A história aconselha Zelensky a estar preparado
Ainda alguém se lembra do comovedor apoio que os EUA deram a Osama bin Laden e à sua trupe de “Mujahedin” (Al Qaeda, Estado Islâmico, etc.)? Muitos não se lembrarão, eram muito pequenos ou ainda não tinham nascido, e como as suas apetências para compreender a história e para buscar o conhecimento são manifestamente inexistentes, certamente não fazem a mínima ideia do que se passou. Muito resumidamente, os EUA apoiaram organizações terroristas para combater a União Soviética no Médio Oriente. Em causa, os “valores” de sempre: o imperialismo e a hegemonia.
De repetente, não sei se a história faz lembrar qualquer coisa... assim mais recente… faz? Será isto?
Já agora, alguém também se lembra do tempo em que os Estados Unidos apoiaram fervorosamente o regime de Saddam Hussein? Em 1980, o Iraque invadiu o Irão e os EUA apoiaram a invasão (olha, ninguém diria), alegando que “o líder do Irão era o Hitler do Médio Oriente” (a velha história do "Hitler"). A maioria das pessoas não se lembra ou não era nascida, mas de certeza que a maioria se lembra do final fatídico que teve Saddam Hussein. E até aposto que, agora, a malta do Pentágono e da CIA adorariam ter novamente um Saddam Hussein, para que pudessem usá-lo - uma vez mais - contra o Irão.
Ora, tendo em consideração aquilo que costuma acontecer aos líderes controversos, aos quais os EUA começam por apoiar com muita perseverança e amizade, mas que depois tratam de – directa ou indirectamente – fazer-lhes a folha, convinha que Zelensky começasse a preparar uma toca mais escondida que a do Saddam Hussein ou um esconderijo muito mais inóspito que o do Osama bin Laden. Zelensky está muito concentrado em conferir a melhor interpretação ao guião que lhe foi entregue, porque acha que isso lhe vai valer um Óscar, mas esquece-se que os últimos metros de película costumam reservar surpresas desagradáveis ao herói da fita. Por via das dúvidas, o melhor é estar preparado.