A ciência da “não evidência”
A Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 diz que a vacina da AstraZeneca – aquela que não foi testada em maiores de 65 anos – é segura e pode ser administrada a pessoas com mais de 65 anos. Os especialistas que compõem esta comissão técnica alegam que “não há nenhuma evidência” de que a vacina não seja segura em pessoas com mais de 65 anos.
E eu que julgava que a ciência funcionava ao contrário, ou seja, de que é necessário “haver evidência” para se atestar algo. Os senhores da Comissão Técnica de Vacinação, apesar da idade, ainda não conseguiram perceber a diferença entre “não haver evidência de que algo pode ser nefasto” e “haver a evidência de que é seguro”. A verdadeira ciência faz-se – ou deveria fazer-se – apenas nesta segunda hipótese.
Se a ciência se fizesse pela “não evidência”, então, bastaria que nunca se efectuasse nenhum tipo de testes e, assim, nunca haveria evidência de que algo poderia correr mal.