A incompetência do Governo não desapareceu
A incompetência do Governo para gerir a pandemia não desapareceu, está apenas confinada, mas mortinha por desconfinar.
Assim que o número de novos casos diários confirmados com Covid-19 começou a baixar, aqueles que defendiam que as escolas eram locais seguros começaram logo a falar em reabrir as escolas. O próprio Primeiro-ministro nunca deixou de o afirmar (que as escolas são locais seguros). Como toda a gente se recordará, no próprio momento em que anunciou o encerramento das escolas, António Costa fez questão de afirmar (pela enésima vez) que as escolas são locais seguros. Nem se chega a perceber bem porque as fechou, se nunca mudou de opinião.
Seguiram-se inúmeras declarações daquele senhor que representa as associações de pais, sempre a dar entrevistas, mas enfiado e protegido no seu buraco, e sempre a defender a abertura das escolas. O Ministro da Educação também foi um dos que nunca deixou cair a ideia das “escolas seguras” e que a sua reabertura deveria acontecer “logo que possível”. Logo que possível? Claro, mas não apenas as escolas. Tudo deve reabrir logo que possível. E todos os outros locais não são menos seguros do que as escolas. A questão é que o “logo que possível” ainda está longe.
Há pessoas que acham que pelo facto de os números diários de contágio terem descido muito significativamente, que a situação já está “normalizada” e fora de perigo. Enganam-se. Os números que devemos ter em conta são aqueles que demonstram que a pressão nos hospitais continua elevadíssima. São esses números (internamentos e cuidados intensivos) que devem ser considerados. E esses continuam perigosamente elevados.
O Governo, pela voz do Ministro da Educação, já veio dizer que um rastreio efectuado nas escolas detectou apenas 25 casos de Covid-19, entre 13 mil funcionários. Tal como também todos se recordam, ainda antes do encerramento das escolas, o Governo havia iniciado a testagem a alguns alunos nas escolas e já informou que vai aumentar (e muito) o número de testes, assim que as escolas reabram. Portanto, o Governo não reconheceu o erro, não mudou de opinião e continua a insistir incompetentemente na realização de testes antigénio que, como sabemos, tendem a apresentar uma elevada percentagem de falsos negativos.
O Governo não abandonou – e pelos vistos nunca abandonará – a mentira de que as escolas são locais seguros. E já tratou de enviar os “batedores” que carregam a missiva.
Se fossem honestos e dignos de desempenhar os cargos que ocupam, tratavam de realizar testes PCR, massivamente, à população escolar e, então, veríamos a verdade dos números e se as escolas são locais mais seguros do que os demais lugares, como o Governo sustenta.
O Governo vai despender centenas de milhares de euros, senão mesmo milhões, em testes que não servem para nada, a não ser encher os bolsos a quem os vende. Incompetentes.