, dos grandes grupos económicos, dos oligarcas e das máfias. Viva o "belo jardim" que é a União Europeia!

Um governo sem o mínimo de credibilidade

Temos um governo que achava que era possível controlar a pandemia através de uma aplicação para telemóveis, tendo despejado centenas de milhares de euros numa falácia. É o mesmo governo que convoca as pessoas para a vacinação através de SMS, mesmo sabendo que muitas das pessoas que mais necessitam da vacina não sabem utilizar esse serviço adequadamente. Muitos nem sequer usam o serviço móvel.

É também o mesmo governo que aceita radiantemente a realização da final da Liga dos Campeões, permitindo e regozijando-se com a vinda de milhares de ingleses. E depois de constatar, através das televisões, que o comportamento dos ingleses não respeitava as regras em vigor – como se isso não fosse mais do que previsível – manda a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil enviar um SMS (típico) para todas as pessoas que estão na zona do Grande Porto, para que estas não se misturem com os ingleses presentes na cidade do Porto, porque eles são feios, porcos e maus.

“Overbooking” de vacinas não é estratégia, muito menos inteligente

O senhor vice-almirante Gouveia e Melo considera que convocar pessoas para serem vacinadas acima da disponibilidade diária é uma estratégia inteligente para colmatar a não comparência de algumas pessoas.

O coordenador da task force disse que quando convoca 100 pessoas para o processo de vacinação, por SMS, cerca de 25 não responde ao SMS, pelo que tem que encontrar uma solução – que ele considera inteligente – para preencher as vagas. E ainda sustenta que “enquanto houver portugueses a quererem ser vacinados, quem não responder não cria problemas”.

Gouveia e Melo disse que 25% não responde ao SMS, pelo que por cada 100 vacinas disponíveis, ele convoca 130 pessoas, porque assim garante que aparecem 100. Eu fiz as contas e acho que mesmo assim não vão aparecer as 100 pessoas…

Bem, mas que grande lata a do senhor vice-almirante. Então as pessoas que não respondem ou, muito provavelmente, até respondem, mas de forma errada, estão a criar problemas ao senhor coordenador? O senhor vice-almirante deveria saber que é sua obrigação encontrar, de facto, soluções inteligentes. E, por essa razão, deveria começar por questionar por que razão as pessoas não respondem. Será que os contactos telefónicos dessas pessoas estão actualizados? Será que essas pessoas sabem ler SMS? Será que sabem responder a SMS?

Qualquer pessoa minimamente esclarecida sabe que as pessoas mais idosas (não exclusivamente) têm maior dificuldade em lidar com o serviço de mensagens escritas, razão pela qual a task force deveria certificar-se de que essas pessoas realmente tomaram conhecimento da convocatória. Como? Não sei… ora deixa cá ver… assim de repente… talvez por chamada telefónica, por carta, por intermédio dos serviços das Unidades de Saúde Familiar, juntas de freguesia…

A verdade é que, neste momento, já se está a vacinar pessoas com idade a partir dos 50 anos, sendo que dentro de poucos dias também os maiores de 40 e 30 anos vão começar a ser vacinados, contudo, muitos daqueles aos quais a vacinação é mais necessária continuam à espera. E não, senhor vice-almirante, não é por não quererem ser vacinados ou por desejarem criar-lhe problemas. A sua falta de competência para enxergar o óbvio é que está a fazer com que milhares de pessoas com mais de 60, 70 e até 80 anos continuem em lista de espera.

Vá lá senhor vice-almirante, seja um bocadinho menos inteligente e trate de contactar atempadamente as pessoas pelas vias que lhes são mais convenientes. E não apenas pela forma que mais convém a si e à sua equipa.

O Governo português apoia o genocídio e o apartheid

Não é novidade para ninguém aquilo que se está a passar na Faixa de Gaza, assim como já não é novidade que muitos países que se dizem democráticos e defensores dos Direitos Humanos, tal como Portugal, sejam os mesmos que se prontificam a apoiar um estado apartheid e genocida.

A mais recente onda de conflitos começou quando Israel decidiu expulsar palestinianos das suas casas em Sheikh Jarrah. Desta vez foi esse o gatilho. Cada um que tente imaginar como se sentiria, se fosse consigo. Como é possível a comunidade internacional assistir impávida e serenamente à perseguição e tentativa de dizimação de um povo?

