A cimeira da guerra foi um sucesso
A cimeira da guerra – à qual a propaganda ocidental chama de “cimeira da paz” – que decorreu ontem e hoje na Suíça foi um enorme sucesso. Não há dúvida de que foi mais um importante passo para dar continuidade à guerra na Ucrânia, ao incremento dos lucros da indústria militar e de todas as elites ocidentais. Já os povos ocidentais, esses continuarão a pagar bem caro toda esta farsa encenada pelos seus patéticos “líderes”.
Importa salientar que nem todos os países que marcaram presença na cimeira assinaram a declaração final da mesma. Mas o mais importante a destacar é o facto de uma cimeira que pretende fazer as pessoas acreditarem que é a paz que está a ser discutida, nem sequer ter convidado a outra parte dos beligerantes. Que raio de acordo de paz se pode esperar conseguir, se a parte mais importante nem sequer está presente?
Foi um chorrilho de discursos vazios e declarações patéticas. Chega a ser penoso olhar para aquele bando de fantoches a fazer as figuras mais ridículas que alguém pode fazer. No fundo, aquilo que aquele bando de merdosos ali disseram foi que não estão dispostos a reconhecer que - depois de cerca de dois anos e meio a enviar milhares de milhões em armas para a Ucrânia, depois de centenas de milhares de mortos, depois de terem ficado caladinhos quando o seu grande amigo de Washington lhes destruiu a maior infra-estrutura energética e depois de tanta inflação e crise económica infligida aos seus povos – acabaram por dar à Rússia muito mais daquilo que ela exigia antes da invasão.
E para piorar a situação, em termos globais, não só a economia russa se encontra em melhor situação do que aquela que tinha antes da invasão, como a situação económica na União Europeia piorou consideravelmente, sendo que o cenário para o futuro é o da ainda maior degradação da economia europeia e da qualidade de vida dos seus povos. Mas está a correr bem para a banca, para as empresas de energia, para as empresas de telecomunicações, em geral, para todos os detentores do capital e, como não poderia deixar de ser, para os políticos-fantoches que servem os interesses dessas elites. Há até um portuguesito que se prepara para obter o tão almejado reconhecimento internacional, muito em breve.
Entretanto, apesar de não ter sido convidado para o evento, Putin antecipou-se e fez uma excelente proposta para a paz. E não foi a primeira.
Putin propôs um cessar-fogo imediato, na condição de a Ucrânia se comprometer em não aderir à OTAN e retirar todas as suas tropas das regiões ocupadas.
É, sem dúvida, uma excelente proposta de cessar-fogo para a Ucrânia. Vejamos, são apenas duas condições, que a Ucrânia pode aceitar sem qualquer problema. Aliás, trata-se de uma proposta que a Ucrânia não só pode, mas deve aceitar imediatamente, para seu próprio bem.
A não adesão à OTAN nunca foi um problema para a Ucrânia, até ao momento em que a própria OTAN decidiu que era hora de engolir mais um país a leste, bem às portas da Rússia (que nos sonhos mais molhados da OTAN seria o próximo alvo). O próprio Zelensky admitiu, já depois da invasão em Fevereiro de 2022, que a não adesão à OTAN não era um problema para a Ucrânia. Além disso, está bem escarrapachado aos olhos de toda a gente o quanto a OTAN tem contribuído para a defesa dos interesses do povo ucraniano. Portanto, a Ucrânia não perde nada em não aderir à OTAN, muito pelo contrário.
Quanto à retirada das tropas ucranianas das regiões ocupadas pela Rússia, também é do interesse da Ucrânia cumprir esta exigência. Primeiro porque deixa de continuar a perder centenas de milhares de cidadãos que – na sua maioria – são obrigados a incorporar no exército e a morrer estupidamente, ao serviço dos superiores interesses dos EUA, da sua OTAN e da caixa registadora do complexo militar-industrial. Segundo, porque deixa a expensas da Rússia o cuidado com as regiões ocupadas. Regiões que, desde de o ano de 2014, são aterrorizadas pelos governos-fantoche de Kiev e suas milícias nazis. Portanto, é bem melhor deixar essas regiões sob o controlo da Rússia, que saberá cuidar e defender os interesses das populações que nelas vivem – maioritariamente de etnia russa.
A proposta de Putin é a melhor proposta de paz - imediata e duradoura - para a região. Qualquer resistência em aceitar esta proposta só levará a mais guerra, mais perda de vidas e perda de território para a Ucrânia. Para não falar nas muito nefastas consequências para os povos europeus, que estão a pagar – bem caro – toda esta campanha de guerra levada a cabo pelos “líderes” ocidentais.
Recordemos ainda que, em Dezembro de 2021 (antes de invasão), Putin quis negociar com Zelensky uma proposta bem menos exigente do que esta. Zelensky recusou. Já em Março/Abril de 2022 (pouco depois da invasão), Putin apresentou uma nova proposta de paz menos exigente do que esta, agora apresentada. Zelensky, a mando dos falcões da guerra do ocidente voltou a recusar. Chegamos a este ponto e a proposta de cessar-fogo tornou-se mais exigente por parte da Rússia. E quanto mais tempo passar, mais a Rússia irá exigir e menos condições de negociação terá a Ucrânia. Só gentinha muito burra ainda não conseguiu assimilar esta realidade incontornável.
Será que cerca de dois anos e meio depois da invasão não é tempo suficiente para se perceber que quanto mais tempo durar o conflito, menos condições de negociação terá a Ucrânia?
Claro que as elites do poder ocidental sabem disso. A questão é que a propagação da mentira e o fomento da guerra corre-lhes de feição. E foi sempre esse o seu objectivo. Não apenas nesta guerra, mas em todas as outras (e foram tantas). Aquilo que não se compreende é que aqueles que pagam – e muito caro – toda esta farsa montada pela escumalha que controla o poder ocidental, continuam a acreditar nas histórias da carochinha que estes lhes contam, todos os dias, através da prostituída comunicação social.