Não foi isto que passou na sua televisão
Sobre a libertação de mais duas reféns por parte do Hamas, a sua televisão ou o seu habitual órgão de comunicação social mostraram uma reportagem onde uma das senhoras libertadas diz, por interposta pessoa, que:
Os raptores “bateram nas pessoas”, aquando do ataque a 7 de Outubro. A filha da senhora Yocheved Lifshitz disse que: “A minha mãe está a contar as histórias horríveis. Diz que enquanto foi levada, lhe bateram com paus…”.
E ficam por aí as declarações de Yocheved Lifshitz, no seu fornecedor de “notícias” habitual.
Mas a senhora Yocheved Lifshitz disse mais do que aquilo que a sua televisão vos quis mostrar. Disse coisas que a sua televisão não quer que você saiba. Vejamos, a senhora Lifshitz também disse que os raptores lhes disseram (logo no início) que acreditam no Alcorão e que, por essa razão, não lhes iriam fazer mal. Disse também que havia um médico presente e outro que os visitava a cada três dias e ainda uma enfermeira que os examinava e que lhes dava a medicação habitual. Ainda acrescentou que eles – os terroristas do Hamas – eram muito amigáveis e que partilhavam a comida com os reféns.
Tivessem os cidadãos palestinianos a mesma sorte com o tratamento infligido pelos algozes israelitas. E eu nem quero imaginar como serão tratados os milhares de palestinianos que se encontram “reféns” nas muitas prisões israelitas, por nenhuma razão que não seja a sua etnia e religião.
Para concluir (e isto passou na sua televisão), toda a gente pôde reparar que, no momento em que está a ser entregue pelos militantes do Hamas às organizações de socorro, é a própria Yocheved Lifshitz que se vira para trás, para se despedir de forma muito amigável, do “terrorista” do Hamas. Uma pessoa refém só trata assim o seu raptor se este a tiver tratado com respeito e atenção, algo que as autoridades israelitas nunca fizeram, nem fazem com o povo palestiniano. Muito pelo contrário.