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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

Contrário

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RAPIDINHA

Sempre a apoiar o nazismo, o "nazionismo" e o genocídio. E sempre a regurgitar a propaganda de Washington. Coisinha repelente.

“Bloco central” por todo o lado

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Só dá “bloco central” em todo o lado. Os canais de notícias e os três principais canais de televisão (bem como todos os outros órgãos de comunicação social) não param de falar sobre o debate de logo à noite, entre o líder do PS e o líder do PSD.

A comunicação social aborda o assunto como se de um jogo de futebol se tratasse. Como se fosse um Porto-Benfica ou, numa óptica mais actualizada, um Benfica-Sporting. Reparem que este é o último debate um-contra-um. Poderia ter acontecido logo no início, ou pelo meio de todos os outros debates. A data do mesmo poderia ter obedecido à ordem de um sorteio. Mas não. Este tinha que ser o último, para dar aquela sensação de final da Liga dos Campeões. Ou seja, para enraizar na cabeça das pessoas de que a decisão do voto está entre estas duas opções.

Foi sempre assim. A comunicação social engoda e enreda a maioria das pessoas na sensação de que estão a tomar parte de um grande acontecimento, fazendo-as acreditar de que estão a receber a melhor e mais verdadeira informação e, acima de tudo, fazendo-as acreditar que estão aptas a decidir por si próprias, a pensar pela sua própria cabeça.

O debate de hoje vai ser transmitido pelos três canais, em simultâneo, e vai ter uma duração duas vezes e meia superior aos demais debates. A comunicação social, em peso, vai tratar de garantir que não restem quaisquer dúvidas à maioria das pessoas, de que a escolha tem que incidir sobre um destes dois candidatos, sobre um dos dois partidos do “bloco central”. Porque só assim se garante a continuidade do “sistema”, no qual a comunicação social se deleita.

Se você considera que o debate de hoje à noite é mais importante do que os demais, se você nem sequer dá conta desta imparcialidade e da tremenda campanha que os meios de comunicação social fazem em claro favorecimento do “bloco central” (PS + PSD/CDS) e em desfavorecimento das demais opções, então você já foi capturado pela máquina de propaganda. E, invariavelmente, vai fazer o que ela dita, ou seja, votar num dos partidos do “sistema” e garantir a perpetuação do regabofe das elites.

Façam como vos apetecer. Querem ser carneirinhos? Sejam. Mas por favor, parem de reclamar.

Olhó "bloco central"

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Ainda há muita gente a considerar que PS e PSD são partidos muito diferentes. E, normalmente, é essa considerável franja de eleitores que decide o resultado das eleições, ora dando a vitória a um, ora ao outro. E, na realidade, aquilo que temos é o “bloco central” a bombar há cerca de 50 anos.

Estamos em plena campanha eleitoral (oficialmente, em pré-campanha), para as próximas eleições legislativas. Seria de esperar que PS e PSD (AD) estivessem a fazer a habitual encenação, de que são muito diferentes um do outro. Seria de esperar que estivessem a digladiar-se pelo eleitorado. E, se calhar, ainda vamos ver um pouco disso mais à frente. Mas a realidade, aquela que acontece continuadamente é a de que PS e PSD estão sempre de acordo naquilo que é essencial para a manutenção e perpetuação dos seus interesses pessoais.

Em plena campanha eleitoral, PS e PSD entenderam-se para aprovar um pacote de 3 mil milhões de euros para armas. Eu não sei bem se será isso, mas Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos deverão estar a pensar usar essas armas para matar todas as pessoas que necessitam do Serviço Nacional de Saúde, assim a guerra que se vive no SNS acaba. Talvez estejam a considerar a possibilidade de liquidar os pensionistas, assim deixam de pagar pensões e acaba-se com o problema da “sustentabilidade” da Segurança Social. Estarão ainda a ponderar assassinar todos os trabalhadores que ganham o salário mínimo, e assim acabam com essa fastidiosa discussão acerca da necessidade de aumentá-lo.

