Justiça miserável
Esta semana deparei-me com duas notícias que demonstram bem o estado de saúde da justiça portuguesa. Uma delas informava que um sucateiro havia sido condenado a 17 anos de prisão, por ter cometido os crimes de branqueamento de capitais, corrupção, fraude fiscal e outros ilícitos económicos. Logo de seguida constato outra notícia que dava conta de um indivíduo que havia sido condenado a 16 anos de prisão, por ter assassinado uma pessoa e ter tentado matar outra.
Há aqui algo de muito errado, nomeadamente no que respeita às penas aplicadas. Pode um indivíduo que mata ter uma pena inferior ao que rouba?
O Tojó, aquele que em 1999 esfrangalhou os próprios pais até à morte, já deve andar por aí em liberdade, uma vez que o tribunal decidiu que já não oferece perigo à sociedade e que mostrou arrependimento. Como é que se evidencia o arrependimento? Faz-se beicinho perante o júri?
Fantochada! Um indivíduo destes nunca deveria voltar a ver a luz do dia. E teria que trabalhar arduamente, para ter direito a uma cama e comida. Mas não, basta “fazer beicinho” e sai em liberdade, muito antes de cumprir a pena a que foi condenado.
Que justiça miserável!