Ministros incompetentes, governação criminosa
A ministra da saúde, Ana Paula Martins, não é apenas incompetente. É falsa e, muito provavelmente, uma criminosa (por negligência ou não). Em apenas uma semana faleceram sete pessoas, que não foram socorridas dentro do tempo que é expectável para que se efectue o respectivo socorro.
Eu não sei se os técnicos do INEM têm razão nas suas reivindicações, mas tenho a certeza que compete ao ministério da saúde garantir que as pessoas não vão ficar sem atendimento ou socorro – muito menos falecer – por falta de competência, por negligência ou pura falta de interesse em resolver os problemas, por parte de quem governa, no sentido de satisfazer outros interesses. Segundo consta, a ministra recebeu um pré-aviso de greve por parte do INEM e não fez rigorosamente nada. Nem sequer respondeu à comunicação recebida. Simplesmente não quis saber. Porque está segura de que ela e os seus nunca vão ficar sem atendimento.
Como já aqui referi várias vezes, esta ministra nada mais faz do que vir a público fazer-se de santinha, apelar ao coração das pessoas através de discursos repletos de falsa solidariedade e comoção. Além disso, justifica a existência dos problemas com as más governações anteriores. E não é a única a fazê-lo. Também a ministra da justiça, há bem pouco tempo, disse: “eu nunca imaginei que isto estivesse tão mau”. Sempre as velhas desculpas. Como pode alguém aceitar uma pasta governativa, sem saber - de forma, no mínimo razoável - quais os problemas que tem para resolver.
Também o Primeiro-ministro usa e abusa da mesma retórica, atirando para os que lhe antecederam as culpas de tudo. Mais, Luís Montenegro afirmou que iria resolver rapidamente os problemas mais prementes do país. Ora, o que de mais urgente será, do que resolver os graves problemas do atendimento das urgências e da emergência médica (INEM)?
Montenegro foi ainda mais longe, quando disse que não há a certeza de que os óbitos ocorreram por falta de capacidade de resposta do INEM. É preciso não ter nenhuma noção das responsabilidades que lhe foram atribuídas. Reparem, só o facto de haver essa dúvida – de as mortes poderem ter ocorrido devido à falta de socorro atempado – é algo extremamente grave. Um primeiro-ministro que não entende algo tão óbvio e que fala assim só para proteger a sua ministra, é alguém que também não tem condições para continuar no cargo.
Isto é, indubitavelmente, uma governação criminosa.