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Contrário

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RAPIDINHA

Liberdade de expressão? Sim... quer dizer... às vezes... se me agradar...

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Há não muito tempo, um enorme rebanho andava por aí a defender que não se podia impor limites à liberdade de expressão. Mesmo quando alguns alegavam que, por vezes, a liberdade de expressão extrapolava os limites do bom senso e invadia o campo da libertinagem, esse grande rebanho não admitia mistificações de conceitos e, muito menos, que alguém se atrevesse a colocar qualquer limite à liberdade de expressão. Defendiam que no dia em que se começasse a impor limites à liberdade de expressão, a Democracia correria sérios riscos.

Salientemos que era nos meios de comunicação social, que muito contribuem para a formação da opinião pública, que os debates sobre a liberdade de expressão mais se inflamavam. E, se bem se lembram, por altura dos ataques perpetrados contra o Charlie Hebdo, o rebanho que encontra muito pasto na comunicação social, não se cansou se repetir que, “a liberdade de expressão tem que ser defendida até à morte”, e que “não se pode impor limites à liberdade de expressão, mesmo que o outro diga algo que nos desagrade profundamente, ou que até nos ofenda, porque a liberdade de expressão é um direito que tem que ser preservado a qualquer custo”. Foi mais ou menos isto que disseram, com as jugulares quase a rebentarem de tanta cólera acumulada.

Agora que um tal de Elon Musk comprou a rede social Twitter e comunicou que pretender devolver a liberdade de expressão à rede, possibilitando o regresso de ex-utilizadores da rede, que haviam sido banidos por alegadamente terem “desrespeitado as regras”, o mesmo enorme rebanho voltou a encher-se de indignação, mas neste caso concreto, para demonstrar que não aceita uma liberdade de expressão que não tenha limites. Agora defendem acerrimamente a imposição de limites e que não pode haver margem para a libertinagem. Dizem que uma liberdade de expressão sem limites é fundamentalismo. Atentem bem na lata desta gente.

Como são básicos e indecentes, estes vendidos que conspurcam a comunicação social. Às ordens do poder estabelecido vêm agora dizer que não podemos por em causa “os nossos valores e o nosso modo de vida” – essa treta que não significa rigorosamente nada, a não ser a intenção de reforçar e perpetuar o poder estabelecido.

Para terminar, que fique claro que não estou a defender as intenções de Elon Musk, até porque ainda é cedo para perceber as verdadeiras alterações relacionadas com a liberdade de expressão que, de facto, vai implementar na rede social Twitter. Aquilo que bem conhecemos de Elon Musk é que ele próprio constitui um elo fundamental do poder estabelecido. Daí se antevê que dele não partirá nenhum movimento que vise defender os direitos e liberdades dos cidadãos. Garantido.