Pior que isso é constatar que muitos países ainda apoiam – por intermédio dos seus governos - a vergonhosa, violenta e assassina posição encetada pelo governo do senhor Netanyahu, entre os quais Portugal. Sim. O Governo de Portugal, por interposição do Ministério dos Negócios Estrangeiros, condenou o lançamento de mísseis com origem na Faixa de Gaza, com destino a Israel. Portanto, o Governo português condena a reacção do Hamas face ao apartheid e ao genocídio perpetrado por Israel, mas nada diz sobre a repugnante ofensiva israelita e sobre o facto de a esmagadora maioria de vítimas mortais (e não só) ser palestiniana, incluindo muitas crianças.

A posição do governo de António Costa é uma vergonha, um enxovalho feito ao Estado de Direito que é Portugal e, principalmente, uma desonra para com todos os cidadãos portugueses que se revêm na defesa e no respeito pelos Direitos Humanos.

É, no mínimo, revoltante constatar que os governantes portugueses estejam sempre atrelados à posição assumida pelas instituições europeias que, por sua vez, estão sempre a fazer vénias aos sórdidos ditames provenientes da Casa Branca, que tem patrocinado Israel na prossecução de uma política de apartheid e de extermínio de um povo.

Sempre prontos a satisfazer a UEFA

A UEFA anunciou que a final da Liga dos Campeões 2020/2021 vai ter lugar no Estádio do Dragão, cidade do Porto. Recordemos que na época passada a fase final da competição realizou-se em Lisboa. A final deste ano (tal como a do ano passado) estava inicialmente destinada a realizar-se em Istambul, mas por razões relacionadas com a pandemia a UEFA vê-se obrigada a mudar novamente de local.

Ora, problemas relacionados com a pandemia todos os países têm e não se compreende como é que as autoridades portuguesas estão sempre prontas a acolher aquilo que os outros não querem ou não podem fazer. O facto de a situação pandémica em Portugal parecer estar mais ou menos controlada não é motivo para que se esqueça que há quatro meses éramos o pior país do mundo nesta matéria.

Vejamos, o grande entrave à realização da final na cidade de Istambul é o facto de as autoridades inglesas exigirem um período de quarentena de 10 dias (no regresso) às comitivas das duas equipas finalistas: Manchester City e Chelsea. Se ambas as equipas são inglesas, por que razão a final não se realiza em Inglaterra?

Outra coisa, esta época não houve lugar à presença de adeptos nos estádios portugueses, contudo, a UEFA já está a negociar com as autoridades portuguesas a possibilidade de se permitir a entrada de 20 mil adeptos ingleses no Estádio do Dragão. Por enquanto já está garantida a presença de 12 mil adeptos nas bancadas. Se calhar, é por essa razão que o Governo já anunciou que vai permitir a ocupação de 10% da capacidade dos estádios dos clubes da Primeira Liga, na última jornada do campeonato, algo que não faz qualquer sentido e é completamente injusto. Assim, quando começar a chover críticas pela presença de adeptos no Estádio do Dragão, na final da Liga dos Campeões, o Governo vai escudar-se na esfarrapada desculpa de que esse caminho já vinha a ser feito. Os políticos que não apreciam “precedentes” são os primeiros a criá-los, quando serve os seus intentos.

É uma situação inadmissível e absolutamente imperdoável, sobretudo depois do que se assistiu nos festejos dos adeptos do Sporting. Imaginem só como será ter 12 mil (ou mais) adeptos ingleses na cidade do Porto. Imaginem na batalha campal que pode acontecer antes, durante e depois do jogo. E logo adeptos ingleses que, como bem sabemos, são tão bem comportados fora de casa. Dizem que os adeptos vão estar constantemente numa bolha anti-Covid. Veremos.

A UEFA está ainda a negociar – e nós bem sabemos quão persuasiva é a UEFA – com as autoridades portuguesas, uma série de excepções às restrições pandémicas, para que não se chateie muito os senhores do futebol. A UEFA costuma atrelar muitas centenas, senão mesmo milhares de convidados VIP, nestas ocasiões.

