Além da mudança de calendário, o que muda realmente?
Anda tudo em pulgas para deixar o ano de 2020 para trás, como se já soubessem o que lhes reserva o ano de 2021. Há exactamente um ano também havia muita gente ansiosa por entrar em 2020, ano que agora nem sequer pretendem ver no espelho retrovisor.
Claro que o ano de 2020 foi um ano estranho, por causa da pandemia, mas esta também estará connosco em 2021, pelo menos em grande parte do novo ano que temos à porta. E convém também lembrar que existem muitos outros problemas para além da pandemia. Às vezes até parece que se não tivéssemos a pandemia viveríamos num paraíso. E não me venham com essa história de que “éramos felizes e não sabíamos”, porque a maioria de nós já vivia – e continuará a viver - com muitas dificuldades.
Mas, como referi, se atentarmos apenas na questão pandémica, ela continuará em 2021, mesmo com a esperança que a vacinação trouxe neste final de ano.
O que eu realmente não percebo é a razão pela qual tanta gente se enche de uma esperança vinda não de onde, só porque há uma mudança de ano, como se isso representasse nascer de novo, num novo e perfeito mundo.
A única alteração que eu noto ao meu redor, com a mudança de ano, é o calendário que costumo ter em cima da secretária. E isso, apenas porque aprecio as modas antigas.