Democracia na UE? ah! ah! ah!
Uma União Europeia (UE) concebida para minimizar a participação democrática no processo de tomada de decisões, superiormente institucionalizado e despótico.
Uma UE em que a sua população não tem nenhuma forma de responsabilizar os órgãos eleitos pelas suas decisões.
Uma UE, em que os líderes dos governos estão constantemente a desculpar-se perante as suas populações, alegando que não podem fazer mais do fazem e/ou que a responsabilidade não é deles (quando aceitam decisões contrárias aos interesses do povo), porque as decisões são tomadas na “Europa”. Há bem pouco tempo ouvimos o Primeiro-ministro português, António Costa, a dizer no Parlamento (a casa da Democracia), que não concordava com as sucessivas decisões do Banco Central Europeu – órgão não eleito – em aumentar as taxas de juro, mas que respeitava as decisões da senhora Lagarde, porque é um soldadinho disciplinado, muito “responsável” e empenhado na “solidariedade europeia”.
O Conselho Europeu (CE) é outro órgão da União Europeia em que as decisões já se encontram previamente tomadas e onde os representantes de cada Estado-Membro só lá vão fazer figura de corpo presente. Por muito que um ou mais membros do CE discorde de determinada medida, nada pode fazer, porque as decisões são impostas a todos. E mesmo que a maioria seja contra a implementação de uma determinada política, nada mais poderão fazer do que a aceitar com um sorriso nos lábios. Não é por nada que instituições como o Conselho Europeu ou o Conselho dos Assuntos Económicos e Financeiros se recusam a permitir que as suas reuniões sejam transmitidas pela televisão, para que qualquer cidadão europeu posse verificar como funciona o processo de tomada de decisões.
E depois temos o Parlamento Europeu (PE), um órgão que deveria ser aquele que, por excelência, melhor representa os cidadãos europeus, mas que não tem nenhuma utilidade prática, já que não tem nenhuma autoridade legislativa. É certo que tem o poder para destituir a Comissão, mas apenas em teoria porque, na realidade, o Parlamento está capturado pela Comissão que, por sua vez, é comandada quase de forma unipessoal e que também ela está capturada e totalmente controlada pelos poderes instituídos em Washington. Por exemplo, a Comissão Europeia, nomeadamente a sua Presidente, Ursula von der Leyen, negociou a compra conjunta das vacinas contra a Covid-19, tendo realizado contratos bilionários em favor da big pharma, tendo mesmo adquirido muitíssimas mais vacinas do que aquelas que seriam necessárias e, pasmem-se, sem dar nenhum cavaco ao Parlamento Europeu. Os contratos permanecem no segredo dos deuses e, quando apenas uma dúzia de deputados do PE exigiu a verificação desses contratos, a dona von der Leyen enviou-lhes um documento quase totalmente rasurado, onde não é possível verificar nenhuma das condições contratuais (vejam bem o medo que ela tem de ser destituída pelo Parlamento). Entretanto, todos os Estados-Membros já tiveram que deitar milhões de vacinas para o lixo. E isto é apenas um exemplo.
A “democracia” da União Europeia pauta-se pela total perda de soberania dos seus Estados-Membros, que ao tomar parte da União, entregam definitivamente todo o poder de decisão no Conselho, na Comissão e no BCE que, como bem sabemos, estão completamente capturados pelos organismos de poder norte-americanos (Casa Branca, Congresso, FED e suas agências de rating).
Há ainda uma UE que proibe a emissão a canais de televisão. Uma UE que proíbe a livre circulação de pessoas, para defender interesses privados. Uma UE que defende e promove guerras. Enfim, uma UE que, cada vez mais, exerce o seu autoritarismo como bem lhe apetece, sem que tenha que responder perante quem quer que seja.
Mas que bela democracia!