Banco de Portugal e o desemprego
Há muito tempo que me pergunto: "Mas para que raio serve o Banco de Portugal?".
Não será certamente para regular o sistema bancário, porque se assim fosse os escândalos ocorridos nalgumas das principais entidades bancárias deste país não teriam acontecido ou, pelo menos, não teriam atingido as proporções que se verificaram e, acima de tudo, teria havido consequências pesadas para os prevaricadores.
A única utilidade que reconheço a esta instituição é a sua capacidade de gerar bons tachos, servir de trampolim para outros tachos e para conferir voluptuosas reformas, o Cavaco que o diga. Já agora, outra pergunta que se me ocorre: Porque razão o nome de Cavaco Silva está em tudo o que cheira mal neste país?
Bem, adiante. O Banco de Portugal acaba de anunciar que os seus peritos conseguiram descobrir o que está por detrás do aumento anómalo de emprego na economia portuguesa. Vejam só! Não é que os técnicos do BdP, altamente especializados em estudos econométricos, chegaram à conclusão que a causa do aumento de emprego deve-se à criação de estágios apoiados pelo Estado! Brilhante! Eu não esperava tanto daquelas virtuosas cabeças.
A partir de agora, vou passar a depositar toda minha confiança e esperança nos técnicos do Banco de Portugal. E até já estou a fazer figas para que daqui a um ano, mais coisa menos coisa, possam concluir que a queda do desemprego também se deve aos cursos de formação levados a cabo pelo IEFP, que apagam milhares de pessoas desta tão trágica estatística.
E se Deus Nosso Senhor quiser, talvez daqui a uns 5 anos, o Banco de Portugal esteja em condições de aferir que, a grande maioria dos estágios pagos pelo Estado em instituições privadas, bem como os ilusórios cursos de formação, criados também pelo Estado (via IEFP), não serviram rigorosamente para nada. Apenas para jogar com os números do desemprego.