Síria e a falsidade ianque!
Os EUA, essa nobre nação que não tem nada de mal que se lhe possa apontar tem, nas últimas semanas, vindo a equacionar uma possível intervenção militar na Síria. Segundo o Presidente dos EUA, a situação requer urgência na acção, no entanto, decidiu esperar que os congressistas terminassem tranquilamente as suas férias de Verão. É realmente incrível! É como estar na praia a apanhar sol e alguém avisar que a nossa casa está a arder. Mas que raio! Vou interromper os meus banhos de sol para ir apagar o incêndio? Claro que não! Enfim... só mesmo aqueles ianques!
À semelhança do que aconteceu há alguns anos no Iraque, também agora os EUA afirmam que a Síria e os seus líderes estão a actuar à margem da lei internacional, nomedamente no que se refere ao fabrico e uso de armas químicas. Certamente todos se recordam que, segundo os EUA também o Iraque estava cheio de armas químicas, prontos para acabar com o planeta a qualquer instante. Então, os pacificadores ianques de Washington, bem ao jeito dos heróis de Hollywood, invadiram o Iraque, mataram milhares e no final... nada! Nem uma bombinha de cheiro carnavalesca para provar a mirabolante teoria da conspiração.
O que toda a gente sabe é que a Síria é um país árabe e isso, por si só, já é desculpa para os ianques de Washington quererem invadir e matar tudo e todos. A Síria sempre esteve ao lado de outros países árabes, nomeadamente Palestina e Líbano e, portanto, contra Israel e os EUA. Mais uma razão para os ianques quererem varrer com o povo sírio.
É também bom lembrar que a Síria encontra-se em guerra civil desde 2011. Uma guerra patrocinada pelos americanos que continuam a fornecer armamento aos rebeldes sírios, numa tentativa de arrumar com os líderes sírios e dominar mais uma nação árabe. É, sempre foi e sempre será esta a forma de actuar daquele povo ianque, que se julga acima de tudo e de todos.
Primeiro era o Afeganistão que estava cheio de armamento com o objectivo de aniquilar o mundo inteiro, depois foi a vez do Iraque, seguiram-se as acusações ao Irão e à Coreia do Norte, curiosamente, com estes dois últimos países não passaram das acusações. Já com o Afeganistão e Iraque a situação foi bem diferente, ambos os países foram invadidos e o que se provou foi que aqueles líderes que, segundo os EUA, estavam na posse de um infindável arsenal capaz de dizimar o planeta em segundos estavam, afinal, escondidos em tocas e cheios de fome.
Uma última referência para o facto de terem morrido cerca de 100 mil pessoas na Síria, desde que o conflito patrocinado pelos EUA começou. Mas, aquilo que preocupa os ianques é apenas a possibilidade de ter havido recurso ao uso de armas químicas em algumas das mortes. Os EUA nunca mostraram indignação por todas as dezenas de milhares de pessoas que morreram baleadas pelas armas que eles próprios forneceram aos rebeldes sírios, apenas se preocupam com as armas químicas que, muito provavelmente, terão sido usadas pelos rebeldes que são apoiados pelos EUA. Portanto, para o poder em Washington matar não é um problema, desde que que seja com balas, armas e bombas vendidas por eles. E, como dizia um antigo Presidente dos EUA, as armas não são um problema se estiverem nas mãos dos bons. E os bons são eles, pois claro!