Deve ser isso… pois não se vislumbra nenhuma outra guerra no caminho dos portugueses.

O PS e o PSD também se entenderam – há bem pouco tempo – na elaboração da criminosa “lei dos solos”. PS e PSD também deram as mãos para impedir o alargamento da licença parental. PS e PSD entendem-se sempre, quando o objectivo é canalizar milhões para quem já tem milhões e tostões para quem só tem tostões. PS e PSD entendem-se muito bem, quando o objectivo é dar um aumento de 18 euros a uma pensão de 300 euros e um aumento de 300 euros a quem recebe uma pensão de 6.000 euros.

E, claro, não podemos esquecer a maior e mais criminosa lei que alguma vez um governo implementou em Portugal – a de proibir os cidadãos de se deslocarem a um serviço de urgência. Convinha que as pessoas tomassem consciência de que estão proibidas de se dirigirem a um serviço de urgência. E mesmo que tenham um AVC à porta da urgência, a porta continuará fechada. Se isto não é fascismo e ditadura, eu não sei o que lhe chamar. PSD implementou a lei e o PS nada fez, porque concorda com ela. Porque são farinha do mesmo saco.

Agora, aprovaram – quase na surdina – a lei que vai fazer jorrar milhares de milhões para a indústria da guerra. Lei que conta com o “aval” da Comissão Europeia. Claro que sim. Aliás, foi uma imposição da Comissão Europeia, à qual PSD e PS obedecem com enorme satisfação.

Sempre que se fala em aumentar salários e pensões ou sempre que se fala em mais investimento no SNS, PSD e PS vêem com a ladainha de que o dinheiro não estica e de que é preciso ter muita atenção ao défice, que é preciso ter as contas certas. Mas quando se trata de injectar milhares de milhões em bancos, o dinheiro aparece logo. Quando se trata de enviar milhares de milhões para a indústria da guerra, o problema do défice e das contas certas já não se coloca. Há sempre uma artimanha pronta a ser posta em prática.

Eles entendem-se tão bem, mas tão bem, que até vemos governos do PS a nomear “Frasquilhos” (do PSD) para a administração da TAP e vemos governos do PSD a nomear “Seguros Sanches” (do PS) para administrar ULS’s. E por falar em ULS’s, lembrei-me de outra: o PSD tem em marcha um plano de privatização das mesmas, tendo em vista a total privatização do SNS. O PS assiste, sem estrebuchar.

PSD e PS são isto – duas faces da mesma moeda, duas nádegas de um só traseiro pestilento.

Votem neles, que votam muito bem. Mas não se esqueçam, ao votar num estão a votar no outro. Pelo menos tenham consciência disso e não se enganem a vós próprios.

Papistas, mas pouco…

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Aqueles que nos próximos dias vão desfazer-se em elogios ao Papa Francisco são os mesmos que – diariamente – pregam às pessoas uma doutrina completamente antagónica à do sumo pontífice, agora falecido.

Políticos, comunicação social e outros que tais, vão andar num corridinho de declarações muito emotivas, mas ocas de coerência e sem qualquer ponto de contacto com a sua realidade.

O Papa Francisco foi tudo aquilo que os políticos não são e proclamou uma mensagem contrária àquilo que a comunicação social propaga, todos os dias. Todos, todos, todos.

Recordo-me de, numa entrevista ao jornal Corriere della Sera, o Papa Francisco ter dito que o “latido da OTAN à porta da Rússia” pode ter forçado Putin a invadir a Ucrânia.

Recordo-me de o Papa ter dito, a respeito do genocídio na Palestina, que: “Não podemos aceitar de forma alguma o bombardeio de civis”. Ou que “não podemos aceitar que crianças morram de frio porque hospitais foram destruídos ou a rede de energia de um país foi atingida.”

Também me lembro de o Papa Francisco ter criticado a actuação os bancos, inúmeras vezes. Lembro-me de ele ter pedido que os países mais ricos cancelassem as dívidas dos mais pobres. O Papa Francisco fartou-se de denunciar os inaceitáveis malefícios do sistema financeiro e do capitalismo que “esmaga as pessoas”.

