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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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RAPIDINHA

Este grandessíssimo FdP* continua a espalhar a mais repugnante propaganda "nazionista", através do canal que é tão FdP* quanto ele. Num país onde o "estado de direito" não estivesse em estado letárgico, um FdP* desta estirpe já teria - no mínimo - perdido a carteira de jornalista. E o canal de televisão que lhe dá palco já teria falido, com tantos processos judicias e multas, devido aos milhares de atentados contra os mais básicos princípios jornalísticos e, acima de tudo, devido à constante propaganda nazi e "nazionista". Um canal de televisão que atenta - TODOS OS DIAS - contra os mais fundamentais direitos humanos. *FdP (Fanático(s) da Propaganda)

Halloween e a perda de identidade… e de tino

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Há já alguns anos que a comemoração do dia de Halloween em Portugal se tornou um hábito para muita gente. Inicialmente, apenas a criançada aderia à “festa”, no entanto, pouco a pouco, também muitos “adultos” se tornaram nuns efusivos fãs desta festividade importada. E é sobre esses “adultos” que recai este texto.

Que a criançada ache piada e até mesmo normal que se festeje o Halloween, eu compreendo. Agora, ver adultos a fantasiados de fantasminhas, monstrinhos e docinhos é apenas ridículo. Esses “adultos” dizem que o importante é que as pessoas se divirtam. Mas se a questão é a diversão, por que razão é necessário importar modas americanas? Parece não haver criatividade suficiente na cabecinha dessas pessoas. E mesmo assim, sem criatividade para criar momentos de diversão, creio que nós portugueses temos inúmeras tradições, algumas delas seculares, que são mais do que suficientes para aproveitar momentos de diversão e de autenticidade cultural.

Durante largas décadas, nunca se festejou o Halloween, nunca ninguém tinha sequer escutado essa palavra, mas Hollywood, a TV por cabo, os canais de filmes, a publicidade e a comunicação social encarregaram-se de plantar o fenómeno em todos quantos têm umas cabecinhas de abóbora – qual bando de idiotas a tentar caricaturar aquilo que vêm nos filmes americanos. Porque os gajos lá na América é que sabem das coisas.

Festejar o Halloween em Portugal – bem como em inúmeros países ocidentais – é o reflexo da brutal propaganda veiculada por Hollywood. As pessoas têm vindo a ser objecto da mais sórdida e eficaz propaganda, sem sequer dar conta disso. E então, é só olhar à nossa volta e ver um bando de “adultos” completamente infantilizados, a comportarem-se como se fossem crianças ou adolescentes.

Trata-se de pessoas que se comportam dessa maneira, porque ainda alimentam o sonho de encontrar uma qualquer aceitação perdida na infância ou adolescência. Mas acham que são gente muito avançada, gente moderna, com a mente aberta. Não, isto não significa ter a mente aberta. Significa antes ter uma mente completamente conspurcada, pela mais abjecta propaganda facho-capitalista norte-americana.

Esta onda crescente de infantilização atingiu patamares que eu julguei nunca ser possível. Agora, até os programas de televisão cuja audiência é maioritariamente formada por gente idosa aderiram à moda. Também os programas de rádio com maior audiência, feitos por quarentões e cinquentões para quarentões e cinquentões aderiram à palhaçada. E até os programas de notícias dão conta do acontecimento, para conferir a tão necessária e derradeira confirmação de que o Halloween também é nosso.

E é isto, “adultos” disfarçados de monstrinhos, fantasminhas ou vampirinhos. E lá vão eles todos excitados para festas temáticas em restaurantes e bares – que muito bem sabem como engodar os papalvos – fazer figurinhas ridículas, enquanto se acham os reis da macacada. Comportando-se como se fossem estrelas de Hollywood em decadência. E elas então – as ”adultas” - são o máximo. A maioria delas vestidas de bruxinhas sexy ou vampirinhas marotas, achando que vão encontrar um Edward Cullen que lhes vai espetar uma dentada. Ou uma Kristen Stewart, depende dos gostos. Os calores pré-menopáusicos podem apresentar consequências inesperadas.

