Branquinho regressa... sujinho sujinho!
É verdade. Passou praticamente despercebido nos meios de comunicação social, mas a verdade é que Agostinho Branquinho regressou à actividade política nacional. A maioria das pessoas não se lembra de quem se trata, aliás é a fraca memória característica dos portugueses que permite que gente como esta continue a circular pelos corredores do poder.
Também é verdade que esta figura não tem nenhum feito especial que avive a memória das pessoas, mas tem um episódio muito peculiar ocorrido há não muito tempo atrás e que define o seu carácter com uma limpidez que não deixa dúvidas a ninguém.
Recordando... Agostinho Branquinho é um ex-deputado da Assembleia da República, eleito pelo PSD, pelo círculo do Porto. O episódio peculiar a que me referi anteriormente, tem a ver com a sua intervenção numa comissão de ética do parlamento sobre a liberdade de imprensa e o caso Face Oculta. Foi ele quem perguntou incessantemente e com extremo entusiasmo: "O que é que é a Ongoing?". Já na altura, pareceu-me que um deputado que vai a uma comissão de ética parlamentar defender questões relacionadas com os meios de comunicação social e não sabe o que é, ou melhor, "o que é que é" a Ongoing, não estava à altura das responsabilidades que lhe haviam sido confiadas. E, o próprio Branquinho, acabou por reconhecer isso mesmo poucos meses depois, renunciando ao cargo de deputado.
Porque renunciou Branquinho?
Ora, porque razão havia de ser? Em nome do interesse nacional, pois claro. Perdão, em nome do interesse pessoal, é que às vezes fico confuso com tantos interesses.
E para onde foi Branquinho?
Foi para o Brasil, ocupar um importante cargo na administração de um grande grupo de média. Como se chama esse grupo? Chama-se Ongoing.
Branquinho está de regresso, agora para assumir a pasta da secretaria de estado da solidariedade e da segurança social. É impressionante! Um indivíduo que há bem pouco tempo renunciou à nobre função de deputado, eleito pelo povo, aceitando a proposta de uma empresa que lhe era totalmente desconhecida e, em sua opinião, desprovida de ética, volta a ocupar um cargo público e com funções governativas.
Impõe-se a pergunta: O "que é que é" a ética para o primeiro ministro e para o senhor Branquinho?
Branquinho está de volta, mas regressa sujinho sujinho!