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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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RAPIDINHA

Trump deporta imigrantes, porque considera que as pessoas devem viver na sua terra, no seu país de origem, com excepção do povo palestiniano, que deve ser expulso do seu próprio país e entregá-lo aos "nazionistas".

Algumas considerações sobre a Direita

Não é a primeira vez que escrevo sobre os partidos portugueses de Direita e estou convencido que não será a última. É que a Direita é uma coisa tão divertida quanto… Sei lá, como hei-de dizê-lo sem ser deselegante… Eufemisticamente é uma coisa... estúpida. A Direita no poder defende e faz coisas que a Direita na oposição é capaz de negar e contrariar. É esta hilariante dicotomia que me faz, não raras vezes, escrever sobre o assunto. E é tão divertido.

 

Passo a apresentar algumas considerações sobre a dualidade comportamental dos partidos da Direita:

 

- A Direita no poder abomina os sindicatos; a Direita da oposição quer vê-los nas ruas, mais activos que nunca.

 

- A Direita no poder quer a privatização da CGD; a Direita na oposição quer uma CGD 100% pública e com administradores que não tenham os vícios da banca privada.

 

- A Direita na oposição não aceita que o administrador da CGD tenha um salário de 30 mil euros; a mesma Direita no poder tratou de garantir equivalente salário a um seu ex-secretário de estado que se transformou em vendedor de bancos.

 

- A Direita na oposição diz que a CGD está “sem rei nem roque”; a Direita do poder deixou cair o banco do “rei” (da banca) e o banco dos “roque”.

 

- A Direita no poder gostaria que o Tribunal Constitucional deixasse o governo trabalhar como bem entende, deixando de parte as suas funções de fazer cumprir a Lei; a Direita na oposição espera que o TC se pronuncie sobre determinadas medidas do actual governo (nomeadamente sobre a situação dos administradores da CGD).

 

- A Direita no poder ignora a existência do Bloco de Esquerda e acusa-os de jamais conseguirem chegar ao poder; a Direita na oposição fica triste pelo BE “estar à venda por um naco de poder”.

 

- A Direita do poder considera como “inúteis” os partidos mais à esquerda; a Direita da oposição considera-os “idiotas úteis”.

 

- A Direita no poder espreme os pensionistas e a “classe-média”; a Direita na oposição brada pelo aumento das pensões e exige verdadeiras medidas de Esquerda para todos. E, simultaneamente diz que a Segurança Social está quase falida.

 

- A Direita no poder encetou um brutal aumento de impostos; a Direita da oposição não admite nenhuma alteração à carga fiscal e acusa a Esquerda de… aumentar os impostos.

 

- A Direita no poder preparava um corte de 600 milhões de euros na Segurança Social; a Direita da oposição quer um Estado-social mais caridoso e ao mesmo tempo afirma que está em pré-falência.

 

- A Direita no poder defende acerrimamente o ministro (n.º 2 do governo) que não se licenciou; a Direita na oposição exige a demissão de um ministro, cujo chefe de gabinete do secretário de estado não se licenciou.

 

- A Direita no poder só acabaria com a sobretaxa de IRS em 2019 (promessa); a Direita na oposição critica o actual governo por só acabar com a sobretaxa em 2017.

 

- A Direita na oposição exige que o governo resolva diligentemente os problemas que a Direita no poder criou e/ou não foi capaz de resolver.

 

- A Direita no poder desgoverna e age como se estivesse na oposição; a Direita na oposição é uma piada.

 

Em conclusão, a actual Direita (na oposição) continua a afirmar que venceu as eleições do ano passado, continua a insinuar que o actual governo é ilegítimo e continua a falar de José Sócrates. É a mesma Direita que, antes de o actual governo tomar posse afirmou que o “programa eleitoral” do Partido Socialista era muito semelhante ao seu, razão pela qual não deveria ter feito um acordo de incidência parlamentar à Esquerda, mas sim com ela própria. A actual Direita (na oposição) também afirma que quem manda no governo é o BE e o PCP, ao mesmo tempo que reitera que o Orçamento do Estado é um documento repleto de austeridade e sujeito às vontades da União Europeia (tal como eram os seus), e ainda assim votam contra. Confuso?

 

Não. É a Direita no seu melhor.

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