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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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RAPIDINHA

Trump deporta imigrantes, porque considera que as pessoas devem viver na sua terra, no seu país de origem, com excepção do povo palestiniano, que deve ser expulso do seu próprio país e entregá-lo aos "nazionistas".

Falem com o Carlos Queiroz

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Na primeira conferência de imprensa no Catar, Carlos Queiroz - seleccionador do Irão – não se acobardou perante um representante da comunicação social ocidental.

A dada altura, um “jornalista” da Sky perguntou a Carlos Queiroz se este se sentia bem a representar um país como o Irão, que reprime os direitos das mulheres? Por seu turno, Queiroz retorquiu perguntando ao jornalista: “Para que canal trabalha?” e “Quanto me paga para responder a essa pergunta?”. Visivelmente incomodado – e com razão –, Queiroz levantou-se e abandonou a sala de conferências de imprensa, sem antes deixar um conselho precioso ao autómato da Sky, dizendo-lhe que “começasse a pensar sobre o que aconteceu aos imigrantes em Inglaterra”.

É óbvio que aquilo que Carlos Queiroz disse – ironicamente – foi que a empresa para a qual o jornalista trabalha, não está minimamente interessada em fazer jornalismo, muito menos preocupada com os direitos das mulheres iranianas. Trata-se apenas de mais um órgão de comunicação social ao serviço do poder estabelecido, que tem como objectivo incendiar e desestabilizar os países que consideram seus inimigos e, claro, fazer muito dinheiro com isso.

O “jornalista” da Sky não só deveria seguir o conselho de Carlos Queiroz, como ainda deveria ir mais longe e indagar sobre o tipo de regime democrático vigente no seu país. Poderia começar por explicar como é que numa democracia como a britânica, os profissionais de saúde são perseguidos e demitidos, apenas porque recusaram as vacinas contra a Covid-19. É só mais um exemplo.

O “jornalista” da Sky cumpre bem a missão de apontar os defeitos dos outros países para esconder os do seu próprio país e seus semelhantes ocidentais, mas desta vez não teve sorte. O Carlos Queiroz não deu para o seu peditório.

Como disse o outro, em 2010, “falem com o Carlos Queiroz”.

A retirada de Kherson e um Zelensky cada vez mais perto da capitulação

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Após a retirada russa da cidade de Kherson foi um tal atirar foguetes para o ar no “mundo ocidental”. Políticos e comunicação social, sempre muito bem orquestrados, trataram logo de cavalgar o acontecimento como sendo “um enorme fracasso estratégico” do lado russo, “uma humilhação para Putin” e, por outro lado, “uma estrondosa vitória” para o lado ucraniano.

Mas será que foi mesmo isso que aconteceu? Não creio que seja necessário ser-se um grande especialista em conflitos armados para perceber que num cenário desta natureza costuma haver avanços e recuos no terreno. E isso nada tem a ver com estratégia política, mas sim com deliberações de natureza exclusivamente militar.

Vejamos, o exército russo encontrava-se em clara inferioridade numérica em Kherson, e a somar a esse factor, o lado russo preocupou-se em garantir a segurança da população residente em Kherson que, para quem não sabe é esmagadoramente pró-russa. Como é sabido, o exército russo procedeu à remoção da maioria dos civis daquela área. Além destes dois factores de suma importância – protecção dos civis e do seu exército – não podemos esquecer de que existe uma barragem no rio Dniepre, a montante de Kherson e que os ucranianos ameaçaram rebentá-la, algo que provocaria rápidas e violentas inundações que, por sua vez, tornaria impossível as movimentações no terreno, isto para não falar na catástrofe humanitária que resultaria dessas inundações. Uma vez mais, ficou claro como cada um dos lados interpreta a realidade e, acima de tudo, a forma como cada um se preocupa com os civis.

