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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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Julian Assange e o estado do "jornalismo" actual

Mais duas grandes manifestações pela não extradição e pela libertação de Julian Assange ocorreram no passado fim-de-semana, uma em Londres e a outra em Washington.

Como é sabido, Assange viveu grande parte da última década sob o estatuto de refugiado e, mais recentemente (desde 2019) encontra-se preso e sob custódia da polícia, em Londres. Sobejamente conhecidas são também as razões que levaram a esta mega perseguição e operação de silenciamento que o poder está a fazer ao jornalista/activista australiano. Através do site Wikileaks, fundado pelo próprio, Julian Assange expôs – com provas irrefutáveis – os escabrosos crimes cometidos pelo poder norte-americano. Assange expôs a profunda corrupção enraizada nos corredores de Washington, os seus inimagináveis crimes de guerra e os seus sórdidos programas de tortura. Por ter exposto a verdade acerca dos regimes de Washington, Assange enfrenta a possibilidade de ser extraditado para os EUA, a pedido dos senhores que cometeram os crimes que ele expôs. Deve ser para o condecorar...

É absolutamente surreal a campanha de silenciamento e até mesmo de eliminação, porque é isso que acontecerá a Julian Assange, caso venha a ser extraditado para essa “super-democracia” que dá pelo nome de Estados Unidos da América – a terra da liberdade.

Mais inacreditável ainda é a postura da comunicação social, que nem sequer noticia as manifestações de solidariedade para com um colega de profissão que, em abono da verdade, não é um colega qualquer. Trata-se de um dos poucos jornalistas digno de ser considerado como tal, nas últimas décadas.

A postura dos actuais jornalistas em relação a Julian Assange é o equivalente a uma hipotética realidade em que o mundo do futebol ficaria em silêncio absoluto, caso Messi e Ronaldo fossem detidos e impedidos de jogar futebol, porque marcaram muitos golos.

A actual comunicação social não é feita por jornalistas. O jornalismo deu lugar a um espaço de propaganda, onde os peões propagandistas plantados e pagos pelo poder instituído mais não fazem do que ler o guião que lhes é posto na frente.