E depois, ainda temos que aturar os do costume com as habituais parvoíces de que se trata de um evento importante para a cidade, para o região e para o país. É lógico que uma ínfima quantidade de pessoas e instituições estão muito interessadas, porque esses sim, vão lucrar muito, já o país pouco ou nada terá a ganhar com isso, muito menos no decorrer de uma pandemia que, na cabeça de muitos parece já ter terminado. Tal como escrevi há poucos dias, o futebol em Portugal é mesmo um Estado dentro do Estado.

A excessiva leveza do ser político português

Sobre os festejos dos adeptos do Sporting, Marcelo Rebelo de Sousa disse que houve “uma leveza excessiva na ideia de criar condições para um aglomerado muito grande de pessoas”.

Aquilo que ficou bem patente e que já vem acontecendo há demasiado tempo, no que à pandemia diz respeito, é que as pessoas com responsabilidades políticas deste país não actuam preventivamente e, pior que isso, depois dos acontecimentos ninguém assume responsabilidades.

Obviamente que compete às forças de segurança acautelar os possíveis perigos e actuar de acordo com a lei. Contudo, isso torna-se muito difícil de se fazer depois de milhares de pessoas estarem na rua. Mas, segundo consta, a polícia alertou para os perigos verificados de forma atempada, contactando a Câmara Municipal de Lisboa e o Ministério da Administração Interna, que nada fizeram.

A Câmara Municipal de Lisboa permitiu que fosse montado um ecrã gigante nas imediações do estádio do Sporting, permitiu que se vendesse bebidas alcoólicas no local e ainda permitiu que o autocarro do Sporting circulasse pela cidade durante várias horas e, para piorar a situação, após várias horas de atraso, o que fez com que as pessoas se mantivessem em apinhados ajuntamentos por muito mais tempo. Estas situações não são da exclusiva responsabilidade da CML, envolvem outras entidades, desde logo o Governo e até a ASAE.

O Sporting também não está isento de culpas. Longe disso. Não se ouviu um único apelo dos dirigentes do Sporting para que se cumprisse as regras em vigor. Mas, acima de tudo, porque foram uns dos grandes desrespeitadores das regras, ao sair para a rua no autocarro. Ora, estavam à espera do quê, com a realização do cortejo pelas ruas da cidade?

E, no final, ainda temos que levar com políticos – Presidente e Primeiro-ministro à cabeça - a recorrerem à meia desculpa de que tudo isto é um tanto compreensível porque o Sporting já não vencia o campeonato há 19 anos. É preciso muita lata. Portanto, se o campeão fosse o Braga, por exemplo, ainda haveria margem para se aceitar algo muitíssimo pior.

É mais um episódio para sustentar a insustentável e excessiva leveza do ser político português.

Futebol: um Estado dentro do Estado

Está em vigor, pelo menos até ao dia 16 de Maio, a situação de calamidade, que obriga ao dever geral de recolhimento domiciliário. Diariamente, os cidadãos não podem circular em espaços e vias públicas, e devem permanecer em casa, excepto para deslocações autorizadas. O uso da máscara é obrigatório na via pública, sempre que o distanciamento físico de dois metros não seja possível.

Os ajuntamentos estão também limitados a 10 pessoas, quer no acesso, na circulação ou permanência na via pública, excepto se pertencerem ao mesmo agregado familiar.

Está ainda proibido o consumo de bebidas alcoólicas em espaços ao ar livre e vias públicas, mais ainda no período compreendido entre as 21:00h e as 06:00h.

Na noite passada, foram milhares as pessoas que se concentraram em várias zonas da cidade de Lisboa. Foi o maior ajuntamento de toda a pandemia, sem qualquer respeito pelas regras em vigor. Zero distanciamento físico, centenas de pessoas sem máscara, e muitos a consumir bebidas alcoólicas, cujo vasilhame ainda foi arremessado na direcção dos agentes da autoridade.

Tudo isto era mais do que previsível. E o que fizeram as autoridades (as de segurança, mas também as políticas) para o evitar? Nada. E ainda colaboraram na circulação de um autocarro com jogadores da bola, para que a maralha pudesse acenar aos pastorinhos.

