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RAPIDINHA

E se por acaso se vier a verificar a violação das regras de privacidade europeias, a questão resolve-se de forma muito simples: ALTERAM-SE AS LEIS.

Bucha e estica

Desde o passado Domingo que os órgãos de comunicação social não param de massacrar com a repetição de imagens que, segundo eles próprios, constituem a prova da existência de crimes de guerra levados a cabo pelas tropas russas, aparentemente, apenas numa rua da cidade de Bucha.

Alguns canais de televisão até se deram ao “não-trabalho” de apresentar os mesmos blocos noticiários durante pelo menos três dias consecutivos, e pelo menos durante a primeira meia hora de cada bloco. Fica-se com a notória sensação de que a ordem foi para esticar as notícias de Bucha.

O mesmo já havia acontecido com o suposto ataque aéreo que as tropas russas fizeram a uma maternidade, posteriormente desmentido por algumas das grávidas que lá se encontravam. E ainda num suposto ataque das tropas russas a um teatro. Como eu não estava lá para ver, não posso negar ou afirmar que os ataques tenham mesmo acontecido, e nos moldes que correram o mundo. O facto é que os jornalistas que representam os órgãos de comunicação que propagam estas notícias afirmaram – e continuam a afirmar - categoricamente que os supostos crimes de guerra aconteceram mesmo, como se eles lá tivessem estado e pudessem ter testemunhado e verificado tais factos.

Para quem não sabe, os jornalistas da chamada mainstream media que propagam toda a narrativa no mundo ocidental não presenciaram nada daquilo que supostamente pode configurar crimes de guerra. Eles não estão – nunca - nas frentes de combate. E se bem têm notado, não há nenhuma reportagem que ateste a presença de jornalistas nas frentes de combate. Eles aparecem a posteriori, como fazem os abutres. E todas as imagens que o mundo ocidental viu acerca do suposto ataque à maternidade, do suposto ataque ao teatro e, agora, da suposta carnificina em Bucha são imagens captadas pelos jornalistas (escolhidos a dedo) que acompanham e promovem – há vários anos - as chacinas perpetradas pelo Batalhão de Azov que, agora, são os primeiros batedores a “varrer” os locais desocupados pelas forças russas.

Portanto, nos últimos dias, o mundo ocidental foi bombardeado com imagens e fotos de dezenas de cadáveres - alguns com as mãos amarradas - espalhadas pelas ruas de Bucha, nos arredores de Kiev. Lembrem-se que aquelas imagens não representam sequer um trabalho jornalístico, mas sim as imagens captadas e difundidas pelos nazis de Azov.

Verifiquemos a cronologia dos acontecimentos. As tropas russas deixaram a cidade de Bucha no dia 30 de Março e, poucas horas depois, já a 31 de Março, o autarca da cidade de Bucha, o senhor Anatoliy Fedoruk apareceu nas redes sociais, muito sorridente, a anunciar que a sua cidade havia sido libertada dos “orcs russos”, (curioso o facto do senhor Anatoliy ter-se socorrido de um termo amplamente usado pelos neonazistas do Batalhão Azov, ou então não). Na altura, foi noticiado que as tropas russas supostamente haviam deixado minas em alguns prédios, mas não foi feita nenhuma menção sobre qualquer assassinato em massa de cidadãos locais, muito menos dezenas de cadáveres deixados na rua, algo que a ter acontecido esperar-se-ia que fosse a primeira coisa a ser dita sobre a retirada das tropas russas e, portanto, amplamente noticiada por toda a comunicação social ocidental. Isso não aconteceu. É um facto, não são suposições.

anatoliy_fedoruk.jpg

O senhor Anatoliy Fedoruk disse o seguinte (muito sorridente):

"31 de Março ficará na história da nossa comunidade - Bucha - como o Dia da Libertação. A libertação através das nossas Forças Armadas da Ucrânia dos ‘orcs russos’, dos ocupantes russos. Uma grande vitória na região de Kiev! E com certeza vamos esperar para que haja uma grande vitória em toda a Ucrânia”.

