Costa: o “socialista” chantagista
Há quem diga que António Costa é socialista, que o PS é socialista e que o governo é socialista. Bem, sabemos que hoje em dia é prática comum alterar-se as definições dos termos para que se possa baralhar e voltar a dar.
O governo socialista do PS de António Costa é aquele que produz um aumento “ordinário” de três singelos euros para uma pensão no valor de 300 euros e, simultaneamente aumenta em 12,25 euros uma pensão de 2.500 euros. Portanto, uma pensão cujo valor é mais de oito vezes superior a uma mísera pensão de 300 euros tem um aumento real mais de quatro vezes superior. Viva este novo socialismo do senhor António Costa.
Um governo verdadeiramente socialista trataria de cumprir com aquela que deve ser a função do Estado, isto é, mitigar as injustiças e reduzir a abissal diferença de rendimento dos cidadãos. No caso que acabei de referir, um governo socialista optaria por não aumentar as pensões mais elevadas e distribuir esse “excedente” pelas pensões mais baixas. Assim, o governo de António Costa não só não diminui a enorme diferença de rendimento entre pensionistas, como ainda acentua essa brutal desigualdade.
E para coroar o seu brilhante socialismo, António Costa adiciona-lhe uma boa dose de chantagem, quando se dirige aos pensionistas para lhes dizer que só lhes atribuirá o aumento extraordinário lá para o mês de Agosto, se votarem nele, claro. Pois não há nada que impeça António Costa de avançar com o aumento extraordinário das pensões já neste mês de Janeiro, apesar de Costa afirmar o contrário, sem nenhuma vergonha na cara. António Costa é assim, um manobrador da realidade, um pantomineiro que prefere chantagear os muitos pensionistas que sobrevivem com reformas miseráveis.
Miserável.