Pobres vítimas da mais abrangente e repugnante propaganda, que visa despir as pessoas da sua identidade e vesti-las com as mais patéticas vestes de uma cultura pop americana, fútil, vazia e desprovida de qualquer significado para a cultura portuguesa. É, portanto, apenas mais um reflexo da cultura americana, pós-capitalista, que visa endrominar as pessoas, infantilizá-las, esvaziá-las de qualquer sentido crítico, de qualquer senso do ridículo e levá-las a embarcar em patéticas orgias de despesismo bacoco. E, claro, mantê-las distraídas e entretidas com futilidades e deixar os assuntos sérios para aqueles que percebem da poda. Aqueles que estão sempre a zelar pelo superior interesse dos cidadãos comuns.

Se você é adulto e festeja o Halloween ou se você costuma dizer boo, woo hoo, yay, whoa e whatever, você já está para lá de propagandeado e nem deu conta disso.

Ah! Já me esquecia… amanhã não fiquem muito tristes. Não vale a pena. O Thanksgiving está já aí.

É oficial: SIC passa a apoiar e admirar Trump

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Há vários anos que a SIC - bem como todos os outros órgãos de comunicação social prostituídos - é um veículo de propaganda anti-Trump. Contudo, agora deu-se um volte-face inesperado e a SIC vê-se a braços com o dilema de continuar a sua sabuja campanha pró-fascista, em favor de Kamala Harris, ou optar por apoiar o agora "nazi", Donald Trump. 

Não é uma decisão fácil, já que a SIC é o órgão de comunicação social mais pró-nazi que existe em Portugal. Cheira-me que eles vão passar a apoiar os dois. É vitória garantida.

Bravos “jornalistas” que recusam ser independentes

Já nem sequer têm vergonha de assumir que são uns FdP da pior espécie...

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Nos EUA - onde mais poderia ser? - dois “jornalistas” demitiram-se por não aceitar a exigência de serem isentos e independentes. É verdade, já chegamos a este ponto.

Há muito que reclamo da total falta de escrúpulos daqueles que se auto-intitulam de jornalistas. Actualmente, não existe jornalismo nos meios de comunicação social. Quem achar que aquilo que ouve, vê e lê nos mais diversos órgãos de comunicação é resultado de um verdadeiro trabalho jornalístico está redondamente enganado. Está completamente propagandeado. Mesmo em Portugal – país com pouca influência, mas completamente dependente dos ditames das elites ocidentais – não se conhece a existência de um único jornalista, digno de ser chamado como tal. Pode até existir  - e eu ainda quero acreditar que sim -, mas as “notícias” que aparecem nos principais órgãos de comunicação social são assinadas por gente corrupta, prostituída e - como bem se pode constatar - alegremente dependente dos cordelinhos do poder.

Aquilo que existe é uma tremenda campanha de propaganda – constante – orquestrada por aqueles que estão no poder.

Reparem que já não se trata de apenas haver “jornalistas” que metem as mais básicas regras do jornalismo na gaveta, agora, estamos a atingir o ponto sórdido em que aqueles que deveriam dedicar-se ao jornalismo imparcial, isento e independente alegam – precisamente – essa exigência como razões para se demitirem. Portanto, só estão disponíveis para praticar um “jornalismo” de facção, um “jornalismo” totalmente dependente e corrupto. Se for para fazer um jornalismo sério, verdadeiro e isento já não estão interessados. Até porque isso dá muito trabalho e chatices.

Incrível, não é?

E são os mesmos que dizem que é na Rússia ou na China que não há liberdade de imprensa, nem liberdade de expressão. Nunca se viu gentalha tão FdP (Fanáticos da Propaganda) como os "jornalistas". Mas não estão sozinhos nessa tremenda filhadaputice, pois ao que parece, também os leitores estão muito descontentes com o facto de alguns jornais estarem - agora - a recusar-se a fazer propaganda em favor da narrativa de uma certa nata, também eles uns grandessíssimos FdP.

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Tem tanto de estúpida quanto de maligna

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Mais uma entrevista esclarecedora de Kamala Harris. Na última entrevista que deu à CNN, Kamala Harris demonstrou, uma vez mais, que é estúpida como uma porta, tal foi a quantidade de vezes em que se limitou a balbuciar aleivosias e a fazer de conta que o pesado legado da actual administração norte-americana não lhe diz respeito. Mas ainda pior do que isso, Kamala Harris demonstrou o quão maligna é e o quão empenhada está em servir os superiores interesses da oligarquia norte-americana – aquele grupo de elite, cuja esmagadora maioria apoia a sua candidatura. Porque será?

