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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

Contrário

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A oeste nada de novo

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Por cá, os soldadinhos disciplinados da comunicação social desdobram-se na propagação de uma narrativa que tenta suavizar um crime violento. Muitos chegam mesmo a banalizar de tal forma o mais recente e mediático crime (múltiplo homicídio), que até dizem que se trata de um tipo de crime que acontece com muita frequência em Portugal.

Já nos EUA, o POTUS decidiu fazer mais um número de “stand-up comedy”, desta vez sobre gelados, enquanto os corpos de seis pessoas assassinadas arrefeciam à sombra da sua indiferença e desrespeito.

Por cá, o crime foi cometido por um refugiado, lá, o crime foi cometido por uma pessoa transexual. Políticos no poder e comunicação social entendem que os crimes cometidos por pessoas com estas características não devem merecer o mesmo repúdio e condenação, habitualmente demonstrados noutras situações.

À semelhança do seu líder, há uma boa parte da sociedade ocidental – sobretudo aquela que aparece na comunicação social e os que nela se deixam adormecer – que caiu na mais enraizada e imunda insanidade.

"Venturas" vs. "bonzinhos sonsos e tontos"

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Há dois dias, um individuo assassinou duas pessoas. O crime ocorreu no Centro Ismaelita em Lisboa e foi perpetrado por um indivíduo de nacionalidade afegã.

E como reagiu uma grande parte do país? Marcelo Rebelo de Sousa disse que “genericamente, a sociedade portuguesa reagiu muito bem, porque reagiu com bom senso”. E depois começou a divagar sobre a situação, alegando que nós [os portugueses] “temos quase 900 anos” e “já vimos tudo”. E que “relativizamos aquilo que deve ser relativizado e percebemos aquilo que é grave”. Portanto, Marcelo Rebelo de Sousa entende que este crime não é grave e que deve ser relativizado. É a posição do Presidente da República.

Já o país reagiu com a habitual guerra de trincheiras. De um lado estão “os Venturas” que se aproveitam logo da situação para retirar dividendos políticos. Apesar de apontarem um facto inegável – o de que os governos não têm uma política minimamente definida em relação à entrada de refugiados ou de imigrantes – percebe-se bem que não estão minimamente interessados na situação de vida dessas pessoas, mas apenas em cavalgar a onda xenófoba e racista. Nada de novo, portanto.

Aquilo que realmente surpreende é a argumentação daqueles que estão do outro lado – o lado dos cidadãos que são uma jóia de pessoas. Portanto, acontece um crime horrendo e um alargado grupo de pessoas (bem maior do que “os Venturas”) está de manhã à noite, em tudo o que é canto da nobre comunicação social a tentar minimizar a situação, a fazer crer que aquilo que aconteceu não foi um violentíssimo crime. E, acima de tudo, a actuarem com uma inacreditável complacência para com o assassino. Quase que a santificá-lo. E ainda acusam “os Venturas” de não terem respeito pelas vítimas. Nunca tinha visto uma onda de solidariedade e compaixão para com um assassino.

Uns dizem que se trata de “um indivíduo muito calmo e muito cuidadoso com os filhos”. Outros dizem que ele até já “havia gravado um vídeo a pedir ajuda”. Há quem tenha sugerido que “ele ouvia vozes”, que andava “perturbado desde que perdeu a mulher” e que terá sido vítima de um “surto psicótico”. E que o facto de estar na posse de uma faca era “porque andava com medo” e a faca era “para se defender”. Enfim, a insanidade desta gente é tal que, alguns até chegam a sugerir que a culpa é do Estado, que não soube proteger este indivíduo e proporcionar-lhe melhores condições de vida. Muitos desses que criticam o Estado são os mesmos que dizem que o Centro Ismaili e a Fundação Aga Khan se dedicam a valores muito nobres e que muito têm feito pelo próximo. Marcelo até disse que Portugal lhes deve muito. Outros dizem que eles são um exemplo tão enorme de humanidade, que até já se disponibilizaram para acolher os filhos do homicida. Mas, se são assim tão beneméritos e uns seres humanos tão exemplares, como se explica que não tenham sido capazes de ajudar este indivíduo e seus filhos há mais tempo?

Estou só a questionar. Eu não conheço os ismaelitas de lado nenhum. Aquilo que conheço (o suficiente) é a situação de vida do seu líder espiritual, que se diz descendente de Maomé. Sua Alteza, o Aga Khan é só uma das pessoas mais ricas do mundo, daqueles que ostentam aviões e iates privados, habitações de luxo em todas as principais cidades mundiais e que até conta com uma ilha privada na sua longa lista de valores muito nobres.

