António Costa e “seus” especialistas da mentira sobre as escolas
Inicialmente comecei por considerar que se tratava de pura incompetência, agora, não há dúvida de que só por má-fé é que alguém pode afirmar que as escolas não são focos de propagação do novo coronavírus.
O Primeiro-ministro, António Costa, e “seus” especialistas – sim, “seus”, porque também há os outros que dizem o contrário e que ele prefere ignorar – afirmam, com uma tremenda cara de lata, que “as escolas não são um factor de contaminação”. António Costa apenas admitiu – com muito custo – que “são as movimentações das pessoas que frequentam as escolas” que podem constituir vectores de disseminação do vírus. António Costa assumiu que há uma enorme divergência de opinião entre os especialistas nesta matéria. E qual é a corrente de opinião que António Costa decide adoptar e seguir? Claro, a menos prudente e mais irresponsável.
O António Costa gosta de pantominas. Portanto, segundo ele “não são as escolas que contagiam”, são as “movimentações das pessoas”. A sério? Eu achava que eram as paredes das escolas, ou seja, os edifícios que, como todos sabemos costumam expelir partículas de saliva, tossem e espirram para cima das pessoas. Então e nas empresas? Será que são as estruturas físicas das empresas que contaminam, ou será a circulação e concentração de pessoas? Hum… Vou ter que perguntar ao António Costa, porque de certeza que ele tem um especialista que já desenvolveu um modelo matemático capaz de dar resposta a esta minha dúvida.
Se o problema não são as escolas, mas as movimentações de pessoas associadas ao seu funcionamento, como será que António Costa vai resolver o problema sem fechar as escolas? Oh... Lá estou eu a implicar com António Costa e “seus” especialistas. É claro que eles já desenvolveram um método que vai permitir que os alunos sejam teletransportados de suas casas directa e exclusivamente para as salas de aula e respectivas viagens de regresso. E quem diz alunos, diz professores e auxiliares de educação. Certamente também já descortinaram uma forma de impedir que os alunos confraternizem uns com os outros nos intervalos. E as refeições vão passar a ser servidas por intermédio de sondas, sem que haja necessidade de retirar as máscaras.
E, já que falamos em máscaras, por acaso - só mesmo por acaso - será que já ocorreu ao senhor Primeiro-ministro e “seus” especialistas tornar obrigatório o seu uso nas salas de aula, desde o 1.º ano? É só um pequeno lembrete sobre a matéria dada.
Os “especialistas de António Costa” continuam a propagar mentiras sobre a situação das escolas, com aquela sobranceria saloia de quem julga que quem os está a ouvir acredita piamente nos disparates que expelem. Dizem que não existem surtos nas escolas e que os casos de contaminação são muito baixos.
Baseados em que informação é que fazem tão levianas afirmações? Por acaso realizaram testes em massa na comunidade escolar, tal como deveria ter acontecido logo no início do ano lectivo? A resposta é NÃO. Não só não fizeram testes em massa, como praticamente não realizaram testes à população escolar. Ora, sabendo que se trata de uma faixa etária da população que na esmagadora maioria dos casos não apresenta sintomas ou apresenta sintomas muito ligeiros, como é que António Costa e “seus” especialistas podem afirmar que não há casos nas escolas?
Eu já aqui disse e repito. É muito fácil acabar com a pandemia em Portugal, basta replicar a estratégia de Costa e “seus” especialistas ao resto da população, ou seja, basta deixar de realizar testes à população. Não há testes, não há casos.
Costa e seus paus-mandados acham-se muito espertos e, entretanto, já disseram que vão realizar testes à comunidade escolar. O problema é que os testes que, em princípio, se vão realizar são os testes antigénio que, como toda a gente sabe, têm uma considerável probabilidade de apresentar resultados falsos negativos, quando a população submetida à testagem está assintomática. Que espertinhos!
É óbvio que há imensas cadeias de contágio associadas à comunidade escolar, basta olhar para os números e ver o que aconteceu nas semanas que se seguiram à abertura do ano escolar. Negar aquilo que está à vista de todos, só por execrável incompetência e má-fé.