Portanto, nem uma palavra sobre a execução de civis.

Dois dias após as declarações de Anatoliy Fedoruk, a 2 de Abril, os órgãos de comunicação social ucranianos informaram que unidades especializadas começaram a “limpar a área de sabotadores e cúmplices das tropas russas”. E, mais uma vez, nada foi dito sobre cadáveres nas ruas.

Também a Polícia Nacional da Ucrânia anunciou naquele dia (2 de Abril) que estava “limpando o território… dos assistentes das tropas russas”, publicando um vídeo que não mostrava quaisquer cadáveres espalhados pelas ruas de Bucha.

Mas que raio. Quem serão os “sabotadores e cúmplices das tropas russas”? Será que se referem a cidadãos ucranianos? E será que o Batalhão de Azov foi capaz de as “limpar”? Não pode ser. Os “nazizinhos” ucranianos não fariam uma coisa dessas ao seus compatriotas, pois não?

Entretanto, também por essa altura, um vídeo daquilo a que as “forças” ucranianas chamaram de “operação de limpeza”, publicado por Sergey Korotkikh, um conhecido membro neonazista do Batalhão de Azov, mostra um membro da sua unidade perguntando a outro se ele poderia atirar em “’gajos’ sem braçadeiras azuis”, referindo-se àqueles que não apresentassem a marca distintiva usada pelas forças militares ucranianas. O outro militante respondeu estridentemente: “claro ca**lh*”. Entretanto, Korotkikh tratou de apagar o vídeo. Mas não apagou a memória de quem o viu.

Atentemos noutro pormenor que não pode ser descurado. Quer aquelas imagens que todos vimos - e continuaremos a ver - sejam verdadeiras ou falsas, e quaisquer que sejam os perpetradores, o suposto extermínio de civis ocorre precisamente num momento crítico para as negociações de paz. Precisamente no final da semana passada foi anunciado que, finalmente Ucrânia e Rússia haviam chegado a um entendimento alargado e que até já existia um esboço do acordo escrito que viria a ser assinado pelos presidentes dos dois países. Ora, quando a Rússia decide retirar as suas tropas da região de Kiev e quando há um acordo de paz quase pronto a ser firmado por ambas as partes, eis que aparecem estas imagens horrorosas que não serviram para mais nada que não fosse perturbar as negociações de paz.

A acrescentar a tudo isto está o facto de, muito recentemente terem vindo a público evidências de atrocidades e crimes de guerra cometidos por tropas ucranianas contra civis e soldados russos capturados – incluindo a tortura e o fuzilamento de prisioneiros de guerra russos.

Mais ainda, a verdade – aquela que as autoridades políticas e a comunicação social ocidentais tentam esconder dos cidadãos – é que a Rússia praticamente eliminou as capacidades de combate e logística da Ucrânia em grande parte do país, incluindo toda a sua marinha, força aérea, defesas aéreas, sistemas de radar, instalações militares e a maioria dos depósitos de combustível e munições, deixando Kiev incapaz de transportar um grande número de tropas entre as várias frentes de combate, e condenando as forças que permanecem no leste do país ao cerco e à derrota quase inevitável. O que contraria toda a narrativa ocidental.

E assim, continuaremos a ver o senhor Volodymyr Zelensky a implorar por uma intervenção directa do Ocidente, recorrendo à propaganda que veicula supostas atrocidades. Propaganda que provém dos “trabalhinhos jornalísticos” encomendados pelos neonazistas do Batalhão de Azov a alguns jornalistas que os acompanham e comem à mesma mesa (há vários anos), tendo em vista acicatar o sentimento anti-Rússia e aumentar a pressão pública por uma grande escalada no conflito, porque é isso que interessa – manter a guerra a qualquer custo.

A quem interessa a guerra? É só seguir o rasto do dinheiro. Podem começar por consultar os Pandora Papers. E depois, basta verificar quem são aqueles que estão a lucrar mais com a existência deste conflito.

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