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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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RAPIDINHA

Trump deporta imigrantes, porque considera que as pessoas devem viver na sua terra, no seu país de origem, com excepção do povo palestiniano, que deve ser expulso do seu próprio país e entregá-lo aos "nazionistas".

Cala-te seu “difusor de terrorismo”, ou então…

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O Conselho de Ministros aprovou uma proposta de lei que visa aplicar coimas reforçadas às entidades que difundam conteúdos terroristas online. Saliente-se que as multas podem atingir o valor de milhões de euros.

A primeira questão que se coloca é a de saber o que pode ser considerado como difusão de conteúdos terroristas. Vejamos, todos os dias - repito, TODOS OS DIAS -, jornalistas, comentadores, políticos e governantes emitem conteúdos que podem e devem ser considerados como actos de apoio ao terrorismo, de branqueamento do terrorismo e até mesmo de glorificação do terrorismo, e NADA lhes acontece.

Portanto, não se vislumbra o que raio é que poderá ser considerado como difusão de conteúdos terroristas, quando isso é o pão nosso de cada dia há vários anos, praticados pelas entidades com maiores responsabilidades públicas e NINGUÉM foi sequer chamado à atenção por fazê-lo. Pior, fazem-no como se estivessem a fazer o maior de todos os bens.

Políticos, jornalistas e comentadores glorificam o nazismo e o terrorismo na Ucrânia, gritando hossanas aos neonazis do Batalhão de Azov, apoiam fervorosamente os terroristas da al-Qaeda na Síria, fazem claque a favor do genocídio perpetrado pelos terroristas “nazionistas” de Netanyahu, em Gaza e na Cisjordânia e ainda apoiam as investidas terroristas que Israel, EUA e seus lambe-cus fazem no Líbano. Isto, só para citar alguns exemplos mais prementes.

Nada acontece a toda esta gentalha. Nem uma única multa, nem sequer uma só chamada de atenção. Muito pelo contrário, este é o mantra daqueles que se outorgam como defensores e propagadores da verdade, da liberdade e da paz.

Portanto, fica bem claro que esta lei serve apenas para perseguir os não-alinhados com a narrativa do poder. Todos quantos se atrevam a criticar o regime receberão automaticamente a chancela de “difusor do terrorismo”, para aprender a estar caladinho.

Não é grande novidade. A perseguição e o cancelamento de opiniões que incomodam o regime já vêm desde há muito tempo, tendo-se acentuado na altura da pandemia e, posteriormente, com a invasão da Rússia na Ucrânia, em 2022.

E isto está apenas a começar. Não tardará o momento em que aprovarão leis que proíbam um cidadão de afirmar que “vacinas” experimentais são “vacinas” experimentais, leis que proíbam as pessoas de dizer que a Ucrânia é um antro de nazismo e corrupção, leis que proíbam dizer que Israel é um estado apartheid, que comete genocídio sobre o povo palestiniano, leis que proíbam os cidadãos dizerem que os “líderes” europeus são uns meros fantoches de Washington, ou ainda, leis que proíbam as pessoas dizerem que Washington é a sede de todos os terrorismos e de todas as guerras. Em suma, leis que proíbam dizer a verdade.

E, notem bem, a maioria das pessoas vai aplaudir a aprovação desse tipo de leis, julgando que são leis elaboradas com o único objectivo de garantir a segurança, a paz e o bem-estar dos cidadãos. Quão ingénuos.

Basta reparar no que aconteceu ontem, com o protesto dos bombeiros. O país indignou-se – porque a comunicação social lhes disse para se indignarem – perante a forma como os bombeiros protestaram. Ah e tal, os bombeiros até podem protestar, mas não desta forma. Como se os bombeiros tivessem matado, ferido ou atrapalhado minimamente a vida de alguém. Na pior das hipóteses, o rebentamento de petardos fez a senhora ministra deixar fluir umas pinguinhas de xixi, com o susto. Mas não podem protestar desta forma. Há que ter respeito. Ou melhor, respeitinho.

Já os médicos, quando fazem greve colhem todo o apoio da comunicação social, dos políticos, dos comentadores e da esmagadora maioria da população que acredita piamente no que vê, lê e ouve nas notícias. Porque os senhores doutores são gente bem formada. Os senhores doutores não andam por aí a berrar o hino nacional, a acender tochas e a rebentar petardos. Não senhor. Os senhores doutores exercem o seu direito de protesto como deve ser, porque são civilizados. Os senhores doutores, quando pretendem protestar, deixam as urgências fechadas - resultando na falta de atendimento a quem mais precisa e até mesmo na morte de cidadãos - e vão passar uns dias ao Hilton ou ao Tivoli da Marina de Vilamoura, onde aproveitam para disfrutar dos circuitos de spa, das massagens de relaxamento, da boa cama e boa mesa e, assim, descontar os vouchers que recebem da indústria farmacêutica.

É assim que estamos. E não se vislumbra que daqui se vá para melhor.