Portanto, de um lado os xenófobos e racistas a querer passar a ideia de que todos os refugiados e todos os imigrantes são gente muito perigosa e que devem ser impedidos de entrar no nosso país. Do outro lado, um grupo de histéricos armados em bonzinhos sonsos e tontos que, ao invés de usar os argumentos certos (a verdade), apenas tentam distanciar-se o mais possível daquilo que “os Venturas” disseram, mesmo que para isso tenham que recorrer a narrativas patéticas. E têm-no feito recorrentemente. Neste caso concreto, o Ventura tenta fazer generalizações só para cavalgar a onda xenófoba e racista e o que decidem fazer os bonzinhos para o contrariar? Relativizam muito bem "relativizadinho" o crime que aconteceu e até se atrevem a vitimizar, desculpar e a santificar o assassino em causa. Eles - os bonzinhos - só querem deixar bem vincado que estão nos antípodas do pensamento do Ventura, porque para os bonzinhos o Ventura representa todos os males. E eles são tudo o que há de bom. Qualquer dia, o Ventura lembra-se de exigir uma nova ponte sobre o rio Tejo e o bando dos bonzinhos irreflectidos vai cair em cima dele e exigir para que se mande abaixo a ponte Vasco da Gama. Só para o contrariar. 

Vejamos, pouco importa quem é o homicida. Se é refugiado, se é imigrante ou natural de cá. Pouco importa se é branco, preto, amarelo ou azul. Pouco importa qual é o seu género, ou o género que ele pensa que é. Pouco importa se é rico ou se é pobre. Aquilo que está em causa é a ocorrência de um crime hediondo, cujo perpetrador tem que pagar e ponto final. O resto é tudo conversa para dividir a sociedade em dois lados (em que nenhum deles é bom) e a tentativa de arregimentar apoiantes, quer para o lado dos xenófobos e racistas, quer para o lado dos bonzinhos sonsos e tontos.

Eu digo já que me recuso a alinhar em qualquer um dos lados.

Fútil, leviano, irresponsável, ignorante e prepotente. Ainda não se demitiu?

Depois de se ter prestado ao desavergonhado e execrável papel de Ditador-Mor da Armada, aquando da repreensão pública que fez aos 13 marinheiros que se recusaram a participar numa missão, Gouveia e Melo já deveria ter apresentado a sua demissão.

Gouveia e Melo não aceitou as alegações dos 13 marinheiros – de que a embarcação não reunia as condições necessárias – e garantiu que o navio tinha todas as condições para cumprir a missão. E ainda acrescentou que, após o sucedido, mandou realizar uma inspecção ao NRP Mondego e que a mesma concluiu que o navio apresentava as condições necessárias para cumprir a missão.

Agora já não restam quaisquer dúvidas de que os militares “insubordinados” é que estavam certos e de que o emproado, incompetente e prepotente Gouveia e Melo estava completamente errado.

Não tem qualquer condição para se manter no cargo. Aliás, deveria ter sido exonerado das suas funções logo no dia 16 de Março, quando demonstrou claramente não ter o perfil nem as competências necessárias para o cargo. Que tipo de líder sujeita os seus homens a tamanha humilhação? Além disso, em total concubinato com as luzes da ribalta.

Ainda não se demitiu?

 

A infinita cretinice

Dos políticos, aos jornalistas, aos comentadores avençados

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Há poucos dias, Vladimir Putin anunciou que a Rússia vai colocar armas nucleares tácticas na Bielorrússia. Esta comunicação do Kremlin só poderia ter a reacção que teve no mundo histérico ocidental.

O “jardineiro” Josep Borrell – representante da União Europeia – veio logo dizer que “o acolhimento de armas nucleares russas pela Bielorrússia constituiria uma escalada irresponsável e uma ameaça à segurança europeia”. E não teve nenhum prurido em voltar a ameaçar com mais sanções. Até porque elas têm resultado lindamente, não haja dúvida.

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Em simultâneo, o governo ucraniano gritou aos sete ventos que “o Kremlin tomou a Bielorrússia como refém nuclear”.

A comunicação social, em geral, entrou logo em histeria e tratou de disseminar o pânico nas massas. Para isso servem-se sempre dos seus cães de fila do comentário político, aqueles que dizem tudo aquilo que os órgãos de comunicação social que lhes dão espaço pretendem que eles digam, mas sem se vincular directamente com essa opinião.

