É “intolerável” que não nos queiram continuar a lavar o cérebro
Aquilo que deveria preocupar os portugueses, não é o facto de os EUA terem decidido cortar os “apoios” a algumas faculdades portuguesas, mas sim o facto de algumas faculdades receberem dinheiro de Washington, desde há muito tempo.
Por que razão Washington financia a academia portuguesa? Se fosse o Kremlin a providenciar esse financiamento, o que se diria?
Washington financia a academia portuguesa como forma de controlo do pensamento crítico – que quase já não existe – e como mais uma forma muito eficaz de veicular a sua propaganda. A academia nacional tende a assimilar e a repetir os inquinados conceitos made in Washington, nas tretas do MIT e outros estratagemas. E isto não acontece apenas na academia, aliás, acontece sobretudo na política (nos partidos do poder) e na comunicação social, que também são financiados para interiorizar a doutrina de Washington e os ditames de Wall Street, e propagar essa putrefacta narrativa aos sete ventos. É assim em Portugal e é assim em todo o “mundo ocidental”.
E, por essa razão, vossemecês certamente já repararam que a comunicação social veio - a pés juntos – latir contra esta medida de Trump. Chegam mesmo a acusá-lo de querer “mandar nas universidades portuguesas”, logo ele que quer deixar de “financiar” a academia portuguesa. Já aqueles que encharcavam as reitorias e os conselhos científicos de algumas universidades portuguesas, com magníficas prebendas e os recorrentes intercâmbios de lavagens ao cérebro, esses faziam-no por puro mecenatismo.
Vão aos partidos do poder (PS e PSD/CDS) e vejam quantos deles frequentaram cursos, ou melhor, receberam “canudos” do MIT, Princeton, Harvard, Yale, Stanford ou Columbia. E vejam também quantos deles mantêm estreitas ligações às universidades portuguesas, quer como professores, quer como dirigentes. É gente que está sempre com um pé no poder político, o outro na academia e a bocarra em todas as equinas da comunicação social. Tudo financiado por Washington, para doutrinar e controlar. É assim há largas décadas.