Quando confrontada com o facto de haver uma grande quantidade de eleitores que está muito incomodada com a postura da administração norte-americana face ao genocídio em Gaza, Kamala Harris não se mostrou muito preocupada com isso e garantiu que o genocídio do povo palestiniano é para continuar. E que com ela no poder, as bombas e as armas norte-americanas vão continuar a ser enviadas para os “nazionistas” israelitas.

Kamala disse que as pessoas que estão muito incomodadas com o genocídio de milhares de pessoas em Gaza devem votar nela, porque mais importante do que a vida dos palestinianos é ter liberdade para fazer abortos e poder ir ao supermercado sem ter dificuldade em pagar a conta. O mais importante é a democracia, disse ela. E quem não viver segundo a sua visão de democracia, continuará a levar com as bombas made in USA.

Portanto, Kamala garantiu que é a favor do genocídio do povo palestiniano e que isso vai continuar, caso ela seja eleita.

Também assegurou que, com ela, o governo garantirá que as pessoas terão liberdade para fazer o que entenderem com o seu corpo. Disse que com ela, não será o governo a dizer o que é que as mulheres devem fazer com o seu corpo. Disse tudo isto com a desavergonhada fronha de quem ainda é vice-presidente de um governo que despediu milhares de pessoas porque elas se recusaram a fazer parte de uma experiência global que consistiu – e ainda consiste – em levar umas injecções de um produto experimental que, só por acaso, foi o produto que mais lucro deu aos gigantes farmacêuticos, desde sempre.

Kamala é a cara do Partido Democrata norte-americano, um bando de criminosos que apenas serve para proteger os assassinos e os corruptos que compõem a oligarquia norte-americana. Não, o Partido Republicano não é diferente. Mas isso já nós sabíamos, não é verdade?

Como é que ainda há quem não se tenha apercebido de que estes - os que se disfarçam de liberais e democratas, para convencer os crentes - é que são os maiores fascistas.

Em Portugal passa-se o mesmo, não fosse Portugal um país vassalo de Washington e cuja população adora imitar e papar tudo o que vem daquele país. Por exemplo, temos aí o Halloween à porta, essa tradição secular portuguesa. Temos também o agendamento de uma sessão solene de celebração do 25 de Novembro, na Assembleia da República. O 25 de Novembro é a data em que – oficialmente – os fascistas passaram a viver sob o disfarce de democratas (até formaram partidos), para assim poder continuar a mandar e desmandar no país como bem entenderem.

Palavras ocas que encantam gente bacoca

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Há muito, muito tempo que aqueles que ocupam os lugares com funções governativas, nada mais fazem do que aparecer na comunicação social – onde estão como peixe na água – com discursos absolutamente ocos, desprovidos de qualquer sustentação e sem qualquer manifestação de vontade em resolver os problemas.

Um governante é um profissional a quem lhe são atribuídas funções executivas. É seu dever saber diagnosticar problemas e demonstrar que tem a capacidade para os resolver. É isto que se espera de um governante. Poucas palavras e muita acção.

No entanto, há muitos anos - e agora nota-se ainda mais - que os governantes não passam de meras figuras decorativas. Eles não estão para se chatear com a difícil tarefa de resolver os problemas das pessoas. Não, eles estão lá para se pavonearem constantemente e para receber as rendosas conezias inerentes ao desempenho do cargo.

E depois é vê-los a fazer a figurinha que Ana Paula Martins (ministra da saúde), por exemplo, tem feito. Aparecem em todas as esquinas da prostituída comunicação social a dizer coisas do tipo: “nós compreendemos a frustração dos portugueses”, “os portugueses têm razões para se queixar”, “sabemos a ansiedade que sentem”, “nunca escondi que a resposta que temos dado não tem sido a melhor”, “assumimos que ainda há muito para fazer”, “estamos solidários com as dificuldades dos portugueses”, “nós nem sempre acertamos”, “as coisas levam o seu tempo”, “os portugueses são os melhores do mundo”, entre muitas outras bacoradas que só servem para passar a mão pelo pêlo dos cidadãos e amansá-los bem amansadinhos, até que estes fiquem num estado de entorpecimento mental que os impeça de desenvolver qualquer reacção, qualquer resquício de espírito crítico, perante a total falta de competência, de pudor e de decência, por parte de quem governa.

