A muita “uonra” e o muito “uorgulho” de Montenegro


Na habitual festa do PSD no Pontal, Luís Montenegro – líder do partido - disse que sentia muita honra e muito orgulho no governo liderado por Pedro Passos Coelho, antigo líder do PSD e ex-Primeiro-ministro.
Como todos bem se lembram, Pedro Passos Coelho foi Primeiro-ministro de Portugal entre 2011 e 2015, num governo de coligação com o CDS-PP de Paulo Portas.
Mas não sei se todos ainda se lembram que Pedro Passos Coelho foi:
- Um Primeiro-ministro que dizia que os portugueses viviam acima das suas possibilidades;
- Um Primeiro-ministro que tudo fez para escamotear o facto de que a crise que se abateu sobre o país resultou de práticas capitalistas gananciosas que levaram à quase implosão do sistema financeiro internacional;
- Um Primeiro-ministro que maltratou os trabalhadores, desprezou o seu povo e que mais empobreceu o país (com Passos Coelho, os ricos ficaram mais ricos, os pobres ficaram mais pobres e a chamada “classe média” quase que desapareceu, passando à classe pobre);
- Um Primeiro-ministro que chamava os seus concidadãos de “piegas” e que os incentivava a emigrar;
- Um Primeiro-ministro que derreteu o Estado social;
- Um Primeiro-ministro que destruiu os serviços públicos, o SNS logo à cabeça, mas também os sistemas da educação e da justiça (encerramento de inúmeros tribunais, só a título de exemplo);
- Um Primeiro-ministro que apresentou e implementou inúmeras medidas contra a Constituição, sendo que algumas foram mesmo chumbadas pelo Tribunal Constitucional (este não pôde ser liquidado por Passos Coelho);
- Um Primeiro-ministro que se regozijava de ir “além da troika”, enquanto os trabalhadores viam as suas vidas cada vez mais depauperadas;
- Um Primeiro-ministro que superinflacionou o desemprego, retirou direitos aos trabalhadores e favoreceu a minoria capitalista que engrossou os seus lucros à custa do ultraliberalismo passista;
- Um Primeiro-ministro que aplicou um “colossal” aumento de impostos;
- Um Primeiro-ministro que não tinha qualquer pejo em reduzir os salários dos trabalhadores e as pensões de quem trabalhou, mas que simultaneamente concedia inúmeros benefícios fiscais aos grandes grupos económicos.
O actual líder do PSD sente muita “uonra” e muito “uorgulho” em todo este legado. É claro que sente.