Políticos (sobretudo os do poder) e comunicação social praticam algo completamente diferente e veiculam uma mensagem que nada tem a ver com a do Papa Francisco. Mas agora, no momento da sua morte, não terão qualquer pejo em continuar a ser aquilo que realmente são e sempre foram – uns hipócritas, uns bandalhos sem qualquer resquício de dignidade e de respeito pelas pessoas. Nem mesmo pelo Papa Francisco, a quem, até no momento da sua morte, querem sugar e apropriar-se, ao máximo, da sua credível reputação e boa imagem. 

Entidades que regularizam as comilâncias

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Primeiro, governos corruptos - porque atentam constantemente contra os direitos dos cidadãos - privatizam empresas que prestam serviços essenciais, que são monopólios e que nunca deveriam deixar de estar sob gestão pública.

Esses governos alegaram que ao privatizar essas empresas estavam a "abrir o mercado à concorrência", algo que traria competitividade ao sector e abaixamento de preço. Os mercados abriram-se e os preços nunca pararam de subir.

Depois de entregar as jóias da coroa, numa bandeja, aos amigos privados, esses mesmos governos corruptos trataram de criar "entidades reguladoras", sob a desculpa de que servirão para "regular" a actividade dessas empresas  - agora privadas - e de garantir que não haverá lugar à exploração abusiva, ao exercício de posições dominantes e práticas ilegais, sobretudo no que respeita à concertação de preços.

Contudo, como bem se pode ver, trata-se de entidades reguladoras que só servem para ver acontecer - de camarote - aquilo que, supostamente, deveriam impedir que acontecesse. E, claro, ainda atribuir a chancela dos "pareceres positivos" a toda esta comilância. 

Já agora, trata-se de entidades reguladoras que não passam de antros que albergam os caciques do "bloco central" (PS + PSD/CDS), que governa Portugal há 50 anos.

É o sistema "democrático", dizem eles.

Idiotazinho, hipocritazinho e sem gracinha

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Dizem que é o mais solicitado e bem pago humorista português. Numa sociedade em que o capital determina o valor e a capacidade das pessoas, se é o mais bem pago é porque é o melhor – o maior da aldeia.

Contudo, estranha-se que durante quatro longos e penosos anos de administração Biden, o humoristazinho não tenha tido um único minuto dedicado a caricaturar as inúmeras gafes cometidas por Joe Biden.

O humoristazinho é de humores – e amores – muito selectivos. Tão selectivos, que acaba por escolher sempre os mesmos alvos para direccionar o seu “humor”. E os seus alvos são os Trumps, os Venturas, os Bolsonaros e afins. Quer estejam, quer não estejam no poder.

No último programa cujo nome eles estão legalmente impedidos de dizer, o humoristazinho mostrou-se muito agastado com o facto de Trump ter dito que há países a beijarem-lhe o rabo – o cu, em português corrente. O humoristazinho foi ainda ao baú das recordações selectivas para trazer à memória algo que Bolsonaro disse em 2021. Na altura, a propósito da polémica à volta do leite condensado, Bolsonaro disse: “é pra enfiar no rabo de vocês da imprensa, essa lata de leite condensado”.

O humoristazinho, apesar de estar constantemente a defender que qualquer pessoa deve ter o direito de dizer o que quiser e nos modos que entender, não concorda que um chefe de Estado deva pronunciar-se nos termos em que Trump e Bolsonaro fizeram.

É o mesmo humoristazinho que nada disse – nem um pio – acerca daquilo que Joe Biden disse a um jornalista na Casa Branca. Biden referiu-se ao jornalista chamando-lhe “estúpido, filho da puta”. Nessa altura, o humoristazinho não ligou patavina ao que disse o "supremo" chefe de Estado.

As prebendas “balsemónicas” têm este efeito nas pessoas. Tornam-nas cegas, surdas e mudas. Fazem-nas ficar idiotas, hipócritas, desmemoriadas e com humores – e amores – muito selectivos.