De um governante espera-se acção, capacidade de decisão, resolução dos problemas e não apenas o discorrer de falinhas mansas, de pretensas solidarizações e palavras impregnadas de falsa comoção. No fundo, o que eles pretendem com toda esta encenação – à qual a comunicação social dá especial cobertura e ênfase – é falar ao coração das pessoas, para colocar a situação no campo das emoções e colher a simpatia dos cidadãos que, não raras vezes, acabam por reagir com um “coitados, eles [os governantes] também não podem fazer milagres”. Quando na realidade, aquilo que eles – os governantes – estão a dizer é: “Eh pá, não nos chateiem. Nós estamos aqui para tratar das nossas vidinhas e não das vossas. Mas como os nossos tachos dependem dos vossos votinhos, da vossa completa alienação da realidade e da vossa quietude, nós vimos aqui encenar umas palavrinhas bonitas que vos falam ao coração”.

Vá lá. Não chateiem os senhores governantes. Eles também são pessoas, de carne e osso, como nós. Não podemos esperar que eles resolvam os "nossos" problemas de um dia para o outro. E esse “um dia atrás do outro” já dura há mais de 50 anos. Oh! Mas eles são tão fofinhos e boas pessoas, não são? Não os chateemos e votemos nos mesmos de sempre. Sabe tão bem ouvir palavras ocas e fofas.

É no que dá votar em capachos de facho-capitalistas

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Ontem, o “caga-tacos” apresentou este quadro, no seu espaço habitual de propaganda facho-capitalista, na SIC.

A imagem apresentada mostra as taxas de crescimento económico relativas ao ano de 2023 e, perante os valores apresentados (fonte: FMI), Marques Mendes conclui que a União Europeia está a ficar para trás. E tal como se esperava, não foi capaz de apontar a razão pela qual a União Europeia fica sempre para trás.

E essa é que é a grande conclusão a retirar: a União Europeia não está a ficar para trás, a União Europeia está sempre atrás – sempre atrás dos seus amos e senhores, EUA. Só quem anda muito distraído ou entretido a papar a propaganda diária que a comunicação social serve com muito requinte é que pode considerar que o facto de a União Europeia estar atrás é obra do acaso.

A União Europeia está sempre atrás, porque esse é - pelo menos há 80 longos anos – o grande objectivo dos imperialistas em Washington. Pelo menos desde a Segunda Guerra Mundial que os EUA estão com as botarras em cima do pescoço do povo europeu, que é sempre o maior pagador de todas as crises. Foi, é e será sempre esta a estratégia dos depravados de Washington, ou seja, fabricar crises e guerras em várias partes do globo, arrastar a Europa vassala para essas crises e conflitos e fazê-los pagar bem caro.

Para levar a bom porto esta hedionda estratégia, os facho-capitalistas de Washington e Wall Street contam com a abnegada dedicação e obediência do bando de políticos pervertidos que ocupam os mais altos cargos nas instituições europeias. Algo que estes fazem com especial maestria, ao longo de suas carreiras plenas de tachos ocos e corrompidos, mas muito bem remunerados. Já a classe trabalhadora europeia, essa irá continuar a suportar a maior fatia do pagamento de todas estas crises fabricadas.

Outra questão que o “caga-tacos” deveria ter abordado, mas que a sua tremenda falta de honestidade o impediu de fazer (tem tudo para ser o próximo Presidente da República), prende-se com o facto de a Rússia, país que está em guerra há quase três anos - contra todo o “mundo ocidental” - e que é alvo de inúmeros pacotes de sanções económicas consegue ter uma taxa de crescimento económico de apenas seis vezes superior à de toda a União Europeia.

Não foi este cenário que a alucinada e corrupta Ursula von der Leyen, bem como todos os seus semelhantes “líderes” europeus, vos apresentaram, quando permitiram que os EUA semeassem mais uma guerra na Europa e quando – como sempre – seguiram cegamente os ditames de Washington? Não foi bem isso que toda esta classe de políticos corruptos que conspurcam os cargos de decisão na União Europeia vos garantiram que iria acontecer, pois não? Eles garantiram-vos que iria ser precisamente o contrário, não foi? Que a Rússia é que iria pagar caro e ficar de joelhos. Foi ou não foi?

Claro que foi. E a maioria de vocês acreditou e continua a acreditar. Porque é assim que se comportam os capachos dos EUA.

Tenho escrito sobre isto, desde o início da invasão russa. Antevi todo o cenário actual (não era difícil), que poderia ter sido evitado, caso nas instituições europeias e nos respectivos governos de cada estado-membro estivessem pessoas decentes, a zelar pelo interesse dos povos europeus, como é seu dever. E não pelos seus interesses individuais e, acima de tudo, do superior interesse de servir as elites do poder em Washington e Wall Street.

