A verdadeira face dos biltres
O trampolim de São Bento ainda não arrefeceu, mas António Costa já não consegue – há meses – pensar noutra coisa que não seja o tão desejado tacho europeu. Aquele parágrafo veio mesmo a calhar. Até parece que foi encomendado...
Costa tem-se fartado de calcorrear os corredores do proxenetismo político nas sedes europeias, tendo batido à porta de cada gabinete prostibular, de onde brotam as mais rendosas conezias.
Costa até já avançou que apoia a continuidade de Ursula von der Leyen no cargo de sabujo-mor de Washington, vulgo Presidente da Comissão Europeia. Para aqueles que não andam distraídos com a propaganda diária, seria quase impensável ver António Costa a apoiar Ursula von der Leyen. Não se percebe por que razão não apoia Luís Montenegro e o seu PSD, por cá.
Ursula von der Leyen pertence à “família” política do PSD, mas conta com o apoio de António Costa. Ainda estou para ver qual será o comportamento de António Costa no decorrer da próxima campanha eleitoral para as eleições europeias. Vai fazer campanha contra o PSD, aqui, mas vai fazer campanha a favor, lá. E que ele tem elasticidade moral para isso, lá isso tem.
O que fica mais do que evidente, mesmo para quem anda muito distraído, é que António Costa está-se a marimbar para o povo português (veja-se a facilidade e rapidez com que abandonou o cargo) e até mesmo para o seu próprio partido. Aquilo que António Costa deseja é, única e exclusivamente, tratar da sua vidinha. E se para isso tiver de continuar a dissimular-se e vender-se em todas as equinas, assim será.
Costa considera que a eventual suspeita de corrupção que cai sobre si foi mais do que suficiente para o fazer abandonar o cargo, deitar abaixo um governo maioritário e mergulhar o país numa crise política. Por outro lado, considera que essa suspeita não põe em causa o seu bom nome, para que possa vir a ser indicado para um tacho europeu ou internacional.
Mas - nunca se esqueçam - tudo em nome do interese nacional e do prestígio de Portugal, tal como fez Durão Barroso enquanto Presidente da Comissão Europeia e o faz, agora, no Goldman Sachs. Não é linda a democracia?