Portanto, os russos recuaram para a margem esquerda do rio Dniepre, que é uma área mais vantajosa, do ponto de vista de quem combate, por ser mais elevada, e o “ocidente orquestrado” quer fazer o povo acreditar - para continuar a alimentar a máquina de guerra - que o exército ucraniano está a ter grandes vitórias e o russo pesadas derrotas. Vejamos, nos últimos meses, as forças ucranianas avançaram com tudo o que tinham em três regiões: Kharkov, Zaporizhia e Kherson. Estas três investidas custaram muitos milhares de vidas ao exército ucraniano, que está cada vez mais em vias de extinção, sendo que do lado russo as perdas foram muitíssimo menores, cerca de um décimo.

Aquilo que se pode dizer sobre a retirada de civis e do exército russo de Kherson é que não só constitui uma inteligente decisão operacional do lado russo, como não deixa dúvidas que pode constituir uma penosa “armadilha” - feita às claras, diga-se - para os ucranianos que, aparentemente estão dispostos a atirar-se de cabeça na sua direcção, empurrados pelo insano líder Zelensky.

Alguns “especialistas” do comentário até chegam a dizer que, com esta retirada, Putin está a abandonar território russo (recordemos que Kherson é considerado território russo desde os referendos). É gente que não faz mínima ideia do que está a acontecer. E, pior que isso, trata-se de gente que não perde uma oportunidade para atacar Putin, por este, segundo eles próprios, ter decidido “abandonar” Kherson (sendo que antes disso fez questão de retirar os civis da cidade, pormenores…), mas que nada têm a dizer sobre o facto de Zelensky e os que o antecederam terem atacado a população do seu próprio país durante oito anos a fio.

Como referi acima, não se tratou de uma decisão política de abandonar um território que é considerado seu (da Federação Russa), tratou-se sim, de uma decisão militar que tem como objectivo reforçar a posição de comando e defesa da região, das suas populações e dos (seus) militares envolvidos. Além disso, o exército russo recuou para uma melhor posição geográfica. Não nos esqueçamos que o frio e a chuva vão chegar em força, muito brevemente, e isso dificultará muitíssimo as condições no terreno, particularmente daqueles que se encontram num pior posicionamento. Ademais, os russos vão reforçar os seus efectivos nas próximas semanas. E não se trata de um reforço qualquer, já que estamos a falar de centenas de milhares de homens que se vão juntar às frentes de combate.

Por que razão haveriam os russos de se submeter, agora, a uma mortandade, quer dos “seus” civis em Kherson, quer dos seus militares? Isso sim, seria uma estupidez e um tremendo erro estratégico. Um exército sem militares não está em condições de manter nada. Zelensky está constantemente a esquecer-se desse importante factor e continua a enviar para a morte milhares e milhares de combatentes.

O lado ucraniano está a ficar sem homens para combater e até sem armamento. Quando o terreno ficar enlameado pela chuva e pelas temperaturas negativas (já nas próximas semanas), o exército russo vai simplesmente aniquilar o exército ucraniano que, pelas condições que descrevi, será carne para canhão.

Entretanto, o pau-mandado Zelensky voltou a falar em negociações de paz. Notem que está a fazê-lo numa altura em que ele e o “ocidente” que o apoia dizem que a Rússia está a perder em toda a linha. Portanto, numa altura em que dizem estar claramente por cima é que voltam a demonstrar disponibilidade para negociar a paz. É claro que nada disto faz sentido, porque a realidade é exactamente o contrário daquilo que é propagandeado pelos líderes ocidentais e sua comunicação social. Não obstante, a Zelensky só resta duas alternativas: tentar negociar já, ou continuar a ser manipulado por Washington e capitular um pouco mais à frente, com muitíssimos mais custos para a Ucrânia. E para os povos ocidentais (sobretudo os europeus), que são liderados por um bando de corruptos vendidos ao poder instalado em Washington.

Ó senhora ministra, não diga que não é cunha

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A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, contratou para o seu gabinete um novo adjunto de apenas 21 anos, recém-licenciado e sem qualquer experiência profissional. Mas atenção, o puto é um génio. Numa palavra: competentíssimo.