OE2025: é de direita e - por essa razão - terá a anuência do PS

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A posição assumida pelo Partido Socialista em relação à votação do Orçamento do Estado para 2025 não surpreende. E toda a encenação que ambos os partidos (PS e PSD) andaram a protagonizar nos últimos meses também não. Tudo foguetório, tudo para entreter os crentes, tudo para continuar a fazer crer as massas de que um partido é alternativa ao outro, mesmo depois de estar absolutamente cristalino que são praticamente iguais.

É óbvio que PS e PSD são duas faces da mesma moeda. Notem que o actual governo (PSD/CDS) está há meses a governar com o orçamento do governo de António Costa. E muito satisfeitos com isso, basta atentar na forma como celebram a implementação de medidas que vêm de trás, como se fossem deles.

Também o PS está muito satisfeito com a proposta de Orçamento do Estado apresentada pelo actual governo, para o ano de 2025. Se o PS não concordasse com esta proposta de orçamento, estaria a criticar um vasto rol de políticas que este contempla. O PS de Pedro Nuno Santos anda há mais de três meses a fazer de conta que discorda das propostas que constam no orçamento do PSD/CDS, quando na verdade, não se lhes conhece nenhuma objecção que não seja a questão do “IRS jovem” e da baixa do IRC. Medidas com as quais o PS nem sequer tem grandes divergências. Mas a questão central não deveria estar focada no IRS ou IRC, as questões fundamentais prendem-se com o facto de este orçamento ser mais um passo na direcção da acentuação das desigualdades e injustiças sociais, mais um passo rumo à implementação de um rol de privatizações de empresas e serviços públicos essenciais, que só têm o objectivo de canalizar ainda mais riqueza para meia dúzia de grupos económicos. Veja-se a proposta do governo de Montenegro para a saúde, que contempla mais um violento ataque ao SNS (que visa a sua destruição total), em favorecimento dos “amigos” privados (quase 17 mil milhões de euros para o negócio privado da doença).

O PS nada diz sobre a saúde, nada diz sobre a educação, nada diz sobre a habitação, nada diz sobre a necessidade urgente de melhorar as condições salariais dos trabalhadores e aumentar as pensões mais baixas, o PS nada diz sobre a canalização de muitos milhões para o investimento privado, para o incremento das parcerias público-privadas (bem sabemos como costumam resultar), nada diz sobre os favorecimentos à banca e aos grandes grupos económicos. O PS não diz nada sobre estes assuntos, porque o PS concorda com todas as políticas de direita, porque também o PS é um partido de direita. É só isto.

E quem confirma esta minha conclusão é o próprio secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, que afirma que “este orçamento claramente suporta uma política de direita” (palavras dele) e, no entanto, o que vai fazer Pedro Nuno Santos e o seu PS? Vai deixá-lo passar.

Andaram por aí a fingir que se discorda do “IRS jovem”, quando nem sequer souberam abordar esta questão como deve ser. O governo diz que quer implementar isenções no IRS dos jovens (até 35 anos), com o objectivo de fixar os jovens e impedir a emigração. Mas que grande patetice. Alguém acredita que esta medida vai ter qualquer impacto na sangria de jovens para fora do país? Passará pela cabeça de algum ingénuo, que o valor que poderá receber a mais pela isenção de IRS é suficientemente atractivo para convencer um jovem a não emigrar? Outra questão que ficou por abordar foi a de se perceber qual é – realmente – o ganho com a isenção do IRS. O governo abre a boca para dizer que são mais de 600 milhões de euros que o Estado vai deixar no bolso dos trabalhadores mais jovens. Pois, mas toda a gente sabe que, todos os anos, os contribuintes são chamados a enviar a sua declaração de IRS, momento em que se faz o acerto e em que muitos trabalhadores terão direito à devolução de parte do IRS já pago. Muitas vezes, o valor da devolução é muito significativo, pelo que o valor que o governo se gaba de estar a deixar nas mãos dos trabalhadores jovens não é verdadeiro. Provavelmente, nem chegará a metade desse valor. Mas o PS não quis entrar por aí… dá muito trabalho. Realce-se o facto de NINGUÉM na comunicação social ter referido este “pormenor”.

