Navalny e a fantochada ocidental
Após a notícia da morte de Alexei Navalny, outra coisa não seria de esperar que não fosse o desfilar de “notícias” e comentários mancomunados, entre todos os representantes políticos ocidentais, sua comunicação social (totalmente orquestrada) e, claro, o chorrilho de aleivosias dos habituais detentores do espaço meretrício do comentário nacional.
Ora, dizem eles – TODOS – que Navalny era “o maior opositor de Putin”, “a maior ameaça ao regime de Putin” e, para apalhaçar ainda mais a coisa, “o herói que lutava pela liberdade e pela democracia”.
Aquilo que passa completamente ao lado da maioria das pessoas, ou seja, aquilo que corresponde à verdade é que Navalny não tinha qualquer relevância política na Rússia, não arrastava quase ninguém com ele e as suas encenações não ganharam nunca o mínimo de tracção junto do povo russo. Navalny era, pura e simplesmente, um capacho de Washington, um trouxa que sonhava em ser uma espécie de Guaidó, mas com sucesso. Navalny prontificou-se - perante os seus donos em Washington - a assumir a destruição da cultura, da história e dos valores russos, e de subjugar o seu país aos interesses da oligarquia norte-americana. Navalny queria ser o Poroshenko da Rússia, mas cometeu o erro capital de considerar que a Rússia é como a Ucrânia.
Agora, os patetas de serviço no mundo ocidental vão querer erguer estátuas em seu nome: o mártir falhado que não conseguiu sequer beliscar a imagem de Putin, na Rússia, obviamente. Não obstante, vão querer fazer dele o “herói”, o “verdadeiro opositor” e o “símbolo maior da resistência” na Rússia. Estas são as afirmações que se repetem por todo o lado, mas não têm qualquer aderência à realidade. A cretinice dos patetas que as proferem só encontra paralelo nos patetas que as engolem e as saboreiam como se de um manjar divinal se tratasse.
A verdadeira oposição a Putin – porque ela existe – é feita pelo Partido Comunista da Federação Russa e não por um fantoche meia-tigela, vendido a Washington que, por sinal era um ultranacionalista que se metamorfoseou em “democrata ocidental”, mas que não conseguiu nenhum tipo de adesão na sociedade russa. Navalny era muito conhecido no ocidente, isso sim, porque a propaganda dos meios de comunicação social e de uma classe política europeia totalmente corrompida, que obedecem religiosamente às instruções de Washington, assim o determinaram.
Navalny não representava a “resistência” de coisa nenhuma. Vendeu a alma aos oligarcas de Washington e limitava-se a conspirar e a atentar contra as leis do seu próprio país. Todos deveriam lembrar-se (ou procurar saber) que Navalny foi apanhado em flagrante a planear um golpe de Estado na Rússia. Todos deveriam saber que Navalny foi condenado por fraude fiscal, corrupção e traição à pátria.
O poder ocidental não tem dúvidas de que foi Putin que mandou matar Navalny. Também não tinham dúvidas de que tinha sido a Rússia a atacar os gasodutos Nord Stream ou a enviar mísseis para a Polónia. Independentemente daquilo que poderá ter causado a morte a Navalny, não resta qualquer dúvida de que se trata de um acontecimento que em nada aproveita a Putin, cuja popularidade goza de muito boa saúde. Já em relação aos propagandistas ocidentais, não se pode dizer que este acontecimento não favorece a sua fantasiosa narrativa.
E, por essa razão, vemos e veremos (durante alguns dias) os “especialistas” políticos, os jornalistas e comentadores a tentar explorar o acontecimento até não poder extrair mais sumo. Mas, notem, essa luta é apenas a de quem quer continuar a manter o povo ocidental completamente anestesiado nas mentiras perpetradas pelo poder ocidental, porque essa campanha de propaganda barata não tem qualquer efeito na Rússia. Acordem, pois esta propaganda (todas, em boa verdade) é especialmente dirigida a vossemecês.
Por último, mas não menos importante, convém ainda salientar que aqueles que agora estão muito empenhados em construir narrativas falsas sobre o pretenso heroísmo de Alexei Navalny e a bradar aos céus contra um “crime” hediondo cometido numa prisão na Rússia, são os mesmos que ignoraram por completo a morte de Gonzalo Lira numa prisão na Ucrânia, há cerca de pouco mais de um mês. Nem o facto de se tratar de um jornalista, ainda para mais de nacionalidade norte-americana, os fez solidarizar-se com a morte macabra de que foi alvo e os fez querer investigar o caso e exigir justiça.
O outro exemplo – o maior – que serve para expor a hipocrisia e a sabujice de políticos, jornalistas e comentadores do mundo ocidental é o caso de Julian Assange, aquele que todos eles ignoram e muito desejam que seja enviado para Guantánamo, para morrer de causas naturais depois de uma caminhada matinal. Eventualmente. Ou então “suicidar-se”, como fez Jeffrey Epstein.