Mariana Vieira da Silva disse que, apesar de ter apenas 21 anos, o perfil do contratado é o adequado para o desempenho das funções que vai assumir no seu gabinete. Das duas uma, ou o menino não vai ter muito com que partir a cabecinha no seu gabinete, ou então a senhora ministra terá que explicar muito bem que tipo de experiência relevante tem o jovem Tiago Cunha, que se adeqúe ao desempenho de tão importantes funções.

A ministra fez questão de notar que a filiação partidária (no PS) nunca foi critério de recrutamento. Pois claro que não. Onde é que isso já se viu? Só os invejosos e os teóricos da conspiração é que se lembrariam de dizer que se trata de mais um tacho para um jotinha.

Vejamos, qualquer pessoa achará que o desempenho da função de adjunto de um chefe de gabinete ministerial é de grande responsabilidade, e que requer competências específicas para o cargo, entre as quais, experiência profissional relevante, mas a senhora ministra Mariana Vieira da Silva não concorda. Ela entende que o facto de a lei lhe conferir o direito à discricionariedade nas suas contratações, isso lhe permite contratar quem muito bem lhe apetecer, sem ter que dar satisfações a ninguém.

De facto, ninguém deveria estranhar que, alguém que chegou aos lugares do poder por via de herança pensasse de outra maneira. Claro que a Mariana é muitíssimo competente e trabalhadora. E o facto de ser filha de quem é não teve nada a ver com o seu percurso dentro do Partido Socialista e nos lugares do poleiro. Claro que não, aliás, precisamente por ser filha de quem é, a Mariana teve que enfrentar muitíssimas mais dificuldades e teve que se esforçar muito mais que os outros para ultrapassar as inúmeras provações que encontrou ao longo do seu árduo caminho, a fim de provar o que realmente vale. Não é isso que costumam dizer os filhinhos dos papás que têm todas as oportunidades e mais algumas caídas do céu?

A Mariana só está a fazer como viu fazer. E como ainda não tem herdeiros a quem entregar a pasta, a cunha foi parar ao jotinha promissor que estava à bica. Um tal de Tiago “Cunha”.

E ainda tem a lata de dizer que não é cunha.

“Democracy is on the ballot”. Será?

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Hoje é dia de eleições intercalares nos EUA e os “democratas” – que andam muito desesperados - dizem que não votar neles é “antidemocrático” e que, nas eleições de hoje, “a Democracia está no boletim de voto, nas urnas”. Ora, se a Democracia está no boletim de voto, por que razão não votar nos “democratas” é considerado (por eles próprios) um acto antidemocrático?

É um conceito de Democracia muito peculiar, não é? Achar que uma eleição só é democrática se o resultado for a favor deles. Mas, então, não foi esse entendimento que eles – os “democratas” - tanto criticaram em Trump, quando este perdeu as eleições em 2020?

Qualquer pessoa minimamente esclarecida já se apercebeu que os “democratas” vão perder as eleições de hoje, apesar de a comunicação social continuar a disseminar que a luta está renhida. E como vão perder, será novamente possível questionar os resultados de uma eleição, será novamente possível afirmar que a Democracia está em risco.

Se bem se lembram, em 2016, aquando da vitória de Donald Trump, aquilo que os media propagaram aos sete ventos foi que as eleições tiveram interferência russa. Já em 2020, quando Joe Biden venceu as eleições, todos quantos se atrevessem a colocar em dúvida os resultados eleitorais eram chamados de “antidemocratas”, de “conspiracionistas de extrema-direita” e de “fascistas”. Hoje, depois de se conhecer os resultados finais destas eleições intercalares que, como referi, vão ser ganhas pelos republicanos, voltará a ser possível pôr em causa os resultados de uma eleição, porque quando os “democratas” perdem é democrático fazê-lo. E não me admiraria mesmo nada que voltassem a chamar à colação a desculpa esfarrapada da já gasta e patética “interferência russa”, que não tem nada a ver com teorias da conspiração, não senhor.