Por fim, importa salientar que o acto de se abster numa votação de aprovação do Orçamento do Estado significa assumir com toda a veemência o resultado dessa mesma votação. Ou seja, o PS sabe, de antemão, que ao abster-se está objectivamente a aprovar este orçamento, que segundo Pedro Nuno Santos é claramente de direita. E é, tal como quase todos os orçamentos do PS o são. Daí resulta que nada disto é surpresa. São as habituais encenações, as habituais falsidades, para manter a malta adormecida nas fantasias que PS e PSD vendem – caro – ao país, há cerca de 50 anos.

E, já agora, o Orçamento do Estado é ou não é importante? Dizem que se trata da mais importante votação na Assembleia da República. Se é assim tão importante, não deveria ser de votação obrigatória? Ou seja, votar contra ou a favor. Abster-se não é votar. Como pode um partido ser “responsável”, ter “sentido de Estado” e apregoar que só “está preocupado com os portugueses” e, simultaneamente não votar o Orçamento de Estado? Como pode abster-se? Mais, ao abster-se, o PS perde toda a autoridade para realizar qualquer crítica às políticas que o governo PSD/CDS vai implementar, decorrentes deste orçamento. Se agora ficam mudos e quedos, depois nda poderão dizer.

Enfim, coisa de cobardes. Um político sério vota de acordo com a sua consciência, independentemente das consequências. Sendo que a não aprovação do Orçamento do Estado não significa que o país tenha que ir para eleições. Essa é outra falácia que os políticos meia-tigela gostam de usar, para esconder as suas reais intenções.

A carta de Zelensky ao Pai Natal

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Ainda faltam mais de dois meses para o Natal, mas Zelensky já escreveu a sua carta de desejos e fez questão de apresentá-la num périplo de espectáculos de stand-up comedy – a sua especialidade.

Ontem, apresentou a sua carta ao Pai Natal no parlamento ucraniano que, como podem ver na imagem (assim que a plataforma SAPOBLOGS permita colocar a imagem), já se considera um estado-membro da União Europeia. Hoje, foi a vez de actuar em Bruxelas, onde os vassalos de Washington também não se coíbem de exibir a bandeira ucraniana, como se de um estado-membro se tratasse.

Zelensky apelidou a sua carta ao Pai Natal de “Plano de Vitória”. Nesse “plano”, o alucinado Zelensky nada mais refere do que as habituais insanidades, isto é, diz que vai recuperar todo o território ucraniano, incluindo a Crimeia, imagine-se. A poucos meses de completar três anos após a invasão russa, depois de ter perdido o controlo sobre 20% do seu território, depois de ter perdido a esmagadora maioria dos seus militares, Zelensky continua a contar histórias de adormecer aos patetas que ainda lhe dão atenção.

Zelensky vai ainda mais além na sua carta ao Pai Natal e não se contém em dizer que, caso a Rússia não aceite o seu patético “Plano de Vitória”, ele vai avançar pela Rússia adentro e tomar conta de tudo. Portanto, o gajo que não consegue recuperar um único centímetro do território que já perdeu, garante que vai conquistar território na Rússia.

É óbvio que Zelensky não passa de um comediante meia-tigela, que se limita a papaguear a cartilha de Washington. Zelensky não está, nem nunca esteve interessado com a perda de território do seu país, muito menos com a perda de vidas humanas. Mas faz parte da narrativa imperialista de Washington fazer de conta que é isso que realmente está em causa, ou seja, a soberania da Ucrânia ou a democracia. Que raio de soberania defende Zelensky, quando já entregou – numa bandeja – cerca de 70% do seu país a uma série de empresas vampíricas norte-americanas, BlackRock logo à cabeça?

Portanto, a desfaçatez desta gentalha vai continuar. A narrativa que serve os interesses das elites do poder norte-americano vai continuar a ser propagada aos sete ventos, para que a escalada da guerra continue, para que todas as grandes empresas norte-americanas facturem como nunca, para que o lucro com o negócio da guerra prospere, para que a inflação seja uma constante, para que o povo que trabalha – sobretudo o europeu – continue a pagar todas as crises inventadas e para que o controlo de Washington e Wall Street sobre os capachos europeus se perpetue.

Contudo, Zelensky – ele próprio, não o povo ucraniano – não vai ficar de mãos a abanar com esta sua fantasiosa carta ao Pai Natal. Afinal, dizem que o Pai Natal é uma invenção de uma grande empresa de refrigerantes norte-americana, portanto, Zelensky vai colher os seus frutos. Uma mansão em Miami já ninguém lhe tira.

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