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Contrário

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RAPIDINHA

Trump deporta imigrantes, porque considera que as pessoas devem viver na sua terra, no seu país de origem, com excepção do povo palestiniano, que deve ser expulso do seu próprio país e entregá-lo aos "nazionistas".

António Guterres ressuscitou a ONU

Já agora, desde quando é que Israel se importa com o que diz a ONU?

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Com as declarações que proferiu numa reunião das Nações Unidas, António Guterres ressuscitou uma organização internacional que não tem sido outra coisa senão uma figura decorativa neste mundo de políticos e diplomatas fantoches. O secretário-geral das Nações Unidas disse que era importante reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram do nada. E acrescentou que o povo palestiniano tem sido submetido a 56 anos de ocupação sufocante e que viu as suas terras serem continuamente devoradas por colonatos [israelitas] e assoladas pela violência, a sua economia foi sufocada, as suas pessoas foram deslocadas e as suas casas demolidas. Guterres disse ainda que a esperança do povo palestiniano numa solução pacífica para a sua situação tem vindo a desaparecer.

As gritantes verdades proferidas por António Guterres desencadearam uma onda de indignação nos políticos fascistas de Israel. Onda que rapidamente se estendeu sobre outras latitudes, incluindo Portugal, onde os saudosistas do fascismo e os aspirantes a fascistas não perderam tempo em surfá-la. Mas o mais cómico de toda esta situação é constatar que os responsáveis israelitas, afinal, importam-se com aquilo que é dito nas Nações Unidas. Neste caso, com aquilo que foi dito pelo seu mais alto representante. Ninguém diria que aqueles que sempre se estiveram a marimbar para todas as resoluções das Nações Unidas - aquelas que os condenava de forma clara e inequívoca por todos os crimes cometidos contra o povo palestiniano – afinal ficam muito ofendidos quando alguém expõe as suas mais pervertidas e desumanas investidas na Palestina. A verdade é que aquilo que até agora eles atiravam para o caixote do lixo dando risadas, só lhes causou incómodo porque todo o mundo, ou seja, toda a opinião pública parece estar mais atenta à causa palestiniana.

Os fascistas são assim, nunca se importam que a verdade seja exposta, desde que ninguém a veja. Mas no momento em que alguém falar a verdade para as massas e dar-se o risco de estas começarem a abrir os olhos, eles vêm com todas as manobras possíveis e inimagináveis para tentar reverter a situação.

Devo reconhecer que não esperava tal atitude por parte de António Guterres. Não porque não acreditasse que ele pudesse realmente sentir a genuína vontade em dizer aquilo que disse, mas pela simples razão de se encontrar num cargo meramente figurativo e ao serviço do poder em Washington. Por conseguinte, considero importante salientar a coragem de António Guterres. Sim, coragem. No mundo actual – sobretudo no mundo ocidental – é preciso coragem para dizer a verdade. Mas, como também já estamos habituados, aqueles que se atrevem a esse acto de radicalismo elevado ao extremo que é dizer a verdade, já sabe que vai ser apedrejado por um lado e cancelado pelo outro.

Todas as afirmações de António Guterres sobre a situação na Palestina correspondem à mais pura verdade. Só foi pena que o secretário-geral das Nações Unidas não tivesse sido mais acutilante no seu discurso e que ainda se tenha dado ao trabalho de vir dar explicações sobre algo que não deveria oferecer dúvidas. A ninguém.

Também foi pena que, aquando da invasão da Rússia à Ucrânia, António Guterres não tivesse tido a mesma atitude e o mesmo reconhecimento: de que a Rússia não invadiu a Ucrânia, apenas porque Putin acordou maldisposto no dia 24 de Fevereiro de 2022.

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