Portanto, os líderes europeus e os trolls da comunicação social estão muito preocupados com o facto de a Rússia pretender implantar armas nucleares na vizinha Bielorrússia – esse acto hediondo, perigoso e irresponsável, que só aumenta o risco de uma catástrofe na Europa. "Ah, como se atrevem esses russos irresponsáveis?". Contudo, nunca se incomodaram – e até se sentem confortáveis - com o facto de os EUA terem cerca de 100 ogivas nucleares armazenadas no "belo jardim" que é o espaço europeu, colocadas em bases militares na Bélgica, na Alemanha, em Itália, nos Países Baixos e na Turquia, pelo menos.

Da República para o Grão-Ducado

Que bem que se está na República Dominicana

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Marcelo e Costa muito felizes e contentes numa reunião de mórmons na República Dominicana. Não, agora a sério, foram participar numa reunião de pais-de-santo. Não, não, foram participar na “Noite Branca Ibero-americana”.

E da República lá foram eles para o Luxemburgo, tão ou mais felizes e contentes que antes. Como ainda havia combustível para queimar no tanque do avião, o casalinho decidiu realizar um passeio domingueiro. Mas neste caso eu sei bem o que eles lá foram fazer. Foram trabalhar em prol da participação cívica, junto da comunidade portuguesa. O que eles não contavam é que o Grão-Duque do Luxemburgo – esse fanático pela bola - os arrastasse para assistir ao jogo de futebol entre a selecção portuguesa e a luxemburguesa. E assim tiveram que gramar a seca de assistir a um jogo da selecção nacional de futebol. Bem feito!

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Homilias com muita piada

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Esta é mais uma “notícia” publicada no SAPO24 que eu sugiro vivamente. À semelhança de muitas outras, estamos na presença de mais um trabalhinho recheado de humor. Para mim, é uma peça de leitura obrigatória para todos quantos desejem adicionar um pouco de comédia ao seu fim-de-semana.

Bem, o “jornalista” limitou-se a consultar o jornal The New York Times, fazer umas traduções e “aqui vai disto”, porque o que verdadeiramente interessa é passar a mensagem, difundir a cartilha ou, como é mais comum dizer-se, espalhar a propaganda. Portanto, o habitual “jornalismo”.

A rábula pretende fazer “acreditar” que, afinal, aquele George W. Bush que foi Presidente dos EUA não era assim tão mau. Apesar de - entre tantas coisas más – ter sido o responsável máximo pelas invasões e guerras no Afeganistão e no Iraque, das quais resultaram largas centenas de milhares de mortos, sem que rigorosamente nada o justificasse, AFINAL, George W. Bush até nem foi assim tão mau, foi até “surpreendentemente bom”, pois “acredita-se que tenha salvado cerca 25 milhões de vidas”. Mais coisa menos coisa.

Pelo meio, esta peça humorística ainda arranja forma de meter o actual Presidente dos EUA – Joe Biden – na maravilhosa acção de salvamento. A peça tenta colar Joe Biden ao magnificente acto de bondade que “salvou” tantos milhões de vidas. Mas que bons que eles são.

Claro que não há como duvidar disto, até porque apareceu no periódico The New York Times. Aliás, Bush (e Biden) são os maiores responsáveis pelo salvamento de vidas no planeta. Toda a gente sabe disso. Só foi pena a peça não ter referido que, nem mesmo o Bono Vox dos U2 é capaz de salvar tanta gente, com os habituais “1%” dos donativos assambarcados pela sua organização ONE e que muito altruisticamente costuma dedicar à causa. Curiosamente, Bono é amigo íntimo de Bush, pelo que fazia todo o sentido e seria bastante justo tê-lo também creditado nesta façanha.

Faltou também referir que George W. Bush conseguiu impedir que um novo “11 de Setembro” acontecesse nos EUA e, mais importante do que isso, os EUA nunca mais tiveram que viver um 30 de Fevereiro. É obra.

Esta “peça jornalística” constitui ainda um importante documento que pode ser usado pelos advogados de defesa dos padres pedófilos. Porque também eles – apesar de serem acusados de coisas horrendas – fizeram muitas coisas maravilhosas nas vidas de muitos fiéis, basta reparar na defesa fervorosa que estes lhes prestam. Ah… eles abusaram de criancinhas. Sim, mas o que é que isso importa quando comparado com o enorme bem que proporcionaram a muitos outros crentes?

Ide em paz e que o senhor Bush vos acompanhe.

