A verdadeira ameaça à Europa


O grande problema da Europa não é a ficcionada ameaça de guerra da Rússia. O maior problema da Europa reside na malvadez latente nos políticos que ocupam os cargos do poder europeu. A escória de políticos que há muitos anos conspurca os lugares de decisão nas instituições europeias e nos respectivos estados-membros da União Europeia é que são o verdadeiro problema, a verdadeira ameaça à Europa.
Há muito, muito tempo – desde sempre – que a União Europeia é apenas um filial da gigantesca central de negócios em Washington. Tudo aquilo que é decidido em sede da União Europeia tem – sempre – uma imposição de Washington ou Wall Street à retaguarda. E também aquilo que é decidido nos estados-membros que compõem a União Europeia é – maioritariamente – decidido em Bruxelas. Portanto, quem manda na Europa são os EUA. É claro como água. E é assim desde há cerca de 80 anos, ou seja, desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Pelo menos, desde a Segunda Guerra Mundial que os EUA sabem muito bem que as guerras – sobretudo na Europa – são uma injecção de vigor na economia norte-americana. Principalmente nos sectores da produção de armamento e da energia, mas não só, toda a economia norte-americana assenta no pilar das guerras orquestradas longe de casa. E, acima de tudo, nas guerras que deixem a Europa fragilizada e dependente de Washington.
Chama-se capitalismo de guerra. Para o capitalismo – que é de raiz norte-americana – tudo é uma mercadoria, tudo tem um cifrão em cima, até mesmo as pessoas. E tudo girará à volta da ideia de que é necessário gerar conflitos – o mais duradouros possível – para alimentar a sedenta e gananciosa máquina capitalista.
E é aí que entra o papel da OTAN, que para além de ser uma organização terrorista, é a maior seita de vendedores de propaganda bélica, ao serviço do complexo militar-industrial.
O novo chefe-fantoche desta quadrilha de promotores da guerra dá pelo nome de Mark Rutte, um neerlandês que foi colocado no lugar cimeiro do braço armado de Washington, cuja única função é andar a percorrer os estados-membros da organização – sobretudo os europeus – a disseminar o discurso do medo, do ódio, do divisionismo, da necessidade de investir em armas, de prolongar os conflitos existentes e de criar novas guerras.
Este energúmeno veio ressuscitar a velha história de que a Europa está sob ameaça de guerra, por parte da Rússia. E, segundo o próprio, “não estamos preparados para o que nos espera”. Ou seja, o habitual discurso do medo, da invenção de ameaças que não existem, apenas para convencer a opinião pública de que é necessário prevenir. Se bem se lembram, o Iraque de Saddam Hussein também ia destruir o mundo com um infinito arsenal de armas químicas que nunca existiram. Ou o Afeganistão de Bin Laden, que se estava a preparar para destruir todo o mundo ocidental. Enfim, as habituais e sórdidas sandices dos dementes em Washington.
E prevenir significa o quê? Obviamente que significa investir muitos triliões de euros nas empresas que vivem à custa da economia de guerra que este verme representa. Rutte disse – com todo o à vontade que a prostituída comunicação social lhe proporciona – que “vamos precisar de muito mais do que 2% do PIB”, e que não serão necessários apenas milhares de milhões, mas sim, TRILIÕES de euros.
Vejam bem a lata deste merdilheiro, que não apresenta o mínimo de pudor em falar em “triliões de euros”, quando a esmagadora maioria da população europeia vê-se entalada num modo de vida cada vez mais complicado, e cada vez menos capaz de oferecer os mínimos padrões de qualidade de vida que já deveriam estar assegurados há muito tempo, a toda a população.
Só que esse padrão de qualidade de vida nunca vai chegar, pelo menos, não enquanto houver este tipo de gentalha a tomar decisões – que nem sequer são as suas decisões – que em nada servem os interesses das populações.
Os triliões de euros que o roto do Rutte quer canalizar para as indústrias de armamento vão sair – como sempre – do bolso dos contribuintes. Ou será que alguém pensa que é a patareca da Ursula que vai expelir notas de 500 euros, a uma velocidade de mil por minuto?
E, como sempre, a já mais do que prostituída, corrupta e sodomizada comunicação social que já não se limita a dar voz à máquina da propaganda de guerra, mas também a aumentar os seus efeitos, a arregimentar apoiantes e, sobretudo, a propagandear todos quantos ainda olham para o que se está a passar como… como se fosse normal.
A Europa não está sob nenhuma ameaça de guerra, por parte de nenhum dos inimigos de estimação fictícios desenhados em Washington. A Europa não está ameaçada pela Rússia, muito pelo contrário, até há bem pouco tempo a Europa (a União Europeia) tinha na Rússia um excelente parceiro económico. Veja-se o que aconteceu às economias europeias depois da intensificação do conflito na Ucrânia. Atente-se na enorme crise económica alemã, que vai arrastar todos os outros países. E tudo isto por causa da obrigação que os “líderes políticos” europeus sentem em satisfazer os desejos imperialistas de Washington, a troco de uns tachos que os farão passar ao lado de todas as crises que, nós, o povo, teremos que pagar. E bem caro.
A real ameaça à Europa – aos povos europeus – está nesta pandilha de políticos corruptos e também numa comunicação social sem escrúpulos e completamente vendida às elites do poder ocidental, sobretudo aos grandes grupos económicos detidos pela oligarquia norte-americana.