Os “democratas” nos EUA são assim. Ainda não perceberam - ou fazem de conta - que a diferença entre eles e os republicanos é praticamente nenhuma e que isso começa, finalmente, a ser percepcionado pelos eleitores, sendo que neste momento, são precisamente aqueles que se arrogam como “democratas” e guardiões da Democracia que mais transpiram fascismo nas suas políticas.

Na verdade, aquilo que muito preocupa os “democratas” americanos nestas eleições não é o facto de a Democracia estar em jogo, mas sim os seus lugares no poder. E eu - que não vou sentir nenhuma satisfação pela vitória dos republicanos - vou-me rir muito à custa da derrota dessa pandilha que se arroga "democrata". Não se pode ter tudo.

Liberdade de expressão? Sim... quer dizer... às vezes... se me agradar...

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Há não muito tempo, um enorme rebanho andava por aí a defender que não se podia impor limites à liberdade de expressão. Mesmo quando alguns alegavam que, por vezes, a liberdade de expressão extrapolava os limites do bom senso e invadia o campo da libertinagem, esse grande rebanho não admitia mistificações de conceitos e, muito menos, que alguém se atrevesse a colocar qualquer limite à liberdade de expressão. Defendiam que no dia em que se começasse a impor limites à liberdade de expressão, a Democracia correria sérios riscos.

Salientemos que era nos meios de comunicação social, que muito contribuem para a formação da opinião pública, que os debates sobre a liberdade de expressão mais se inflamavam. E, se bem se lembram, por altura dos ataques perpetrados contra o Charlie Hebdo, o rebanho que encontra muito pasto na comunicação social, não se cansou se repetir que, “a liberdade de expressão tem que ser defendida até à morte”, e que “não se pode impor limites à liberdade de expressão, mesmo que o outro diga algo que nos desagrade profundamente, ou que até nos ofenda, porque a liberdade de expressão é um direito que tem que ser preservado a qualquer custo”. Foi mais ou menos isto que disseram, com as jugulares quase a rebentarem de tanta cólera acumulada.

Agora que um tal de Elon Musk comprou a rede social Twitter e comunicou que pretender devolver a liberdade de expressão à rede, possibilitando o regresso de ex-utilizadores da rede, que haviam sido banidos por alegadamente terem “desrespeitado as regras”, o mesmo enorme rebanho voltou a encher-se de indignação, mas neste caso concreto, para demonstrar que não aceita uma liberdade de expressão que não tenha limites. Agora defendem acerrimamente a imposição de limites e que não pode haver margem para a libertinagem. Dizem que uma liberdade de expressão sem limites é fundamentalismo. Atentem bem na lata desta gente.

Como são básicos e indecentes, estes vendidos que conspurcam a comunicação social. Às ordens do poder estabelecido vêm agora dizer que não podemos por em causa “os nossos valores e o nosso modo de vida” – essa treta que não significa rigorosamente nada, a não ser a intenção de reforçar e perpetuar o poder estabelecido.

Para terminar, que fique claro que não estou a defender as intenções de Elon Musk, até porque ainda é cedo para perceber as verdadeiras alterações relacionadas com a liberdade de expressão que, de facto, vai implementar na rede social Twitter. Aquilo que bem conhecemos de Elon Musk é que ele próprio constitui um elo fundamental do poder estabelecido. Daí se antevê que dele não partirá nenhum movimento que vise defender os direitos e liberdades dos cidadãos. Garantido.

Lula da Silva e o 25 de Abril

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Há um paralelismo - mais do que previsível - entre os discursos e mensagens de reacção à eleição de Lula da Silva para Presidente do Brasil e os habituais discursos e mensagens de comemoração do 25 de Abril.

Aqueles que até há bem pouco tempo não conseguiam disfarçar o ódio e o desprezo que sentiam por Lula da Silva são os mesmos que, depois de este ter sido eleito, não se cansam de matraquear elogios à sua pessoa e de se congratularem com a sua vitória nas eleições brasileiras.

Curiosamente, ou nem tanto, são os mesmos que todos os anos se deludem e se deleitam em magnânimas discorrências sobre a liberdade, como se não soubéssemos bem quem eles realmente são e de onde vieram.

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