Podem dizer que o humoristazinho tem o direito de se pronunciar sobre quem quiser e na forma que ele bem entender, contudo, ao fazê-lo nestes termos – beijando o cu a uns e apontando o dedo a outros – só demonstra que a selectividade e a hipocrisia podem ser muito mais dilacerantes e sodómicas, do que latas de leite condensado no cu. 

É “intolerável” que não nos queiram continuar a lavar o cérebro

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Aquilo que deveria preocupar os portugueses, não é o facto de os EUA terem decidido cortar os “apoios” a algumas faculdades portuguesas, mas sim o facto de algumas faculdades receberem dinheiro de Washington, desde há muito tempo.

Por que razão Washington financia a academia portuguesa? Se fosse o Kremlin a providenciar esse financiamento, o que se diria?

Washington financia a academia portuguesa como forma de controlo do pensamento crítico – que quase já não existe – e como mais uma forma muito eficaz de veicular a sua propaganda. A academia nacional tende a assimilar e a repetir os inquinados conceitos made in Washington, nas tretas do MIT e outros estratagemas. E isto não acontece apenas na academia, aliás, acontece sobretudo na política (nos partidos do poder) e na comunicação social, que também são financiados para interiorizar a doutrina de Washington e os ditames de Wall Street, e propagar essa putrefacta narrativa aos sete ventos. É assim em Portugal e é assim em todo o “mundo ocidental”.

E, por essa razão, vossemecês certamente já repararam que a comunicação social veio - a pés juntos – latir contra esta medida de Trump. Chegam mesmo a acusá-lo de querer “mandar nas universidades portuguesas”, logo ele que quer deixar de “financiar” a academia portuguesa. Já aqueles que encharcavam as reitorias e os conselhos científicos de algumas universidades portuguesas, com magníficas prebendas e os recorrentes intercâmbios de lavagens ao cérebro, esses faziam-no por puro mecenatismo.

Vão aos partidos do poder (PS e PSD/CDS) e vejam quantos deles frequentaram cursos, ou melhor, receberam “canudos” do MIT, Princeton, Harvard, Yale, Stanford ou Columbia. E vejam também quantos deles mantêm estreitas ligações às universidades portuguesas, quer como professores, quer como dirigentes. É gente que está sempre com um pé no poder político, o outro na academia e a bocarra em todas as equinas da comunicação social. Tudo financiado por Washington, para doutrinar e controlar. É assim há largas décadas. 

O patronato

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As confederações empresariais apresentaram um pacote de medidas que – segundo as próprias – visa o “crescimento económico”.

Na apresentação do pacote de medidas, os patrões afirmaram que “o Estado não pode subir os seus gastos todos os anos”. Foram ainda mais longe, ao dizer que precisam de “um Estado mais ágil (PRRs, borlas fiscais e afins), menos custoso e mais eficiente.”

E ainda dizem que os "desgraçados" que recebem o RSI é que são subsidiodependentes. 

Os patrões também disseram que “Portugal precisa de um choque de produtividade e de competitividade”. Um choque de produtividade que compreenda “um alívio fiscal, o investimento directo estrangeiro, a inovação tecnológica, o talento e liderança eficazes, estímulo às actividades de capital intensivo, redução da carga fiscal e competitividade nos custos de contexto.”

Resumindo, os patrões fazem aquilo que sempre fizeram, ou seja, exigem infinitos subsídios do Estado (dos quais dependem como ninguém), ao mesmo tempo que reclamam da carga fiscal, que consideram muito exagerada. E, como é seu hábito, nem uma palavra para os trabalhadores e para o aumento dos seus salários.

Os problemáticos dois terços

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Em Portugal, cerca de dois terços da população costuma alinhar em tudo o que é assunto. São os habituais dois terços que votam nos partidos PS e PSD/CDS – os partidos que governaram o país, desde o 25 de Abril.

Como se pode ver nesta sondagem do Sapo, são também os cerca de dois terços das pessoas que consideram que as “fake news” e a desinformação são os principais problemas das redes sociais.

