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Contrário

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RAPIDINHA

E se por acaso se vier a verificar a violação das regras de privacidade europeias, a questão resolve-se de forma muito simples: ALTERAM-SE AS LEIS.

O Juramento dos Hipócritas

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Os médicos estão novamente em greve, mesmo sabendo que um governo demissionário jamais atenderá ao conjunto de absurdas pretensões que, durante vários anos, não foram satisfeitas.

Os médicos alegam que está instalado um caos no SNS devido ao encerramento dos serviços de urgência, que obrigam os doentes a terem que se deslocar para outros locais muito distantes. Os médicos também alegam que os utentes têm que esperar muito tempo para serem atendidos, que esperam muito por consultas, exames, cirurgias e que muitos não têm sequer médico de família. Os médicos culpam o governo por toda esta situação, como se não fossem eles – os médicos – os principais culpados.

A verdade é que a máscara dos médicos já caiu há muito tempo. Aquilo que pretendem é apenas mais dinheiro. Apenas isso. E ainda se atrevem a usar a saúde dos doentes como arma para a sua sórdida causa. Se estivessem minimamente preocupados com a saúde das pessoas não faziam a chantagem que fazem, nem sequer abandonavam o serviço público de saúde para trabalhar no sector privado.

Os médicos são trabalhadores como quaisquer outros trabalhadores. No entanto, entre toda a classe de trabalhadores, os médicos fazem parte da “subclasse” que aufere melhores salários. Se acham que têm razões para se queixar, imaginem quantas mais razões têm a maioria dos trabalhadores deste país. Além disso, apesar de integrarem a classe trabalhadora, os médicos agem como se fossem patrões. Toda a gente sabe que, na realidade, ninguém manda neles. Os médicos desenvolvem a sua actividade como bem entendem, quase sem qualquer tipo de supervisão e, agora, ainda querem ter o poder de decidir o seu próprio salário. Quantos trabalhadores em Portugal têm este poder?

É urgente parar com este disparate de achar que os médicos têm que ser alvo de tratamento preferencial. É preciso impedir que usem os salários praticados no sector privado ou lá fora, no estrangeiro, como chantagem para obter aumentos salariais.

Vejam bem que, agora, até se lembraram de dizer que os médicos do SNS ganham cerca de 1/3 dos salários mais altos da Europa. Notem bem, dos salários mais altos da Europa. É preciso muita desfaçatez e completo alheamento da realidade, já que a esmagadora maioria dos portugueses aufere 1/3 (ou até menos) dos salários médios praticados em grande parte dos países europeus.

Esta gente recusa-se a atender pessoas que estão doentes. É o tipo de gente que não se incomoda minimamente se alguém vai sofrer ou morrer por causa dos seus mesquinhos interesses pessoais. Sim, mesquinhos. Porque se os médicos têm moral para exigir aumentos salariais de 30% (com redução do horário do trabalho), imaginem o quanto a maioria dos portugueses deveria estar a exigir de aumento.

Os médicos não são mais nem menos que os demais trabalhadores. E, como bem sabemos, são dos trabalhadores mais bem pagos no país.

A saúde não pode ser mercantilizada. Não é porque no sector privado (ou no estrangeiro) se pode ganhar mais, que os médicos do SNS podem sentir-se no direito de chantagear o Estado. E é por essa razão que os governos têm que implementar medidas radicais. O governo tem que ter a coragem de “obrigar” os médicos a trabalhar em exclusividade no SNS, pelo menos por um período de tempo que não ponha em risco a qualidade do atendimento no SNS.

O Estado deve formar médicos que queiram trabalhar – em exclusividade - no serviço público de saúde. Aqueles que não queiram estar sujeitos a essa condição, que vão tirar o curso e obter a sua especialização noutro sítio.

Entretanto, a Ordem dos Médicos poderia tratar de substituir o “Juramento de Hipócrates” pelo “Juramento dos Hipócritas”. É que o primeiro contém os seguintes preceitos:

“Exercerei a minha arte com consciência e dignidade.”

E,

“A Saúde do meu Doente será a minha primeira preocupação.”

Muito desactualizado. 

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