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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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RAPIDINHA

As afirmações de Ursula von der "Liar" têm a mesma credibilidade que a sua tese de doutoramento ou as "qualificações" que aparecem no seu CV.

Manuais escolares gratuitos, mas muito bem pagos

Sim, vou escrever mais uma vez sobre os manuais escolares. Já aqui me indignei contra a medida que o actual governo implementou, que tem em vista a gratuitidade dos manuais escolares. No ano lectivo em curso, todos os alunos do primeiro ano de escolaridade já usufruem desta medida que tem um custo de cerca de 3 milhões de euros, segundo foi noticiado. Imaginem quanto custará ao Estado a gratuitidade dos manuais escolares para todo o primeiro ciclo, já para não falar quando a medida contemplar todo o ensino obrigatório.

 

Já escrevi e já me indignei com esta medida, sobretudo pelo seu carácter universal. Considero inaceitável que o Estado tenha que suportar o custo dos manuais escolares e outros recursos didácticos de alunos, cujos encarregados de educação não têm dificuldades financeiras. Então, por que razão o governo não impõe a condição de recursos nesta matéria, tal como pretende fazer noutras? Incongruência.

 

Mas, o meu grau de indignação atinge os píncaros da ira quando constato que o governo não negoceia diligentemente com as editoras, as condições de desenvolvimento e produção dos respectivos manuais e outros materiais didácticos e, acima de tudo, o preço dos manuais.

 

Já se percebeu que esta medida vai custar muitos milhões ao Estado. Também todos nós sabemos, porque já andámos na escola e/ou temos alunos ao nosso encargo, que as editoras têm por hábito recorrer a subtis subterfúgios (como mudar uma ou duas imagens, trocar uma página ou um pequeno bloco de texto aqui e ali, etc.) de modo a embair pais e professores, sobretudo os pais (que pagam) e, doravante, também o Estado, cujos governantes até agora apenas observavam de camarote (exceptuando os casos em que o Estado subsidiava a aquisição dos manuais).

 

Portanto, quando ouço falar em manuais gratuitos eu esboço um pálido sorriso, já as editoras riem-se a bandeiras despregadas. Isto é o sonho das editoras - que são sempre as mesmas - ter o Estado a pagar os manuais e recursos didácticos a todos os alunos.

 

Enquanto cidadão português sinto-me no direito de exigir ao governo português que apresente os números deste negócio. E, já agora, gostaria que o governo provasse que não sai mais barato ao Estado português desenvolver e produzir os manuais escolares. Pelo menos, deveria usar esse argumento como forma de baixar significativamente o preço dos manuais junto das editoras. Sim, um governo zeloso pode e deve fazê-lo. Veja-se, o Estado tem ao seu dispor profissionais altamente qualificados para o desenvolvimento e produção dos respectivos manuais e outros recursos (professores, investigadores, etc.) e até o trabalho tipográfico poderia estar nas mãos do Estado ou, no mínimo, muito bem negociado. Porque não o querem fazer?

 

Manuais gratuitos? Não, os manuais continuarão a ser muito bem pagos.

 

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