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"O ocidente bloqueou o cessar-fogo na Ucrânia"

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Numa entrevista recente, o ex-Primeiro-ministro israelita Naftali Bennett disse que os EUA e os seus aliados ocidentais bloquearam os seus esforços de mediação entre a Rússia e a Ucrânia, para pôr fim à guerra nos seus primeiros dias.

Para quem já não se lembra, a 4 de Março de 2022, Naftali Bennett viajou até à Rússia para se encontrar com o Presidente Vladimir Putin. Nesta entrevista, Bennett falou sobre os detalhes da mediação que assumiu na altura, entre Putin e o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Bennett disse que a sua mediação estava coordenada com os EUA, França, Alemanha e Reino Unido.

Bennett disse que havia um acordo de cessar-fogo em cima da mesa pronto para ser assinado pelos dois países (Rússia e Ucrânia). Disse que a Rússia estava disposta a abandonar a “desnazificação” e desarmamento da Ucrânia desde que esta abandonasse a ideia de integrar a OTAN, algo que Zelensky confirmou-lhe que aceitaria. Portanto, estava tudo pronto para um cessar-fogo, isto, logo no início Março de 2022.

Bennett disse também que Boris Johnson (Primeiro-ministro britânico, na altura) mostrou muito descontentamento com esta mediação e com este acordo de cessar-fogo, sendo que Macron e Scholz mostraram mais abertura. Já Joe Biden evidenciou as duas posturas.

Contudo, a posição final acordada entre todos os líderes ocidentais foi a de se oporem aos esforços de Bennett. “Vou dizer isso em um sentido lato. Acho que houve uma decisão legítima do Ocidente de continuar atacando Putin e não [negociar]”, disse Bennett.

Quando lhe perguntaram se as potências ocidentais “bloquearam” os esforços de mediação, Bennett respondeu: “Basicamente, sim. Eles bloquearam e eu pensei que eles estavam errados”.

Mais tarde, no final de Março de 2022, novos esforços de mediação para o cessar-fogo ocorreram em Istanbul, na Turquia. Uma vez mais havia um acordo pronto a ser assinado pelas duas partes. Contudo, logo no início de Abril, Boris Johnson viajou até Kiev para pressionar Zelensky a não aceitar qualquer acordo com a Rússia, porque essa não era a posição do "Ocidente".

Portanto, tal como já aqui referi várias vezes, logo após a invasão houve a possibilidade de resolver o conflito, porque as duas partes – Rússia e Ucrânia – estavam dispostas a isso e até tinham um acordo pronto a ser oficializado. Por que razão não houve um imediato cessar-fogo? Porque o “Ocidente” – a OTAN/NATO – proibiu a Ucrânia de o fazer.

Não seria suposto a comunicação social dar algum destaque àquilo que foi dito por Naftali Bennett? Quando a conversa desagua em mediações de cessar-fogo ou acordos de paz a coisa perde todo o interesse, não é verdade?

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