Lembremo-nos das declarações altamente reprobatórias dos principais agentes políticos deste país, dos comentadores de serviço e da comunicação social em geral, aquando da realização da Festa do Avante, e comparemos com o comportamento que tiveram agora para com a festa dos adeptos do Sporting. De facto, as situações não são comparáveis. A última Festa do Avante foi o equivalente a um retiro de meditação budista, se comparada com o que se passou ontem à noite e esta madrugada.

O futebol é mesmo um Estado dentro do Estado.

As patentes, o lambe-botas e o lambe-cus

As patentes das vacinas contra a Covid-19 é um dos assuntos do momento, pelo que não há como não voltar a escrever sobre isso.

A quantidade de mentiras que têm sido proferidas nos últimos dias é de bradar aos céus. Há por aí uns iluminados que teimam em afirmar que o problema da falta de produção de vacinas e consequente escassez, não tem nada a ver com as patentes. E acrescentam que o levantamento das mesmas não iria fazer com que houvesse mais vacinas.

Até se percebe que a senhora dona Merkel e o senhor Macron profiram este tipo de sandices, pois todos sabemos quais os superiores interesses minoritários que eles estão a defender nos seus respectivos países. Agora, que António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa usem o mesmo tipo de argumentos, isso já não se compreende tão facilmente. Talvez o hábito de lamber as botas e outras partes menos expostas da tão adorada minoria reinante deste sistema capitalista seja algo incontornável, mesmo quando do outro lado da balança está esse valor menor que é a saúde e a vida das pessoas.

Costa e Marcelo dizem que não há nenhum laboratório “no mundo” que esteja pronto para produzir vacinas e que não o esteja a fazer por causa das patentes. Pois, mas a Organização Mundial da Saúde e vários laboratórios dizem exactamente o contrário, há vários meses.

Curioso que Costa e Marcelo digam que o problema da escassez das vacinas não está nas patentes, mas sim na falta de produção. Como podem dizer algo tão profundamente contraditório? Essa afirmação só faria sentido caso os laboratórios que detêm as patentes estivessem a produzir muito abaixo das suas capacidades, algo que ainda ninguém ousou dizer e que constituiria mais uma razão para que o poder político se insurgisse.

Primeiro-ministro e Presidente da República também estão de acordo com o facto de o eventual levantamento das patentes poder abrir um precedente indesejado (já cá faltava a patética narrativa dos “precedentes”). Dizem eles que o levantamento das patentes pode levar, no futuro, à falta de incentivos à investigação. Falta de incentivos? É preciso ter muita lata para falar em falta de incentivos, quando foram muitos os milhares de milhões de dinheiros públicos despejados na investigação e desenvolvimento destas vacinas. É ainda mais inacreditável que um Primeiro-ministro e um Presidente da República considerem que “salvar vidas” não é, de per si, um incentivo mais do que suficiente para que se produza investigação científica. Como se os lucros obscenos de uma minoria fosse algo sagrado e que tem que ser preservado e garantido, acima de qualquer outro valor, até mesmo a vida das pessoas.

A dupla maravilha ainda acrescenta que o levantamento das patentes poderia conduzir à falta de segurança e qualidade das vacinas, como se o levantamento das patentes significasse que as vacinas pudessem passar a ser produzidas em qualquer estaminé. Atentem bem na perfídia patente neste tipo de argumentos.

Em abono da verdade, aquilo que António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa dizem sobre o levantamento das patentes não tem qualquer impacto numa eventual decisão sobre o assunto. Algo que só torna as suas declarações ainda mais repugnantes.

Eu, enquanto português, só posso sentir nojo por este tipo de políticos, que fazem de tudo para agradar aos superiores hierárquicos da Europa. Não será tanto o caso de Marcelo, mas Costa ainda sonha em seguir os passos de Durão Barroso.

A patente subordinação de políticos como António Costa

Os políticos que nos representam no seio das instituições europeias – António Costa logo à cabeça – afirmam, em uníssono, que o problema da escassez de vacinas não se deve às patentes. E até vão mais longe quando defendem que, caso se libertassem as patentes, a produção das vacinas não iria aumentar de um dia para o outro. Dizem-no como se a problemática sobre as patentes das vacinas não tivesse sido levantada há pelo menos um ano atrás, quando ainda nem sequer havia vacinas prontas. Se os políticos tivessem exigido o levantamento das patentes nessa altura, certamente que teríamos muitíssimas mais vacinas e com o mesmo nível de segurança há já bastante tempo. Um ano não é “de um dia para o outro” como sustentou Costa, Macron e von de Leyen.

