O "primeiro" aniversário da guerra na Ucrânia
Consta que já sabe andar e dizer “Sieg Heil” – é muito precoce
A onda mediática cavalgada pelos “líderes” políticos ocidentais e pela concubinada comunicação social pôs quase toda a gente a celebrar o "primeiro" aniversário da guerra na Ucrânia. Nunca percebi este tipo de parafilias. Celebrar o aniversário de uma guerra?
Claro que os vendilhões do templo vão dizer que se está a celebrar a “resistência” da Ucrânia. Portanto, a vontade de celebrar a perda de mais de 20% do território, a perda de mais de 200 mil militares, a perda de milhares de civis, a perda de infra-estruturas, uma economia destroçada e todas as brutais consequências económicas que assolaram - sobretudo - o espaço europeu e que destroem a vida das pessoas. Não faltam motivos para celebrar.
Mas, sem querer ser desmancha-prazeres, e apesar de a maioria das pessoas – tão boas pessoas – demonstrar uma enorme comoção pelo facto de a guerra ter completado um ano, eu não posso deixar de assinalar que a guerra com a qual tantos se indignam começou há cerca de nove anos. É verdade. Eu sei que nos últimos anos não vos faltou motivos de distracção. Ou era o salário do Ronaldo, ou as bolas de ouro do Ronaldo, ou os golos do Ronaldo, ou o clube para onde ia jogar o Ronaldo, ou as violações do Ronaldo (bolas, esta não era para se dizer…), depois Portugal venceu o Europeu da bola, o Salvador o Festival da Eurovisão, entretanto a Cristina Ferreira foi para a SIC, depois saiu da SIC, pelo meio o Tony Carreira fanou mais uma canção, depois veio a pandemia, enfim, o que não faltou foram motivos para a malta andar distraída. Mas a verdade crua e dura é a de que a guerra na Ucrânia já dura há cerca de nove anos.
Entretanto, o maior candidato ao Óscar de melhor actor secundário disse, em relação à guerra no seu país, que “vamos fazer tudo para vencer este ano!”. É capaz… Como todos ainda se lembram, no ano passado quem venceu foi o Real Madrid, mas este ano, a coisa não escapa ao mister Volodymyr Zelensky, sobretudo depois dos dois bons reforços adquiridos no mercado de inverno: o central Voldemort e o ponta-de-lança Nazilensky.