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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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RAPIDINHA

E se por acaso se vier a verificar a violação das regras de privacidade europeias, a questão resolve-se de forma muito simples: ALTERAM-SE AS LEIS.

Francisco vs. poder instituído

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Na Missa do Envio celebrada ontem, no último dia das Jornadas Mundiais da Juventude, o Papa Francisco exortou aos jovens para que “não tenham medo”. O apelo do Papa fez – e continua a fazer – manchetes por toda a comunicação social.

Portanto, aqueles que há vários anos mais não fazem do que instigar o medo na população, aqueles que constantemente pregam a desgraça, a vinda do apocalipse e aqueles que mais promovem o desânimo, a frustração e a resignação das pessoas perante os poderes instituídos, agora, no calor do momento, querem fazer-se passar por praticantes e fervorosos apoiantes da mensagem do Papa Francisco.

Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm até vós vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Mateus, 7:15

Não sejam piegas e não se martirizem

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No espaço de apenas uma semana, o preço do gasóleo aumentou cerca de 15 cêntimos e o da gasolina cerca de 10 cêntimos. Há várias semanas que os preços dos combustíveis têm vindo a aumentar. Como sempre, os aumentos devem-se às flutuações dos mercados (dizem eles), a que acresce o descongelamento da taxa de carbono, que o governo de António Costa decidiu pôr em marcha.

Tal como acontece com as taxas de juro dos empréstimos (e tudo o resto, excepto os salários), também os combustíveis deverão continuar a aumentar no decorrer das próximas semanas.

Mas, não comecem já a reclamar de tudo e mais alguma coisa. Sigam o conselho do anterior primeiro-ministro e “não sejam piegas”. Sigam também o conselho do actual e “não se martirizem”. E fica tudo bem.

E agora, as maiorias de um terço

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As “notícias” da Executive Digest não passam de meras traduções de “notícias” fabricadas na comunicação social norte-americana. O jornalismo em Portugal faz-se assim. Os jornalistas deram lugar a tradutores manhosos, que se limitam a adaptar a propaganda do poder norte-americano à população portuguesa que, por sua vez, adora papar toda a palha que lhe põem na frente.

As “notícias” da Executive Digest são o expoente máximo do propagandismo e o SAPO parece adorar, tal é a quantidade de destaques que lhes concede.

Hoje, a Executive Digest publicou esta “notícia”, que dá conta de que “os EUA deviam enviar tropas para a Ucrânia, porque quase um terço dos americanos apoia a medida”. A sondagem refere que 31% dos inquiridos apoia o envio de tropas norte-americanas para a Ucrânia. A sondagem também indica que 34% são contra e, depois acrescenta que um quarto (25%) não apoia mas também não se opõe à medida. Fiquei sem saber o que dizem os restantes 10% de inquiridos. Para os “jornalistas”, os números – verdadeiros ou falsos – não são para se interpretar, uma vez que a narrativa já está previamente estabelecida. Em boa verdade, eles também não têm competência para interpretar os números, tal é a sua incapacidade para realizar cálculos de matemática básica.

Há uns dias, aquando da realização das eleições em Espanha, vi alguns comentadores que papagueiam nos principais órgãos de comunicação social a dizerem que “está na altura de mudar o paradigma, e que o partido que vence as eleições – mesmo que sem maioria – deve formar governo”. Ou seja, para estes espertalhões, os governos não têm que colher o apoio da maioria da população. Estes espertalhões querem subverter o conceito de democracia, para que as minorias possam reinar, sem que se tenha que assumir que vivemos num sistema fascista e ditatorial.

As JMJ e as “projecções” do bloco central

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Para António Costa, os efeitos positivos - para o país - produzidos com a realização das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) são inimagináveis. O primeiro-ministro disse que “não tem só a ver com o ganho imediato que o país vai ter entre refeições vendidas, alojamentos vendidos, transportes, etc. É todo o activo que fica para o futuro. Porque eventos desta natureza dão uma projecção inimaginável.”

Por outro lado, Carlos Moedas não tem nenhuma dificuldade em imaginar e quantificar os milagres que as JMJ vão produzir na sociedade portuguesa. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa referiu que “dos 35 milhões de euros gastos há 25 milhões que ficam para a cidade, portanto o que nós estamos aqui a falar é de um investimento de 10 milhões, para um evento que vai trazer centenas de milhões. Todos sabemos que este evento vai trazer centenas de milhões para a cidade."