Eu não nego que haja “fake news” e desinformação nas redes sociais, tal como existe na “vida real”. Ou seja, quem inventa coisas e propaga desinformação nas redes sociais, também o faz no seu dia-a-dia, nas outras formas possíveis.

Mas aquilo que é realmente muito grave e que os habituais dois terços não se apercebem é que o problema das “fake news” e da desinformação está muitíssimo mais enraizado nos meios de comunicação tradicionais. É a comunicação social tradicional que mais mente, mais inventa, mais falsifica informação, mais deturpa os factos e que mais propaga narrativas falaciosas e encomendadas. E fazem-no sob a imaculada aba do “jornalismo”.

Isto é que é realmente grave, pois é feito por aqueles que – supostamente – deveriam ser o garante da verdade e os propagadores da “boa informação”.

Pelo menos dois terços da população ainda não se aperceberam disto e continuam a acreditar candidamente naquilo que ouvem, vêem e lêem nos meios de comunicação tradicionais. Também por isso acreditam piamente que as redes sociais é que são o grande problema, apesar de viverem mergulhados nelas.

Os FdP* continuam à solta

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Quantas armas foram enviadas por Portugal e pela União Europeia para a Palestina?

Quantas vezes se ouviu a comunicação social e os políticos-fantoches europeus a falarem na invasão e ocupação da Palestina?

Quantas vezes se ouviu a narrativa do “invasor-invadido” e “agressor-agredido” em relação à Palestina?

Quantas vezes escutou o seu “politicozinho” de estimação a dizer que é preciso defender o povo palestiniano do agressor, até às últimas consequências, custe o custar e durante o tempo que for preciso?

E estes merdáceos da comunicação social continuam a chamar de “guerra”, àquilo que se passa em Gaza e na Cisjordânia. Como se o ataque deliberado por parte de um dos exércitos mais bem equipados do mundo sobre uma população completamente indefesa fosse uma "guerra".

Bando de FdP.

* Fanáticos da Propaganda

Portugal: um país de gente rica e saudável

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Eu julgava que vivia num país onde a esmagadora maioria das pessoas passa por muitas dificuldades. Onde a esmagadora maioria das pessoas é muito mal paga, onde muitos não têm acesso a habitação condigna, onde há muita pobreza energética, onde a maioria dos pensionistas recebe reformas miseráveis, onde os cuidados com a saúde estão cada vez mais negligenciados e de difícil acesso, onde até já se proibiu os cidadãos de acederem – livre e voluntariamente – a um qualquer serviço de urgência.

Mas eu estava enganado. Portugal é um colosso de um país, onde se vive lindamente. A julgar pelas várias sondagens que têm brotado como ervas daninhas em dias de Primavera, a esmagadora maioria dos portugueses considera que o actual governo tem governado de forma razoável, boa ou muito boa.

Perante este cenário, só posso concluir que a maioria dos portugueses é constituída por gente rica e saudável. Gente que não enfrenta nenhuma das dificuldades que eu achava que estariam a afectar a maioria da população.

Ou então, não são ricos nem saudáveis, especialmente no órgão cerebral. E também por essa razão, a esmagadora maioria dos portugueses considera que qualquer que seja o partido a vencer as eleições (e quando dizem “qualquer partido”, apenas se referem a PS ou PSD), este não deve ser impedido de governar. A maioria das pessoas considera que, independentemente da expressão dos resultados, o partido que vencer deve poder governar à vontade, sem impedimentos da oposição. Em nome da estabilidade. Mesmo que tenha colhido menos de 30% dos votos dos portugueses, como o governo actual.

São pessoas que ainda não perceberam como deve funcionar a democracia e que ficam muito chateadas com a realização de eleições. Para essas pessoas, estabilidade significa não ter eleições, significa não ter que se aborrecer com a escolha dos representantes do povo. O que elas querem é que "ponham lá qualquer um, desde que seja do PS ou do PSD", mesmo que seja só com um simples voto.

E, assim sendo, o meu conselho - a essas pessoas - é que não se dêem ao trabalho de ir votar.

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