Mais "independência" para os bancos centrais
Christine Lagarde voltou a latir estridentemente (sim, latir, é o que fazem os pinchers) acerca da “independência” dos bancos centrais. Christine Lagarde tem muita dificuldade em aceitar decisões tomadas por políticos eleitos. Lagarde entende que quem deve ter o poder de decidir é a gentalha da estirpe dela, que não foi eleita, mas que foi escolhida a dedo, pelas elites do poder ocidental. Às quais ela serve com todo o seu ser.
Lagarde enfurece-se sempre que um determinado governo tenta legislar contra as ordens que ela recebe da Reserva Federal norte-americana e de Wall Street. Foi assim quando o governo italiano quis aplicar uma taxa sobre os lucros “inesperados” – e muito avultados – da banca. E é assim, agora, quando Trump decidiu contrariar a política seguida pela FED, tendo criticado Jerome Powell, por este ter vindo a seguir uma política de aumento das taxas de juro e não o contrário.
Como bem sabemos (ou não sabemos?), Lagarde é a sombra de Powell na União Europeia. E o Banco Central Europeu é a sombra do poder corrompido, que se estende e que oprime cada Estado-membro. Também sabemos que os bancos centrais nacionais são meros mausoléus que albergam uns quantos tachos das lides partidárias que abocanham o poder, há largas décadas.
Portanto, satisfaçamos e senhora Lagarde e entreguemos-lhe mais poder de decisão sobre as nossas vidas, porque ela é uma todo-poderosa “super-independente”, que tudo fará para zelar pelos nossos interesses.
Esqueçam os eleitos. Esqueçam as eleições. Congelem a democracia. E entreguemos – definitivamente – o poder a meia-dúzia de fantoches nomeados pela máquina capitalista.