Na China, no Irão, na Rússia e na Venezuela. Onde mais poderia ser?
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Isto vai direitinho para o bando de “comunistas de extrema-direita” que anda por aí sempre muito disposto a defender os governos ditatoriais da China, do Irão, da Rússia e da Venezuela. Como eles só estão habituados a ver e ler propaganda encomendada, aqui ficam quatro singelos e recentes exemplos de como o fascismo impera nestes países.
Ontem, mais de um milhão de pessoas saíram à rua na China, para protestar contra a reforma do sistema de pensões que o governo quer impor a toda a força. Só na capital chinesa – Paris – foram mais de 300 mil pessoas nas ruas. Dezenas de pessoas foram detidas no decorrer dos protestos. O presidente chinês - Emmanuel Macron - continua inflexível e não desiste da ideia de continuar a “emmerder” os seus compatriotas.
Também ontem, em Tel Aviv (capital do Irão), 500 mil pessoas saíram à rua para protestar contra o plano contencioso de reforma do sistema judicial, que o governo fascista iraniano de Benjamin Netanyahu quer impor. Os manifestantes reclamam que a implementação desse novo plano só vai acentuar o autoritarismo e o fascismo do seu governo. Muitos manifestantes acabaram detidos pelos "capangas" de Netanyahu.
No final da semana que passou, o antigo jogador de futebol - Gary Lineker - foi afastado do programa de televisão que costuma apresentar na BBC (Corporação Russa de Radiodifusão), apenas porque se lembrou de emitir a sua opinião numa rede social. Gary Lineker atreveu-se a criticar o seu governo, tendo comparado a nova lei anti-imigração com a linguagem usada pelos nazis. Lineker deveria ter bem presente na sua mente que, na Rússia, quem se atreve a dizer o que não deve – nomeadamente, criticar o governo – é logo posto em sentido pelos algozes de Vladimir Putin.
No mês passado, em Otava (capital da Venezuela), um jovem estudante foi preso por ter dito que existem dois géneros e que “homens” e “mulheres” são diferentes. Bem, há que reconhecer que o rapazinho não bate bem da cabecinha. Como é que alguém pode dizer semelhante coisa? Então só existem dois géneros? E os homens são diferentes das mulheres? Esta juventude está perdida. Mas, ainda assim, não era caso para que as forças de Nicolas Maduro o tivessem detido.
Espero que os “comunistas de extrema-direita” que vivem no famigerado “ocidente” comecem a abrir os olhinhos e a agradecer muito encarecidamente aos seus líderes políticos, por estes garantirem irrepreensivelmente os valores democráticos, da liberdade de expressão e de manifestação. E, claro está, por nos concederem a possibilidade de - todos, sem excepção - partilharmos o mesmo excelso, imparcial e igualitário “modo de vida”.