Comunicação social corrupta e retardada
Há cerca de uma semana, num comício onde abordava o facto de a China pretender fornecer carros para os EUA (a produzir no México), Trump disse o seguinte:
“Nós vamos aplicar uma taxa de 100% em cada carro que entrar nos EUA, e vocês [China] não terão condições para os vender. [Isto] Se eu for eleito, agora se eu não for eleito será um “banho de sangue” (bloodbath)… para o país.”
Perante estas afirmações (perfeitamente normais), a comunicação social – toda, em peso – vociferou aos sete ventos, que Donald Trump tinha dito que “caso não vencesse as eleições, haveria um bando de sangue no país”, deturpando aquilo que verdadeiramente foi dito por Trump.
Trata-se de uma – porque é mesmo só uma – comunicação social totalmente parcial, deturpadora dos factos, mentirosa e que já nem sequer tem vergonha de fazer estas figuras ridículas, porque se sente completamente protegida pelo sistema que a controla.
Qualquer jornalista, mesmo o mais estúpido entre todos os jornalistas estúpidos (a esmagadora maioria), deveria saber que o termo “bloodbath” faz parte da gíria dos negócios. E Trump aplicou-o no sítio certo. Trump falava sobre o perigo que representa a entrada de carros chineses no mercado norte-americano e concluiu que isso seria um “banho de sangue” ou uma “sangria” para a indústria automóvel dos EUA. Ora, Trump não poderia ter feito uma observação mais correcta e objectiva. Mas os retardados da comunicação social fizeram de conta que não perceberam e desataram a latir as maiores patetices de que alguém se poderia lembrar.
Se Trump dissesse que as crianças são “os homens e as mulheres de amanhã”, os jornalistas iriam logo dizer que ele estaria a promover o trabalho infantil. Se Trump usar a expressão “silver bullet”, agora tão na moda, os pacóvios dos jornalistas diriam que ele iria matar toda a gente com balas de prata. Se Trump usasse a expressão “trim the fat” acerca das contas do Estado, os patetas dos jornalistas diriam que ele se estaria a preparar para fazer lipoaspirações em todas as pessoas com excesso de peso. Ou ainda – os exemplos são infinitos -, se Trump usasse a expressão “boil the ocean” (também muito usada no mundo dos negócios), os abestalhados da comunicação social diriam que Trump pretende adiantar-se aos efeitos climáticos, pôr o oceano a ferver de uma vez e matar toda a vida marinha. Enfim, ridicularias que nos dias que correm fazem todo o sentido na cabeça de muita gente.
Saliente-se ainda que muitos outros patetas da comunicação social disseram que Donald Trump havia referido que, “caso ele vença as eleições há o risco de não voltar a haver eleições nos EUA”. Quando, na verdade, Trump disse exactamente o contrário, ou seja, disse que caso ele não vença as eleições, ele acha que não haverá novas eleições ou, pelo menos, umas eleições significativas.
Como é possível ainda haver alguém que acredite naquilo que é propagandeado por esta comunicação social corrupta, pejada de retardados?