São medidas de caça ao voto e nada mais

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Perante o enorme aumento do custo de vida o Governo – muito a contragosto – lá decidiu atirar umas migalhas aos pombos. E, pior que isso, muitas dessas migalhas são desperdiçadas em pombos de papo cheio. Não se percebe que o Governo atire a mesma quantidade de migalhas quer para os pombos esfomeados, quer para os pombos de papo cheio, ou de papo razoavelmente satisfeito. E para piorar ainda mais, a questão do IVA a zero para produtos essenciais que, como se pode antever será mais uma desculpa para que aqueles que fixam os preços desatem a surripiar esse valor. Com uma agravante, a de que em vez de o valor do imposto ir para os cofres do Estado – que o poderia e deveria direccionar para quem mais precisa – irá ficar nas mãos daqueles que há mais de um ano se estão a aproveitar da situação para aumentar ainda mais os seus lucros.

Se o Governo não conseguir encontrar uma maneira de fixar preços máximos - admissíveis - para os produtos essenciais, a descida do IVA para zero não terá qualquer efeito, porque aqueles que têm o poder de fixar os preços vão continuar a aumentá-los, pelo menos até ao valor do IVA, alegando que se deve aos custos das matérias-primas ou outra desculpa esfarrapada qualquer.

O problema do brutal aumento dos preços deve-se à inflação, mas acima de tudo deve-se à ganância de quem tem o poder para fixar os preços que, invariavelmente aproveitam a desculpa da inflação para aumentar muitíssimo mais os preços e os seus lucros. Daí decorre que a redução do IVA seja uma péssima medida para combater o aumento do custo de vida e o reconhecer de que o Estado, ou melhor, o Governo não é competente para regular o sector económico. Nem quer ser.

E, para finalizar, mais um bom exemplo daquilo que é o “socialismo” do Partido Socialista. Um funcionário público que aufira um salário mensal de 761 euros terá um aumento de 25,22 euros, por outro lado, um funcionário público que receba 1.320 euros terá direito a um aumento de 30,80 euros. Não haja dúvida de que se trata de uma medida socialista.

Portanto, se entre estes dois trabalhadores existe uma diferença salarial de 559 euros, doravante essa diferença aumentará para 564,58 euros. Um governo socialista tomaria medidas para reduzir a diferença salarial e não o contrário. E ainda há quem apelide este governo de “marxista”.

Patetas, nunca leram uma linha de Karl Marx. 

 

Tu queres ver que já não se pode ser capitalista?

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Então, o grupo Jerónimo Martins apresentou um lucro de 590 milhões de euros referentes ao ano de 2022 – portanto, um aumento de 27,5% - e parece que as pessoas ficaram muito admiradas.

Que algumas pessoas se admirem e que até se indignem é aceitável, mas aquilo que não se compreende é a razão pela qual o bando de comentadores que preenche os principais fóruns de comentário neste país não tenha vindo defender a sua “dama”.

Há um certo grupo de pessoas que estão constantemente a propagar a ideia de que o Estado não deve interferir na economia, que os privados têm que ter liberdade para desenvolver os seus negócios e que o Estado – que deveria representar e defender os interesses de todos – não se deve meter no caminho dos negócios privados.

Agora, num momento em que está à vista de todos - até mesmo dos mais distraídos – que um privado se aproveitou da crise inflacionária para lucrar ainda mais do que o habitual, o seu clube de fãs permanece mudo e quedo e não vem defendê-lo? Alguns até se atreveram a tecer ligeiras críticas… Mau. Como é que é? Vamos lá ser um bocadinho coerentes, se faz favor.

Eu gostaria de ver esse grupelho de moços de estribeira a dizer que não só é bom para a economia que o grupo Jerónimo Martins tenha tido um lucro de 590 milhões de euros, como seria ainda melhor se o lucro fosse de 1.000 milhões, ou 10.000 milhões. Porque o lucro nunca é demais. As empresas existem para dar lucro e quanto maior for esse lucro, melhor para todos. Não é verdade?

Bora contribuir – e bem – para o negócio da guerra

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O secretário-geral da OTAN voltou a alertar os países que fazem parte desta organização, que é preciso aumentar a despesa em armas e, desta vez, não se ficou por meias palavras e disse que o aumento da despesa militar “tem que se fazer muito rapidamente”.

E até já adiantou que a meta de despesa de 2% do PIB (cada país) em armas passará a ser um mínimo obrigatório e não um tecto máximo. E, notem bem na verborreia utilizada pelo mercador das armas, ele alega que "apenas sete países atingiram o objectivo", como se estivesse numa reunião com a sua equipa de vendas e a "dar na cabeça" daqueles que ficaram aquém dos objectivos delineados.

Portanto, bora lá contribuir para o enriquecimento da indústria militar norte-americana e para as suas campanhas de guerra, porque o SNS, a escola pública, a segurança social, o direito à habitação, os salários dignos e tantas outras coisas podem esperar.

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