Os líderes europeus têm ainda o descaramento de declarar que a melhor forma de garantir a segurança e a qualidade das vacinas é manter as patentes. É preciso ser-se muito sabujo para tomar uma posição desta natureza, quando o mundo inteiro clama por muitas mais vacinas. E quando até o Governo norte-americano e a Organização Mundial da Saúde defendem o levantamento das patentes, quando a própria Organização Mundial do Comércio se dispõe a debater o assunto e até o Papa apela para que isso se concretize rapidamente, os políticos europeus vêm dizer que não, que não deve ser esse o caminho, como bons capachos que são.

Ursula von der Leyen até chegou a afirmar que “a Europa é a farmácia do mundo”. Se a Europa é a farmácia do mundo, Ursula von der Leyen é uma péssima gestora de compras e de stocks. Não, senhora dona Ursula, a Europa, ou melhor, a União Europeia é, de facto, um agente importante na cadeia de negócio da big pharma, mas não se trata de uma farmácia, trata-se da melhor trupe de delegados de propaganda.

As patentes das vacinas até podem vir a ser levantadas, mas uma coisa é garantida, a subordinação patente nestes políticos de quinta categoria que representam as instituições europeias jamais cairá.

O compromisso social mais ambicioso da União Europeia

A União Europeia congratula-se por ter alcançado “o compromisso mais ambicioso de sempre” na Cimeira Social – o Compromisso do Porto.

O compromisso é tão, mas tão ambicioso, que as autoridades europeias esperam conseguir atingir uma taxa de emprego de 78%, já na próxima década. Curioso o facto de terem optado por falar em taxa de emprego. É que, assim, 78% até parece muito. A realidade é que os políticos europeus festejaram efusivamente o anúncio de uma taxa de desemprego de 22% - para os próximos 10 anos - no espaço da União Europeia.

Fantástico. Considerando que o desemprego e a falta de qualidade dos empregos é, muito provavelmente, o maior flagelo social na União Europeia, não restam dúvidas de que este compromisso merece as maiores celebrações.

E já que falamos de qualidade no emprego, a União Europeia também se comprometeu em apostar ainda mais na qualificação dos trabalhadores, ou seja, muitos mais milhões e milhões para despejar em acções de formação que só servem para amamentar as Tecnoformas desta vida.

Afinal o problema da TAP é a tuberculose

Já todos estamos muito cansados de ouvir falar dos problemas da TAP. O que nós não sabíamos é que o grande problema da TAP não tem nada a ver com a crise ou má gestão, não, o problema da TAP é a tuberculose. Daí a administração da transportadora ter decido contratar a BCG. Faz sentido.

A Boston Consulting Group (BCG) foi a empresa de consultadoria que o conselho de administração da TAP escolheu para elaborar o processo de reestruturação da transportadora aérea nacional.

Portanto, a TAP tem (ou tinha até há bem pouco tempo) cerca de 10 mil trabalhadores. Um infindável rol de administradores e directores, sendo que cerca de 100 trabalhadores que compõem esta nata foram extraordinariamente premiados pelos “brilhantes” resultados da companhia. No final do ano passado, o CEO da companhia, Ramiro Ferreira, até viu o seu salário ser duplicado para a singela quantia de 35 mil euros mensais. Ora, com tão bons administradores e directores, a administração da companhia chega à conclusão que, para levar a cabo uma operação de despedimentos em massa, é absolutamente crucial contratar uma empresa de consultadoria. Daquelas muito caras, porque caro é sinal de competência, como toda a gente está cansada de saber.

Em suma, se a contratação de uma consultora privada de luxo não é sinónimo de incompetência do bando de nepotes que ocupa os cargos de administração e direcção da TAP – que nem para despedir servem -, então só se pode concluir que a BCG foi contratada por razões de saúde. E com a saúde não se brinca.