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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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RAPIDINHA

Diz o gajo que proibiu o exercício da actividade política a vários partidos da oposição e que cancelou a realização de eleições no seu país.

Nos dias que correm, dizer a verdade é um “erro fundamental”

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Há uma semana fomos metralhados com inúmeras "notícias" sobre "um ataque russo" a um prédio de habitação na cidade de Dnipro. Portanto, um míssil russo havia atingido deliberadamente um alvo civil, causando dezenas de vítimas mortais e dezenas de feridos e desaparecidos. Foi isto que passou incessantemente em tudo quanto é órgão de comunicação social.

Para não variar – tal como a historieta de Bucha, a da maternidade, a do teatro, a da estação de caminho-de-ferro, a da ponte, entre muitas outras – a realidade foi/é uma coisa bem diferente. Segundo o próprio Oleksiy Arestovych, que é/era um dos conselheiros mais próximos de Volodymyr Zelensky, o míssil era de facto russo, mas não tinha como alvo aquela infra-estrutura civil. “O míssil [russo] foi abatido pela defesa aérea [ucraniana], tendo caído e detonado o prédio”, palavras do próprio Arestovych, que é sobejamente conhecido por evidenciar constantemente – e bem antes da invasão – um tremendo ódio pela Rússia e por Putin.

Obviamente que a sua continuidade no governo e no núcleo duro de Zelensky se tornou incomportável após as suas declarações. Era impossível mantê-lo – oficialmente – no cargo, sobretudo após Zelensky não ter perdido tempo em culpar a Rússia por mais um ataque hediondo (que nunca cometeu) e ter usado essa mentira para justificar o pedido de mais e melhor armamento para combater os russos.

Muitos dirão que se o míssil russo não tivesse sido lançado, a defesa ucraniana não teria que o abater e, por conseguinte, este não cairia em cima de um prédio de habitação e causado tantas vítimas civis, tal como fizeram aquando do ataque ucraniano na Polónia, aquele que vitimou dois agricultores. Lembram-se? Também tinha sido obra dos russos. A habitual sofisma.

Esse bando de patetas ignora que nenhuma manobra de defesa pode colocar em causa a vida de civis e dos seus bens, caso contrário estão a fazer pior que o inimigo. As tropas de Zelensky têm estado absolutamente nas tintas para o cumprimento dessa regra. E, saliente-se, não estamos a falar de colocar em perigo a população civil do inimigo, estamos a falar da sua própria população. Mas isto nem sequer deveria constituir novidade para ninguém, já que tem sido prática corrente desde o ano de 2014.

Entretanto, Arestovych demitiu-se do cargo, apresentando as suas desculpas “pela versão prematuramente errada da razão do míssil russo ter atingido um edifício residencial”. Pois, pois. Como referi anteriormente, quem conhece a postura e as declarações que este tipo sempre teve para com a Rússia sabe, de antemão, que ele nunca proferiria tais afirmações – as “prematuras” - se não estivesse absolutamente seguro de que eram verdadeiras e impossíveis de negar. Mas não lhe restou outra alternativa senão a de tentar reescrever rapidamente a história. Era isso ou levar com a chancela de ser pró-Putin, algo que irremediavelmente representaria a sua imediata liquidação.