Todos sabemos? Moedas não se coíbe em projectar números e não se fica por uns meros trocos. Não, Moedas pensa em grande e já fez as contas todas. Segundo o próprio, Lisboa receberá, pelo menos, 1 milhão de jovens que, segundo as suas projecções irão gastar em média 300 euros cada um. Portanto, um retorno de 300 milhões de euros para a cidade.

Bem, eu não fiquei muito seguro acerca das contas simplistas do senhor presidente da Câmara Municipal de Lisboa e fui inteirar-me do assunto com o merceeiro da esquina, que me garantiu que as contas de Carlos Moedas estão certas.

Voltando à projecção inimaginável para o país, António Costa alega que isso conduzirá a um acréscimo de turistas que visitarão Portugal no futuro. E ainda estabeleceu o paralelismo com o Euro2004.

Primeiro, não há nenhuma evidência de que um evento desta natureza venha a ter qualquer impacto no volume de turistas que vão visitar Portugal no futuro. Fala-se muito da projecção que este evento tem no resto do mundo, mas isso não só não está provado, como não tem qualquer aderência com a realidade. Basta tentar recordar como e onde foram as últimas edições das JMJ. Ninguém se lembra onde foi, nem sequer de ter visto – por cá - qualquer reportagem sobre as mesmas. E é exactamente isso que vai acontecer com estas JMJ, ou seja, serão noticiadas no resto do mundo como meras notas de rodapé. O facto de as JMJ serem o tema que tem ocupado os blocos noticiários – de manhã à noite – há várias semanas, isso não significa que “lá fora” se fale no evento.

Como referi, as JMJ são noticiadas lá fora como meras notas de rodapé. A única coisa que poderá ter algum destaque internacional será uma ou outra mensagem que o Papa Francisco poderá deixar nas suas intervenções. Nada mais que isso. Nenhum órgão de comunicação social internacional irá reportar qualquer facto sobre Portugal ou sobre Lisboa. Mas os políticos bacocos acreditam piamente (eles têm muita fé) que quando alguém – lá fora – vir uma pequena notícia sobre aquilo que o Papa disse em Portugal, irão todos a correr para a Internet efectuar reservas nos hotéis portugueses. Os mesmos políticos bacocos que acreditavam piamente que a realização da final da Liga dos Campeões – também em Lisboa e em plena pandemia - iria contribuir para a vinda de milhares de turistas a Portugal. Toda a gente sabe que quando alguém está a assistir, através da televisão, a uma final da Liga dos Campeões, a primeira coisa que lhe passa pela cabeça é saber onde se realiza essa final e tratar de reservar umas belas férias nesse local. Eu, sempre que assisto a uma final da Liga dos Campeões, a primeira coisa que faço é reparar no estado do relvado e das bancadas – as únicas coisas que consigo ver – e se estiverem em bom estado deduzo imediatamente que se trata de um país, ou de uma cidade que vale a pena visitar.

Mas, admitamos que este tipo de eventos têm muito impacto na imagem que o país tem lá fora. Se há coisa que o país não precisa é de mais turistas. Portugal já é um país com uma enorme projecção turística lá fora, bem mais do que aquilo que corresponde à dimensão do país. Mais turistas em Portugal significa mais aumento no preço da habitação e mais aumento no preço das estadias em unidades hoteleiras, algo que só trará mais riqueza a uma meia dúzia de privilegiados e mais dificuldades à esmagadora maioria dos portugueses.

Portanto, a estratégia de sempre. Os políticos do bloco central e a sua comunicação social – qual igreja de fanáticos - a doutrinar os cidadãos para uma realidade que não serve os interesses da maioria, mas apenas os de uma minoria que, com mais ou menos ajustes directos (“não se martirizem com isso”), consegue sempre levar a água ao seu moinho.

Nota de rodapé: Consta que nestas JMJ só não há jovens provenientes das Maldivas (outra mentira). Não digam isso muitas vezes, senão António Costa ainda decide enviar um Falcon da Força Aérea até às Maldivas para trazer um ou dois residentes. Até parece que estou a ver António Costa a justificar uma atitude destas, alegando que esses dois cidadãos maldivos irão "projectar" todos os turistas que habitualmente visitam as ilhas do Índico para Portugal.

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